1.200 cães vacinados em Montalegre

[F_Maia]

Ao longo de três desgastantes semanas, o veterinário municipal de Montalegre percorreu o concelho de lés a lés. Uma viagem em “regime intensivo” que serviu para vacinar mais de mil canídeos. O clínico diz que encontrou «mais sensibilização» e uma «boa adesão» por parte dos barrosões. Só lamenta a passividade de «certas forças de autoridade».

Há alguns anos a esta parte, por esta altura do ano, o veterinário municipal de Montalegre, Domingos Moura, faz-se à estrada para levar a cabo a concretização de mais uma campanha de vacinação anti-rábica. São dezenas de quilómetros calcorreados de um concelho vasto. As pessoas conhecem-no. Falam com ele. Contam-lhe pormenores da vida privada como faz questão de elucidar: «não tenho é tempo para estar com as pessoas porque senão não saía do primeiro sitio onde vou».
Domingos Moura lembra que hoje é bem mais fácil levar a cabo esta tarefa: «antes era bem mais difícil. Os acessos eram complicados. Hoje é mais fácil e as pessoas estão mais sensibilizadas para uma vacina que convém não esquecer é obrigatória».

BALANÇO
POSITIVO

Este ano a campanha de vacinação começou mais tarde. Um factor que desagradou o veterinário que fez com que a campanha tivesse que ser feita em contra relógio (3 semanas e meia): «como sabem, as taxas são regulamentadas, anualmente, pelo Ministério da Agricultura e Finanças. Este ano foram lançadas tardiamente. Isto fez com que tivesse que andar em “regime intensivo” devido à aproximação dos trabalhos agrícolas. No entanto, quero dizer que as coisas correram muito bem. Houve uma boa sensibilização e adesão por parte das pessoas».

MAIS DE MIL CÃES VACINADOS

Tal como em edições anteriores, a presente Campanha de Vacinação ultrapassou os mil animais. Um número «muito bom» apesar de não ser o ideal como faz questão de ressalvar Domingos Moura: «o concelho de Montalegre deve ter perto de 1.700 cães. Conseguimos vacinar 1.200. Faltam 500…». Como punir os prevaricadores? O veterinário responde de pronto: «o problema disto, como em outras matérias, é que por um lado há autoridades que actuam com bastante eficácia e há outras que são passivas».

VACINAÇÃO

Existem várias doenças que podem ser fatais para os cães, mas, felizmente, conseguimos prevenir algumas delas com vacinas efectivas. Para a vacinação ser efectiva tem que respeitar um esquema de injecções, que idealmente é feito às 6, 8, 12 e 16 semanas de idade. Este esquema vacinal pode sofrer algumas variações dependendo de vários factores. O esquema de vacinação de rotina protege os cães de sete doenças. A saber: esgana, parvovirose, leptospirose, hepatite infecciosa. Parainfluenza, coronavirose e raiva. As primeiras seis estão incluídas numa única vacina, que é administrada às 6, 8, 12 e 16 semanas de idade. A vacina da raiva é administrada entre os 3 e os 6 meses de idade. Os reforços das vacinas são feitos uma vez por ano, podendo a da raiva ser administrada ao mesmo tempo ou incluída na mesma vacina. Se o cão frequentar uma classe de treinos ou ficar instalado num hotel para cães, seria prudente fazer a vacina da tosse do canil, que não está incluída no esquema vacinal mas que é apropriada para estas ocasiões.
Por outro lado, quando os cães são alimentados do leite materno, recebem uma imunidade temporária sob a forma de proteínas chamadas anticorpos. Durante as primeiras 24 a 48 horas após o nascimento o intestino do animal absorve estes anticorpos directamente para o sangue. Esta forma de imunidade é protectiva durante as primeiras semanas de vida, mas a certa altura começa a falhar e o cachorro tem que ser capaz de estabelecer a sua própria imunidade de longa duração. Os anticorpos maternos são neutralizantes, por isso, enquanto estiverem presentes, as vacinas não têm a capacidade de estimular o sistema imune do cachorro.
Como não podemos determinar, com exactidão, o momento em que o cão perde a imunidade maternal, seguimos um esquema vacinal de várias injecções para aumentar a probabilidade de “apanhar-mos” o momento em que esta é efectiva. Uma vacinação apenas, mesmo sendo efectiva e não neutralizada por anticorpos maternos, é pouco provável que estimule uma imunidade de longa duração. A vacina da raiva é uma excepção, porque uma única injecção, administrada na altura certa, é suficiente para produzir imunidade de longa duração.

DESPARASITAÇÃO

Os parasitas intestinais (endoparasitas) são comuns nos cães, podendo estes ser infectados antes de nascer ou mais tarde através do leite materno. A maioria dos produtos no mercado são efectivos e sem efeitos secundários, por isso pode fazer-se a desparasitação a partir das seis semanas de idade. É importante repetir a desparasitação passadas duas a três semanas porque estes produtos só eliminam os parasitas adultos, e durante este período os estadios larvares tornam-se adultos e susceptíveis ao desparasitante. Os cães permanecem susceptíveis à reinfecção por parasitas intestinais, por isso é recomendada a desparasitação periódica, principalmente para animais que frequentam o exterior. Até aos seis meses de idade a desparasitação é feita uma vez por mês, passando depois a ser feita de seis em seis meses.

in www.avozdechaves.net

[AcTiOnGiRl]

Uma iniciativa de louvar

[F_Maia]

Eu diria que é mais do que louvar, tendo em conta a terriola que é...é uma atitude de fazer inveja a muitas cidades grandes...

[XenaBastet]

Ora aqui está uma excelente iniciativa em prol dos animais e p/ sensibilizar kem acha k animal não precisa de Xô Dotor... ou só precisa kd está mais p/ lá do k p/ cá.

[VascoV]

Xenabastet... trata-se da vacinação antirábica obrigatoria por lei feira a preços baixissimos e com o vet a ameaçar com a autoridade...

[susanastrat]

Eu oiço sempre estas inciativas...desde o primeiro cão, aliás antes.

Pelo menos à 20 anos, mas acho que há mais.

[leonildecarvalho]

Óh pessoal...não se iludam...

Este tipo de vacinação existe há imensos Anos... e quem lá vai são na sua grande maioria CAÇADORES para poderem renovar as suas licenças de caça!
Eu tenho este tipo de "evento Camarário" Anualmente mesmo enfrente à minha porta e nesses 3 dias que fazem a vacinação, é vê-los a trazer os "bobis" aos 10 e mais em cada box. Empilhados uns em cima dos outros, os mais terríveis a arrancarem bocados dos corpos dos mais tímidos! E, esta vacinação não é gratuita! É um pouco, mas mesmo pouco, mais barata que no vet! Não posso agora precisar a diferença de custo porque já lá vão uns 5 anos que estive presente com uma vizinha (senhora pobre) que vacinou o cão a pensar que era gratuita e afinal não era. E, como nessa altura eu também tive de vacinar o Golias na clínica Veterinária, aproveitei a perguntar à minha vet quanto custava só a vacinação da raiva e a diferença era mínima
Esta gente não vai ao veterinário vacinar os cães porque a maioria dos vets recomendam vacinar contra todas as outras doenças... então, eles (caçadores na maioria) para não gastarem dinheiro e não terem coragem de dar uma nega numa clínica veterinária, vão só à que é obrigatória!

Leo

[F_Maia]

É claro que estas iniciativas devem existir por todo o país e aqui não é excepção! O que de admirar é as pessoas aderirem a elas, porque aqui a autoridade do veterinário não vale um tusto. Por incrivel que pareça, nestas aldeias do interior ainda se resolve muita coisa à lei da pistola/caçadeira, ou seja, ninguém manda mais que o proprietario e quem tentar mandar mais que ele, arrisca-se a levar com um chumbo no meio da testa...e não há mais conversa que esta...