Como Você Pode

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Moderador: mcerqueira

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Tânia Vieira

quarta mar 13, 2002 1:09 pm

COMO VOCÊ PÔDE?
> Jim Willis
> tradução: Cida Lellis

> Quando era um filhote, eu o distraia com minhas travessuras e o fazia
> rir.
> Você me chamava de sua criança e, apesar de um certo numero de sapatos
> mascados e um par de almofadas destruídas, eu me tornei sua melhor
> amiga . Sempre que eu fazia algo errado, você chacoalhava seu dedo
> para mim e dizia: "Como você pôde" - mas depois você se arrependia e
> me rolava no chão para me coçar a barriga. Meu treinamento demorou um
> pouco mais do que o esperado porque você estava ocupado demais, mas,
> juntos, nós conseguimos dar um jeito..
> Eu me lembro daquelas noites em que me aninhava a você na cama e ouvia
> suas confidencias e sonhos secretos - e acreditava que a vida não
> poderia ser mais perfeita. A gente fazia longos passeios e corridas no
> parque, andava de carro, e parava para um sorvete (eu ganhava só a
> casquinha porque "sorvete não faz bem para cães" você dizia) e eu
> tirava longos cochilos ao sol enquanto aguardava sua volta para casa
> ao final do dia.
> Aos poucos você passou a gastar mais tempo no trabalho e com sua
> carreira e levava mais tempo procurando por uma companheira humana. Eu
> esperei por você pacientemente, confortei-o em suas mágoas e
> desilusões, nunca o repreendi por suas escolhas ruins, e vibrei de
> alegria nas suas vindas para casa e quando você se apaixonou... Ela,
> agora sua esposa, não é uma "apreciadora de cães" - ainda assim eu a
> recebi em nossa casa, tentei mostrar-lhe afeição, e a obedeci.
> Sentia-me feliz porque você estava feliz.
> Então vieram os bebés humanos e eu reparti com você o entusiasmo. Eu
> estava fascinada por seus tons rosados, seu cheiro, e queria muito
> cuidar deles também. Mas ela e você tinham medo de que eu pudesse
> machucá-los, e eu passei a maior parte do tempo sendo banida para
> outra sala, ou para a casinha de cachorro.. Oh, como eu queria tê-los
> amado, mas eu me tornei uma "prisioneira do amor."
> À medida que foram crescendo, me tornei amiga deles. Eles se agarravam
> ao meu pêlo e se levantavam sobre perninhas trôpegas, enfiavam os
> dedos em meus olhos, examinavam minhas orelhas, e davam beijos em meu
> nariz. Eu adorava tudo isso, e o toque de suas mãozinhas - porque o
> seu toque agora era tão raro - e eu os teria defendido com minha
> própria vida, se fosse preciso. Eu me esgueirava para suas camas e
> escutava suas inquietações e sonhos secretos, e juntos esperávamos
> pelo barulho de seu carro no caminho.
> Houve um tempo, quando alguém perguntava se você tinha cachorro, em
> que você tirava uma foto minha de sua carteira e contava histórias
> sobre mim. Nos últimos anos você apenas respondia "sim" e mudava de
> assunto. Eu passei de "seu cão" para "apenas um cachorro" e você
> reclamava de cada gasto que tinha comigo. Agora você tem uma nova
> oportunidade de carreira em outra cidade , e vocês irão se mudar para
> um apartamento onde não permitem animais. Você tomou a decisão
> acertada para sua "família", mas houve um tempo em que eu era sua
> única família.
> Fiquei excitada com o passeio de carro até que chegamos ao abrigo de
> animais. O local tinha cheiro de gatos e cães, de medo, de
> desesperança. Você preencheu a papelada e disse "Sei que vocês
> encontrarão um bom lar para ela"... Eles deram de ombros e lançaram a
> você um olhar compadecido. Eles compreendem a realidade que espera um
> cão de meia idade, mesmo um com "papéis". Você teve que desgarrar os
> dedos de seu filho de minha coleira enquanto ele gritava "Não, papai!
> Por favor, não deixe que levem meu cão!". E eu me preocupei por ele, e
> com a lição que você tinha acabado de lhe dar sobre amizade e
> lealdade, sobre amor e responsabilidade, e sobre respeito por todo
> tipo de vida. Você deu um afago de adeus em minha cabeça, evitou meu
> olhar e, polidamente, recusou levar minha coleira e guia com você.
> Você tinha um tempo-limite para encarar e agora eu tambem tenho um.
> Depois que você partiu as duas simpáticas senhoras que o atenderam
> comentaram que você provavelmente soube meses atrás da mudança que
> ocorreria e não fez nenhuma tentativa de encontrar um novo lar para
> mim. Elas sacudirram a cabeça e disseram "Como você pôde?". Elas são
> tão atenciosas para nós aqui no abrigo quanto seus ocupados horários
> permitem.
> Elas nos alimentam, é claro, mas eu perdi meu apetite dias atrás. De
> início, sempre que alguem passava pelo meu alojamento , eu corria para
> a frente, na esperança de que fosse você - que você tivesse mudado de
> idéia - que isto fosse tudo um sonho mau.... ou eu esperava que ao
> menos fosse alguem que se importasse, alguem que pudesse me salvar.
> Quando percebi que não poderia competir com os alegres filhotes,
> inconscientes de seus próprios destinos, nas brincadeiras para chamar
> atenção, afastei-me para um canto distante, e aguardei.
> Ouvi seus passos quando ela veio até mim ao final do dia, e a segui ao
> longo do corredor para uma sala separada. Uma sala deliciosamente
> silenciosa. Ela me colocou sobre a mesa, acariciou minhas orelhas, e
> disse-me para eu não me preocupar. Meu coração se acelerou na
> expectativa do que estava para vir, mas havia tambem uma sensação de
> alivio. A prisioneira do amor havia esgotado seus dias.
> Como é de minha natureza, estava mais preocupada com ela. O fardo que
> ela carrega é demasiado pesado, e eu sei disso, da mesma maneira que
> conhecia cada um de seus humores. Ela gentilmente colocou um
> torniquete em volta de minha perna dianteira, enquanto uma lágrima
> corria por sua face. Lambi sua mão do mesmo modo como costumava fazer
> para confortar você há tantos anos atrás.. Ela habilmente espetou a
> agulha hipodermica em minha veia. Quando senti a picada e o líquido
> frio se espalhou através de meu corpo, deitei a cabeça sonolenta,
> olhei dentro de seus olhos gentís e murmurei "Como você pôde?".
> Talvez por ter entendido meu linguajar canino, ela disse "Sinto
> tanto!", abraçou-me e apressadamente explicou que era seu trabalho
> fazer com que eu fosse para um lugar melhor onde não seria ignorada,
> ou maltratada ou abandonada, nem ter que me virar para sobreviver - um
> lugar de amor e luz, tão diferente deste lugar terrestre. E com minha
> ultima gota de energia tentei transmitir -lhe com uma sacudidela de
> minha cauda que meu "Como você pôde?" não era dirigido a ela.
> Era em você , Meu Amado Dono, que eu estava pensando. Pensarei em você
> e esperarei por você eternamente. Possa alguem em sua vida continuar a
> demonstrar-lhe tanta lealdade..
COMO VOCÊ PODE???
Retirado do site da União Zoofila
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Bloodberry
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Mensagens: 693
Registado: segunda abr 15, 2002 12:08 am
Localização: cão, hamster

quarta abr 24, 2002 1:21 pm

oi tânia. foi muito comovente... nem sei o ke dizer... da primeira vez ke li um texto desses, não contive as minhas lágrimas, tenho outro do tipo na minha página web e agora ke li este as lágrimas não me kiseram obedecer, caíram muitas... eu nunca vou abandonar os meus animais por causa de um esposo paro ou um amigo parvo. eles poderão sempre contar cmg.
São precisos muitos animais para se fazer um casaco de peles, mas só um para o usar...
sandrape
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Registado: quinta dez 20, 2001 2:35 pm
Localização: 1 cão, 2 cadelas, 4 gatas, 1 tartaruga

quarta abr 24, 2002 6:57 pm

olá :)

nem sei o q dizer...
esta é a historia de quase todos os animais que estao em canis
é tao triste. e os olhares deles meu deus.

sandra p
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