Um Gatinho, Dois, Três...
Uma lição para não mais esquecer.
Às vezes Thiago achava que a mãe exagerava um bocado. O que tinha de mais deixar a Bela ter filhotes? Que mal podia fazer? Onde comia um gatinho, podiam comer dois, comer três... Depois que crescessem era só arrumar alguém para ficar com eles, ou quem sabe deixá-los na casa daquela senhora do fim da rua, que já tinha tantos. Mas a mãe não queria nem ouvir falar disso. Isso o irritava, porque seria tão bonito ver os filhotinhos! Bela ficaria tão contente de ser mãe, ía ficar tão engraçadinha andando pela casa com aquelas bolinhas peludas atrás! Mas a mãe não entendia nada dessas coisas.
Um dia, para piorar as coisas, a mãe disse que ía operar a Bela, porque assim ela jamais correria o risco de ter filhotes. Thiago não aguentou, brigaram. Como! Operar a sua gata! Assim já era demais. Resolveu que a mãe iria ter que mudar de idéia, e logo. No dia seguinte, levou a Bela até o quintal do vizinho. Na casa havia um belo gato branco, peludo, que seria um pai perfeito para os filhotes de Bela. Deixou os dois juntos, e esperou. Sabia que Bela estava no cio, e só precisou ficar ali por algumas horas até que o acto fosse consumado. Levou Bela para casa, feliz da vida. A mãe iria ver como seria bom ter os filhotes da Bela. A mãe certamente ficaria muito feliz, ainda mais quando os visse. A mãe iria se encantar com os bichinhos. Claro que se ia convencer. Impossível não se apaixonar.
Como era de se esperar, Bela ficou grávida, e em dois meses, nasceram cinco lindos gatinhos, dois brancos como o pai e três pretos como Bela. Thiago ficou admirado com o tamanho dos filhotes. Achou maravilhoso vê-los mamar. Eram tão lindos! Tão bons de pegar... A mãe, ao contrário, não ficou nada satisfeita com a "aventura" de Bela. Mesmo quando os gatinhos nasceram, não parecia nem um pouco feliz. Dava comida, limpava, e só. Não ficava olhando para eles como Thiago, não parecia amá-los, ao contrário do que se dava com Bela, a quem sempre tinha mimado e tratado como rainha. Thiago achava estranho, mas pensava que isso não duraria muito tempo. Os filhotes cresciam e engordavam. Em breve corriam pela casa, brincando uns com os outros, derrubando-se no chão, escalando os móveis, subindo pelas cortinas. Thiago morria de rir, achava lindas as artes. Mas a mãe olhava com um ar estranho.
Um dia, ao voltar da escola, Thiago não achou mais os filhotes. Ficou desesperado, onde estavam? Perguntou à mãe, que lhe disse simplesmente que os tinha dado para "alguém", de quem não quis dizer o nome. Thiago ficou muito triste, mas achou que os filhotes estariam bem. No dia seguinte, num parque da cidade, viu seis filhotes dentro de uma caixa. Procurou pela mãe deles, mas não viu nada. Mais adiante, encontrou mais dois filhotinhos,bem pequenos, perto de uns canteiros. Passou a prestar mais atenção em volta. Vários olhos espiavam para ele. De repente, pareciam estar em todo o lugar. Gatos nos buracos dos bueiros, gatos por detrás das plantas, gatos onde quer que se olhasse. Gatos... sem dono. Abandonados, largados.
Thiago ficou chocado. Não imaginava que as pessoas fossem capazes de fazer isso. Até então, achava que os gatos que via estavam simplesmente passeando, que os filhotes estivessem esperando pela mãe que os tinha deixado ali para procurar comida... Achava que eram felizes assim, que eram livres, que gostavam de viver sozinhos, que tinham fugido... Que estivessem ali porque quisessem. Mas aqueles filhotes na caixa não poderiam ter fugido. Nem os do canteiro. Não estavam ali esperando pela mãe - ela nunca vinha. Alguém os tinha jogado ali. Confuso, correu para casa, subitamente preocupado com os filhotes da Bela.
A mãe tinha saído, mas no caderninho de anotações do telefone, Thiago viu um número rabiscado, e ligou. Uma senhora atendeu. Disse a Thiago que era a dona de um abrigo, e que os filhotes estavam lá, para ficar com elas. Imediatamente, o menino bolou uma "operação resgate". Pegou um ônibus e foi até ao abrigo. Quando chegou, ficou feliz por tê-los encontrado, mas atônito com a quantidade de gatos que havia ali. Alguns gatos eram ainda menores que os filhotes da bela. Alguns estavam muito doentes, outros estavam mutilados. Havia gatos tristes, outros muito maltratados. A dona do abrigo explicou-lhe que todos os gatos dali tinham sido jogados nas ruas por seus donos, e que existiam pessoas que não gostavam de gatos e faziam com eles todo o tipo de maldades. Thiago não conseguia acreditar. E começou a se perguntar porque deixavam que tivessem filhotes, se iam jogá-los fora. Porque os pegavam, se era para abandoná-los depois?
E de repente se deu conta da grande besteira que havia feito. Havia tantos gatos abandonados ali.Porque havia insistido tanto em deixar que Bela tivesse os filhotes? Porque havia pensado somente em si? Porque não havia parado para pensar no que poderia acontecer com eles? E se desse os filhotes para alguém que os jogasse na rua? E se alguma pessoa ruim os pegasse e os fizesse ficar como aqueles gatos maltratados? Então perguntou para a dona do abrigo o que poderia fazer. Como podis evitar que isso acontecesse? E ela contou a Thiago que havia uma operação muito simples, chamada castração, que faria com que a Bela nunca mais tivesse filhotes, além de protege-la de ter várias doenças no futuro.
Thiago pegou o endereço da clínica que ela indicou, e prometeu que assim que chegasse em casa falaria com a mãe para ligar e levar logo a Bela, antes que fosse tarde demais, e ela resolvesse se encontrar com o gato do vizinho. Foi quando a mãe de Thiago saiu de dentro do abrigo, para surpresa do menino. A mãe contou que tinha trazido os filhotes para o abrigo, para que ele visse com os seus próprios olhos o que poderia acontecer com eles. Foi a única maneira de faze-lo enxergar. E para sua felicidade, disse-lhe que ficariam com todos os flhotes. A casa era grande, e poderiam ficar com os seis gatos. Mas todos seriam castrados.
Thiago sorriu. A mãe podia ser chata às vezes, mas sabia das coisas.
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1 gatinho, dois, três
Moderador: mcerqueira
Oi chamo-me Tânia Vieira e moro em Alcobaça. Adoro gatos e todos os animais sem excepção.
Gostaria de partilhar contigo a minha história verídica do meu Nico. O meu gato o Nico foi encontrado no caixote do lixo com apenas 3 semanas de vida, ele e os outros 3 irmãos. O meu vizinho que os achou entregou-os a pessoas que gostam e cuidam de animais e assim eu fiquei com o Nico. Infelizmente ele morreu há um mês atropelado, mas viveu 1 ano e 5 meses muito felizes. Teve todos os mimos e cuidados veterinários.Agora estou à espera que a gata da minha vizinha tenha as suas crias para ficar com uma gatinha. Mal posso esperar.
Beijinhos
Tânia Vieira
[email protected]
Gostaria de partilhar contigo a minha história verídica do meu Nico. O meu gato o Nico foi encontrado no caixote do lixo com apenas 3 semanas de vida, ele e os outros 3 irmãos. O meu vizinho que os achou entregou-os a pessoas que gostam e cuidam de animais e assim eu fiquei com o Nico. Infelizmente ele morreu há um mês atropelado, mas viveu 1 ano e 5 meses muito felizes. Teve todos os mimos e cuidados veterinários.Agora estou à espera que a gata da minha vizinha tenha as suas crias para ficar com uma gatinha. Mal posso esperar.
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