Problemas!!!

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Moderador: Moinhodoceu

JoanaElectra
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sexta fev 03, 2006 12:31 am

Exactamente...
Joana Andersen
J.A.

"There are other fine dogs, then there are Dobermanns - the dog of dogs" Frank Grover
mimivieira
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sexta fev 03, 2006 8:32 am

;) Não é com canudo que se adequir educação, é de berço ;)
Lambidelas do chico e do massai
mariabogas
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sexta fev 03, 2006 12:03 pm

Bem, os meus pais ensinaram-me que a educação vê-se na forma como as pessoas tratam os outros seres em seu redor, quer humanos, quer animais.

Quanto a questão da cadela ! Bem, eu tenho 3 cadelas e um cão.

Realmente os cães são uns cabeças aluadas quando estão perto de uma cadela com cio. Está-lhes mesmo na natureza :D

Nunca tive problemas entre cães e cadelas. Mas felizmente tenho uma germinada, e o quintal das traseiras está dividido do lateral.

Acho que teve uma boa atitude em esterelizar a sua menina e ainda por cima se não consegue controlar o acesso dos "namoradeiros".

Pessoalmente, nunca esterelizei nenhum animal e espero não vir a ter de o fazer. Mas claro que o meu cão paga um bocadinho por isso, pois na altura do cio, fica sozinho e isolado.

Mas prontos ...

Olha, para se rirem um pouco e esperando que o autor não se importe,


O EMPATA

Já devem saber por esta altura, adoptei um cão. Eu já tinha duas cadelas e agora dei guarida a um cão, que andava aos caídos ali na zona de Carnaxide. O cão, Sharik, é obediente e é meigo… E tudo estava perfeito e harmonioso, sem grandes sobressaltos – apenas uma mija para cima de uma pilha de CDs que eu tinha na sala (mas, no fim de contas, quem nunca mijou para uma pilha de CDs? Não? Hum.)

Dizia eu que tudo estava perfeito e harmonioso até se ter registado uma situação… Um facto da vida, no fundo. Uma coisa com a qual, até hoje, eu lidava com normalidade, até ter um cão, macho, em casa. É que uma das minhas cadelas está desde ontem com o cio. Tivemos de passar por aquela triste figura de lhe vestir umas cuecas próprias para cadela com um penso higiénico próprio para mulher, para evitar que o nosso chão fique com um padrão de pintas vermelhas. Na volta, quem sabe, até fica giro. Mas é daquelas que mais vale não experimentar. Porque há sérias hipóteses que não fique grande coisa. E mesmo que ficasse, depois ia haver pessoas a perguntar: "Ah, que soalho tão original. É moleanos?", e eu teria de responder "não, é menstruação".

Ora, se eu bem conheço as minhas cadelas, a outra cadela deverá estar também a ficar com o cio mais dia menos dia. O que significa que se avizinham uns dias tramados – eu tenho muita pena, mas eu não quero fazer criação de cachorros. Ao mesmo tempo, é óbvio que me faz impressão ver três criaturas a marinhar pelas paredes de desejo e eu ter de assumir o papel do empata. É ingrato. É aborrecido. Eu não gostava que me fizessem isso a mim.

A minha cadela que já está com o cio estava ontem à tarde num jogo de sedução tremendo com o cão. Eu estava a trabalhar, mas estava com um olho nas teclas do computador e outro neles. Como é óbvio, a certa altura eles passaram dos preliminares – que duraram cerca de 10 segundos – para o acto propriamente dito. Ou quase – não fosse eu, assim que eles se estavam a pôr a jeito para a acção, ter de largar o portátil e começar a dizer isto "AAH-AAH-AAH" e a acenar freneticamente à frente deles, para desfazer o arranjinho. É um trabalho chato, mas alguém tem de o fazer.

Como eu respeito imenso os animais, eu dou por mim a pensar: "Realmente, eu gostava que alguém me fizesse isto?". Já se imaginaram? O jogo de sedução… O ambiente a aquecer… Vocês estão prestes a avançar para o acto propriamente dito… e de repente aparece um idiota, que até aí estava sentado ali ao pé num sofá a ver tudo, com um jornal enrolado na mão a dar-vos traulitadas no rabo e no nariz e a dizer "AAH-AAH-AAH! AAH-AAH-AAH!"

É de ir à loucura. E depois eu não consigo explicar a um casal de cães porque é que estou a fazer aquilo, dada a manifesta dificuldade de comunicação entre homens e animais. E eu bem vejo eles a olharem para mim com ar de quem diz "MAS TÁS MALUCO OU QUÊ?"

Eh pá, desculpem. Mas é uma coisa que tem de ser feita. Porque é que ela não faz poses sexy, em cima da almofada dela, e ele não fica a ver e a lamber-se. Ele pode lamber-se. E ela também. Faziam uma coisa sexy à distância e não se falava mais nisso. Mas não. É o chamamento da espécie. Uma coisa que os seres humanos têm, mas com jantares românticos e muita converseta pelo meio. Muita, muita converseta.

No veterinário, aconselharam-me a tirar os testículos ao cão. A primeira coisa que eu perguntei foi: "MAS QUEM, EU? COM QUÊ?" – depois, tranquilizaram-me: "Não, a gente faz isso aqui…". E eu disse: "AH, BOM". Disse isso, mas depois de pensar uns minutos, a ideia não me agradou. E não é porque eu ache que o meu cão tem de ser macho, não é porque eu fique complexado com isso. É porque – o cão é um amigo que a gente tem. Ele confia em nós, esse nosso amigo. E vive connosco. Portanto, vamos passar isto para outro plano, para efeitos comparativos.

Isto era, no fundo, o mesmo que eu e a minha mulher darmos abrigo ao José Carlos Araújo e à mulher dele. Eles viviam connosco. E vamos supor que não tinham filhos. E nós não queríamos ter crianças lá em casa. Então eu, amigo do Zé Carlos, dizia-lhe um dia: "Ó Zé Carlos, anda lá comigo ao médico". E ele: "Mas para quê?". E eu: "Só por ir, Zé Carlos". Chegávamos lá, ele, antes de dizer o que quer que fosse, era anestesiado, e quando acordava não tinha testículos.

Essa é a grande questão, para mim. Eu não sou capaz de mandar tirar os testículos a um amigo. Não me parece bem. Já imaginaram? O Zé Carlos Araújo a chegar a casa… (VOZ FINA) "Olá, querida, tudo bem?", e a esposa dele a dizer: "Anda daí, vamos fazer coisas giras na cama", e ele (VOZ FINA): "Ó querida, é curioso, mas pela primeira vez na minha vida… não me apetece. Importas-te que eu fique só aqui sentado com cara de parvo a olhar para o infinito?"

Pois é. Mas a verdade é esta: uma das minhas cadelas está com o cio, a outra vai a caminho, e o meu cão está doido. Ele está a viver o sonho de qualquer homem. Estar numa casa com duas taradas, ultra-disponíveis. Infelizmente, ele está também a viver o pesadelo de qualquer homem. Estar numa casa com duas taradas, ultra-disponíveis, e com um caixa de óculos pançudo que aparece nos piores momentos a gesticular e a fazer "AAH-AAH-AAH-AAH!".

Mas pensando bem… Eu não tenho de ficar com sentimento de culpa. Porquê? Porque a verdade é que as minhas cadelas já me fizeram o mesmo. A sério, isto é o drama de quem tem cães – eles movem-se em padrões ainda mais imprevisíveis e inesperados do que as crianças, por isso uma vez estava a acontecer magia sobre a cama e de repente senti que os meus dedos dos pés estavam a ser lambidos e não era pela minha cara-metade, porque isso seria fisicamente impossível.

Por isso, vou pensar nestes coitos interrompidos por mim como uma espécie de justiça.

Agora já me sinto muito melhor.
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