Páscoa 2004 foi para esquecer - pelo menos para nós...
Enviado: terça abr 13, 2004 2:36 pm
Espero que todos se tenham divertido nas mini-férias... Para nós foram um calvário... Aqui vai o testamento/testemunho:
Arrancámos na quinta feira de manhã para a serra da Estrela felizes da vida, com a mala do carro cheia de mantas e brinquedos do Calvin, desejosos de ver o nosso bébé aos pinotes na neve.
Chegámos a Tábua, ao empreendimento de turismo rural onde íamos ficar, e mais encantados ficámos: pequenas vivendas em miniatura no meio da floresta, com lagos, patos, caminhos pedonais, enfim... o paraíso para nós e uma delícia para o Calvin, que ia poder correr à vontade pelo mato sem nos preocuparmos com carros, motas, trânsito e lixo. Na recepção informaram-nos que andavam por lá uns cães, mas que não eram perigosos, e ficámos descansados. Aliás, nunca tínhamos encontrado nenhum cão que não soubesse que o Calvin é um cachorro e que não constitui qualquer ameaça...
Até esse dia. Mal saímos do carro em frente ao nosso bungalow, veio um cão de porte médio disparado nem sabemos de onde e atacou o nosso Calvin sem dó nem piedade! Nem nós o vimos, nem o Calvin, que estava aos nossos pés: só quando o ataque estava a decorrer! Felizmente, o Jorge correu logo com o outro enquanto eu corria para o Calvin... e fiquei estática quando o vi a sangrar imenso da pata esquerda traseira!
Comecei logo a chorar... O Jorge correu a ir buscar uma toalha molhada e outra seca, metemo-nos no carro e voámos até à vila de Tábua em busca de um vet. A uma Sexta-Feira Santa, não foi nada fácil. Tivemos de ir até Santa Comba Dão, procurar a clínica Veterinária e ligar para as urgências, isto tudo com o Calvin ao meu colo a sangrar, e nós completamente em pânico!
Felizmente, o vet não demorou quase nada a aparecer e fez-se, então, o curativo. A sorte é que o Calvin ainda tem as patinhas fininhas e os dentes do outro cão passaram quase todos ao lado, menos um deles. E também teve a sorte de não lhe atingir a artéria principal da perna, senão, segundo o vet, tinha sido muito grave...
Voltámos ao local do nosso alojamento e nem queiram saber a tourada que fizemos naquela recepção. Eu estava capaz de me atirar ao pescoço do homem e desfazê-lo com as minhas próprias mãos (que ainda estavam todas sujas do sangue). Ele ainda tentou argumentar que os cães não eram deles, apenas andavam por ali, mas nós cortámos-lhe logo as vazas, como se costuma dizer. Primeiro, eles sabiam que nós levávamos um cão e não nos disseram que existiam no parque outros cães. Pelo contrário, quando nos deram a notícia, à chegada, ainda garantiram que os cães não eram perigosos. Segundo, não interessa que os cães não sejam deles; eles são responsáveis pela segurança dos hóspedes dentro do empreendimento, independentemente da causa. E por último, ninguém nos vai nunca compensar o susto, a aflição e o sofrimento do cachorro, que é como um filho para nós! Gostei especialmente do argumento: "Não temos culpa que não exista um veterinário aqui perto e que tivessem de ir tão longe!" Estão a imaginar a nossa cara! "Pois não", dissemos nós, "mas se os senhores fossem responsáveis, nem íamos precisar de um vet logo à partida!" É preciso ter lata!
Escusado será dizer que o homem teve de devolver o dinheiro da estadia e pagar o tratamento veterinário, que não foi nada barato, e escusado será também dizer que saímos imediamente daquele sítio malfadado.
Eu só queria voltar para Lisboa, para a nossa casa, mas entretanto já passava das 8 da noite e estávamos estafados. Lá fomos então até Viseu, onde o vet nos indicou que havia um hotel Ibis (onde aceitam animais) e lá descansámos, tanto quanto os nervos em franja nos permitiram.
A manhã seguinte reservou-nos novos problemas: o Calvin acordou a coxear terrivelmente. Nova corrida por Viseu em busca de urgências veterinárias, ao Sábado de Páscoa... e ficámos a saber que a ferida, de aspecto inofensivo, estava a começar a infectar, por ser muito profunda.
Agora, além dos antibióticos e inflamatórios que o Calvin tem de tomar, temos de lhe mudar o penso todos os dias, injectando um desinfectante no interior da ferida, seguido de um cicatrizante, e manter o orifício aberto até a ferida cicatrizar de fora para dentro... Só chatices...
Ainda assim, a vet disse-nos que não valia a pena desperdiçar a viagem à neve, e que o frio até era benéfico. Além disso, também era importante para o Calvin brincar e viver novas experiências, para evitar o trauma, pois ele já mostrava indícios disso: estava medroso, assustadiço, até das gamelas da comida ele tinha medo - tivemos de o alimentar à mão nesses dias.
Ao menos adorou a neve, fartou-se de pular, escavar e escorregar no gelo! E nós satisfeitos por vê-lo tão contente, embora dorido...
O que é certo é que eu nunca vi um cão tão feliz por regressar a casa! Ontem, quando chegámos, deviam ter visto os pulos de satisfação que ele deu por voltar a casa!
Portanto, espero mesmo que as vossas férias tenham sido bem melhores do que as nossas... Não ganhámos para o susto...
Arrancámos na quinta feira de manhã para a serra da Estrela felizes da vida, com a mala do carro cheia de mantas e brinquedos do Calvin, desejosos de ver o nosso bébé aos pinotes na neve.
Chegámos a Tábua, ao empreendimento de turismo rural onde íamos ficar, e mais encantados ficámos: pequenas vivendas em miniatura no meio da floresta, com lagos, patos, caminhos pedonais, enfim... o paraíso para nós e uma delícia para o Calvin, que ia poder correr à vontade pelo mato sem nos preocuparmos com carros, motas, trânsito e lixo. Na recepção informaram-nos que andavam por lá uns cães, mas que não eram perigosos, e ficámos descansados. Aliás, nunca tínhamos encontrado nenhum cão que não soubesse que o Calvin é um cachorro e que não constitui qualquer ameaça...
Até esse dia. Mal saímos do carro em frente ao nosso bungalow, veio um cão de porte médio disparado nem sabemos de onde e atacou o nosso Calvin sem dó nem piedade! Nem nós o vimos, nem o Calvin, que estava aos nossos pés: só quando o ataque estava a decorrer! Felizmente, o Jorge correu logo com o outro enquanto eu corria para o Calvin... e fiquei estática quando o vi a sangrar imenso da pata esquerda traseira!
Comecei logo a chorar... O Jorge correu a ir buscar uma toalha molhada e outra seca, metemo-nos no carro e voámos até à vila de Tábua em busca de um vet. A uma Sexta-Feira Santa, não foi nada fácil. Tivemos de ir até Santa Comba Dão, procurar a clínica Veterinária e ligar para as urgências, isto tudo com o Calvin ao meu colo a sangrar, e nós completamente em pânico!
Felizmente, o vet não demorou quase nada a aparecer e fez-se, então, o curativo. A sorte é que o Calvin ainda tem as patinhas fininhas e os dentes do outro cão passaram quase todos ao lado, menos um deles. E também teve a sorte de não lhe atingir a artéria principal da perna, senão, segundo o vet, tinha sido muito grave...
Voltámos ao local do nosso alojamento e nem queiram saber a tourada que fizemos naquela recepção. Eu estava capaz de me atirar ao pescoço do homem e desfazê-lo com as minhas próprias mãos (que ainda estavam todas sujas do sangue). Ele ainda tentou argumentar que os cães não eram deles, apenas andavam por ali, mas nós cortámos-lhe logo as vazas, como se costuma dizer. Primeiro, eles sabiam que nós levávamos um cão e não nos disseram que existiam no parque outros cães. Pelo contrário, quando nos deram a notícia, à chegada, ainda garantiram que os cães não eram perigosos. Segundo, não interessa que os cães não sejam deles; eles são responsáveis pela segurança dos hóspedes dentro do empreendimento, independentemente da causa. E por último, ninguém nos vai nunca compensar o susto, a aflição e o sofrimento do cachorro, que é como um filho para nós! Gostei especialmente do argumento: "Não temos culpa que não exista um veterinário aqui perto e que tivessem de ir tão longe!" Estão a imaginar a nossa cara! "Pois não", dissemos nós, "mas se os senhores fossem responsáveis, nem íamos precisar de um vet logo à partida!" É preciso ter lata!
Escusado será dizer que o homem teve de devolver o dinheiro da estadia e pagar o tratamento veterinário, que não foi nada barato, e escusado será também dizer que saímos imediamente daquele sítio malfadado.
Eu só queria voltar para Lisboa, para a nossa casa, mas entretanto já passava das 8 da noite e estávamos estafados. Lá fomos então até Viseu, onde o vet nos indicou que havia um hotel Ibis (onde aceitam animais) e lá descansámos, tanto quanto os nervos em franja nos permitiram.
A manhã seguinte reservou-nos novos problemas: o Calvin acordou a coxear terrivelmente. Nova corrida por Viseu em busca de urgências veterinárias, ao Sábado de Páscoa... e ficámos a saber que a ferida, de aspecto inofensivo, estava a começar a infectar, por ser muito profunda.
Agora, além dos antibióticos e inflamatórios que o Calvin tem de tomar, temos de lhe mudar o penso todos os dias, injectando um desinfectante no interior da ferida, seguido de um cicatrizante, e manter o orifício aberto até a ferida cicatrizar de fora para dentro... Só chatices...
Ainda assim, a vet disse-nos que não valia a pena desperdiçar a viagem à neve, e que o frio até era benéfico. Além disso, também era importante para o Calvin brincar e viver novas experiências, para evitar o trauma, pois ele já mostrava indícios disso: estava medroso, assustadiço, até das gamelas da comida ele tinha medo - tivemos de o alimentar à mão nesses dias.
Ao menos adorou a neve, fartou-se de pular, escavar e escorregar no gelo! E nós satisfeitos por vê-lo tão contente, embora dorido...
O que é certo é que eu nunca vi um cão tão feliz por regressar a casa! Ontem, quando chegámos, deviam ter visto os pulos de satisfação que ele deu por voltar a casa!
Portanto, espero mesmo que as vossas férias tenham sido bem melhores do que as nossas... Não ganhámos para o susto...