Glandulas perianais
Enviado: segunda ago 11, 2003 9:01 am
Olá:
Uma vez que este tem sido um assunto ampalmente questionado neste fórum, resolvi "colar" aqui parte de um artigo sobre este assunto.
Comunicar com os Odores
Segundo parece, por causa da distorção forçada que determinadas características físicas sofrem por causa da selecção (orelhas longas e penduradas ou cortadas, cauda cortada, corpo exageradamente alongado, etc.), os cães domésticos utilizam menos a linguagem do corpo do que os lobos ou do que os outros canídeos e recorrem, com frequência, à emissão de mensagens olfactivas. Este tipo de mensagens tem a vantagem de permanecer no ar durante certo tempo e, além disso, resultam particularmente úteis nas zonas de vegetação espessa nas quais a visibilidade imediata é má e, portanto, a comunicação visual piora. Podem reconhecer-se dois tipos de comunicação olfactiva: através da deposição de urinas ou de fezes ou através do próprio odor do cão, que se deve sobretudo a secreções glandulares.
Fezes e urina. Todos os canídeos as utilizam (e em geral os animais selvagens) para "marcar", isto é, para dar a conhecer, através da deposição de fezes, urina ou secreções glandulares, os limites do seu território, o estatuto social de quem as produziu. Certas observações demonstraram que, em muitos casos, os cães defecam mais quando não estão seguros pela trela e quando os donos não estão presentes, apesar de não ser óbvia ainda a motivação deste comportamento nem se poder transformar numa regra extensível a todos os cães.
Um dos comportamentos mais reconhecíveis dos cães é levantar a pata durante a micção; um cão dominante levanta a pata muito mais frequentemente do que um cão subordinado e pode acontecer que uma fêmea se comporte do mesmo modo. Quando um cão levanta a pata, mesmo sem urinar, é óbvio que este comportamento representa uma exibição de domínio sobre os outros cães presentes.
Outro comportamento típico é a super-marcação, isto é, urinar sobre a urina de outro cão. Pode observar-se também como os cães raspam a terra com as patas posteriores nos locais onde acabaram de depositar as fezes e a urina: esta acção poderia ter múltiplos significados, entre os quais assinalamos o de espalhar pelo meio o próprio odor ou talvez o de incluir rastos odoríficos procedentes das glândulas situadas entre as almofadas ou então o de acrescentar um sinal visual às marcas olfactivas depositadas com os excrementos.
Outros tipos de odores. Incluem-se sob esta epígrafe todos os sinais que os cães emitem, graças a secreções provenientes de glândulas especiais da pele que costumam estar situadas na face, na cauda, entre as almofadas dos dedos e nas zonas anais e perianais.
As secreções glandulares anais têm duas funções: reforçar as marcas territoriais por meio de secreções voluntárias e tipo oleoso, geralmente como resposta à invasão do território por parte de intrusos; outras vezes são emitidas independentemente da deposição de fezes, sobretudo quando o animal sofre stress ou tem medo. Outros odores de tipo geral são os emiti dos pelas glândulas da pele, que produzem secreções gordas, e os das glândulas sudoríparas, que produzem secreções de tipo aquoso.
Podemos dizer, em geral, que as secreções glandulares são emitidas para comunicar o próprio estatuto social, sexual ou emocional; para dar um exemplo prático, pensemos em dois cães que se encontram pela primeira vez e que põem em jogo uma série de comportamentos rituais associados à inspecção olfactiva sobretudo da zona da cabeça, do ânus e dos genitais. As fêmeas, independentemente do sexo do outro animal, inspeccionam a zona da cabeça e os machos a posterior. Além disso, se se tratar, sobretudo, de exemplares dominantes, um cão inspecciona o outro tentando ao mesmo tempo limitar, no possível, a exposição ao exame olfactivo do outro (a não ser que se trate de uma fêmea com cio e de um macho: neste caso, a primeira permitirá que o macho inspeccione a região anal).
"Labrador.no.sapo.pt"
Uma vez que este tem sido um assunto ampalmente questionado neste fórum, resolvi "colar" aqui parte de um artigo sobre este assunto.
Comunicar com os Odores
Segundo parece, por causa da distorção forçada que determinadas características físicas sofrem por causa da selecção (orelhas longas e penduradas ou cortadas, cauda cortada, corpo exageradamente alongado, etc.), os cães domésticos utilizam menos a linguagem do corpo do que os lobos ou do que os outros canídeos e recorrem, com frequência, à emissão de mensagens olfactivas. Este tipo de mensagens tem a vantagem de permanecer no ar durante certo tempo e, além disso, resultam particularmente úteis nas zonas de vegetação espessa nas quais a visibilidade imediata é má e, portanto, a comunicação visual piora. Podem reconhecer-se dois tipos de comunicação olfactiva: através da deposição de urinas ou de fezes ou através do próprio odor do cão, que se deve sobretudo a secreções glandulares.
Fezes e urina. Todos os canídeos as utilizam (e em geral os animais selvagens) para "marcar", isto é, para dar a conhecer, através da deposição de fezes, urina ou secreções glandulares, os limites do seu território, o estatuto social de quem as produziu. Certas observações demonstraram que, em muitos casos, os cães defecam mais quando não estão seguros pela trela e quando os donos não estão presentes, apesar de não ser óbvia ainda a motivação deste comportamento nem se poder transformar numa regra extensível a todos os cães.
Um dos comportamentos mais reconhecíveis dos cães é levantar a pata durante a micção; um cão dominante levanta a pata muito mais frequentemente do que um cão subordinado e pode acontecer que uma fêmea se comporte do mesmo modo. Quando um cão levanta a pata, mesmo sem urinar, é óbvio que este comportamento representa uma exibição de domínio sobre os outros cães presentes.
Outro comportamento típico é a super-marcação, isto é, urinar sobre a urina de outro cão. Pode observar-se também como os cães raspam a terra com as patas posteriores nos locais onde acabaram de depositar as fezes e a urina: esta acção poderia ter múltiplos significados, entre os quais assinalamos o de espalhar pelo meio o próprio odor ou talvez o de incluir rastos odoríficos procedentes das glândulas situadas entre as almofadas ou então o de acrescentar um sinal visual às marcas olfactivas depositadas com os excrementos.
Outros tipos de odores. Incluem-se sob esta epígrafe todos os sinais que os cães emitem, graças a secreções provenientes de glândulas especiais da pele que costumam estar situadas na face, na cauda, entre as almofadas dos dedos e nas zonas anais e perianais.
As secreções glandulares anais têm duas funções: reforçar as marcas territoriais por meio de secreções voluntárias e tipo oleoso, geralmente como resposta à invasão do território por parte de intrusos; outras vezes são emitidas independentemente da deposição de fezes, sobretudo quando o animal sofre stress ou tem medo. Outros odores de tipo geral são os emiti dos pelas glândulas da pele, que produzem secreções gordas, e os das glândulas sudoríparas, que produzem secreções de tipo aquoso.
Podemos dizer, em geral, que as secreções glandulares são emitidas para comunicar o próprio estatuto social, sexual ou emocional; para dar um exemplo prático, pensemos em dois cães que se encontram pela primeira vez e que põem em jogo uma série de comportamentos rituais associados à inspecção olfactiva sobretudo da zona da cabeça, do ânus e dos genitais. As fêmeas, independentemente do sexo do outro animal, inspeccionam a zona da cabeça e os machos a posterior. Além disso, se se tratar, sobretudo, de exemplares dominantes, um cão inspecciona o outro tentando ao mesmo tempo limitar, no possível, a exposição ao exame olfactivo do outro (a não ser que se trate de uma fêmea com cio e de um macho: neste caso, a primeira permitirá que o macho inspeccione a região anal).
"Labrador.no.sapo.pt"