Recomendo francamente a leitura do livro da falecida FRIEDERUN STOCKMANN, nascida na em Riga (Lituania), em 1891 e falecida em Bayern (Alemanha) em 1972, “Uma vida com o Boxer”.
http://www.clikkailboxer.com/upload_php ... ckmann.jpg
É em italiano mas lê-se muito bem. Esta distinta senhora começou a criar a raça antes da I Guerra Mundial, continuando nessa profissão de fé ininterruptamente até à sua morte, sob o prestigiado afixo Boxer von Dom.
Foi distinta juíza internacional, julgando em todo o mundo, sendo os seus cães uma referencia na raça boxer.
O testemunho que ela dá da utilização do BOXER pelos alemães, durante as 1ª e 2ª guerras mundiais, é bastante esclarecedor quando às valências que o Boxer pode ter – como guarda de pessoas, como cão de defesa e como mensageiro.
Tudo depende do carácter individual e do aproveitamento que dele possamos fazer, com o devido treino e condicionamento.
Funcionalmente, como aliás se passa também com outras raças, é um cão multifacetado e polivalente. Emocionalmente, é um cão equilibrado que, pela sua predisposição natural, se converte numa verdadeira terapia de boa disposição com 4 patas.
O melhor conselho que aqui foi postado, para o forista indeciso, foi este:
CindelP Escreveu:
Quando for comprar o seu cão, (…), pergunte ao criador que tipo de testes temperamentais faz aos cães dele, de forma a garantir as características inatas à raça
Da dica da Nanci, apenas me permiti retirar a raça boxer, porque considero a sugestão válida para todas as raças sujeitas a trabalho.
JoanaElectra Escreveu:
Acho que o Boxer não está talhado para nada lol
Gostos e opiniões não discuto, embora me custe um pouco o fundamentalismo. O que vale é o sorriso no final da frase …
Sem facciosismos, não posso concordar com esta nossa amiga.
CindelP Escreveu:
No entanto, penso que o dever dos criadores é manter a raça fiel às origens. A nível morfológico e especialmente a nível funcional.
Até porque foi devido a essa mesma necessidade funcional que se criou a raça.
Aqui é que “a porca torce o rabo”.
A sociedade actualmente não incentiva as raças denominadas “funcionais”, isto é, aquelas que foram desenvolvidas com um objectivo determinado (guarda, trabalho, protecção, defesa).
Muitas das raças actualmente classificadas como “potencialmente perigosas” pelo abortóide do Decreto-lei nº 312/2003, regulamentada pela Portaria nº 422/2004, estão lá contempladas apenas pela dimensão da mandíbula, porte do cão e especificidades rácicas – precisamente as características que estiveram na fixação e definição dessa raça.
É ilógico, não ?
Actualmente, a sociedade classifica tudo assim :
- A “coisa” tem utilidade/aplicabilidade actual ? (p.ex. animais de defesa)
- A “coisa” é economicamente viável de manter ?
- A “coisa” pode ser arrumada e não causa transtornos sociais ?
Um NÃO, implica a tentativa de erradicação do supérfluo, neste caso, das raças “desnecessárias”.
CindelP Escreveu:
Dei uma pequena olhadela ao estalão do boxer, em que descreve um cão corajoso de presa, um motivado cão de trabalho e um excelente cão de guarda.
Testar a coragem e a capacidade protectora de um cão é algo muito simples - por exemplo, os ZTPs.
Ir com os cães a expôs de beleza é mais simples do que TRABALHAR COM ELES.
E depois há quem tenha receio de que um cão, excelente em beleza, possa revelar-se uma desilusão relativamente ao carácter (tímido, assustadiço) e como tal até fogem de os levar aos testes que se fazem nas monográficas.
Na minha opinião (não carece de contestação, é a minha, ok?) os clubes de raça terão um trabalho importante a desenvolver num futuro, espero que próximo, no sentido de que
- os testes de carácter venham a ser OBRIGATÓRIOS para a certificação de exemplares aptos para cria.
- continuando a existir o título de “campeão de beleza”, este não seria homologado sem o teste de carácter
----- este poderia ser obtido após a aquisição dos pontos necessários ao título de beleza, num prazo limite de 12 meses
----- caso o cão já tivesse efectuado e passado o teste de carácter antes atingir a pontuação para o campeonato de beleza, o titulo seria de imediato homologável
Seria bom que, com organização e empenho de todos – CPC, clubes de raça e proprietários de exemplares - se conseguisse vir a ter em Portugal “grupos de trabalho” disseminados pelo país e não apenas perto dos grandes centros urbanos.
Nestes pessoas que gostam desta modalidade e da canicultura poderiam encontrar orientação especializada e credenciada para treinar com os seus exemplares, visando a organização de provas de trabalho direccionadas para os respectivos títulos e certificação internacionais.
Um abraço