Caro Rossa, a minha intervenção vem noutro sentido.
Em 1999 comprei uma Boxer, a Riskas. Nada sabendo sobre criadores, ou os esquemas das lojas de animais, e porque até à data tinhamos tido 3 cães todos oferecidos e para superar um trauma que agora não vem ao caso, depois de ler sobre carácter das várias raças, decidi comprar um Boxer, e para tal, dirigi-me a uma loja de animais e de lá veio a Riskas. Para os meus olhos, ela era e é linda, e é uma boxer.
Passados uns anos, no final de 2002, decidimos lá em casa cruzar a Riskas, mais uma vez, na ignorância do que seria a criação em si, e porque um idiota de um Veterinário disse que seria a única maneira (sem ser esterilizar, que é outro assunto que dá pano para mangas) de parar com as sucessivas gravidezes psicológicas da Riskas.
Pesquisei por um cão, fez-se a cruza e a Riskas engravidou. Teve os cachorros e foram vendidos "baratinhos". Lhe garanto que não ganhamos muito com isso, as despesas de ter uma ninhada são de facto muitas, e para mais, as nossas não incluiram deslocação para cobrição com um macho de renome, não incluiram testes de consaguinidade, displasias, deslocações a exposições de beleza para avaliar o carácter e a "beleza" da Riskas enquanto boxer. Mas incluiram cuidados com a Mãe e os cachorros.
Tivemos cuidado claro, ela foi seguida pelo Veterinário, fez ecografias, testes ao sangue, enfim, correu tudo bem, inclusivé o parto...mas repare, foi SORTE....porque a nossa experiência era nula e os conhecimentos muito poucos.
Passados uns tempos, comecei a vir à Arca e a frequentar exposições, conhecendo melhor o estalão da raça Boxer...e realmente nunca deveria ter feito esta cruza, porque há tanta gente a querer melhorar a raça e que o faz com tanto Amor, tanta pesquisa, tanto trabalho...e como eu, a fazer ninhadas ao "acaso" há muitos...até agora não sei de nenhum dos cachorros que tenha tido um problema grave, inclusivé eu fiquei com uma e recusei muitos compradores porque realmente ainda há gente mais ignorante que eu, e também tive algum cuidado para não colocar cachorros em lojas.
Isto tudo para lhe dizer, o preço de um bom exemplar é alto, mas na maior parte das vezes, justo. Tivemos sorte com a ninhada, e os compradores dos cães também, mas podia ter sido a morte da Riskas e o fazer nascer 7 cachorros com alguma deficiência grave.
Agora sei, e não me envergonho de contar a minha experiência para todos os que como o Rossa aparecerem a pedir cães baratos ou dados. A qualidade tem um preço, é como tudo. E claro que ninguém retira o Amor que se sente pelos bichos, eu já não sei o que seria se a Zeta (a filhota que ficou conosco) não estivesse lá, e é saudável e tudo mais, mas poderia ter dado para o torto. Adoro a raça, e por isso não vou contribuir novamente para a estragar mais. Vou-me limitar a ser DONA de boxer e não criadora.
Já lhe deram aqui os nomes de bons criadores, visite-os e quase que lhe garanto que não se vai arrepender de dar uma soma mais elevada.
Se o que lhe interessa é ter um cão, independentemente da raça, recomendo a adopção num canil, não faltam por aí caes de todos os tamanhos e feitios. Eu própria adoptei uma rafeira velhota, e o Amor em retorno não tem preço.
