sexta mar 03, 2006 12:23 pm
Boa tarde.
Eu concordo em absoluto com as opiniões fos restantes forista.
Segundo a maioria dos clubes de raça internacionais, a idade mínima fiável para realizar o despiste da displasia da anca e dos cotovelos é aos 18 meses. A título de exemplo posso dizer que por exemplo na raça Pastor Alemão a a fiabilidade de detecção por radiografia é de 16% aos 6 meses de idade, 70% ao ano de idade ,82% aos 18 meses de idade e 95% aos 2 anos de idade.
No seu caso, a fiabilidade, e visto tratar-se de um São Bernardo, rondará praticamente os 0%.
É virtualmente impossível realizar um despiste com a qualidade desejável num cachorro de 5 meses, cuja estrutura se encontra numa fase de alterações morfológicas profundas e extremamente rápidas.
A sintomatologia clínica da displasia só se começa a apresentar, e em casos extremamente graves, em animais de 6 a 12 meses (aqui considerando todas as raças), sendo que esta sintomatologia se apresenta em episódios mais ou menos intermitentes e resulta da existência de microfracturas, microfracturas essas que ossficam rapidamente desaparecendo nestes períodos os sintomas.
Típicamente a grande maioria dos São Bernardos apresenta dores de crescimento em cachorros, dores que provocam até ao ano, ano e meio de idade, frequentes episódios de coxear, ora da pata esquerda, ora da direita, da frente da de trás, e que por vezes impossibilitam temporariamente o cachorro de se movimentar convenientemente. Dores essas que muitos de nós experimentámos em crianças.
O problema é que a maioria dos proprietários, alarmados pela fobia da displasia, se dirigem por vezes a veterinários não tão qualificados para a realização de exames de displasia, especialmente no que respeita a raças gigantes.
As raças gigantes possuem características especiais, um simples exemplo, a gravidade da displasia da anca é medida pela maioria dos veterinários pelo ângulo de Norberg-Olson, segundo um padrão independente da raça ou tamanho do animal.
Todas as directrizes emanadas pelos principais organismos mundiais da raça São Bernardo, apontam hoje para graus distintos e adaptados à dimensão e estrutura da raça, que são dispares do padrão dito "normal" utilizados pelos veterinários, padrão este que leva na maioria dos casos a classificações erróneas, e a cirurgias que nunca deveriam ser realizadas.
Existe hoje uma entidade mundial, sediada na alemanha, que analisa todos os raios-X de displasia efectuados a São Bernardos no mundo por um valor simbólico. O proprietário deverá realizar o exame de displasia em veterinários especializados (sugerindo o hospital veterinário do Porto ou a Faculdade de Medicina Veterinária de Lisboa, a título de exemplo), e posteriormente enviar a mesma para a referida faculdade na alemanha, para que seja efectuada a leitura adaptada e como tal correcta do grau de displasia.
Se ainda não operou o seu SB sugiro-lhe fortemente que não o faça, espere e dirija-se a um veterinário especializado, sob pena de sujeitar o seu pequenote a uma operação sem sentido, e prejudicar irremediavelmente a qualidade de vida do mesmo.
MA