drummondville Escreveu:Ora olá a todos;
Olá kikas, em relação à presença de cães potencialmente perigosos em ringues de exposições, como deve compreender, se o evento é canino é perfeitamente normal que os mesmos cães potencialmente perigosos estejam igualmente presentes.
Na minha óptica não existem cães potencialmente perigosos, mas donos, actos e reacções potencialmente perigosos para o momento e para os intervenientes.
Sou da opinião que tanto os proprietários dos cães de grande porte, como dos responsáveis pela educação das crianças mais pequenas e das maiores também, são responsáveis de parte a parte. Isto porque as coisas não devem ser medidas pela mesma bitola, depois há outro detalhe. Um cão que esteja com carapuço na cabeça tem à partida mais probabilidades de se tornar imprevisível da sua agressividade potencial. Eu não gostaria de andar com uma carapuça na cabeça, penso que qualquer pessoa também não.
Existe uma extrema falta de educação por parte de alguns pais em relação aos seus filhos e na preparação para o mundo exterior às suas habituais 4 paredes, por vezes não existe uma preparação de como deverá a criança lidar com a apresentação a um exemplar canino, estando assim desprotegida e desprevenida para uma valente dentada, um ladrar mais forte e grosseiro, um empurrão de um cão maior ou uma cara lavada de tantas lambidelas. Há junto de crianças e cães as mais variadas reacções, basta dizer que os cães são tão imprevisíveis quanto as crianças… palavras para quê?
Mas em mais de 10 anos que fazemos exposições, os pais não têm qualquer “controlo de educação” nos seus filhos e para quem apresenta PEKES em exposições sabe perfeitamente do que se trata, quando chegam milhentas crianças das maiores, ás mais pequenas, para jogar mãos e braços para tocar na pelagem de um dos cães em apresentação e tudo assim tão de repente.
Quem se iria responsabilizar pelas crianças que metem mãos em tudo?
Ora tanto em cão grande como pequeno as mães devem ter consciência de que se tratam de cães.
Em relação a situações com cães de grande porte, quando a falha vem do respectivo dono do cão que por sua vez não teve o devido controlo, o dono desse respectivo cão, seja ele pequeno ou grande, a responsabilidade legal é mesmo do dono do cão.
Na realidade a melhor opção é mesmo optar por uma “condução defensiva” não vá o diabo tecer, eu pessoalmente não gosto de ter os meus cães à mão de semear, se tivesse crianças na minha responsabilidade num recinto de exposições não gostaria de ter as mesmas crianças ao “Deus dará da Sua Sorte”.
Nos dias que correm em que se vêm a perder alguns valores na sociedade, no que toca a respeito pelo mais próximo, presumo que a atitude defensiva é o melhor partido.
Cumprimentos aos demais e tenham atenção aos vossos meninos.
Miguel
Uma vez mais, eu não me referi aos cães em exposição dentro dos recintos do ringue, referi-me aos cães trazidos por visitantes, como eu, à exposição e já tinha referido isso anteriormente. E o que é de lei, é de lei, se têm de andar com açaime e trela, então a lei é para cumprir, se não gostam que os seus animais andem de carapuço, têm bom remédio, ou optam por deixá-los em casa, ou optam por outra raça. Quanto a crianças mal educadas, existem sim senhor, os meus não tocam em nenhum animal que não conheçam, assim mesmo, será suficiente para evitar um ataque de um cão PP? Não, a maioria das notícias que se ouvem na comunicação social, em nenhuma ouvi que a criança ou o adulto tivessem feito festas ao animal. Aliás, nos dias que correm também duvido que algum pai o permitisse. Agora as crianças têm uma atracção natural por animais, por vezes impossível de reprimir, e isso não tem a ver com educação. Educação é ensiná-los a não maltratar os animais, a amá-los e respeitá-los e acho perfeitamente normal que uma criança ao ver um cão, sinta uma vontade irreprimível de o acariciar. Querem ver que sou eu que tenho de colocar trelas nos meus filhos ????? Ou transportá-las em gaiolas à prova de cães???
Cito o art.º 6 do Decreto-Lei n.º 312/2003
de 17 de Dezembro
(com as alterações introduzidas pela Lei n.º 49/2007, de 31 de Agosto)
"Artigo 6.º
Dever especial de vigilância"
Incumbe ao detentor do animal o dever especial de o vigiar, de forma a evitar que este ponha em risco a vida ou a integridade física de outras pessoas e animais.
No artigo 8º, lê-se
"2 - Sempre que o detentor necessite de circular na via pública ou em lugares públicos com os animais a que se refere este diploma, deve fazê-lo com meios de contenção adequados à espécie e à raça ou cruzamento de raças, nomeadamente caixas, jaulas ou gaiolas, ou açaimo funcional que não permita comer nem morder e, neste caso, devidamente seguro com trela curta até 1 m de comprimento, que deve estar fixa a coleira ou a peitoral."
Eu tenho a razão e a lei do meu lado, não reclamei na altura, devido à enorme confusão, mas já o fiz, através dos canais e entidades adequados
O que está aqui em causa é que paguei uma entrada para um evento, com regras de segurança específicas, de acordo com a lei, e as mesmas não foram cumpridas, colocando em risco a segurança dos visitantes, era mais importante o boletim de vacinas do animal, apresentado à entrada, do que a verificação das condições de segurança. E, mesmo os cães de exposição, não li em nenhuma parte do decreto-lei, que possam andar sem trela e açaime, posso até admitir que o possam fazer
dentro de um ringue de exposição, mas fora, não e, também, não vi nenhum nessas condições.
Já agora deixo um link para o decreto em causa.
http://whippetp.no.sapo.pt/dec%20lei%20312.htm#T
Aproveito para discordar de que os pais não têm qualquer controlo na educação dos seus filhos, para quem não quer julgar todos pela mesma bitola, parece-me um comentário bastante preconceituoso e, talvez, de quem não tenha filhos. Talvez existam crianças que se sintam, naturalmente, atraídas para o contacto com animais, não acho isso sinónimo de má-educação, pode sempre fazer o reparo aos pais, por exemplo. Quando passeio na rua com o Tai Zu e aposto que acontece com a maioria de donos de cães, existem sempre crianças e adultos que querem fazer uma festa. Uns pedem, outros não. É inerente à condição de se ter um cão, compete-me a mim avisar para os riscos, coisa que faço, o meu cão é um cachorro que gosta de morder, por vezes magoa. Penso ser inerente também à condição de quem tem animais de exposição, mas podem sempre optar por não expô-los ou fazer um baixo-assinado para que as crianças não entrem no recinto. Vi muitos expositores com os seus cães em sítios inacessíveis, para quem quer que fosse. Penso ser a atitude a tomar, se algum dia enveredasse por essa via, faria o mesmo.