Carta da Kena para a Moya
Enviado: sexta fev 20, 2004 3:38 am
Querida Dona:
Que aconteceu que de repente me vi numa caixinha pequenina, num carro que eu não conhecia e com uma senhora que eu nunca tinha visto mais gorda? Será que resolveste dar-me para adopção?
Olha, eu quase não consegui dormir na viagem. Bem esgravatava a caixa a ver se a abria, mas não consegui. De vez em quando a tal senhora parava o carro e deixava-me vir um pouquinho para fora, mas até parecia que tinha medo de pegar em mim, terá sido por causa daquela “mordidinha” insignificante que lhe dei? Não percebo porque foi preciso ela pôr um penso. Há gente que gosta de armar! Ainda por cima só me deu pão e água durante o percurso que foi demorado, quase 4 horas. Ao pão chamei-lhe um figo e tinha-me sabido melhor se tivesse conseguido apanhar o dedo que estava junto, mas além de não conseguir, ainda levei um piparote! Achei melhor ficar quietinha.
Finalmente o carro parou e fui apresentada a um macho muito giro, branquinho e de olho vermelho. Quando me viu, assobiou logo, o galanteador! Acho que me estava a cantar um fadinho e eu gostei tanto que saltei para cima da gaiola dele a procurar a porta de entrada, mas qual quê, parecia aqueles namoros antigos entre grades, só com a diferença que a dama estava cá fora e o cavalheiro atrás das grades. Mas ainda deu para lhe dar uns beijitos e também resolvi cantar-lhe um fadinho para lhe mostrar que não era só ele que tinha jeito de artista.
Ás tantas abriram a gaiola do tal, que eu ouvi que se chamava Messieur Opale (será brasonado? Era giro ter uns filhotes com o olho vermelho e com pergaminhos).
Foi uma alegria o nosso encontro! Parecia que nos conhecíamos há anos! Abraçámo-nos, enrolámo-nos, mordiscámo-nos, mas ele foi um cavalheiro. Ouvi a senhora falar com um senhor para agarrar o tal Opale se ele me mordesse no pescoço e me saltasse para cima, mas não. Via-se que ele era bem educado.
Ou será que os meus atractivos ainda não são suficientemente apelativos? Oh!, às tantas ele é gay e eu a pensar que é delicadeza…
Olha, o que é certo é que ele passou a noite inteira a cheirar-me e a cantarolar. Mas eu não deixei os meus créditos por mãos alheias e também o fui cheirando.
Fartei-me de brincar, de cheirar a casa toda, de comer a comida dele (até que gostei, era bem saborosa).
Mas já é quase uma hora da madrugada e eu estou cheia de sono, vou ver se durmo para amanhã acordar bonita. A senhora arranjou uma gaiola pequena colocou lá a minha caminha e o meu prato de comida, será que é para mim? A gaiola do Opale é bem maior e eu sempre ouvi dizer que as visitas devem ser bem recebidas de modo que prefiro ir para lá dormir. Se não, ela que aprenda boas maneiras que ainda vai a tempo.
Amanhã conto-te mais novidades.
Uma lambidela esperando que não me esqueças, da tua
Kena
Nota da anfitriã:
O Opale quando viu a caminha dele ocupada, não a incomodou e foi dormir para outro lado, mas de tão excitado só adormeceu uma hora mais tarde!
MHZ
Que aconteceu que de repente me vi numa caixinha pequenina, num carro que eu não conhecia e com uma senhora que eu nunca tinha visto mais gorda? Será que resolveste dar-me para adopção?
Olha, eu quase não consegui dormir na viagem. Bem esgravatava a caixa a ver se a abria, mas não consegui. De vez em quando a tal senhora parava o carro e deixava-me vir um pouquinho para fora, mas até parecia que tinha medo de pegar em mim, terá sido por causa daquela “mordidinha” insignificante que lhe dei? Não percebo porque foi preciso ela pôr um penso. Há gente que gosta de armar! Ainda por cima só me deu pão e água durante o percurso que foi demorado, quase 4 horas. Ao pão chamei-lhe um figo e tinha-me sabido melhor se tivesse conseguido apanhar o dedo que estava junto, mas além de não conseguir, ainda levei um piparote! Achei melhor ficar quietinha.
Finalmente o carro parou e fui apresentada a um macho muito giro, branquinho e de olho vermelho. Quando me viu, assobiou logo, o galanteador! Acho que me estava a cantar um fadinho e eu gostei tanto que saltei para cima da gaiola dele a procurar a porta de entrada, mas qual quê, parecia aqueles namoros antigos entre grades, só com a diferença que a dama estava cá fora e o cavalheiro atrás das grades. Mas ainda deu para lhe dar uns beijitos e também resolvi cantar-lhe um fadinho para lhe mostrar que não era só ele que tinha jeito de artista.
Ás tantas abriram a gaiola do tal, que eu ouvi que se chamava Messieur Opale (será brasonado? Era giro ter uns filhotes com o olho vermelho e com pergaminhos).
Foi uma alegria o nosso encontro! Parecia que nos conhecíamos há anos! Abraçámo-nos, enrolámo-nos, mordiscámo-nos, mas ele foi um cavalheiro. Ouvi a senhora falar com um senhor para agarrar o tal Opale se ele me mordesse no pescoço e me saltasse para cima, mas não. Via-se que ele era bem educado.
Ou será que os meus atractivos ainda não são suficientemente apelativos? Oh!, às tantas ele é gay e eu a pensar que é delicadeza…
Olha, o que é certo é que ele passou a noite inteira a cheirar-me e a cantarolar. Mas eu não deixei os meus créditos por mãos alheias e também o fui cheirando.
Fartei-me de brincar, de cheirar a casa toda, de comer a comida dele (até que gostei, era bem saborosa).
Mas já é quase uma hora da madrugada e eu estou cheia de sono, vou ver se durmo para amanhã acordar bonita. A senhora arranjou uma gaiola pequena colocou lá a minha caminha e o meu prato de comida, será que é para mim? A gaiola do Opale é bem maior e eu sempre ouvi dizer que as visitas devem ser bem recebidas de modo que prefiro ir para lá dormir. Se não, ela que aprenda boas maneiras que ainda vai a tempo.
Amanhã conto-te mais novidades.
Uma lambidela esperando que não me esqueças, da tua
Kena
Nota da anfitriã:
O Opale quando viu a caminha dele ocupada, não a incomodou e foi dormir para outro lado, mas de tão excitado só adormeceu uma hora mais tarde!
MHZ