Cuidados a ter com uma fêmea no cio
Enviado: segunda out 10, 2005 2:10 am
Há cuidados que os donos de fêmeas devem obrigatoriamente saber quando ela entrar no período fértil.
No entanto, eu não sou veterinária e o que vou expor, é uma ideia geral desses cuidados e tentar explicar de modo a que qualquer um entenda todo este processo. Agradeço me corrijam os que sabem. E conversem sobre isto com UM VETERINÁRIO QUE ENTENDA OU QUEIRA ESTUDAR SOBRE FURÕES. Notem que isto que eu sublinhei é importante, porque dada a ignorância que existe sobre este animal, muitos dizem enormes barbaridades sobre eles, embora até possam ser óptimos a tratar de cães e gatos.
Uma fêmea no cio (estou só a falar de fêmeas de furão) irá desenvolver altos níveis de estrogénio, que por sua vez têm a particularidade, em 50% dos casos, de inibir a medula óssea de produzir células sanguíneas. É a chamada anemia aplástica (ou aplasia de medula óssea) que é uma anemia não regenerativa (ou seja, os glóbulos perdidos não são repostos pelo organismo) e o que irá acontecer será uma destruição mais ou menos lenta das células que compõem o sangue, sem que o organismo as volte a fabricar.
Neste período há 3 hipóteses, caso contrário, o cio arrastar-se-á até ao final do Verão, com todos os inconvenientes que poderá causar.
1ª- Cruzá-la com um macho para parar o cio. Deverá ser feito depois do 15º dia e antes das 3 semanas. Antes do 15º dia poderá não dar resultado.
2ª- Injectar-lhe hormonas com o intuito de parar o cio. Estas hormonas irão induzir a ovulação e devem ser dadas DEPOIS dos primeiros dez dias de cio, se dada mais cedo, não fará efeito. A melhor é a HCG (gonadotropina humana) porque é a que provoca menos efeitos secundários e se pode repetir em caso de a 1ª dose falhar.
Nota-se se fez efeito, porque passados uns dias, a vulva deverá começar a diminuir de tamanho.
Se essa injecção for dada depois de passadas 3 semanas, os níveis de estrogénio no sangue já devem estar elevados e uma só injecção poderá não fazer efeito ou só se notarem os efeitos mais tarde.
Ou seja, essa injecção deverá ser dada no período que medeia entre os 10 dias de cio e as 3 semanas. Isto porque passada 3 semanas de cio, pode começar o processo de anemia aplástica. E ficarem convencidos que o problema foi ultrapassado mas na realidade a anemia já pode estar instalada e continuar o seu processo de destruição.
3ª- Se não se quer cruzar a fêmea, castrá-la nos primeiros 10 dias de cio, em que os níveis de estrogénio não são ainda capazes de começar o processo de destruição. É o mais aconselhável.
NOTEM QUE UMA FÊMEA ESTERILIZADA, PODE CONTINUAR O PROCESSO DE ANEMIA POR 4 MESES OU MAIS, APÓS A OPERAÇÃO. E como essa anemia pode implicar uma perda de glóbulos brancos (leucócitos) além da de glóbulos vermelhos (eritrócitos) e plaquetas, isso implica que as defesas do organismo (que é feita pelos glóbulos brancos), baixam, ficando elas sujeitas a infecções, quer no fígado, quer renais ou pulmonares, uma infecção no útero ou piometra; e a baixa de plaquetas (que são elementos que ajudam na coagulação do sangue) implica que podem acontecer hemorragias. Uma simples pancada, provoca um hematoma (nódoa negra), ou mesmo sem pancada nenhuma, podem aparecer pequenas manchas debaixo da pele, sinais de pequenas hemorragias.
Os glóbulos vermelhos são encarregados transportar o oxigénio e o alimento às células, pelo que um dos sinais de anemia é o cansaço e/ou falta de ar.
Além de que estes meses todos com a vulva aberta (uma porta de entrada para as bactérias) pode ter-lhe provocado infecções, ou ao fechar a vulva, ficarem dentro os microorganismos que a infectarão.
Por este motivo, aconselho vivamente a castrá-las nesses primeiros 10 dias, ou cerca dos 8 a 10 meses de idade se ainda não entraram no período fértil.
Aos que resolveram não as operar nem parar o cio, deixo aqui um aviso:
Não a operem sem primeiro a recuperar totalmente. Uma fêmea em cio, este tempo todo, é um perigo. Não quero ser alarmista e oxalá esteja enganada mas há 50% de probabilidades de ela já estar com falta de glóbulos e plaquetas e a medula óssea não os repõe. Antes de a operar devem primeiro pesar todos os inconvenientes mas tem que ser com um vete que entenda do assunto. E NÃO A OPEREM SEM UMA ANÁLISE AO SANGUE. As furanitas não são como as gatas, reagem de modo diferente. A simpatia não chega, tem que ser acompanhada de sabedoria. E não esqueçam que poucos veterinários entendem de furões.
Notem que há veterinários estrangeiros que percebem de furões e que não se importam de ajudar e trocar opiniões se os nossos vetes lhas pedirem.
Examinem bem o aspecto da pele, do pelo, se tem manchas na pele, falhas de pelo. Espreitem as gengivas e as almofadas das patinhas. Devem estar rosadas e não pálidas.
Mas como viram pelo caso da Maia, não chega elas estarem rosadas, há que aprofundar mais os exames.
Portanto, não devem fazer a operação sem saber o PVC e examiná-la bem.
Se o PVC estiver inferior a 25% (o normal nos furões é entre 45 a 60%)deve primeiro fazer uma transfusão de sangue. Esperar pelo resultado dessa transfusão. Verificar depois se o PVC aumentou. E se estiver abaixo dos 15% o prognóstico é grave. Não a operem e tentem outra solução, como as hormonas HCG (poderá já não surtir efeito…) e suporte médico para a fortalecer. Mas também não a cruzem com um macho, que ela não aguentava a gravidez. O vete os orientará.
O PVC é uma análise que nos dá a percentagem de volume de glóbulos e plaquetas (plasma) existentes no sangue. Se há anemia, esse valor está baixo.
E não se esqueçam que depois de operada, convém ser acompanhada regularmente, além de que deverá ter uma alimentação reforçada e vitaminas e o que mais o vete aconselhar.
Nota: As que tiveram uma boa alimentação têm mais probabilidades de estarem dentro dos 50% que escapam a essa anemia.
No entanto, eu não sou veterinária e o que vou expor, é uma ideia geral desses cuidados e tentar explicar de modo a que qualquer um entenda todo este processo. Agradeço me corrijam os que sabem. E conversem sobre isto com UM VETERINÁRIO QUE ENTENDA OU QUEIRA ESTUDAR SOBRE FURÕES. Notem que isto que eu sublinhei é importante, porque dada a ignorância que existe sobre este animal, muitos dizem enormes barbaridades sobre eles, embora até possam ser óptimos a tratar de cães e gatos.
Uma fêmea no cio (estou só a falar de fêmeas de furão) irá desenvolver altos níveis de estrogénio, que por sua vez têm a particularidade, em 50% dos casos, de inibir a medula óssea de produzir células sanguíneas. É a chamada anemia aplástica (ou aplasia de medula óssea) que é uma anemia não regenerativa (ou seja, os glóbulos perdidos não são repostos pelo organismo) e o que irá acontecer será uma destruição mais ou menos lenta das células que compõem o sangue, sem que o organismo as volte a fabricar.
Neste período há 3 hipóteses, caso contrário, o cio arrastar-se-á até ao final do Verão, com todos os inconvenientes que poderá causar.
1ª- Cruzá-la com um macho para parar o cio. Deverá ser feito depois do 15º dia e antes das 3 semanas. Antes do 15º dia poderá não dar resultado.
2ª- Injectar-lhe hormonas com o intuito de parar o cio. Estas hormonas irão induzir a ovulação e devem ser dadas DEPOIS dos primeiros dez dias de cio, se dada mais cedo, não fará efeito. A melhor é a HCG (gonadotropina humana) porque é a que provoca menos efeitos secundários e se pode repetir em caso de a 1ª dose falhar.
Nota-se se fez efeito, porque passados uns dias, a vulva deverá começar a diminuir de tamanho.
Se essa injecção for dada depois de passadas 3 semanas, os níveis de estrogénio no sangue já devem estar elevados e uma só injecção poderá não fazer efeito ou só se notarem os efeitos mais tarde.
Ou seja, essa injecção deverá ser dada no período que medeia entre os 10 dias de cio e as 3 semanas. Isto porque passada 3 semanas de cio, pode começar o processo de anemia aplástica. E ficarem convencidos que o problema foi ultrapassado mas na realidade a anemia já pode estar instalada e continuar o seu processo de destruição.
3ª- Se não se quer cruzar a fêmea, castrá-la nos primeiros 10 dias de cio, em que os níveis de estrogénio não são ainda capazes de começar o processo de destruição. É o mais aconselhável.
NOTEM QUE UMA FÊMEA ESTERILIZADA, PODE CONTINUAR O PROCESSO DE ANEMIA POR 4 MESES OU MAIS, APÓS A OPERAÇÃO. E como essa anemia pode implicar uma perda de glóbulos brancos (leucócitos) além da de glóbulos vermelhos (eritrócitos) e plaquetas, isso implica que as defesas do organismo (que é feita pelos glóbulos brancos), baixam, ficando elas sujeitas a infecções, quer no fígado, quer renais ou pulmonares, uma infecção no útero ou piometra; e a baixa de plaquetas (que são elementos que ajudam na coagulação do sangue) implica que podem acontecer hemorragias. Uma simples pancada, provoca um hematoma (nódoa negra), ou mesmo sem pancada nenhuma, podem aparecer pequenas manchas debaixo da pele, sinais de pequenas hemorragias.
Os glóbulos vermelhos são encarregados transportar o oxigénio e o alimento às células, pelo que um dos sinais de anemia é o cansaço e/ou falta de ar.
Além de que estes meses todos com a vulva aberta (uma porta de entrada para as bactérias) pode ter-lhe provocado infecções, ou ao fechar a vulva, ficarem dentro os microorganismos que a infectarão.
Por este motivo, aconselho vivamente a castrá-las nesses primeiros 10 dias, ou cerca dos 8 a 10 meses de idade se ainda não entraram no período fértil.
Aos que resolveram não as operar nem parar o cio, deixo aqui um aviso:
Não a operem sem primeiro a recuperar totalmente. Uma fêmea em cio, este tempo todo, é um perigo. Não quero ser alarmista e oxalá esteja enganada mas há 50% de probabilidades de ela já estar com falta de glóbulos e plaquetas e a medula óssea não os repõe. Antes de a operar devem primeiro pesar todos os inconvenientes mas tem que ser com um vete que entenda do assunto. E NÃO A OPEREM SEM UMA ANÁLISE AO SANGUE. As furanitas não são como as gatas, reagem de modo diferente. A simpatia não chega, tem que ser acompanhada de sabedoria. E não esqueçam que poucos veterinários entendem de furões.
Notem que há veterinários estrangeiros que percebem de furões e que não se importam de ajudar e trocar opiniões se os nossos vetes lhas pedirem.
Examinem bem o aspecto da pele, do pelo, se tem manchas na pele, falhas de pelo. Espreitem as gengivas e as almofadas das patinhas. Devem estar rosadas e não pálidas.
Mas como viram pelo caso da Maia, não chega elas estarem rosadas, há que aprofundar mais os exames.
Portanto, não devem fazer a operação sem saber o PVC e examiná-la bem.
Se o PVC estiver inferior a 25% (o normal nos furões é entre 45 a 60%)deve primeiro fazer uma transfusão de sangue. Esperar pelo resultado dessa transfusão. Verificar depois se o PVC aumentou. E se estiver abaixo dos 15% o prognóstico é grave. Não a operem e tentem outra solução, como as hormonas HCG (poderá já não surtir efeito…) e suporte médico para a fortalecer. Mas também não a cruzem com um macho, que ela não aguentava a gravidez. O vete os orientará.
O PVC é uma análise que nos dá a percentagem de volume de glóbulos e plaquetas (plasma) existentes no sangue. Se há anemia, esse valor está baixo.
E não se esqueçam que depois de operada, convém ser acompanhada regularmente, além de que deverá ter uma alimentação reforçada e vitaminas e o que mais o vete aconselhar.
Nota: As que tiveram uma boa alimentação têm mais probabilidades de estarem dentro dos 50% que escapam a essa anemia.