Eu tenho uma tradução (com alguns acrescentos meus) que considero muito proveitosa para os donos de furões mais idosos e que vai estar na feira do Porto, para quem a quiser ler e mais tarde (QUANDO A HYZA ARRANJAR A PÁGINA DO CLUBE...
) será colocada no nosso site.
Mas entretanto, posso colocá-la aqui:
Quando pode ser considerado “velho”?
Um furão é considerado "meio envelhecido" aos 4 a 5 anos. Com 6 anos de idade já é idoso. Um animal que alcance 8 - 9 anos já é considerado velhinho. Mas como saber se é velho? Mesmo muitos veterinários não o conseguem saber.
Os peritos determinam a idade de um furão, olhando com cuidado nos seus dois longos dentes caninos superiores. (Necessitará pegar nele pelo pescoço para conseguir olhar bem.) Um furão com 1 ano tem os dentes caninos brancos brilhantes e contínuos. Com 1.5 a 2.5 anos, já começará a ter a ponta do começo destes dentes a ficar um pouco amarelada e quase translúcida. Aos 3 - 4 anos o translúcido será mais pronunciado e continuará mais para acima dos dentes. Pelos 6 anos os dentes podem ver-se distintamente amarelados e do mesmo modo a gengiva e pode começar a ver que faltam alguns dos dentes pequenos na maxila inferior. Se puder, compare os dentes do seu furão a um outro cuja da idade sabe ao certo e verá as diferenças.
Mudanças Físicas
Há umas diferenças físicas definitivas entre um furão mais velho e um jovem. O mais velho dorme muito mais, e joga por um período de tempo muito mais curto. Quando se torna muito velho pode dormir quase todo o tempo.
Os furões idosos perdem a força muscular e podemos senti-los frágeis quando os levantamos. Raramente correm e já lhes é difícil escalar. Já se poderia pôr plantas em cima da sua gaiola mas no chão, ainda não, pelo menos, se a quisermos manter..!
Os pêlos também podem diminuir, sobretudo nas extremidades. A pele, sobretudo se já perderam pêlos, pode ficar mais seca e sensível. A cauda pode ficar calva. Podem começar a desenvolver problemas dentais e a ter dificuldade em comer o alimento duro. As artroses podem aparecer causando dificuldade em ficar de pé ou andar. Podem começar a cegar e a ouvir mal. Entre os 4 a 6 anos é quando é mais provável aparecerem doenças sérias, tais como insulinoma, doenças de coração, das supra-renais, pedras na bexiga e linfomas. Nesta altura a sua alimentação deverá ser mais baixa em proteínas (22 a 26%) para não sobrecarregar demasiado o trabalho dos rins e tomar antioxidantes.
É muito importante que se aperceba que o seu animal está a ficar mais idoso, para o poder ajudar a ter uma velhice mais confortável. Reconhecer uma mudança física que possa ser um sintoma da doença é o primeiro passo e o mais importante. Aprenda tanto quanto puder sobre ele, e mesmo artigos médicos! Embora ele agora não tenha problemas de saúde, chegará a hora em que eventualmente tornar-se-ão doentes, e esta informação será inestimável.
Adaptando-se às suas incapacidades
Agora vai necessitar ajustar a sua casa ao seu animal de estimação consoante as suas capacidades físicas e de modo a tornar mais fácil a vida dele, sobretudo se ficar cego ou surdo. Viver com um furão idoso necessita de planeamento cuidadoso e passa a ser, segundo os donos deles dizem, "uma experiência de aprendizagem contínua."
Podem já não conseguir subir as rampas da gaiola. Escalar na sua cesta favorita e ter muitos problemas em andar em chão escorregadio. Pode portanto ser preciso adaptar a entrada da gaiola assim como colocar a caminha no piso mais baixo dela e certificar-se que fica fácil lá entrar. Procure que a cama fique baixa e seja agora bem macia, não esqueça que a pele dele está mais sensível e um animal mais velho pode ter dificuldade em coçar-se e fazer feridas com mais facilidade. Uma almofadinha extra pode ajudar a melhorar o seu sono. Tapetes podem ajudá-lo a caminhar melhor e a andar mais firmemente. Coloque a cama, a comida, a água e o wc perto uns dos outros para que não tenha de se deslocar muito e sempre no mesmo sítio caso ele seja cego. Pode segurar com fita adesiva ou velcro, sempre ao mesmo lugar.
Alguns terão dificuldade em chegar ao wc e podem urinar no chão. Forre-o com tapetes aderentes e fáceis de lavar como os que se usam nas casas de banho e são antiderrapantes. Lave-os na máquina mas seque-os ao ar para não deteriorá-los tão depressa.
Certifique-se que a caixa do wc tenha um lado mais curto para ele não ter dificuldade em subir e chegar lá a tempo. Pode cortar um dos lados com uma lâmina. Pode também colocar mais caixas de wc perto donde ele vive para lhe facilitar a vida e coloque no chão dos wc toalhas de papel que o ajudam a não deslizar dentro da caixinha e não magoam as patitas. Ele agora pode muitas vezes não defecar ou urinar no local certo ou ficar incontinente. Há que termos paciência e sermos gentis com o nosso velho amigo, é o mínimo que ele espera de nós. Também esperamos que alguém cuide de nós do mesmo modo, quando chegar a nossa velhice.
Os mais velhos ficam mais sensíveis ao calor e ao frio. Apreciam agora dormir junto a um radiador no Inverno (cuidado para que se não queimem) e devemos mantê-los frescos no verão. São agora ainda mais sensíveis à insolação e não devem ser expostos a temperaturas superiores a 27ºC. A luz natural é muito importante para eles e mais agora.
Não o deixe em chão húmido nem molhado em urina, nem ao frio. Se ele tem reumatismo e artroses, já viu o que o fará sofrer? Não o deixe numa garagem nem numa varanda. Um animal não pode falar no que o incomoda. Compete ao seu dono velar por esses cuidados e pensar no seu conforto.
Se ele ficar surdo, tenha isso em conta e verifique que ele o está a ver antes de o chamar, talvez possa pensar em colocar-lhe um sino ao pescoço para poder localizá-lo e ensiná-lo a vir com a luz de uma lanterna ou ao cheiro de alguma coisa que ele goste. Pode também ensiná-lo a entender sinais e sempre o recompense por isso como por exemplo, fazer vibrar o chão. Se ficar cego, ensiná-lo a orientar-se pelos cheiros. Não lhe pegue sem antes ele perceber pelo cheiro que se trata de mão amiga, a fim de lhe evitar sobressaltos.
Mudanças Emocionais
O nível de energia de um furão idoso é diferente de um jovem que é mais irrequieto. Por isso não o junte com os mais novos para evitar de forçar o mais idoso. Mas poderá apreciar um companheiro de igual idade, também calmo. Um pouco de actividade pode ser benéfica como ver novos lugares e novas coisas mas há que observar cuidadosamente que continue a ter a sua tranquilidade e os seus hábitos não sofram grandes alterações.
É muito difícil a um furão idoso perder a sua casa e/ou ser abandonado pelo seu dono. Mesmo saudável o normal é que fique confuso e triste e adoeça e qualquer doença latente que tenha, com o abandono, ela vem ao de cimo. Ele lhe será grato se o não abandonar e pode crer que o compensará com o seu amor. A experiência de quem cuida deles em casas de recolha de furões abandonados, ensina-nos isto: são os mais velhos que ficam mais amigos e carinhosos com os que tratam deles. Ao contrário dos mais novos, que querem é estar sempre em movimento, os mais velhos gostam de ficar e dormir no nosso colo, enquanto vemos televisão, estudamos, escrevemos ou trabalhamos no computador. Uma dona de um furão idoso, conta que quando se quer levantar, coloca-o sobre o sofá e quando retorna, pega nele de novo no seu regaço.
Ele agora vai precisar do seu sacrifício
Um furão idoso pode representar muito trabalho extra. A vida do dono e o seu tempo podem ficar muito restringidos. Um animal mais velho doente pode necessitar medicamentos e uma programação cuidadosa. Se estiver tendo dificuldade de comer o alimento duro, ou se tiver hipoglicemia ou insulinoma, pode necessitar de alimentação suplementar regular. Alguns podem ter de ser alimentados a papas, cada 4 horas! Se trabalhar a tempo inteiro, este pode ser um problema sério. Nesta altura necessitará de encontrar alguém experiente e cuidadoso para cuidar de seu velhinho, na sua ausência.
O veterinário deve também ser escolhido com cuidado. Deve ser conhecedor sobre as doenças comuns encontradas em furões mais velhos. Um furão de 4 anos deve ser visto por um veterinário ao menos duas vezes um ano, para ajudar a travar cedo qualquer doença que se manifeste.
A despesa monetária também pode ser mais elevada. Por isso não esqueça de ir fazendo ao longo dos anos, uma provisão com essa finalidade. Assim já vai ser mais fácil custear algum tratamento que venha a ser necessário. Se conseguir com antecedência, um seguro de saúde para ele, tanto melhor.
Finalmente
Há, para já só no estrangeiro, proprietários experientes que são “fixados” em furões mais velhos. Dizem que sofrem quando morrem mas poucas semanas (às vezes dias!) procuram um “outro velhinho” para cuidar. São pessoas maravilhosas e corajosas - mas sabem também que os furões mais velhos podem ser muito melhores e mais carinhosos.
Os mais velhos, fazem frequentemente um número de sons adoráveis. Outros tornam-se mais “faladores” e podem sentar-se quietamente no seu regaço por horas, não pedindo nada mais do que sua companhia.
Os mais velhos dão menos problema numa casa e são mais doces e delicados. Se tiver barreiras em sua casa, pode tirá-las. É improvável que morda os seus dedos do pé no meio da noite, ou as suas sapatilhas. Pode ter plantas outra vez!
Um dono que abandona o seu animal de estimação depois de o ter gozado na sua juventude, é sádico, não tem coração e merece ter mais tarde o retorno.
No entanto poderá chegar a hora em que terá de ter de fazer uma opção bem triste… Se o seu animal estiver sofrendo e já não existir esperança, é um acto de amor “adormece-lo” e deixá-lo ficar para sempre em seu coração…
Traduzido de
http://www.ferretopolis.hpg.ig.com.br/e ... lderly.htm
