Caro Josepe
Obrigado pela resposta, que foi bastante exaustiva na explicação.
Quanto à dificuldade de medir a força (pressão) da mandíbula de um cão, estou completamente de acordo. No entanto há diversas provas (desporto) que nos podem dizer algo sobre a força, e principalmente resistência, da mandíbula de um cão, como é o caso de desportos “radicais” que os amantes dos Pitbulls costumam fazer. Mesmo que não seja fácil provar a força da mandíbula, toda a gente sabe que um cão de presa tem mais força na mandíbula do que um cão de parar, por exemplo.
De qualquer das maneiras, apenas quis criticar a forma como as pessoas reagem negativamente quando alguém fala da força da mandíbula. A força da mandíbula é uma característica dos cães (em particular dos cães de presa) que pode, e deve, ser discutida (dentro das possibilidades existentes para o seu conhecimento) como outra característica qualquer.
Quanto ao facto de a força da mandíbula ser muito importante para os cães, isso sim já me parece mais polémico. Quanto a ser a sua principal arma na natureza é ainda mais polémico. Qual natureza? Estamos a falar de dingos ou de lobos? Pensava que estávamos a falar de cães como animais domésticos seleccionados pelo homem que não vivem em estado selvagem na “natureza”. Os cães de trabalho são a única excepção e mesmo esses cada vez menos. Já quase não há lobos nem outro tipo de predadores de rebanhos. Restam-nos os cães de caça e neste caso estamos a falar apenas nos de presa e os cães das forças policiais e militares ou seja uma minoria no universo de todos os cães que existem
Um cão é um mamífero carnívoro (predador) da família dos canídeos cuja principal arma de ataque e defesa é a boca. Mesmo que a maior parte dos cães existentes (não todos) não precise de usar a boca para defesa ou ataque, esta não deixa de ser a sua arma, a não ser que o homem através de selecções abusivas transforme o cão num coelho ou numa chinchila.
Concordo em absoluto que os cães devem continuar a ser criados de forma selectiva de acordo com as suas características originais e isto inclui não apenas a sua fisionomia como a sua aptidão para as funções que originalmente lhe estavam destinadas.
Por essa razão (e passando ao lado dos cães de luta que é um assunto que não vou discutir agora devido à sua particularidade) é natural que os amantes e criadores dos cães de presa se interroguem, e tentem de alguma forma saber, a força da mandíbula de determinada raça, afinal esta é a principal característica de um cão de presa. Mesmo que os cães não usem a força da mandíbula nem o instinto de presa, é imperioso que o tenham para que continuem a ser dignos representantes desta categoria de cães.
Eu penso que à partida não se deve fazer juízo de valores acerca de uma pessoa que tenta saber sobre a força da mandíbula de determinada raça. Eu tento saber tudo sobre as características das raças, seja a velocidade dos galgos (sobre a qual já pesquisei bastante e ainda não conclui nada), os sabujos com melhor nariz, os cães de parar com melhores ventos, os cães de presa com melhor presa, os terriers com melhor nervo, os nórdicos com mais fundo, etc… e não sou praticante de nenhum desporto canino, apenas me interesso pelos cães e muito em particular pela funcionalidade das raças.