CONFUSÕES SOBRE O CARÁCTER

Este é o fórum dedicado exclusivamente à raça Pastor Alemão! Troque ideias e tire dúvidas sobre esta raça.
zeca2
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quarta dez 22, 2010 11:07 am

Tomo a liberdade de abrir este tópico para responder ao Vítor Oliveira, uma vez que no tópico anterior era sobre a côr do PA.

Do seu post resultam algumas confusões, quer sobre o conceito de carácter do PA, quer sobretudo sobre as minhas afirmaçoes a esse respeito. Vejamos:

CARÁTER E TEMPERAMENTO: Temperamento forte, carácter incorruptível, firmeza de nervos, atenção, fidelidade, coragem e alto espírito de luta são característicos marcantes da raça; todavia, embora não dado a amizade imediatas e indiscriminadas, quando em companhia de seu condutor deverá permitir a aproximação calma de estranhos, denotando confiança e perfeita controle nervoso mas, quando exigido, ardente e alerta, capaz e desejoso de servir com toda a força de seu carácter e temperamento.

Esta é a descrição constante no estalão sobre o que deve ser o carácter de um Pastor Alemão. Como em relação à côr e à morfologia, acho que o estalão é que nos estabelece os padrões por que nos devemos orientar na avaliação dos exemplares.

É pois partindo do estalão que vou comentar e rebater algumas afirmações do Vítor.

[/quote]Pessoalmente acho que o hiper-tipo do carácter elevado ao rubro tal como alguns adeptos do trabalho parecem preferir possa também ser perigoso para a raça! Fazer do pastor alemão um cão em grande parte parecido a um crocodilo que se lhe possa assemelhar não me parece ser aqui uma também ela uma boa politica

Hipertipos são sempre desaconselhados, seja em carácter, seja em morfologia. No entanto procurar que um cão tenha um desempenho contundente em situações de conflito não me parece ser transformá-lo num crocodilo... entre outras coisas porque um crocodilo não tem qualquer controle, e um PA sem controle pouco fará no mundo do trabalho. Lembro ao Vítor que em provas de trabalho o cão deve morder à ordem e largar à ordem, sem o que será desclassificado em prova. O controle é fundamental e um cão que tenha um eficaz potencial de agressão não significa que não possa perfeitamente conviver em sociedade.

Repare que o próprio estalão preconiza : "embora não dado a amizade imediatas e indiscriminadas, quando em companhia de seu condutor deverá permitir a aproximação calma de estranhos". Exemplo disto é o exercício de SchH "platz em distracção", que serve para aferir do controle do cão inclsive em situações de isolamento...

Na vida real, um bom PA deve ser contundente e agressivo nas funções de guarda do seu território, e absolutamente controlado. Fora do território, deve ser inofensivo excepto quando provocado, o que não significa que se tenha de prestar a manipulações de qualquer um...
não devemos esquecer que o Pastor Alemão foi na sua origem e é na sua essência um cão de Pastor,


Exactamente, um cão de Pastor, e o "de" significa muita coisa: que não tem como função principal o pastoreio, embora a possa desempenhar, mas a guarda e protecção de rebanhos e pastor, o que implica que tenha "firmeza de nervos, atenção, fidelidade, coragem e alto espírito de luta". Ora, não é possível ter um alto espírito de luta sem possuir excelentes instintos de presa e de defesa...
E já agora quantas pessoas iram querer deixar passear livremente junto dos seus filhos ainda pequenos e menores sabendo estes então possuírem num pastor alemão um verdadeiro crocodilo pronto a atacar e a morder tudo e todos

Ninguém deve deixar crianças a brincar com cães sem supervisão de um adulto, seja o cão de que raça fôr. As crianças são imprevisíveis e podem de um momento para o outro "tirar do sério" qualquer cão com as suas brincadeiras... isso é uma imprudência criminosa que nunca deve ser permitida! No entanto, e com conhecimento de causa, posso dizer-lhe que normalmente cães com excelente temperamento se mostram extremamente pacientes e tolerantes para com crianças da sua "família humana".

Lá diz o estalão:"carácter incorruptível, firmeza de nervos". Falarmos de um cão com potencial de agressão e espírito de luta não é a mesma coisa que falarmos de cães desiquilibrados e inseguros, essas, sim, características indesejáveis...

Para finalizar, acho que o Vitor interpretou mal as minhas afirmações - eu apenas procuro num PA que ele tenha um temperamento de acordo com o estalão, independentemente de ser de linhas de trabalho ou não.

Sei que nas linhas de beleza ainda há exemplares de temperamento correcto. Aliás, foi colocado aqui há uns tempos um vídeo de uma prova de RCI de um PA de beleza, se não estou em erro um exemplar da SocPort, cujo desempenho foi digno e adequado ao que se pretende da raça (peço desculpa de não me lembrar do nome do cão).

Mas o que eu digo é que, fruto de critérios de selecção errados, os genes responsáveis por nervosismo e taras a ele associadas estão demasiado espalhados nestas linhas, e, dado o cruzamento de linhas, há um risco efectivo de vermos esses genes patentes em cães que são oriundos por parte de um progenitor de linhas de comportamento fiável, como a linha Mutz, mas onde entram, por parte do outro progenitor, linhas pouco fiáveis quanto a carácter.

Este é um tema que dá pano para mangas, onde há muitas confusões acerca da própria definição de carácter, e por agora fico-me por aqui, na certeza que é da discussão dos vários de pontos de vista que podem surgir soluções para um maior equilíbrio nesta nobre raça.
jjri
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quarta dez 22, 2010 2:26 pm

a virtude está no equilíbrio.
o futuro está em guardar aquilo que se conquistou que foi o bom carácter do PA mas, não podemos esquecer a componente Beleza .
Porque não podemos ter um bom guarda e bonito ?

Acho que a componente trabalho terá sempre futuro . mas tem concorrência
Acho que a componente beleza tem algum futuro ,mas tem muita concorrência
Agora ,se tiver a componente beleza e não perder o carácter que caracteriza o PA ,aí tem muito futuro porque há pouca concorrência .

Aquele que caracteriza o PA como o cão que não é 1º mas ,é 2ª em todos os parâmetros ,é muito inteligente e é o caminho.

Agora ,estou de acordo numa coisa ,ter um cão lindo mas sem o carácter típico básico do PA ,não é boa coisa!
saber fazer guarda é uma característica que não é negociável
Um PA que não saiba fazer guarda não se pode chamar PA !
daktari
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quarta dez 22, 2010 7:20 pm

daktari Escreveu:Agora com um pouco mais de calma gostaria então de voltar a falar do meu conceito sobre o carácter do Pastor Alemão. Pessoalmente acho que o hiper-tipo do carácter elevado ao rubro tal como alguns adeptos do trabalho parecem preferir possa também ser perigoso para a raça! Fazer do pastor alemão um cão em grande parte parecido a um crocodilo que se lhe possa assemelhar não me parece ser aqui uma também ela uma boa politica para a raça e para a imagem que dela ira então transparecer para a opinião publica! Até porque não devemos esquecer que o Pastor Alemão foi na sua origem e é na sua essência um cão de Pastor, e que isso logo deixa supor que seja capaz de suportar a pastorícia e isto sem se mostrar demasiado agressivo para com o gado que se pretende ver dele guardado e acompanhado. Como tal deixo aqui a seguinte pergunta quem acredita aqui que o capitão de cavalaria ao criar o estalão para a raça e a selecção do que na altura a ele lhe pareceu ser o cão ideal para o efeito do trabalho que dele se iria então exigir junto dos rebanhos iria ele aqui também seleccionar o tal hiper-tipo do carácter elevado ao rubro tal como acontece com a maioria dos adeptos das provas de trabalho onde o exercício do ataque é o apanágio dessa provas; para junto dos seus rebanhos de ovelhas então deste a encaminhar e a guardar! Será que Stephanitz iria mesmo dar a primazia a um cão que mordesse como se de um crocodilo se tratasse! A mim não me parece que isso fosse acontecer pois o mesmo iria estar a correr o risco de ver então grande parte se não a totalidade do seu gado devorado por esses cães ditos de crocodilos! Eu acho aqui que não devemos nos esquecer que o Pastor Alemão deve ser e é acima de tudo um cão de pastoreio com eventuais capacidades para a guarda e com isso na defesa dos bens do seu dono e do mesmo se tal for necessário e nada mais do que isso se lhe deva então de exigir. E dai ele pertencer ao cães do Grupo 1 e não aos do Grupo 2 dos quais desses sim se lhe deveria exigir que mordessem como crocodilos, visto até poder dizer-se ser essa a especialidade destes visto serem estes os verdadeiros cães para a guarda! E já agora quantas pessoas iram querer deixar passear livremente junto dos seus filhos ainda pequenos e menores sabendo estes então possuírem num pastor alemão um verdadeiro crocodilo pronto a atacar e a morder tudo e todos a qualquer momento e que dele estes até se lhes possam então querer fazer obedecer ou enfrentar. Será o Pastor Alemão de personalidade extra forte com carácter a condizer preferível a um com uma personalidade um pouco menos nobre e com um carácter mais maneiro e que desse si se lhe consigo obter com relativa facilidade a pronta sujeição as preces dos seus donos!
Pessoalmente eu continuo a achar que o Pastor Alemão dito de beleza tem aqui seguramente melhor aceitação e com isso e por isso ele até tenha ganho um lugar ao sol de tão afamadas e gabadas tenham então sido badalas as qualidades de certo modo mais equilibradas do que as dos cães de trabalho desenvolvidos unicamente com base nos exercícios do ataque e da agressão. Fico então aqui a espera das vossas reacções a tudo o que aqui acabo de dizer!

Senhor José Carlos só queria aqui dizer-lhe que com está minha intervenção aqui de mim citada eu não estava nem estou em discordância consigo , unicamente quis salientar e ressalvar o facto de que os hiper-tipos elevados ao rubro são na sua grande maioria nefastos para a raça nada mais do que isso! Até porque em alguns casos de si aqui neste tópico citados eu até tenha que concordar com eles e consigo! No entanto também é certo e sabido que muitos dos cães utilizados em provas de trabalho fazem mostra de um temperamento e carácter desmedido pelo excesso das suas excepcionais predisposições e gosto em desferir as suas mordidas de que se lhes procura deles obter cada vez mais poderosas fortes a semelhança e compráveis as de um crocodilo. Sendo que a grande maioria dos adeptos das modalidades do trabalho de RCI até usam e abusam relativamente ao treino de presa dos seus cães com vistas a desenvolver-lhes mordidas cada vez mais francas e potentes sendo que o objectivo do uso de um Pastor alemão para o trabalho até possa nem ser esse visto que no trabalho da pastorícia aos cães é lhes unicamente exigido que estes façam uso da boca com a força e suavidade necessária e suficiente que nos garanta a nós que com isso estes não iram ou venham a rasgar a pele ou a carne do animal por estes encaminhados. Geralmente os animais destinados a pastorícia unicamente atacam o gado com algumas mordidas leves e suaves sem mesmo ficarem agarrados as suas presas o que unicamente leve os animais por eles assim encaminhados e controlados a irem e a obedecer-lhes segundo a directrizes então do Pastor comandadas. E por isso volto a dizer-lhe que não me parece que tenha sido na origem da raça o objectivo principal o da mordida forte franca e viva com vistas em segurar a presa e que ao sacudir esta com violência as suas dentaduras dilacerassem os animais tal como parece ser o objectivo dos fanáticos das provas de RCI Mondioring ou outras parecidas que incansavelmente procuram terem e obterem animais cada vez mais capacitados nesse sentido. E volto aqui a repetir-lhe que o Pastor Alemão tal como o seu nome nos indica é na sua essência um cão de Pastor e não um cão propriamente de guarda ou um crocodilo, como muitos exigem deles por vezes que estes o sejam, para assim e com isso estes poderem provar e mostrarem que têm o carácter suficiente e necessário para se lhes atribuir com isso e então a apelação de que é um verdadeiro Pastor Alemão! E por isso concordo aqui eu tenha que concordar antes com o:
jjri Escreveu:a virtude está no equilíbrio.
o futuro está em guardar aquilo que se conquistou que foi o bom carácter do PA mas, não podemos esquecer a componente Beleza .
Porque não podemos ter um bom guarda e bonito ?

Acho que a componente trabalho terá sempre futuro . mas tem concorrência
Acho que a componente beleza tem algum futuro ,mas tem muita concorrência
Agora ,se tiver a componente beleza e não perder o carácter que caracteriza o PA ,aí tem muito futuro porque há pouca concorrência .

Aquele que caracteriza o PA como o cão que não é 1º mas ,é 2ª em todos os parâmetros ,é muito inteligente e é o caminho.

Agora ,estou de acordo numa coisa ,ter um cão lindo mas sem o carácter típico básico do PA ,não é boa coisa!
saber fazer guarda é uma característica que não é negociável
Um PA que não saiba fazer guarda não se pode chamar PA !
Eu aqui só iria acrescentar que um cão com um bom carácter suficiente para o desempenho da guarda sem as necessária características anatómicas e físicas mínimas descritas pelo estalão também ele não deva de ser considerado de Pastor Alemão.
<p>Vindo do passado, galopando no presente a caminho do futuro. Criando Pastor Alem&atilde;o - Fazendo Amigos. </p>
<p>Cumprimentos </p>
<p>Vitor Oliveira</p>
daktari
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quarta dez 22, 2010 7:50 pm

Imagem

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Pois eu acho que um cão com a atitude e a expressão deste aqui manifestada será suficientemente convincente no seu trabalho em afugentar intrusos e indesejáveis, e não acredito que este tenha com isso sequer que morder o que se quer que seja para dele se fazer entender. Não concorda comigo senhor José Carlos? Porque motivos haveríamos então querermos aqui deste lhe exigir mais para se lhe acreditar a valentia de que o mesmo aqui procura nos demonstrar e convencer que a tem. Será que se este animal porventura tivesse uma mordida aqui algo mais frouxa e um pouco inferior a atitude por ele aqui manifestada o animal seria com isso menos bom por isso na apreciação do carácter deste? Não minha opinião é não pois o animal para mim iria continua a mostrar ter caracter visto não se ver da expressão dele uma qualquer cobardia manifestada e isto sem mesmo este ainda ter mordido para nos convencer disso. Espero que me entenda do que aqui lhe tento explicar relativamente ao que eu penso ser um bom carater e o mesmo suficiente para aguarda!
<p>Vindo do passado, galopando no presente a caminho do futuro. Criando Pastor Alem&atilde;o - Fazendo Amigos. </p>
<p>Cumprimentos </p>
<p>Vitor Oliveira</p>
zeca2
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quarta dez 22, 2010 9:05 pm

Bem, eu tenho algumas considerações a fazer acerca dos seus dois últimos posts.

1. Quando diz que os PAs não devem ser "crocodilos", eu presumo que não se refira a ter uma excelente mordida, mas sim a ser um cão agressivo e, por isso mesmo, potencialmente perigoso. Aqui terei que lhe dizer que um cão com bom instinto de defesa não tem que ser um cão perigoso. Primeiro, porque ter um alto potencial de agressão não significa que ande por aí a morder tudo o que mexe. Depois, porque qualquer cão deve ser absolutamente controlado pelo dono, e um cão de desporto não pode deixar de o ser, uma vez que a falta de controle é altamente penalizada. Daí que tão importante como os instinto de luta de um cão é a sua ductilidade, isto é, a sua treinabilidade. Isso só se consegue se o cão fôr equilibrado de instintos e seguro de si mesmo. Um cão inseguro é muito mais perigoso que um cão equilibrado, por muita agressão que este tenha.

Se me está a falar de cães desequilibrados e sem capacidade de obedecer ao dono, tenho que concordar consigo. Mas esses não são bons PAs, são cães tarados que não reflectem o que o standard diz sobre o temperamento da raça. De qualquer modo, concordará que é mais fácil fazer "baixar" um cão de carácter forte do que "subir" um de carácter fraco - de onde não há, não se pode tirar...

2. Também queria referir que o PA não é um "cão pastor", embora possa desempenhar essa função. É, como o Vitor disse, um cão de pastor, que é uma coisa bastante diferente: para além de ajudar no manuseio do rebanho, compete-lhe defender o dono e o rebanho de possíveis ladrões ou de outros animais que o ataquem. E aqui diga-me lá se não é preferível morder a sério...

Já agora deixe-me dizer-lhe que, independentemente da classificação da FCI, o que o estalão consagra essencialmente (e o proprio Stephanitz o referiu) não é a pastorícia ou a guarda de rebanhos - o estalão aponta para um cão polivalente, excelente companheiro, fiel até à morte, guarda da família e do respectivo território. Foi essa polivalência que o tornou num dos cães mais apreciados no mundo, cão-de-guarda, cão polícia, cão de resgate, guia de cegos, etc


3. Em relação às linhas de beleza, eu nunca disse que têm que morder como crocodilos, apenas acho que devem ter um comportamento aceitável sob pressão. O estalão permite-nos obter alguma variedade porque não nos impõe limites rígidos, normalmente dá-nos uma margem para que cada um possa enfatizar as características que mais lhe agradam. Se eu gosto de angulaçoes mais pronunciadas ou cabeças maiores, sigo o estalão trabalhando mais estas características. Se gosto de temperamentos fortes, selecciono nesse sentido. Mas tem que haver equilíbrio nessa selecção, tão errado é criar angulações de 90º como criar cães agressivos e não controláveis.

Portanto o que é de exigir de um cão de beleza não é que ele seja uma fera diante do figurante ou que tenha 98 pontos na secção C. Mas que pelo menos tenha um comportamento digno, que ande nos 70/80 pontos. E isso é o que com muita frequência não se vê nas linhas de beleza, lamentàvelmente... Poderia admitir que um cão com grau 1 feito em 2 meses tivesse algum conflito numa prova de coragem, u uma falha técnica, mas nunca que fugisse do figurante quando este o pressiona. E quantos o fazem, muitos com grau 3 tirado também tipo "novas oportunidades"?

Portanto, quanto a carácter, independentemente das linhas, o que se pede é que o cão cumpra uns mínimos. Depois, o ter um carácter mais forte ou não depende dos gostos de cada um - passa-se o mesmo com as características físicas: angulações, garupas, cabeças, côr, ao gosto de cada um e dentro do que o estalão preconiza, e sobretudo mantendo uns mínimos aceitaveis nas qualidades que não consideramos tão importantes.

Para finalizar, o Pato cheio de boas intenções resolveu colocar aqui fotos do meu cão. Eu percebo que foi por bem, ele já o viu treinar e julgou adequado. Não fico nada aborrecido,mas gosto de discutir estes temas num plano geral e sem particularizar em exemplares em concreto, porque corre-se sempre o risco de ferir susceptibilidades.

De qualquer modo posso dizer-lhe que a maior parte do treino de obediência costuma ser feita num jardim público, muitas vezes sem trela, com bicicletas, patinadores, futebolistas, etc, a passarem-lhe ao lado... E olhe que é um cão bastante sério, com uma defesa forte. è uma questão de se saber que cão temos e agir em conformidade.
fontedasbicas
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quinta dez 23, 2010 7:46 am

zeca2 Escreveu: Para finalizar, o Pato cheio de boas intenções resolveu colocar aqui fotos do meu cão. Eu percebo que foi por bem, ele já o viu treinar e julgou adequado. Não fico nada aborrecido,mas gosto de discutir estes temas num plano geral e sem particularizar em exemplares em concreto, porque corre-se sempre o risco de ferir susceptibilidades.
Boas ...

Só coloquei as fotos porque havia e não sei se ainda há, foristas que duvidam que o Zé Carlos tenha cães que "mordam"...
Esta discussão é util, está a ser correcta, mas o resultado final será sempre o mesmo... Duas linhas, duas ideias... Aliás lembro-me que há já alguns anos atrás, falei aqui na divisão destas duas linhas... Assim como falei na criação de uma outra linha ou variante... O pêlo comprido...
Para mim, temos todos de seguir o estalão da raça, procurando animais para procriação, que sejam equilibrados... Aliás como em tudo na vida o segredo das coisas está no equilíbrio...
<p>Cumprimentos </p>
<p><strong>Ant&oacute;nio Pato</strong></p>
zeca2
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quinta dez 23, 2010 11:47 am

Eu não me assumi a favor de uma lnha e contra a outra, Pato.

O que eu disse que nas linhas de beleza se deve exigir um mínimo de carácter, enquanto nas de trabalho também se deve exigir um mínimo de estrutura.

Só assim se pode conseguir algum equilíbrio e evitar que, dentro de algum tempo, as duas linhas pareçam raças diferentes.

O problema é que, enquanto nas linhas de trabalho se vai notando alguma preocupação com a estrutura (daí que haja cada vez mais cães destas linhas com Kkl de 1ª) nas de beleza continua-se a dar valor ao "vermelhinho" e a ligar pouco ao temperamento.
jjri
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quinta dez 23, 2010 11:53 am

Estou de acordo com o que o Sr.PATO citou :EQUILIBRIO .
Um sem o outro ,quem vai perder é o PA .
Aliás ,os PA são reconhecidos pelo EQUILIBRIO !

Agora ,não vejo nada contra haver uma linha de trabalho separada mas , tenho duvidas que seja bom para o PA porque no trabalho penso que o Pastor Belga é muito forte e, o PA só tinha a ganhar aliando-se a beleza no caso de PA versus Pastor Belga

[color=olive]Para mim, temos todos de seguir o estalão da raça, procurando animais para procriação, que sejam equilibrados... Aliás como em tudo na vida o segredo das coisas está no equilíbrio...[/color]
fontedasbicas
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quinta dez 23, 2010 1:16 pm

zeca2 Escreveu:Eu não me assumi a favor de uma lnha e contra a outra, Pato.
Boas...

Eu sei Zé Carlos... Não podemos ou não devemos sectarizar(Não aderi ao famoso acordo). Mas devemos isso sim, e sempre com o com o objectivo honesto de cumprir com o escrito no estalão, melhorar a linha trabalhada de maneira a que os cães "produzidos" estejam o mais próximo possível da perfeição.

Duas coisas...
1. Neste momento, estão mais próximos do objectivo os cães de trabalho que os de beleza... e isto, generalizando, claro.
2. O óptimo é inimigo do bom...


Agora acho que seria bom, para os leitores e frequentadores deste fórum, apontarem-se soluções e ideias de como melhorar... Sabemos que há gente capaz de o fazer... Assim o queiram...


Boas Festas
<p>Cumprimentos </p>
<p><strong>Ant&oacute;nio Pato</strong></p>
zeca2
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quinta dez 23, 2010 1:28 pm

Agora acho que seria bom, para os leitores e frequentadores deste fórum, apontarem-se soluções e ideias de como melhorar...
Uma boa forma de se incentivar os criadores de beleza a darem a devida importância ao carácter era instituir o teste de coragem em todas as monográficas. Assim os criadores poderiam seleccionar os reprodutores em função do seu equilíbrio e não apenas em função de cores e angulações.

Esta ideia não é minha, nem é nova, eu já a preconizei aqui há um bom par de anos e parece que em Espanha se está a criar agora um lobby nesse sentido.

Se um cão chega à sieger e, por "dias maus" ou outras desculpas, resolve não participar na prova de coragem, andou o ano inteiro a fazer montas sem se saber se ao menos cumpre os mínimos quanto a carácter...
jjri
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quinta dez 23, 2010 2:11 pm

[b]Estou de acordo com o principio . agora ,se é possivel ? o cão pode ter um dia mau! evitar possiveis futuras injustiças é importante ! o segredo é encontrar o como... ?[/b]

[size=9][quote="zeca2"][quote]Agora acho que seria bom, para os leitores e frequentadores deste f�rum, apontarem-se solu��es e ideias de como melhorar...[/quote]

Uma boa forma de se incentivar os criadores de beleza a darem a devida import�ncia ao car�cter era instituir o teste de coragem em todas as monogr�ficas. Assim os criadores poderiam seleccionar os reprodutores em fun��o do seu equil�brio e n�o apenas em fun��o de cores e angula��es.

Esta ideia n�o � minha, nem � nova, eu j� a preconizei aqui h� um bom par de anos e parece que em Espanha se est� a criar agora um lobby nesse sentido.

Se um c�o chega � sieger e, por "dias maus" ou outras desculpas, resolve n�o participar na prova de coragem, andou o ano inteiro a fazer montas sem se saber se ao menos cumpre os m�nimos quanto a car�cter...[/quote][/size]
fontedasbicas
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quinta dez 23, 2010 5:57 pm

zeca2 Escreveu:
Agora acho que seria bom, para os leitores e frequentadores deste fórum, apontarem-se soluções e ideias de como melhorar...
Uma boa forma de se incentivar os criadores de beleza a darem a devida importância ao carácter era instituir o teste de coragem em todas as monográficas. Assim os criadores poderiam seleccionar os reprodutores em função do seu equilíbrio e não apenas em função de cores e angulações.

Esta ideia não é minha, nem é nova, eu já a preconizei aqui há um bom par de anos e parece que em Espanha se está a criar agora um lobby nesse sentido.

Se um cão chega à sieger e, por "dias maus" ou outras desculpas, resolve não participar na prova de coragem, andou o ano inteiro a fazer montas sem se saber se ao menos cumpre os mínimos quanto a carácter...
Boas...

Seria sobretudo como que uma prova de regularidade, defendo até o próprio cão que acredito possa ter "um dia mau"...

Mas coloca-se outra dúvida... Será que temos em Portugal, treinadores com competência suficiente e em quantidade suficiente???

Boas Festas
<p>Cumprimentos </p>
<p><strong>Ant&oacute;nio Pato</strong></p>
zeca2
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quinta dez 23, 2010 6:24 pm

Bem, quanto a treinadores, não vejo que seja preciso treino por aí além, uma vez que estamos a falar das classes de trabalho, portanto onde todos os exemplares têm pelo menos o grau 1. Trata-se, pois, mais de um trabalho de manutenção que de formação, o que torna a coisa bastante mais simples.

Além disso, já vai havendo figurantes e campos de trabalho em Portugal a quem poder recorrer-se. Não esquecendo que o próprio PACP tem uma delegação de trabalho que poderia intervir na formação de figurantes, que acho que devia ser uma das principais funções do clube.

A prova de coragem teria uma consequência óbvia - obrigaria os concorrentes a uma preparação mais dedicada dos seus cães, resolvendo o problema de cães que falham a prova por falta de preparação, como aqui já foi apontado pelo Vítor Oliveira.

E sobretudo desmascariam aqueles que fazem o RCI na Alemanha ou em Espanha, nos tais 2 meses ou até sem que os cães saiam do canil... era uma forma de pôr um bocado de moralidade neste mundinho...
fontedasbicas
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quinta dez 23, 2010 8:42 pm

zeca2 Escreveu:Bem, quanto a treinadores, não vejo que seja preciso treino por aí além, uma vez que estamos a falar das classes de trabalho, portanto onde todos os exemplares têm pelo menos o grau 1. Trata-se, pois, mais de um trabalho de manutenção que de formação, o que torna a coisa bastante mais simples.
Boas...

Referia-me a cães sem qualquer tipo de preparação...

Quem compra um cachorro, ele cresce, o dono ganha gosto por estas andanças e decide criar com ele... Vai precisar de o trabalhar.... Ou até situações em que o cachorro tem potencialidades, cor e tudo, como aqui neste fórum, há vários exemplos...
<p>Cumprimentos </p>
<p><strong>Ant&oacute;nio Pato</strong></p>
zeca2
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quinta dez 23, 2010 11:01 pm

Mas ó Pato, a prova de coragem a que me referia era obviamente nas classes de trabalho! Cães sem prova podem sempre entrar na classe aberta.

Já quanto a cachorros, sabe, eu acho que, independentemente de se querer ou não criar com eles, deve sempre fazer-se trabalho com eles, independentemente de ser ou não RCI. Mesmo que o cão não tenha qualidades que o recomendem para o RCI ou SchH, há sempre uma actividade (obedience, agility, frisbee, corrida, pistagem) que permite ao cão sentir-se útil e realizar-se, e sobretudo é a melhor forma de se estabelecer um vínculo forte entre cão e dono.

Digo isto porque penso que é obrigação de quem tem um PA (seja ou não criador) potenciar ao máximo as suas capacidades, por muito diminuídas que elas sejam. Um cão é um ser vivo que nos é fiel, não deve ser tratado como simples mercadoria que se despreza quando não presta...
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