Olá,
Há muito, muito tempo, li neste fórum uma discussão sobre a possibilidade, ou não, de cruzamento do PA linha de trabalho com linha de beleza.
Por causa das Leis de Mendel, havia opiniões que eram contra e outras que tinham dúvidas...
Alguém sabe precisar qual o tópico ?
CONFUSÕES SOBRE O CARÁCTER
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« Se ouvir, esqueço, mas se vir, nunca mais esqueço » (Confúcio) http://www.youtube.com/watch?v=8n2WKBoA9gY&aia=true
O Cão Pastor Alemão (deutscher Schäferhund) é originário da cidade de Karlsruhe, na Alemanha, onde, a partir de 1899, desenvolveu-se com os esforços do capitão Max von Stephanitz e outros criadores. Foram eles que, adoptando um processo rigoroso de selecção nos cruzamentos - onde somente os melhores cães eram utilizados - conseguiram alcançar o padrão da raça. Até hoje, é esse padrão original que orienta a criação do Pastor Alemão e garante o desenvolvimento da criação.zeca2 Escreveu:Bem, eu tenho algumas considerações a fazer acerca dos seus dois últimos posts.
1. Quando diz que os PAs não devem ser "crocodilos", eu presumo que não se refira a ter uma excelente mordida, mas sim a ser um cão agressivo e, por isso mesmo, potencialmente perigoso. Aqui terei que lhe dizer que um cão com bom instinto de defesa não tem que ser um cão perigoso. Primeiro, porque ter um alto potencial de agressão não significa que ande por aí a morder tudo o que mexe. Depois, porque qualquer cão deve ser absolutamente controlado pelo dono, e um cão de desporto não pode deixar de o ser, uma vez que a falta de controle é altamente penalizada. Daí que tão importante como os instinto de luta de um cão é a sua ductilidade, isto é, a sua treinabilidade. Isso só se consegue se o cão fôr equilibrado de instintos e seguro de si mesmo. Um cão inseguro é muito mais perigoso que um cão equilibrado, por muita agressão que este tenha.
Se me está a falar de cães desequilibrados e sem capacidade de obedecer ao dono, tenho que concordar consigo. Mas esses não são bons PAs, são cães tarados que não reflectem o que o standard diz sobre o temperamento da raça. De qualquer modo, concordará que é mais fácil fazer "baixar" um cão de carácter forte do que "subir" um de carácter fraco - de onde não há, não se pode tirar...
2. Também queria referir que o PA não é um "cão pastor", embora possa desempenhar essa função. É, como o Vitor disse, um cão de pastor, que é uma coisa bastante diferente: para além de ajudar no manuseio do rebanho, compete-lhe defender o dono e o rebanho de possíveis ladrões ou de outros animais que o ataquem. E aqui diga-me lá se não é preferível morder a sério...
Já agora deixe-me dizer-lhe que, independentemente da classificação da FCI, o que o estalão consagra essencialmente (e o proprio Stephanitz o referiu) não é a pastorícia ou a guarda de rebanhos - o estalão aponta para um cão polivalente, excelente companheiro, fiel até à morte, guarda da família e do respectivo território. Foi essa polivalência que o tornou num dos cães mais apreciados no mundo, cão-de-guarda, cão polícia, cão de resgate, guia de cegos, etc
3. Em relação às linhas de beleza, eu nunca disse que têm que morder como crocodilos, apenas acho que devem ter um comportamento aceitável sob pressão. O estalão permite-nos obter alguma variedade porque não nos impõe limites rígidos, normalmente dá-nos uma margem para que cada um possa enfatizar as características que mais lhe agradam. Se eu gosto de angulaçoes mais pronunciadas ou cabeças maiores, sigo o estalão trabalhando mais estas características. Se gosto de temperamentos fortes, selecciono nesse sentido. Mas tem que haver equilíbrio nessa selecção, tão errado é criar angulações de 90º como criar cães agressivos e não controláveis.
Portanto o que é de exigir de um cão de beleza não é que ele seja uma fera diante do figurante ou que tenha 98 pontos na secção C. Mas que pelo menos tenha um comportamento digno, que ande nos 70/80 pontos. E isso é o que com muita frequência não se vê nas linhas de beleza, lamentàvelmente... Poderia admitir que um cão com grau 1 feito em 2 meses tivesse algum conflito numa prova de coragem, u uma falha técnica, mas nunca que fugisse do figurante quando este o pressiona. E quantos o fazem, muitos com grau 3 tirado também tipo "novas oportunidades"?
Portanto, quanto a carácter, independentemente das linhas, o que se pede é que o cão cumpra uns mínimos. Depois, o ter um carácter mais forte ou não depende dos gostos de cada um - passa-se o mesmo com as características físicas: angulações, garupas, cabeças, côr, ao gosto de cada um e dentro do que o estalão preconiza, e sobretudo mantendo uns mínimos aceitaveis nas qualidades que não consideramos tão importantes.
Para finalizar, o Pato cheio de boas intenções resolveu colocar aqui fotos do meu cão. Eu percebo que foi por bem, ele já o viu treinar e julgou adequado. Não fico nada aborrecido,mas gosto de discutir estes temas num plano geral e sem particularizar em exemplares em concreto, porque corre-se sempre o risco de ferir susceptibilidades.
De qualquer modo posso dizer-lhe que a maior parte do treino de obediência costuma ser feita num jardim público, muitas vezes sem trela, com bicicletas, patinadores, futebolistas, etc, a passarem-lhe ao lado... E olhe que é um cão bastante sério, com uma defesa forte. è uma questão de se saber que cão temos e agir em conformidade.
Na sua origem, o Pastor Alemão é um cão ovelheiro que foi sendo desenvolvido para ter grande resistência física e um excelente contrôle nervoso a fim de poder cuidar de rebanhos de ovelhas. Mostrou tantas qualidades que do pastoreio passou a ser indicado para diversas outras tarefas. Em todas, o Pastor Alemão foi testado e obteve pleno êxito. A raça, ainda hoje, é a mais utilizada no mundo em tarefas como cão de resgate, cão guia de cegos, cão de segurança, cão de combate e cão de companhia. Tais qualidades tornam o Pastor Alemão reconhecidamente um companheiro, protector e amigo. Na verdade, não é um cão de procurar brigas, mas em casos de necessidade torna-se um valente lutador. Na sua relação com o homem, não dispensa afeição por acaso: cheio de dignidade e também desconfiado com relação a estranhos, sua amizade, uma vez oferecida, é para toda a vida.
COMPORTAMENTO E CARÁCTER:
tanto no comportamento, quanto no carácter, o Pastor Alemão deve ser ponderado, bem equilibrado, auto confiante, absolutamente natural, completamente inofensivo (salvo quando provocado), vigilante e dócil. Deve comprovar sua coragem, ter um carácter bem equilibrado e possuir instinto de luta, para reunir condições que o tornem capacitado às funções de escolha, guarda, protecção, serviço e de trabalho com rebanho.
Logo seleccionar o pastor Alemão de trabalho só e unicamente pela facto deste revelar possuir uma aptidão desmedida para a mordida forte não me parece ser a melhor forma de garantir deste um bom caracter como muitas das vezes é creditado pelos amantes das provas de RCI(o outra do genero). Pois o PA de hoje tem que se mostrar polivalente a semelhança dos que outrora eram utilizados na pastoricia dos rebanhos de ovelhas. E não os crocodilos que procuram actualmente a grande maioria dos adeptos do trabalho de RCI que pouco ou nada tem a ver com o que deles se lhe exigia outrora enquanto cães de rebanho!
<p>Vindo do passado, galopando no presente a caminho do futuro. Criando Pastor Alemão - Fazendo Amigos. </p>
<p>Cumprimentos </p>
<p>Vitor Oliveira</p>
<p>Cumprimentos </p>
<p>Vitor Oliveira</p>
Eu presumo que o último parágrafo seja da autoria do Vítor e os que escreveu antes sejam transcrições. Este, por exemplo,
Já o último parágrafo me merece alguns comentários:
- o mais importante para avaliar o espírito de luta ou a auto confiança de um cão não é, nem eu nunca disse que era, o facto de morder como um crocodilo. Isso é apenas o resultado do seu espírito de luta e da sua coragem. No entanto há-de o Vítor explicar-me porque é que acha negativo um cão que se quer de guarda ter uma mordida contundente, ou em que é que uma mordida contundente torna o cão menos equilibrado... se realmente é isto que quer dizer, francamente não percebo.
- um cão morde de uma maneira ou de outra fazendo uso de dois instintos fundamentais - o instinto de presa e o instinto de defesa: se os tem em níveis elevados, tanto mais contundente é a mordida, e sobretudo as vigilâncias; se os tem em níveis baixos, a mordida nunca poderá ser grande coisa; e se não os tem, ainda poderá morder se fôr treinado a fazê-lo como forma de escape à pressão do figurante, e normalmente a forma como morde e enfrenta revelam a pouca consistência dos seus instintos.
- acresce, como já disse, que um cão com bons instintos é normalmente um cão seguro de si próprio, que apenas activa o seu instinto de defesa em caso de ameaça, como diz o standard. Mais perigosos são os cães inseguros, que vêem ameaças em tudo quanto é movimento e por isso podem reagir mordendo a um estímulo inofensivo...
Dito isto, não vejo em que é que as transcrições do Vítor Oliveira possam contradizer alguma afirmação que eu tenha feito
vem confirmar tudo o que se espera do carácter de um pastor alemão: corajoso, com espírito de luta e capaz de desevolver várias tarefas - é a tal polivalência de que eu falava e que penso ser a característica que tornou o PA a raça mais apreciada em todo o mundo. Estou absolutamente de acordo com o teor deste parágrafo.tanto no comportamento, quanto no carácter, o Pastor Alemão deve ser ponderado, bem equilibrado, auto confiante, absolutamente natural, completamente inofensivo (salvo quando provocado), vigilante e dócil. Deve comprovar sua coragem, ter um carácter bem equilibrado e possuir instinto de luta, para reunir condições que o tornem capacitado às funções de escolha, guarda, protecção, serviço e de trabalho com rebanho.
Já o último parágrafo me merece alguns comentários:
- o mais importante para avaliar o espírito de luta ou a auto confiança de um cão não é, nem eu nunca disse que era, o facto de morder como um crocodilo. Isso é apenas o resultado do seu espírito de luta e da sua coragem. No entanto há-de o Vítor explicar-me porque é que acha negativo um cão que se quer de guarda ter uma mordida contundente, ou em que é que uma mordida contundente torna o cão menos equilibrado... se realmente é isto que quer dizer, francamente não percebo.
- um cão morde de uma maneira ou de outra fazendo uso de dois instintos fundamentais - o instinto de presa e o instinto de defesa: se os tem em níveis elevados, tanto mais contundente é a mordida, e sobretudo as vigilâncias; se os tem em níveis baixos, a mordida nunca poderá ser grande coisa; e se não os tem, ainda poderá morder se fôr treinado a fazê-lo como forma de escape à pressão do figurante, e normalmente a forma como morde e enfrenta revelam a pouca consistência dos seus instintos.
- acresce, como já disse, que um cão com bons instintos é normalmente um cão seguro de si próprio, que apenas activa o seu instinto de defesa em caso de ameaça, como diz o standard. Mais perigosos são os cães inseguros, que vêem ameaças em tudo quanto é movimento e por isso podem reagir mordendo a um estímulo inofensivo...
Dito isto, não vejo em que é que as transcrições do Vítor Oliveira possam contradizer alguma afirmação que eu tenha feito