Pensamos que é uma boa ideia fazer uma nova introdução à linda Morgaine

Vai ser ela contar a sua história:
Miau, miau miau, miau raaaum, mau.... cof cof Hraam hrammmhramm
Vou falar antes assim pode ser que me perceberem melhor
Eu sou a Morgaine e a minha história não tem um começo muito feliz.
Nasci e cresci na rua, num terreno baldio com os meus irmãos e mãe, no meio de ratazanas quase tão grandes como nós.
Durante um tempo mantivemo-nos juntos mas a pouco e pouco cada um encontrou o seu caminho, que nem sempre foi mais feliz que o meu.
Alguns dos meus irmãos encontraram lares, outros foram atropelados na estrada que passa ao lado de onde nos estávamos, passam muitos carros a alta velocidade apesar de ser uma zona residencial onde também brincam muitas crianças.
Acabei por ficar sozinha.
Felizmente uma senhora idosa que vive por perto apercebeu-se da minha presença e começou a alimentar-me e acarinhar-me. Com os seus fracos recursos e com dois gatos residentes que não me aceitavam, essa senhora não conseguiu dar-me o lar que eu precisava mas nunca me virou as costas. E assim fui vivendo durante uns anos.
A minha idade? Nem eu sei bem... Já disseram 4 anos, já disseram 8. E o que é que isso importa quando eu tenho tanto amor para dar?
Continuando... Apesar de ter sempre alimento, os invernos são frios e a rua é um lugar duro para se viver e a minha saúde começou a deteorar-se.
A minha respiração piorou, os meus dentes foram caindo ao ponto de não ter nenhum, fui emagrecendo com tantos parasitas e até fiquei com uma farpa alojada na minha zona genital.
E foi assim que num fim de tarde de verão um casal me encontrou. Rápidamente voltaram a casa para me ir buscar comida e com os meus encantos e mimos assegurei-me de que voltavam novamente. No dia seguinte vieram visitar-me e trouxeram-me mais alimento e carinho. Sei agora por eles, que durante os dias em que me iam visitar foram também tentando ajudar-me, encontrar um lugar onde pudesse ser tratada e cuidada. Andavam tristes e desesperados. Até que alguém lhes estendeu a mão para os ajudar a cuidar de mim.
À hora de almoço num dia bem quente o casal veio ter comigo. Traziam comida e uma caixa esquisita com eles à qual não dei grande importância. Asseguraram-se de que bebia bastante água e comia, até que me enganaram! Sabiam bem o meu fraco por latinhas deliciosas que foram devagarinho empurrando para dentro da dita caixa... e como eu poderia resistir a tal petisco?! Quando dei por mim estava lá dentro fechada.
Fiquei zangada, em pânico mas eventualmente acalmei-me. Sabia que nunca me iriam fazer mal.
Cheguei então a um lugar novo, onde umas senhoras simpáticas me removeram a farpa, trataram de mim e me fizeram exames ao sangue. Até elas dizem que sou um doce de menina!
Mas quando chegou o resultado desses exames tudo desmoronou. Tenho uma doença chamada FELV que precisa de muitos cuidados. Graças a essa doença torna-se difícil alguém me adoptar, apesar de todos os meus mais que muitos encantos.
Por isso continuo nesse lugar, ainda a ser tratada e à espera que alguém me dê o lar que eu tanto preciso.
O casal continua e ir visitar-me práticamente todos os dias. E eu deleito-os com os meus mimos e traquinices.
A farpa foi-se e os parasitas também. O meu pêlo, antes desgrenhado começa a tornar-se macio e felpudo. O meu corpo começa a tomar formas redondas. A espectoração começa a desaparecer. O FELV... bem esse veio para ficar.
O início da minha história pode não ter sido feliz, mas ainda espero que alguém pegue no resto das páginas do livro que é a minha vida e o torne numa história de amizade, carinho e companheirismo.
Já te apaixonas-te por mim?! Tenho a certeza que sim.
Miau!
Morgaine.
