A primeira vez que vi este cão, estavam a retirar-lhe músculo morto da pata, era pus por todo o lado, todo inchado e posso dizer que nem se ouviu um ai daquela boquinha, um querido, a dar-me beijinhos enquanto eu lhe fazia umas festas para o acalmar. Metia dó. Pensei que não se safasse, admito.
Soube que pouco tempo depois foi amputado à pata traseira.
Algumas semanas depois, tive de me dirigir à zona de internamentos e oiço bater uma cauda freneticamente, mas dessa box não saia o fio do soro...estranhei e fui ver quem era. Lá estava ele, ainda...
Fui perguntar à Dra, porque motivo ele ainda lá estava, algo podia ter corrido mal, pois ele já devia estar em casa ao tempo.
Foi aí que ela me contou que os donos o queriam pôr a dormir, ela recusou-se era um cão novo e com boas hipóteses de recuperação, mas mesmo assim os donos deixaram-no lá ficar abandonando-o.
A Dra fez a cirurgia pro bono, todos os tratamentos do bolso dela.
Apelo apenas a que partilhem, não que seja um caso de vida ou morte, pois ele não será abatido, mas ele merece uma vida melhor que a box de uma clínica veterinária e uns breves passeios à rua. Merece um dono que não o negligencie, que o trate com respeito, amor e carinho.
Amanhã estarei com ele novamente, e trarei novidades.
