Num canil municipal da margem sul - que infelizmente só está diariamente aberto da parte da manhã - estava uma cadelinha cruzada de caniche gravemente doente às portas da morte, com uma barriga enorme e com um tumor que tinha rebentado. A desgraçada além de estar num sofrimento atroz, ainda tinha os cães em cima dela, que com o cheiro do sangue a tentavam montar. A Ana, que se tinha deslocado ao canil para ver os animais que lá estavam, ficou horrorizada com o que viu. Junto às grades a agora Micas implorava por ajuda. Pelos espaços apertados do gradeamento a Ana fazia-lhe festas no focinho cheio de lágrimas, lágrimas de dor e angústia. Angústia partilhada pela Ana que não podia ajudar de imediato por o canil estar fechado.
No dia seguinte, a menina pôde finalmente ser resgatada. Ficámos então a saber que além de todo o tormento do tumor rebentado, com as moscas à volta e milhentas carraças, esta menina tinha sido atirada por cima da rede na tarde anterior, após o canil ter fechado.
Como é possível? Alguém ter a frieza, além de deixar um animal chegar a este estado, de o atirar por cima da rede… não há palavras.
Depois de resgatada seguiu logo para o Hospital Veterinário Central. Inicialmente, o panorama não estava famoso. As reticências eram muitas e as previsões não eram boas. Mas ainda havia uma réstia de esperança: operá-la. É claro que seguimos em frente, sem sequer pensar duas vezes. Havendo uma hipótese dela sobreviver é claro que não íamos voltar-lhe as costas.
Ontem à noite teve de levar uma transfusão de sangue, pois a infecção já estava a miná-la. Hoje foi a operação. A tensão era muita e quando o telefone tocou ficámos em pânico. Felizmente as novidades eram para já boas. A Micas é uma lutadora e uma sobrevivente. Está agarrada à vida com todas as suas forças. E nós estamos a lutar com ela.
Todos no hospital ficaram surpreendidos com a sua determinação e força de viver. Assim que acordou tentou logo levantar-se, como que dando uma lição à morte. Teve de retirar quase todas as maminhas e dos seus iniciais 6 kilos, após a cirurgia ficou com pouco mais de 4. Impressionante.
Precisamos agora de toda a ajuda possível para pagar a conta da operação.
Ainda não temos valores certos, mas sabemos para já que será uma conta avultada.
Pedimos por isso para já se puderem contribuir, que o façam através de cheque endossado ao HVC (Hospital Veterinário Central), enviando-o ao cuidado do Pé ante Pata para o nosso apartado 9056 1900-998 Lisboa
Ou então para a nossa conta NIB 0010 0000 3798136000 192, indicando que é para ajudar a Micas. É muito importante que ponham esse descritivo (ou que nos enviem um e-mail), dado que estamos a ajudar outras situações.
Podem confirmar a situação e o internamento da Micas ligando para o HVC para o número 21 297 77 20.
Muito obrigada a todos. Agora vamos torcer para que a Micas continue a lutar e que ganhe esta batalha.
Mafalda G – 96 796 17 32
Vanda G – 96 358 20 33
Susana C - 96 503 91 02

