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Diário de um cachorro

Enviado: quinta set 13, 2007 7:42 pm
por nelinha1
1ª semana: Hoje completei uma semana de vida. Que alegria ter chegado a este mundo !

1 mês: A Minha mãe cuida muito bem de mim. É uma mãe exemplar !

2 meses: Hoje separaram-me da minha mãe. Ela estava muito irrequieta e, com seu olhar, disse-me adeus. Espero que a minha nova "família humana" cuide tão bem de mim como ela o fez.

4 meses: Cresci rápido, tudo me chama a atenção. Há várias crianças na casa e para mim são como irmãozinhos ". Somos muito brincalhões, eles puxam-me o rabo e eu mordo-os na brincadeira.

5 meses: Hoje deram-me uma bronca. A minha dona ficou incomodada porque fiz xixi dentro de casa. Mas nunca me haviam ensinado onde deveria fazê-lo. Além do que, durmo no hall de entrada. Não deu para aguentar.

8 meses: Sou um cão feliz! Tenho o calor de um lar; sinto-me tão seguro, tão protegido... Acho que a minha família humana me ama e me dá muitas coisas. O pátio é todinho para mim e, às vezes, excedo-me, cavando na terra como meus antepassados, os lobos quando escondiam a comida. Nunca me educam... Deve ser correcto tudo o que faço.

12 meses: Hoje completo um ano. Sou um cão adulto. Os meus donos dizem que cresci mais do que eles esperavam. Que orgulho devem ter de mim.

13 meses: Hoje acorrentaram-me e fico quase sem poder movimentar-me até onde tem um raio de sol ou quando quero alguma sombra. Dizem que vão me observar e que sou um ingrato. Não compreendo nada do que está a acontecer.

15 meses: Já nada é igual... moro na varanda. Sinto-me muito só. A Minha família já não me quer! Às vezes esquecem-se que tenho fome e sede. Quando chove, não tenho tecto que me abrigue...

16 meses: Hoje tiraram-me da varanda. Estou certo de que a minha família me perdoou. Eu fiquei tão contente que pulava com gosto. O meu rabo parecia um ventilador. Além disso, vão levar-me a passear!! Dirigimo-nos para a estrada e, de repente, pararam o automóvel. Abriram a porta e eu desci feliz, pensando que passaríamos o nosso dia no campo. Não compreendo porque fecharam a porta e se foram. "Ouçam, esperem!" Ladrei...... esqueceram-se de mim....... Corri atrás do carro com todas as minhas forcas. A minha angústia crescia ao perceber que quase perdia o fôlego e eles não paravam. Haviam-me esquecido !

17 meses: Procurei em vão achar o caminho de volta ao lar. Estou só e sinto-me perdido! No meu caminho existem pessoas de bom coração que me olham com tristeza e me dão algum alimento. Eu agradeço-lhes com o meu olhar, desde o fundo da minha alma. Eu gostaria que me adoptassem: seria leal como ninguém! Mas apenas dizem: " pobre cãozinho, deve ter-se perdido."

18 meses: Um dia destes, passei perto de uma escola e vi muitas crianças e jovens como os meus " irmãozinhos " aproximei-me e um grupo-me deles, rindo, atirou-me uma chuva de pedras "para ver quem tinha melhor pontaria". Uma dessas pedras, feriu-me o olho e desde então, não vejo com ele.

19 meses: Parece mentira. Quando estava mais bonito, tinham compaixão de mim. Já estou muito fraco; meu aspecto mudou. Perdi o meu olho e as pessoas mostram-me a vassoura quando pretendo deitar-me numa pequena sombra.

20 meses: Quase não posso mexer-me! Hoje, ao tentar atravessar a rua por onde passam os carros, um acertou-me! Eu estava no lugar seguro chamado "calçada ", mas nunca esquecerei o olhar de satisfação do condutor, que até se vangloriou por acertar-me. Oxalá me tivesse matado! Mas só me deslocou as patas traseiras! A dor é terrível! As minhas patas traseiras não me obedecem e com dificuldade arrastei-me até a relva, na beira do caminho.

Faz dez dias que estou embaixo do sol, da chuva, do frio, sem comer. Já não posso mexer-me! A dor é insuportável! Sinto-me muito mal, fiquei num lugar húmido e parece que até o meu pêlo está a cair... Algumas pessoas passam e nem me vêem; outras dizem: "não te chegues perto". Já estou quase inconsciente; mas alguma força estranha me faz abrir os olhos. A doçura de sua voz fez-me reagir. "Pobre cãozinho, olha como te deixaram ", dizia... com ela estava um senhor de avental branco. Começou a tocar-me e disse: "Sinto muito senhora, mas este cão já não tem remédio. É melhor que pare de sofrer". A gentil senhora, com as lágrimas rolando pelo rosto, concordou. Como pude, mexi o rabo e olhei-a, agradecendo-lhe que me ajudasse a descansar. Somente senti a picada da injecção e dormi para sempre, pensando em porque tive que nascer se ninguém me queria

Enviado: quinta set 13, 2007 7:47 pm
por goodangel
ja li isso em kualker lado mas nao me lembro onde.
mas admiro muito quem escreveu pois conseguio relatar bem o que se passa com muito dos caes que sao abandonados.
comprimentos :)

Enviado: sábado set 15, 2007 2:37 pm
por mimizinha
fiquei com a lagrima no canto do olho... :cry: é horrivel...já me mandaram um mail com essa historia.A parte que mais me tocou foi qundo abandonaram o cãozinho.O pobrezinho esperava atenção e um passeio mas o que teve foi desprezo e tristeza.Os que leram já sabem o que os animais sentem quando são abandonados.pura maldade!

Enviado: sábado set 15, 2007 2:59 pm
por goncalo15
e praticamente a mesma coisa mas com um furao


Um dia fui feliz ...

Crónicas de um furão abandonado
1º dia
Estava tão quentinho na barriga da minha mãe e agora estou num ambiente esquisito. Hum, estou a ficar com fome. Onde é que se come por aqui ?
Ah, acho que encontrei.

2ª semana
A minha mãe é a maior. Passa a vida a lamber-me e a mudar-me de sitio. Pega-me com a boca, com muito jeitinho e coloca-me perto dela. Adoro mamar. Não é por nada, mas acho que sou o mais gordinho do grupo.

5ª semana
Ops. Acho que um dos olhinhos está a abrir-se. Uau que lindo. Nunca pensei que o mundo fosse assim. A minha mãe é tão bonita. E o meu pai então, é um matulão mas é um bocadinho diferente da minha mãe. Engraçado .....
Já estou a comer aquela ração amolecida que a minha mãe come e é muito deliciosa. Adoro tomar banho lá .....

8ª semana
Já estou muito crescido e já subo a gaiola toda. Afinal aquele matulão não era o meu pai, mas sim o meu dono. Olha, o que se está a passar aqui. O meu dono está a pegar-me ao colo e a mostrar-me a outros humanos. Acho que vou ter novos donos .....

6 meses
Bem, como eu cresci. Há tantas coisas novas para ver e aprender. Farto-me de brincar com um humano mais pequenino que o meu dono. Ele puxa-me o rabo e eu dou-lhe umas mordiscadelas. Somos como irmãos.

7 meses
Hoje, os meus donos ralharam comigo. Tudo por causa de ter feito as necessidades fora do sitio. Ela estava tão suja e como eu estava muito aflito, tive que arranjar outro sitio.
Ah, também mudaram a minha comida. Dizem que a comida de gato também serve e é muito mais barata. OK tudo bem, eu adapto-me sem problemas ...
Por eles, eu faço tudo.

8 meses
Sou um furão feliz.Tenho o calor de um lar, sinto-me seguro e protegido. Já não ralham comigo e agora tenho um quintal todo para mim. De vez em quando, cavo nuns vasos que a minha dona humana gosta muito. Grita comigo e vai-se embora. Bem, acho que não estou a fazer nada de errado....

1 ano
Hoje faço anos. Já sou adulto e os meus donos cada vez tiram-me menos da gaiola. Quando têm visitas, tiram-me um bocadinho para eles verem. Acho que têm muito orgulho de mim.

1 ano e 1 mês
Já ninguém brinca comigo. Passo grande parte do tempo na gaiola e raramente estico as patinhas. Vou-me deitar na caminha que eles compraram quando eu vim cá para casa (está cheia de buracos). Os meus donos dizem que eu dou muito trabalho. Não compreendo nada do que se está a passar.

1 ano e 3 meses
Já nada é igual. Agora, colocaram a minha gaiola lá no fundo do quintal. Às vezes fico ao Sol, outras vezes á chuva. Sinto-me muito sózinho. Acho que a minha família humana já não quer saber de mim. Até se esquecem que eu tenho de comer e beber. Tento desafiá-los para a brincadeira mas ninguém me ouve. O que será que eu fiz para tratarem-me assim ?

1 ano e 4 meses
Finalmente, hoje foram-me buscar ao quintal. Fiquei muito contente e não conseguia estar parado. O meu rabo parecia uma ventoinha. Tenho a certeza que eles perdoaram-me, apesar de eu ainda não saber o que fiz.
Para meu espanto, levaram-me a passear de carro. Foi aí que tive a certeza que eles tinham-me perdoado.
Fomos andando até a um campo e de repente abriram a porta e soltaram-me. Nem queria acreditar. Ia passar o dia no campo. Fiquei tão contente que corri em frente. Quando olhei para trás, vi o carro a ir-se embora e corri a gritar: "Ei, eu não estou no carro. Esqueceram-se de mim". Corri muito assustado atrás do carro, mas cada vez via o carro mais ao fundo da estrada. Fiquei desesperado e muito assustado e perguntei a mim mesmo: "E agora, o que faço".

1 ano, 4 meses e 1 dia
Procurei em vão achar o caminho de volta para casa. Estou só e sinto-me perdido. De vez em quando, cruzo-me com outros humanos. Chamam-me nomes e pensam que sou perigoso. Estou com muita fome e sede. Descobri uma espécie de lago. Bebo ali água. Uma velhota sentada num banco do jardim acha-me engraçado e atira-me pão para eu comer. Chama-me de "esquilo bonito". Eu como e agradeço com o meu olhar. Como gostaria que alguém me adoptasse. Seria leal como ninguém. Mas os humanos olham para mim e dizem: "que animal esquisito, será que morde ?".

1 ano, 4 meses e 2 dias
Hoje, muitos humanos pequeninos vieram ao parque. Lembrei-me daquele humano pequenino que costumava brincar comigo. Fiquei com tantas saudades que aproximei-me do grupo para brincar com eles. Para meu espanto, desataram a atirar-me pedras para ver quem tinha melhor apontaria. Uma das pedras acertou-me num olho e desde então não vejo nada desse olho. Sobrevivo já há três dias milagrosamente, comendo migalhas e restos que encontro por aí.

1 ano, 4 meses e 3 dias
Parece mentira. Quando era pequeno, toda a gente gostava de mim. Agora, ninguém tem compaixão de mim. Já estou muito fraco e o meu aspecto mudou. Perdi o meu olho e ando meio cambaleante. Acho que parti uma patinha.Os humanos gritam comigo quando tento deitar-me numa sombra e tenho logo que fugir. Sinto-me cada vez mais fraco e com dores na minha barriguinha. Tenho medo, muito medo.

1 ano, 4 meses e 4 dias
Hoje, quase não consigo levantar-me. Ao tentar atravessar uma clareira, um humano deu-me um pontapé com tanta força que fui parar ao outro lado. Nunca esquecerei o olhar de satisfação dele. A dôr é terrivel, as minhas patinhas traseiras já não me obedecem.
Com alguma dificuldade, arrastei-me para a relva, na beira do caminho.Há cinco dias que estou debaixo de Sol, chuva e frio. Comi muito pouco, porque a comida a que estava habituado era a ração. Já não consigo mexer-me. A dôr é insuportável. Estou a sentir-me muito mal. Alguns humanos passam perto e fingem que não me veêm. Outros dizem "não toques que pode ter doenças".
Já estou quase inconsciente, mas uma força estranha fez-me abrir os olhos. A doçura da sua voz fez-me reagir. "Meu Deus, é um furão. Coitadinho ..."
Senti a sua mão bondosa a pegar-me ao colo e a envolver-me em algo quentinho e macio. Nessa altura, desmaiei. Quando acordei, vi um humano de bata branca a olhar para mim dizendo: "Sinto muito, mas este furão já não tem remédio. É um milagre estar vivo. Está muito ferido e é melhor que pare de sofrer". A gentil dama, com as lágrimas a correrem pelos olhos, concordou. Como pude, mexi o rabo e olhei-a, agradecendo-lhe que me ajudasse a descansar. Num último esforço, consegui dar-lhe uma lambidela no nariz. Docilmente, submeti-me à picada da injecção e dormi para sempre. O meu último pensamento foi: porque tive que nascer se ninguém me queria ?

Enviado: sábado set 15, 2007 3:56 pm
por Fidokas
:cry: :cry: nao posso ler estas coisas :cry:

fico logo com a lagrimas nos olhos...

esta historia representa bem o que os caes sofrem quando sao abandonados... :cry: nao sei como e que alguem consgue fazer uma crueldade destas :evil: