Eu também, deixe lá. Só leio a
Maria e a
Nova Gente. E de vez em quando gosto muito de ler um jornal, por isso, uma ou duas vezes por mês, compro o
24 Horas,
O Crime e o
Ocasião.
U206 Escreveu:Esqueci-me de mencionar um outro livro que li há relativamente pouco tempo, pois é uma obra que se estuda no 12º ano na disciplina de Português. É muito interessante e de fácil leitura, cá vai...
- Felizmente Há Luar, de Luís de Sttau Monteiro
Foi escrito na época da ditadura Salazarista, mas como não podiam ser publicados artigos/notícias/livros que fossem contra este regime, a obra só foi publicada depois do 25 de Abril. O autor teve que criar um "efeito de distanciação" na obra, isto é, não pode falar claramente do regime Salazarista e a sua opinião acerca do mesmo, como tal teve recuar uns bons anos atrás, ao reinado de D. João VI. ...
Não é verdade. O livro foi escrito e publicado em 1961 e em 1962 levou o prémio da Associação Portuguesa de Escritores (que foi extinta após um assalto da Pide às suas instalações). Entre essa data e o 25 de Abril até teve algumas reedições, não posso agora precisar quantas.
O facto de Stau Monteiro ter optado por uma alegoria evitou que fosse apreendido pela Pide logo à saída do prelo, como durante esses anos aconteceu com muitas outras obras de muitos outros autores. Na época os livros ainda não eram obrigadas a ir à Censura para "exame prévio", mas não tardou a terem também de ir ao crivo ideológico.
Os editores passaram então a fazer malabarismos com as provas e a saída da edições para as livrarias: era frequente as provas serem entregues na Rua da Misericórdia (sede da Censura) no mesmo dia ou nos dias a seguir ao termo da impressão da edição e à sua entrega nos armazéns dos editores.
Passava-se palavra para que as primeiras remessas se esgotassem antes que a Pide assaltasse as livrarias e os armazéns e apreendesse todos os exemplares que encontrasse. Quando se sabia ou calculava que o regime ia actuar contra determinado autor e determinado livro, as edições eram divididas à saída das tipografias, uma parte ficava à vista e outra ia para parte incerta, destinada a ser vendida clandestinamente, por encomenda directa aos livreiros ou ao editor, algumas vezes mesmo ao próprio autor. Também era frequente as livrarias ficarem com uma reserva escondida para venda aos clientes de confiança.