Que acham dos cortes no ensino Público/Privado?

Conversas sobre outras temáticas e o que não se enquadrar em nenhuma outra secção.
VitorN
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sexta jan 28, 2011 5:27 pm

Gallaecia Escreveu:a gente pode estar aqui a malhar em frio frio até sermos velhinhos .... ou podemos perceber que :

Ensino Publico como o nome indica Vitor, é suposto ser financiado pelos dinheiros publicos.
É exactamente o que fazem estas escolas Público/Privadas. Prestam um serviço público e gratuíto. A diferença, é que há uma entidade gestora que não o Estado. Para mim é a única diferença. De resto, o serviço é o mesmo, aliás, para mim o serviço é melhor.
Gallaecia Escreveu:É um sistema aberto a todos, que se supoe funcional ( e o é )
Não concordo com isto. Devia ser funcional mas não é. Se fosse funcional, não havia "mercado" para estas escolas Público/Privadas.

Digam o que disserem, o sistema não funciona (O Estatal).

veja-se por exemplo o caso da saúde. As listas de espera que há para uma operação. E que fez o esatado? Não contratou privados para encurtar essas listas?

O Estado em pouco ou nada funciona. Este exemplo que dei aqui dos hospitais, é apenas um no meio de milhentos.

Toda a forma, o intuito que me fez abrir este tópico, foi informar que nestas escolas P/P, não se paga nada. A única diferença, é que há uma entidade particular a gerir a escola. O estado limita-se a dar uma verba por turma e as entidades procuram gerir esse dinheiro, que é público, nas escolas. Mais uma vez, os alunos não pagam nada. Apesar da escola não ser do Estado, a mesma presta um (excelente, no meu ponto de vista) serviço público.

Penso que ficou entendido, certo? :lol:
nicasxi
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sexta jan 28, 2011 5:40 pm

Ora abóbora !!!!
A minha avó que não sabia ler nem escrever ía-me ensinar o quê?????
Não tive a sorte da Lulu, de nascer numa familia culta. Nasci numa familia honrada sim, mas de pessoas que se construiram a elas próprias através do trabalho árduo e em grande quantidade.
Toda a instrução que absorvi , ( não falo de trivialidades de crochets ou saber ver as horas ) foi na escola. Foi na escola primária com a D. Aninhas , senhora da pauta e do ponteiro rápidos. :lol: Continuou no ciclo e depois no secundário e finalmente no ensino superior. Sempre em escola pública.
O ser humano que sou , o meu caracter ou falta dele, o meu respeito pelo outro, é que o apreendi em grande parte na familia. Mas isso faz parte de outro " pelouro".
Continuo na minha uma grande parte do problema está em confundir-se educação com instrução.
Quanto a localidades onde a escola privada é a unica alternativa: é fácil! É fazer uma excursãozinha pelo " Portugal profundo". É ir ás terras desertificadas do Alentejo ou de Trás os Montes onde em cada aldeia , e com muita sorte , só existem uma ou duas crianças em idade escolar.
Olha, não vamos mais longe: aqui em Constancia , os miudos que frequentam o secundário e moram a alguns kms daqui , ou vêm de manhã muito cedo no autocarro, ou comboio ou vêm por meios próprios. Entretanto fala-se em abolir linhas de comboio. Aliás uma delas vai deixar de fazer-se já a partir de dia 1 de Fevereiro. Eu pergunto: e os miúdos que a usam?????
Dedico esta assinatura a quem lhe "acentar" a carapuça :
"Quem nasce lagartixa, nunca chega a jacaré, por muito que se inche .... " By , um amigo muito querido ...



"Dogs are better than human beings because they know but do not tell."
— Emily Dickinson

À espera que os frangos que o Terug, o Paulo Santos e o Zefe andam a virar, fiquem prontos.
... e já agora tambem das courgettes da LuMaria!;)
LuluB
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sexta jan 28, 2011 6:51 pm

Nicas, eu apenas disse - e é verdade - que a instrução não é exclusivamente tarefa da escola. E também tive o cuidado de distinguir a situação em que ela pode também pertencer à família. A sua avó, se lhe tivessem dito que teria coisas a ensinar à neta, se calhar, rir-se-ia, por se julgar incapaz de o fazer. E no entanto poderia ter-lhe ensinado muito do que a Nicasxi foi depois aprender na escola...

O meu pai era filho de operários (um alfaiate e uma costureira), começou por ser aprendiz de tipógrafo e depois foi subindo por esforço, interesse e vontade de saber próprios. Mas ele viva na cidade, onde essas subidas são (ou eram) mais faciltadas do que no campo.

Já a minha mãe veio de outro meio, precisamente o burguês rural. Educada como as meninas do seu tempo e do seu meio eram, tinha uma cultura limitada e foi ensinada em casa. Mas também ela não se ficou por aí, como teria sido fácil.

Também nos tempos deles (e no meu) as escolas públicas não abundavam e havia muitas de entidades privadas e não lucrativas: durante a chamada instrução primária, eu andei numa escola "oficial" e em duas das tais pertencentes a organizações dessas.

Não cabe aqui fazer a história deste tipo de escolas, de resto nem é este o tema do tópico. Mas bem que poderia ser, talvez ajudasse a compreender porque é que agora existem escolas privadas a ser pagas pelo Estado para ensinarem... gratuitamente.

E isto, a mim, parece-me um bocado aberrante. Com alguém já disse atrás, uma escola privada (como um hospital privado) é uma empresa privada, não tem que ser subsidiada pelo Estado devido a carências que o Estado despreza - e até estimula.
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
Gallaecia
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sexta jan 28, 2011 7:41 pm

O ultimo paragrafo da lulu resume a busilis da questão.

cada um que reflicta por si... que faça uma introspecção séria e aja em consciencia.

estou segura de que todo o pai e mãe quer o melhor para o seu filho... e isso é mesmo o mais vital.

Nicas as escolas das zonas desertificadas encerram minha amiga... pois claro. e porque?

porque não é sustentável pagar um docente ( pelo menos ) um auxiliar ( pelo menos ) para ensinar duas crianças.

ora bem... percebe-se. Percebe-se que o que não é sustentável é que esses meninos se vejam privados de uma instrução decente por causa de detalhes.

Os professores não querem ir para o interior? mentira.

Os profesores querem ensinar em qualquer lugar.... desde que o estado pague em conformidade! Com justiça e não como quem dá uma esmola.

Talvez.... só talvez.... se o dinheiro não fosse canalizado para bolsar alunos em colegios Particulares, houvesse verba para manter aberta a escola de S. Jorge da Maçuda, na Rua do Sobe e Desce e que só tem dois alunos!!:)

Talvez... só talvez... houvesse guito para pagar decentemente ao prof. da aldeia e à senhora Mimi da cantina.

Talvez ... só talvez... desse para descomplicar e deixar de olhar para a metropole( o que eu gosto desta palavra ) e se conseguisse ver que o resto do país tem necessidades e realidades diferentes.

Que as soluções devem ser adaptadas as realidades REGIONAIS e que não se pode ceifar a torto e a direito.

Mas isto já me leva a mente para outros campos... reaccionarios e desconfortaveis para a maioria.

è chato que se cortem os subsidios das escolinhas PARTICULARES onde se despejam milhares de crianças diariamente das oito da matina às oito da noite... é chato.

para que os pais possam ter dois empregos e ganhar dinheiro para pagar tudo o que realmente não importa nada... mas que nos torna tão satisfeitos da vida.
O fenomeno do novo riquismo levou ao "abandono" de milhares de miudos à sua sorte.... em belissimos colegios é certo... e fazem karaté e ténis.
e enchem o seu horário para que os pais continuem a trabalhar desgraçadamente para pagar toda a tralha...MENOS O COLEGIO.... esse paga o ESTADO! :D

Ensino publico para toda a gente... quem achar que precisa de mais, que pague!

Há dias em que como em casa, vou ao frigorifico... cozinho e como.
Nos dias em que me quero sentar a apreciar o rebentar das ondas... vou e pago. Nunca meti a factura do jantar em despesas de IRS!

Assim de simples. :D
<p><strong>Remember this - very little is needed to make a happy life...</strong></p>
<p><strong>You have power over your mind - not outside events. Realize this... and you will find strength.</strong>
</p>
<p><strong>Marcus Aurelius</strong></p>
Gallaecia
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sexta jan 28, 2011 7:44 pm

eh pá.. lembrei-me agora... vou responder à questão do tópico!

Acho MUITISSIMO BEM! :)
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VitorN
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sexta jan 28, 2011 9:58 pm

Gallaecia Escreveu:eh pá.. lembrei-me agora... vou responder à questão do tópico!

Acho MUITISSIMO BEM! :)
Muito bem, é uma opinião que merece todo o respeito.

Agora, se me permite, posso fazer uma pergunta?

Se essas escolas ou colégios fecharem, o vosso amigalhaço Estado têm onde "encaixar" os alunos que aí estão?

Uma coisa é o que o Estado devia fazer e acontecer. Outra é a realidade ;)
Gallaecia
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sexta jan 28, 2011 11:25 pm

VitorN Escreveu:
Gallaecia Escreveu:eh pá.. lembrei-me agora... vou responder à questão do tópico!

Acho MUITISSIMO BEM! :)
Muito bem, é uma opinião que merece todo o respeito.

Agora, se me permite, posso fazer uma pergunta?

Se essas escolas ou colégios fecharem, o vosso amigalhaço Estado têm onde "encaixar" os alunos que aí estão?

Uma coisa é o que o Estado devia fazer e acontecer. Outra é a realidade ;)
Vitor o estado meu amigalhaço não é decerto.... é amigalhaço dos pais a a quem paga o colegio dos filhos! ;)

Os impostos que me debitam mensalmente e anualmente os exmos. srs. da dir. geral de impostos chegam sobejamente para cobrir a escola pública dos meus dois filhos que a frequentam religiosamente.

até o prato da sopa e a maça que eles comem eu pago... salvo erro um euro e trinta por cada almoço.

portanto... como esta é a minha realidade não me sinto amigada com o dito! :lol:

Relativamente ao encaixe dos alunos do privado pelo oficial... bom, considero que este tipo de alteração nunca poderia ser posta em pratica a meio dum ano lectivo.... obviamente de provoca instabilidade nos alunos, nos pais, nos professores.... em todos.

deveria ser planificada e implementada de forma a absorver os alunos que tivessem que mudar de escola, no inicio ano lectivo. até aqui é pacifico... penso.

se o oficial tem espaço para estes alunos? seguramente!
se calhar não na escola de primeira opção dos pais... nem na segunda, mas terá seguramente colocação para os alunos, isso é garantido.

Num estado de direito democratico NENHUMA CRIANÇA em idade escolar pode ser RECUSADA pelo sistema de ENSINO OFICIAL.

Tudo o restante é mero sofisma.
<p><strong>Remember this - very little is needed to make a happy life...</strong></p>
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tiabela
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sexta jan 28, 2011 11:43 pm

Gallaecia Escreveu:O ultimo paragrafo da lulu resume a busilis da questão.

cada um que reflicta por si... que faça uma introspecção séria e aja em consciencia.

estou segura de que todo o pai e mãe quer o melhor para o seu filho... e isso é mesmo o mais vital.

Nicas as escolas das zonas desertificadas encerram minha amiga... pois claro. e porque?

porque não é sustentável pagar um docente ( pelo menos ) um auxiliar ( pelo menos ) para ensinar duas crianças.

ora bem... percebe-se. Percebe-se que o que não é sustentável é que esses meninos se vejam privados de uma instrução decente por causa de detalhes.

Os professores não querem ir para o interior? mentira.

Os profesores querem ensinar em qualquer lugar.... desde que o estado pague em conformidade! Com justiça e não como quem dá uma esmola.

Talvez.... só talvez.... se o dinheiro não fosse canalizado para bolsar alunos em colegios Particulares, houvesse verba para manter aberta a escola de S. Jorge da Maçuda, na Rua do Sobe e Desce e que só tem dois alunos!!:)

Talvez... só talvez... houvesse guito para pagar decentemente ao prof. da aldeia e à senhora Mimi da cantina.

Talvez ... só talvez... desse para descomplicar e deixar de olhar para a metropole( o que eu gosto desta palavra ) e se conseguisse ver que o resto do país tem necessidades e realidades diferentes.

Que as soluções devem ser adaptadas as realidades REGIONAIS e que não se pode ceifar a torto e a direito.

Mas isto já me leva a mente para outros campos... reaccionarios e desconfortaveis para a maioria.

è chato que se cortem os subsidios das escolinhas PARTICULARES onde se despejam milhares de crianças diariamente das oito da matina às oito da noite... é chato.

para que os pais possam ter dois empregos e ganhar dinheiro para pagar tudo o que realmente não importa nada... mas que nos torna tão satisfeitos da vida.
O fenomeno do novo riquismo levou ao "abandono" de milhares de miudos à sua sorte.... em belissimos colegios é certo... e fazem karaté e ténis.
e enchem o seu horário para que os pais continuem a trabalhar desgraçadamente para pagar toda a tralha...MENOS O COLEGIO.... esse paga o ESTADO! :D

Ensino publico para toda a gente... quem achar que precisa de mais, que pague!

Há dias em que como em casa, vou ao frigorifico... cozinho e como.
Nos dias em que me quero sentar a apreciar o rebentar das ondas... vou e pago. Nunca meti a factura do jantar em despesas de IRS!

Assim de simples. :D

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VitorN
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sexta jan 28, 2011 11:57 pm

Gallaecia Escreveu:Vitor o estado meu amigalhaço não é decerto.... é amigalhaço dos pais a a quem paga o colegio dos filhos! ;)
Então é seu amigalhaço :D, bem como também é meu amigalhaço. A escola onde seus filhos andam, é paga com o meu dinheiro, da mesma forma que a escola onde minha filha anda, é paga com o seu dinheiro - dinheiro dos nossos impostos. A diferença, é que na escola da minha filha, há uma gestão privada. De resto, é tudo igual. Também tenho a despesa de alimentação, tal e qual a Gallaecia tem. Só não sei precisar valores mas não há-de ser muito diferente da sua situação.
Gallaecia Escreveu:Os impostos que me debitam mensalmente e anualmente os exmos. srs. da dir. geral de impostos chegam sobejamente para cobrir a escola pública dos meus dois filhos que a frequentam religiosamente.
Da mesma forma que os impostos que eu pago, também deviam chegar para pagar o ensino da minha filha que é numa escola público/privada mas que os alunos não pagam para lá andar, ou seja, apesar de ser P/P, preta um serviço 100% público.


Gallaecia Escreveu:Relativamente ao encaixe dos alunos do privado pelo oficial... bom, considero que este tipo de alteração nunca poderia ser posta em pratica a meio dum ano lectivo.... obviamente de provoca instabilidade nos alunos, nos pais, nos professores.... em todos.

deveria ser planificada e implementada de forma a absorver os alunos que tivessem que mudar de escola, no inicio ano lectivo. até aqui é pacifico... penso.
Pois, como disse de início, esse é um dos grandes problemas. É que o estado simplesmente desfez um acordo a meio do campeonato. Isso é reprovável. Mas parece que neste ponto estamos de acordo.

Gallaecia Escreveu:se o oficial tem espaço para estes alunos? seguramente!
se calhar não na escola de primeira opção dos pais... nem na segunda, mas terá seguramente colocação para os alunos, isso é garantido.

Num estado de direito democratico NENHUMA CRIANÇA em idade escolar pode ser RECUSADA pelo sistema de ENSINO OFICIAL.
Nem que se tenha que enviar os nossos filhos para "o diabo mais velho"!

Galllaecia, acredite, aqui na minha zona, não há lugar para tanto aluno.

Num raio de 60 km, temos cerca de 4 ou 5 colégios P/P. É muito aluno. Pelo menos na minha zona, duvido que haja vagas. Só os metendo para "cascos de rolhas".

Acha isso correcto?
Gallaecia Escreveu:Tudo o restante é mero sofisma.
É ... há muito sofisma por cá ...
Gallaecia
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sábado jan 29, 2011 12:16 am

zero sofisma!

Percebo o seu ponto de vista obviamente Vitor. :)

Mas tenho as minhas convicções e uma fidelidade quase canina a tudo aquilo em que acredito.... zero sofisma.

se reparar algures por aí digo algo como... "as soluções tem de ser adaptadas às necessidades de cada região"... talvez aqui resida parte da solução.

o status quo ( não só da educação ) é insustentável, era só uma questão de tempo até isto começar a desmoronar. Portugal é uma cigarra ... sempre fomos. mas numa coisa dou-lhe uma pontinha de espaço de manobra:

Antes de cortar no ensino ( qualquer tipo de ensino ) era tirar as regalias absurdas a muitos parasitas ( acho que a Charlie2 mencionou isto ) que mais não fazem que ser sanguessugas... motoristas privados, ordenados imorais, carros de bradar aos ceus... era uma festa meter essa gentinha toda a bulir!

e depois de limpar a tasca e varrer os vidros partidos... oh sim, racionalizar a despesa pública.... com o ensino, a saude, a justiça, com a propria máquina do estado.

racionalizar... não ceifar!!!

mas isto sou só eu a desopilar.... I know nothing!!
Eu é mais tachos, mas mesmo daqueles para fazer guisados! :lol:
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LuluB
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sábado jan 29, 2011 1:39 am

Não posso estar mais de acordo com a Gallaecia, cujas intervenções neste tópico têm sido todas, sem excepção, exemplares.

E acrescento apenas isto: nos anos cinquenta do século passado tínhamos 23 por cento de analfabetos. Por pressão de organismos internacionais, fez-se um esforço (quem não se lembra das campanhas de alfabetização de adultos?), construíram-se escolas, instalaram-se escolas, e a taxa de analfabetismo desceu, até ao início dos anos setenta, para 17 por cento. Foi um esforço significativo, embora feito ao empurrão.

A par disto, a sangria da emigração dos anos sessenta levou ao despovoamento do interior, que se agravou nos anos oitenta com a estagnação e a destruição da agricultura e das indústrias que eram a sua alternativa. Como é evidente, em tal situação os nascimentos declinaram, e no litoral e nos centros urbanos a melhoria temporária das condições de vida levou ao mesmo, por uma razão aparentemente inversa. Em consequência, deixou de se dar ao ensino, em todos os seus graus, a importância que nunca devia ter perdido.

E hoje, em vez de se encarar de frente a situação absurda a que se deixou chegar o ensino, em vez de se estimular a renovação demográfica e o repovoamento do interior, agrava-se tudo fechando escolas e enveredando pelo caminho politicamente fácil das parcerias público-privadas.

Por mim, considero-as uma aberração, tanto do ponto de vista económico como do social: o dinheiro gasto com tais parcerias pagaria de facto, como disse a Gallaecia, os professores e o pessoal das tais escolas agora fechadas - e que o foram também numa altura do ano em que semeou a confusão em toda a rede de ensino, lembram-se?

Nada disto faz sentido: se há escolas privadas é porque há crianças para ensinar. Porque se fecham, então, escolas públicas? Não seria mais normal abri-las ou até deslocá-las para onde escasseiam, em vez de se andar a pagar a privados para fazerem o trabalho que o Estado tem por obrigação fazer? Parece que não. Hoje em dia, o Estado é um organismo que se antagoniza com a sua base - ele está lá em cima, nós estamos cá em baixo a olhar para ele -, e tudo se pesa em função do dinheiro que tudo pode render no imediato, desprezando-se o investimento para o futuro.

Somos de facto um país de cigarras. E, o que é pior, de cigarras míopes.
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