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LuluB
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sexta ago 26, 2011 2:07 pm

...a Crise!

Para ler e meditar, a ver se se abrem muitos olhinhos ainda fechados:

Américo Amorim só diz verdades

por Nuno Ramos de Almeida*, Publicado em 26 de Agosto de 2011 | Actualizado há 11 horas

Instado a comentar o exemplo dos milionários franceses e norte-americanos que afirmam que os ricos devem pagar mais impostos, o homem mais rico do país não se comoveu.

As declarações do homem mais rico de Portugal, Américo Amorim, com uma fortuna orçada em 3,6 mil milhões de euros pela revista "Forbes" em 2011, encerram uma grande verdade. Não por causa da sua suposta pobreza - com 3,6 mil milhões de euros ainda se consegue ir à Fonte da Telha beber umas cervejas -, mas por causa da filosofia que expressam. Quando lhe perguntaram se seguiria o exemplo de milionários norte-americanos e franceses que exigiam ser mais taxados para participar no combate à crise, Amorim não responde à questão, mas sempre vai dizendo: "Não me considero rico, sou um trabalhador." Esta frase é reveladora: Amorim não é rico porque trabalha. Logo, quem trabalha, regra geral, não consegue enriquecer - diz-nos o homem mais rico de Portugal e confirmam-nos as estatísticas: no mundo desenvolvido, nos últimos 30 anos, os ricos ficaram muito mais ricos e os pobres receberam uma menor percentagem do rendimento disponível. Atentemos ao exemplo da maior economia do mundo. Entre 1978 e 2008, o rendimento do segmento de 1% dos mais ricos da população norte-americana cresceu fortemente. Em 30 anos, passou de 8,95% do produto interno bruto para 20, 95% do mesmo PIB. É fácil perceber a quem eles foram tirar o dinheiro.

Esta tendência tem sido reforçada nos Estados Unidos pelos cortes brutais de impostos às grandes empresas e aos ricos. A continuação dessa prenda amiga custará até 2020, segundo o Gabinete de Orçamento do Congresso, 3,3 mil milhões de dólares a mais na dívida nacional dos norte-americanos.

Os teóricos de dar mais dinheiro aos ricos defendem que apesar de isso criar alguns problemas de desigualdade criaria uma sociedade mais competitiva e no final ter-se-á mais riqueza e mesmo os mais pobres viverão melhor. "Quando a maré sobe, todos os barcos sobem com ela", garantem. Infelizmente, como nos mostra o economista da Universidade de Cambridge Ha-Joon Chang, o resultado é precisamente o inverso: aumentaram as desigualdades, diminuiu a taxa de crescimento das economias no mundo desenvolvido e de facto a maré subiu, mas apenas para alguns. A maioria está prestes a afogar-se nesta crise. Pode mesmo dizer-se que estas políticas que privilegiaram o lucro fácil e não taxaram devidamente a especulação financeira conduziram o mundo à crise em que se encontra. Segundo o economista francês Michel Husson, a crise de 2008 custou uma perda de mais de 900 mil milhões de euros ao PIB europeu. Para provar que não há coincidências, a este valor corresponde grosso modo o crescimento da dívida pública dos países do continente. Foram 980 mil milhões de euros entre 2008 e 2010. Depois de os estados e os contribuintes terem pago os resultados da especulação financeira dos mais ricos, vendem--nos como solução que paguemos tudo, uma segunda vez, em cortes sociais. O Estado gordo de que falam são os serviços de saúde, a educação, os transportes e a segurança social que engloba o dinheiro que já descontamos para as nossas reformas e para eventuais subsídios de desemprego e doença. Já adivinhou ao bolso de quem vão parar estes nacos de carne?

Em todo mundo é o Estado que melhor gere áreas como a saúde e a educação. Passar todos os bens e serviços comuns para os privados só vai ter dois resultados: vamos pagar mais e enriquecer muito mais alguns empresários.

Segundo dados do Eurostat, as taxa de lucro na Europa já recuperaram para valores anteriores à crise e iguais às de 1999. O desemprego, esse, mantém-se no máximo. Quem trabalha está a pagar a crise e a dar mais dinheiro a ganhar aos ricos. O prémio que lhes querem dar é mais austeridade, desemprego e o fim do Estado social. Se em Portugal fosse taxado o património como em França, não era preciso cortar no subsídio de Natal. Em vez de termos um Estado gordo, o que nós temos não serão ricos monstruosamente obesos?

*Editor-executivo
In http://www.ionline.pt/conteudo/145309-a ... z-verdades
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
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