Professores israelenses desafiam governo e ensinam tragédia palestina
ONG distribui 'kit Nakba' para o ensino da versão palestina sobre a guerra de Independência de Israel, na qual 700 mil perderam suas casas.
Da BBC
«Mais de cem professores secundários de Israel estão desafiando instruções do ministério da Educação ao ensinar seus alunos sobre as perdas sofridas pelos palestinos em 1948, ano da fundação do Estado de Israel.
Para o professor de História Iddo Felsenthal, os fatos que ocorreram durante a guerra de 1948, na qual cerca de 700 mil palestinos perderam suas casas e tornaram-se refugiados, fazem parte da história do país e devem ser ensinados nas escolas de Israel.
'Criou-se um clima geral de demagogia em Israel, no qual qualquer pessoa que mencione a Nakba (tragédia ou catástrofe, em árabe) dos palestinos é vista como se fosse contra o Estado de Israel. Muitos professores têm medo', disse o professor à BBC Brasil.
O tema da Nakba é um tabu na sociedade israelense, grande parte do público interpreta a própria menção do termo como uma posição contra a própria existência do Estado de Israel. No entanto, existe um setor significativo da sociedade israelense que aceita iniciativas como o ensino do que ocorreu com os palestinos em 1948. Em geral, os filhos de pessoas com essa posição estudam em escolas seculares e pluralistas.
Anonimato
Vários professores que ensinam a Nakba vêm falando à mídia israelense sobre o assunto em condição de anonimato, pois receiam perder o emprego ou ter sua carreira prejudicada.
Para Felsenthal, que leciona em um colégio de Jerusalém, os professores não deveriam se esconder.
'Não estamos fazendo nada de mal, muito pelo contrário. Estamos dando a nossos alunos instrumentos de raciocínio critico, para que possam entender melhor a história do nosso país e do conflito. Assim os alunos poderão analisar, eles mesmos, as diversas narrativas históricas e formar sua opinião de forma independente', afirmou.
'A identidade de um povo não pode se basear em esquecer, recalcar ou esconder fatos históricos básicos, como a expulsão dos palestinos', acrescentou.
Kit Nakba
De acordo com a versão oficial do governo israelense, em 1948 os palestinos não foram expulsos, mas fugiram, seguindo os chamados dos países árabes.
A ONG israelense Zochrot ('Lembramos', em tradução livre), que se dedica a preservar e divulgar a memória das perdas sofridas pelos palestinos, produziu um 'kit Nakba', especialmente para professores interessados em mostrar aos alunos um capítulo da história do país que não é incluído no currículo escolar oficial.
Eitan Bronstein, fundador e diretor da Zochrot, disse à BBC Brasil que o kit já está sendo utilizado por mais de cem professores secundários e que 'a demanda pelos kits continua crescendo'.
O kit pedagógico, com textos, fotos e um DVD, inclui testemunhos de palestinos que perderam suas propriedades em 1948, mapas, e as diversas versões oficiais dos fatos históricos - do governo israelense, da liderança palestina e da ONU.
ldeias destruídas
Durante a guerra de 1948, à qual Israel chama de Guerra da Independência e os palestinos chamam de Nakba, mais de 400 aldeias palestinas foram destruídas.
'Em todo o país há ruínas das centenas de aldeias que foram destruídas, mas a maioria do público não sabe que havia aldeias palestinas nesses lugares e o que aconteceu com os moradores', afirmou Bronstein.
A ONG já organizou visitas a mais de 50 locais onde no passado havia aldeias palestinas e colocou placas em hebraico, árabe e inglês, com os nomes das aldeias.
No entanto, de acordo com Bronstein, em geral as placas são imediatamente retiradas dos locais.
'Para muitos israelenses é difícil admitir que temos capítulos feios em nossa historia', disse. 'Mas a única maneira de construir um futuro melhor é, antes de tudo, olhar com coragem para o nosso passado e não tentar negar o que aconteceu aqui em 1948'.
'A Nakba não é só a tragédia dos palestinos. Nós, israelenses, também somos vitimas dela, pois desde a fundação do Estado vivemos em guerras, e qualquer cidadão israelense, desde a infância, começa a ser preparado para tornar-se um soldado', acrescentou Bronstein.
Questão espinhosa
O problema dos refugiados, que hoje em dia são cerca de 4,5 milhões de pessoas dispersas em vários países do Oriente Médio, é considerado a questão mais espinhosa do conflito israelense-palestino, e as versões contraditórias sobre o que ocorreu em 1948 alimentam até hoje os discursos dos dois lados.
Em 2009, o ministro da Educação, Gidon Saar, proibiu o ensino da Nakba em escolas árabes-israelenses e mandou recolher livros escolares que incluíam informações sobre a expulsão dos palestinos.
O Ministério da Educação afirmou que 'os professores não têm permissão para ensinar conteúdos que não foram autorizados pelo ministério, sejam quais forem os temas'.
Segundo o ministério, 'os professores que ensinam conteúdos não autorizados agem de forma que contradiz os regulamentos'.»
Retirado de http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/ ... stina.html
Este tópico é dedicado ao Eliel, com carinho.
Professores israelenses desafiam governo e ensinam Nakba
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bom topico.
não só para o Eliel mas para todos, é um bom exemplo de grandeza de espírito e elasticidade mental ( por parte destes professores ), num mundo onde elas parecem estar extintas... ou só em desuso.
obrigada
muito bem.
não só para o Eliel mas para todos, é um bom exemplo de grandeza de espírito e elasticidade mental ( por parte destes professores ), num mundo onde elas parecem estar extintas... ou só em desuso.
obrigada

An ye harm none, do what ye will
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Mas os israelitas passaram a israelenses porquê? Foi o acordo ortográfico? 

Primeiro, levaram os comunistas
e eu nada disse, porque não era comunista
Depois, levaram os sindicalistas
e eu nada disse, porque não era sindicalista
Depois, levaram os judeus
e eu nada disse, porque não era judeu
Depois, levaram-me a mim
e já não havia ninguém que me pudesse defender
Martin Niemöller
e eu nada disse, porque não era comunista
Depois, levaram os sindicalistas
e eu nada disse, porque não era sindicalista
Depois, levaram os judeus
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e já não havia ninguém que me pudesse defender
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O KavakoSilva é um forista por quem tenho simpatia, mas tenho de dsicordar da publicação deste tópico, mais que não seja porque é uma resposta ao dito «utilizador» e alimenta a sua insistência em vir aqui despejar perigosa propaganda de ódio racista e religioso.KavakoSilva Escreveu:Professores israelenses desafiam governo e ensinam tragédia palestina
ONG distribui 'kit Nakba' para o ensino da versão palestina sobre a guerra de Independência de Israel, na qual 700 mil perderam suas casas.
Da BBC
«Mais de cem professores secundários de Israel estão desafiando instruções do ministério da Educação ao ensinar seus alunos sobre as perdas sofridas pelos palestinos em 1948, ano da fundação do Estado de Israel.
Para o professor de História Iddo Felsenthal, os fatos que ocorreram durante a guerra de 1948, na qual cerca de 700 mil palestinos perderam suas casas e tornaram-se refugiados, fazem parte da história do país e devem ser ensinados nas escolas de Israel.
'Criou-se um clima geral de demagogia em Israel, no qual qualquer pessoa que mencione a Nakba (tragédia ou catástrofe, em árabe) dos palestinos é vista como se fosse contra o Estado de Israel. Muitos professores têm medo', disse o professor à BBC Brasil.
O tema da Nakba é um tabu na sociedade israelense, grande parte do público interpreta a própria menção do termo como uma posição contra a própria existência do Estado de Israel. No entanto, existe um setor significativo da sociedade israelense que aceita iniciativas como o ensino do que ocorreu com os palestinos em 1948. Em geral, os filhos de pessoas com essa posição estudam em escolas seculares e pluralistas.
Anonimato
Vários professores que ensinam a Nakba vêm falando à mídia israelense sobre o assunto em condição de anonimato, pois receiam perder o emprego ou ter sua carreira prejudicada.
Para Felsenthal, que leciona em um colégio de Jerusalém, os professores não deveriam se esconder.
'Não estamos fazendo nada de mal, muito pelo contrário. Estamos dando a nossos alunos instrumentos de raciocínio critico, para que possam entender melhor a história do nosso país e do conflito. Assim os alunos poderão analisar, eles mesmos, as diversas narrativas históricas e formar sua opinião de forma independente', afirmou.
'A identidade de um povo não pode se basear em esquecer, recalcar ou esconder fatos históricos básicos, como a expulsão dos palestinos', acrescentou.
Kit Nakba
De acordo com a versão oficial do governo israelense, em 1948 os palestinos não foram expulsos, mas fugiram, seguindo os chamados dos países árabes.
A ONG israelense Zochrot ('Lembramos', em tradução livre), que se dedica a preservar e divulgar a memória das perdas sofridas pelos palestinos, produziu um 'kit Nakba', especialmente para professores interessados em mostrar aos alunos um capítulo da história do país que não é incluído no currículo escolar oficial.
Eitan Bronstein, fundador e diretor da Zochrot, disse à BBC Brasil que o kit já está sendo utilizado por mais de cem professores secundários e que 'a demanda pelos kits continua crescendo'.
O kit pedagógico, com textos, fotos e um DVD, inclui testemunhos de palestinos que perderam suas propriedades em 1948, mapas, e as diversas versões oficiais dos fatos históricos - do governo israelense, da liderança palestina e da ONU.
ldeias destruídas
Durante a guerra de 1948, à qual Israel chama de Guerra da Independência e os palestinos chamam de Nakba, mais de 400 aldeias palestinas foram destruídas.
'Em todo o país há ruínas das centenas de aldeias que foram destruídas, mas a maioria do público não sabe que havia aldeias palestinas nesses lugares e o que aconteceu com os moradores', afirmou Bronstein.
A ONG já organizou visitas a mais de 50 locais onde no passado havia aldeias palestinas e colocou placas em hebraico, árabe e inglês, com os nomes das aldeias.
No entanto, de acordo com Bronstein, em geral as placas são imediatamente retiradas dos locais.
'Para muitos israelenses é difícil admitir que temos capítulos feios em nossa historia', disse. 'Mas a única maneira de construir um futuro melhor é, antes de tudo, olhar com coragem para o nosso passado e não tentar negar o que aconteceu aqui em 1948'.
'A Nakba não é só a tragédia dos palestinos. Nós, israelenses, também somos vitimas dela, pois desde a fundação do Estado vivemos em guerras, e qualquer cidadão israelense, desde a infância, começa a ser preparado para tornar-se um soldado', acrescentou Bronstein.
Questão espinhosa
O problema dos refugiados, que hoje em dia são cerca de 4,5 milhões de pessoas dispersas em vários países do Oriente Médio, é considerado a questão mais espinhosa do conflito israelense-palestino, e as versões contraditórias sobre o que ocorreu em 1948 alimentam até hoje os discursos dos dois lados.
Em 2009, o ministro da Educação, Gidon Saar, proibiu o ensino da Nakba em escolas árabes-israelenses e mandou recolher livros escolares que incluíam informações sobre a expulsão dos palestinos.
O Ministério da Educação afirmou que 'os professores não têm permissão para ensinar conteúdos que não foram autorizados pelo ministério, sejam quais forem os temas'.
Segundo o ministério, 'os professores que ensinam conteúdos não autorizados agem de forma que contradiz os regulamentos'.»
Retirado de http://g1.globo.com/mundo/noticia/2011/ ... stina.html
Este tópico é dedicado ao Eliel, com carinho.
«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke
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os professores israelitas estão a mostram aos alunos também israelitas a versão palestiniana... isso é tudo menos erradoOlrik Escreveu:Na verdade ambas as versões estão erradas e são propaganda descarada

obvio que "quem conta um conto acrescenta um ponto" e ambos os lados puxam a brasa para a sua sardinha, mas neste caso é justamente o oposto é dar a conhecer a versão do nosso oponente. Isso demonstra verticalidade e isenção, penso.
Em relação ao apelo de blackout, mas que raio

Nem vejo porque deixariamos de abordar um qualquer tema por causa de um determinado forista... isto sim seria deixar a mensagem dele afectar o nosso discernimento.
Bom tópico

An ye harm none, do what ye will
Faziam melhor em mostrar a realidade em vez de duas versões falsas e extremistas. Esperemos que mostrem também o farfur, o rato mickey palestiniano que é "assassinado" na tv palestiniana no programa infantil e que incitava crianças ao martirio( leia-se a serem bombistas suicidas)Netherwing Escreveu:os professores israelitas estão a mostram aos alunos também israelitas a versão palestiniana... isso é tudo menos erradoOlrik Escreveu:Na verdade ambas as versões estão erradas e são propaganda descarada![]()
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Plenamente de acordoNetherwing Escreveu:Em relação ao apelo de blackout, mas que raioo Eliel que pense o que quiser, once a marine always a marine.... ele não vai mudar as posturas dele por nossa causa.
Nem vejo porque deixariamos de abordar um qualquer tema por causa de um determinado forista... isto sim seria deixar a mensagem dele afectar o nosso discernimento.
Bom tópico
<p>"Cortas as unhas e aguentas" by PauloC
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<p>Eu vou já ali flagelar-me - com um molho de agriões - by Babaorum </p>
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<p>Eu vou já ali flagelar-me - com um molho de agriões - by Babaorum </p>
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Olrik Escreveu:Faziam melhor em mostrar a realidade em vez de duas versões falsas e extremistas.Netherwing Escreveu:os professores israelitas estão a mostram aos alunos também israelitas a versão palestiniana... isso é tudo menos erradoOlrik Escreveu:Na verdade ambas as versões estão erradas e são propaganda descarada![]()
A saber...

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xPauloSantos Escreveu:Plenamente de acordoNetherwing Escreveu:Em relação ao apelo de blackout, mas que raioo Eliel que pense o que quiser, once a marine always a marine.... ele não vai mudar as posturas dele por nossa causa.
Nem vejo porque deixariamos de abordar um qualquer tema por causa de um determinado forista... isto sim seria deixar a mensagem dele afectar o nosso discernimento.
Bom tópico

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De acordo que o texto publicado pelo Kavako é uma notícia, é da BBC e não me parece que incite a coisa nenhuma, ao contrário dos textos inqualificáveis do Eliel.
O problema, para mim, está no «timing» e na dedicatória.
Não fosse isso, e seria um assunto que eu debateria com todo o interesse.
O problema, para mim, está no «timing» e na dedicatória.
Não fosse isso, e seria um assunto que eu debateria com todo o interesse.
«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke
que chatice, estar de acordo com duas pessoas...Netherwing Escreveu:Olrik Escreveu:Faziam melhor em mostrar a realidade em vez de duas versões falsas e extremistas.Netherwing Escreveu:os professores israelitas estão a mostram aos alunos também israelitas a versão palestiniana... isso é tudo menos erradoOlrik Escreveu:Na verdade ambas as versões estão erradas e são propaganda descarada![]()
A saber...

«None are more hopelessly enslaved than those who falsely believe they are free»