
Só os habituais "trinta e um de boca"dos comunas, não chega

Para já, o problema é que as pessoas que atacam o que chama de "caridadezinha" não fazem nada nem nunca fizeram para ajudar o próximo mas são rápidos a atacar quem o fez. Uma pessoa com fome quer comer.Ponto final. Comparar o Banco Alimentar com as bimbas do tempo da ditadura que davam umas bolachas a pobres de estimação é uma vergonha e quem o afz devia ser preso por difamação.Argay Escreveu:Ainda não percebi nada, burrice natural. O problema é a "caridadezinha de tias" encher de lucros os "tubarões", ou é a "caridadezinha" ser pouca? .
X2Joie2 Escreveu:Lobo Antunes, um burguês, comuna que descreve muito bem, neste texto, o que era a alta burguesia e os verdadeiros pobres dos anos 40. Não sei é se ele decidiu, fazer a distribuição dos seus bens pelos pobrezinhos ( caridadezinha) ou se se ficou só pela teoria![]()
Só os habituais "trinta e um de boca"dos comunas, não chega
Está errado. Foi essa personagem que desrespeitou todos os portugueses e mais do que uma vez.AQuartelmar Escreveu:Tem tudo a ver pesquebrados, os comunistas primários detestam ver as "tias" a ajudar os pobres, para elas, isso é uma perversão visto que somente oc comodistas primários sao pelo povo..por isso é que surgem esses ataques à isabel Jonet da parte do Pc e dos intelectuais de semi direita
Quinx Escreveu: O que é a gratidão? Pode definir, p.f?
Em termos de tempo, quando se considera a gratidão paga ou extinta? Ou é eterna?
Gostava, se possível, de ser esclarecida. Obrigada
Totalmente de acordo com o que está a bold e, aliás, foi o que eu "li" das palavras da Dra. Isabel Jonet.AQuartelmar Escreveu:Para já, o problema é que as pessoas que atacam o que chama de "caridadezinha" não fazem nada nem nunca fizeram para ajudar o próximo mas são rápidos a atacar quem o fez. Uma pessoa com fome quer comer.Ponto final. Comparar o Banco Alimentar com as bimbas do tempo da ditadura que davam umas bolachas a pobres de estimação é uma vergonha e quem o afz devia ser preso por difamação.Argay Escreveu:Ainda não percebi nada, burrice natural. O problema é a "caridadezinha de tias" encher de lucros os "tubarões", ou é a "caridadezinha" ser pouca? .
Somente um analfabeto não perceberia que Isabel Jonet a falar de "comer menos bifes" não se referia aos pobres mas sim aos que tendo $ dedicam-se a um consumismo selvagem desperdiçando recursos enquanto gente à volta morrer à fome.Isso doeu curiosamente às pessoas que, não sendo pobres nem solidárias, vivem dessa forma ou gostariam de viver.
O que é a gratidão?Arguida2 Escreveu:Quinx, para mim a gratidão é eterna. Nunca esqueço quem numa altura ou outra da minha vida me ajudou, me deu força para seguir em frente ou até me "emprestou" o seu ombro para poder chorar.
Obviamente que gratidão não é sinómimo de bajulação e, não é pelo facto de alguém um dia me ter ajudado, que vou passar a ser uma "yes woman".
Joie2 Escreveu:Quinx Escreveu:Quem sustenta o BA são as pessoas que contribuem. Isso não está em causa.Argay Escreveu:Este tópico é surrealista. Alguém tem noção dos milhares de bocas a que o BA tira a fome?
Para sua informação há outras instituições que ajudam a matar a fome, quando todas as outras, BA incluido, falharam. Não ouve qualquer ruído sobre isso.
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Tudo explicadoPode-se saber quais são? Se fizerem, de facto, um bom trabalho também podemos ajudar em géneros
Quais?
Pois é, não pedi a definição que vem no Wikipédia.Arguida2 Escreveu:A minha é.
Já agora qual é a sua ideia de gratidão se é que conhece a palavra? É que pelo seu ar de "chacota" parece que não deve saber bem o significado da mesma.
Definição dada pela Wikipédia que, quer-me parecer que não estará muito longe da minha: " A gratidão é o ato de reconhecimento de uma pessoa por alguem que lhe prestou um benefício, um auxílio, um favor etc."
Para mim a gratidão não morre NUNCA e é eterna, sim.
Arguida2 Escreveu:Como deve calcular, não precisei de ir à Wikipédia para saber o significado da palavra GRATIDÃO. Felizmente sei o seu significado.![]()
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Quanto à "chacota" deduzi pelo que escreveu que estava a gozar e, em abono da verdade, não me agradou o seu ar, assim como agora a sua banalização de termo gratidão. Enfim ... está tudo explicado.![]()
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É das tais em que a GRATIDÃO não passa disso mesmo ... uma simples palavras mas, para mim, com um ENORME significado.
Arguida2 Escreveu:A minha é.
Já agora qual é a sua ideia de gratidão se é que conhece a palavra? É que pelo seu ar de "chacota" parece que não deve saber bem o significado da mesma.
Definição dada pela Wikipédia que, quer-me parecer que não estará muito longe da minha: " A gratidão é o ato de reconhecimento de uma pessoa por alguem que lhe prestou um benefício, um auxílio, um favor etc."
Para mim a gratidão não morre NUNCA e é eterna, sim.
Já conhecia e é um grande texto.Floripes3 Escreveu: Os Pobrezinhos
Na minha família os animais domésticos não eram cães nem gatos nem pássaros; na minha família os animais domésticos eram pobres. Cada uma das minhas tias tinha o seu pobre, pessoal e intransmissível, que vinha a casa dos meus avós uma vez por semana buscar, com um sorriso agradecido, a ração de roupa e comida.
Os pobres, para além de serem obviamente pobres (de preferência descalços, para poderem ser calçados pelos donos; de preferência rotos, para poderem vestir camisas velhas que se salvavam, desse modo, de um destino natural de esfregões; de preferência doentes a fim de receberem uma embalagem de aspirina), deviam possuir outras características imprescindíveis: irem à missa, baptizarem os filhos, não andarem bêbedos, e sobretudo, manterem-se orgulhosamente fiéis a quem pertenciam. Parece que ainda estou a ver um homem de sumptuosos farrapos, parecido com o Tolstoi até na barba, responder, ofendido e soberbo, a uma prima distraída que insistia em oferecer-lhe uma camisola que nenhum de nós queria:
- Eu não sou o seu pobre; eu sou o pobre da minha Teresinha.
O plural de pobre não era «pobres». O plural de pobre era «esta gente». No Natal e na Páscoa as tias reuniam-se em bando, armadas de fatias de bolo-rei, saquinhos de amêndoas e outras delícias equivalentes, e deslocavam-se piedosamente ao sítio onde os seus animais domésticos habitavam, isto é, uma bairro de casas de madeira da periferia de Benfica, nas Pedralvas e junto à Estrada Militar, a fim de distribuírem, numa pompa de reis magos, peúgas de lã, cuecas, sandálias que não serviam a ninguém, pagelas de Nossa Senhora de Fátima e outras maravilhas de igual calibre. Os pobres surgiam das suas barracas, alvoraçados e gratos, e as minhas tias preveniam-me logo, enxotando-os com as costas da mão:
- Não se chegue muito que esta gente tem piolhos.
Nessas alturas, e só nessas alturas, era permitido oferecer aos pobres, presente sempre perigoso por correr o risco de ser gasto
(- Esta gente, coitada, não tem noção do dinheiro)
de forma de deletéria e irresponsável. O pobre da minha Carlota, por exemplo, foi proibido de entrar na casa dos meus avós porque, quando ela lhe meteu dez tostões na palma recomendando, maternal, preocupada com a saúde do seu animal doméstico
- Agora veja lá, não gaste tudo em vinho
o atrevido lhe respondeu, malcriadíssimo:
- Não, minha senhora, vou comprar um Alfa-Romeu.
Os filhos dos pobres definiam-se por não irem à escola, serem magrinhos e morrerem muito. Ao perguntar as razões destas características insólitas foi-me dito com um encolher de ombros
- O que é que o menino quer, esta gente é assim
e eu entendi que ser pobre, mais do que um destino, era uma espécie de vocação, como ter jeito para jogar bridge ou para tocar piano.
Ao amor dos pobres presidiam duas criaturas do oratório da minha avó, uma em barro e outra em fotografia, que eram o padre Cruz e a Sãozinha, as quais dirigiam a caridade sob um crucifixo de mogno. O padre Cruz era um sujeito chupado, de batina, e a Sãozinha uma jovem cheia de medalhas, com um sorriso alcoviteiro de actriz de cinema das pastilhas elásticas, que me informaram ter oferecido exemplarmente a vida a Deus em troca da saúde dos pais. A actriz bateu a bota, o pai ficou óptimo e, a partir da altura em que revelaram este milagre, tremia de pânico que a minha mãe, espirrando, me ordenasse
- Ora ofereça lá a vida que estou farta de me assoar
e eu fosse direitinho para o cemitério a fim de ela não ter de beber chás de limão.
Na minha ideia o padre Cruz e a Sãozinha eram casados, tanto mais que num boletim que a minha família assinava, chamado «Almanaque da Sãozinha», se narravam, em comunhão de bens, os milagres de ambos que consistiam geralmente em curas de paralíticos e vigésimos premiados, milagres inacreditavelmente acompanhados de odores dulcíssimos a incenso.
Tanto pobre, tanta Sãozinha e tanto cheiro irritavam-me. E creio que foi por essa época que principiei a olhar, com afecto crescente, uma gravura poeirenta atirada para o sótão que mostrava uma jubilosa multidão de pobres em torno da guilhotina onde cortavam a cabeça aos reis.