Formas de tratamento e cortesia nas relações interpessoais

Conversas sobre outras temáticas e o que não se enquadrar em nenhuma outra secção.
Fitinhas
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sexta nov 20, 2009 1:21 pm

LuluB Escreveu:Muito gostam as pessoas de andar na regatice... :roll: Fitinhas, nunca ouviu dizer que quem semeia ventos colhe tempestades? E que não há um teimoso sem outro teimoso?

Aprenda a não responder e terá muma vida muito melhor.
Faço isso muitas vezes! Leio e penso: É que n vale mesmo a pena! :|

E tenho plena consciência que se n fizesse assim já tinha um bando deles (e delas) á perna! 8) :lol:

As MP´s teem uma "cena" "fixe", dá para bloquear o membro! :P
LuluB
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sexta nov 20, 2009 2:49 pm

Fitinhas Escreveu:...Leio e penso: É que n vale mesmo a pena! :|

...
É que não vale, mesmo! :evil:

Tenho tido aqui insultos à minha idade, que não escondo e na qual até tenho orgulho, escritos por um user que adora insultar tudo e todos. Ele sabe que eu não lhe respondo nunca, mesmo que fique a ferver, por isso abusa, mas assim não só não lhe dou oportunidade de continuar com as suas vilezas, como também não lhe dou azo a fazer queixinhas de mim à moderação e obter o bloqueio do meu nick.

Gente desta só se revela com tais prosas, eles que fiquem com o proveito, que eu fico com a minha dignidade. Perante situações destas, o silêncio é sempre a melhor defesa e a melhor arma.
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
colette
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sexta nov 20, 2009 2:55 pm

Lulu B, tenho a sensação de que se está a referir ao "latifundiário" do forum. Ou será que me engano?
<p>Au d&eacute;but, Dieu cr&eacute;a l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>
LuluB
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sexta nov 20, 2009 5:11 pm

Ora, Colette, há perguntas a que também é melhor não responder! :lol: :lol: :lol:
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
colette
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sexta nov 20, 2009 5:22 pm

Pois.
<p>Au d&eacute;but, Dieu cr&eacute;a l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>
ZAZOR
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sábado nov 21, 2009 4:17 pm

Estive a ler agora o tópico, estou pasmada, pois não fazia ideia de que o "você" fosse ofensivo... :oops:
Obrigada pela lição de boas maneiras, embora continue a considerar o "você" o mal menor... :?
"O melhor c&atilde;o do mundo &eacute; o c&atilde;o de cada um"
LuluB
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sábado nov 21, 2009 4:56 pm

ZAZOR Escreveu:Estive a ler agora o tópico, estou pasmada, pois não fazia ideia de que o "você" fosse ofensivo... :oops:
Obrigada pela lição de boas maneiras, embora continue a considerar o "você" o mal menor... :?
Ofensivo, em si mesmo, não é... A palavra é uma contracção do antigo "Vossa Mercê", que é um tratamento de deferência e cerimónia. Com o correr do tempo, foi caindo em desuso e em benefício do "Você", que saía directamente da boca dos mais desfavorecidos - criados de quinta, trabalhadores braçais, etc -, que assim se dirigiam aos patrões. Depois passou para meios urbanos pela migração do campo para a cidade e entrou nos hábitos de toda a gente, e é precisamente por isto que se dizia (e ainda diz) "Você é de estrebaria".

Hoje em dia perdeu muito da fama de baixa forma de tratamento que trazia, mas continua a ser denotador de fraca educação. Imagine-se só um repórter de televisão, por exemplo, a tratar o Presidente da República por "você" ao entrevistá-lo! Não ficaria bem, pois não? Ou um filho a dirigir-se à mãe por "você", por exemplo: alguma progenitora aceita isto?

Note-se também que o "Vossa Mercê" não gerou apenas o "Você". Dele partiu igualmente outra forma, esta ainda hoje tida como francamente malcriada e de evitar: "Vocemecê". E sequelas: "Vomecê", "Bomecê", et all.

Mas é claro que nem sempre o "Você" é mal-educado. A língua evolui e é um axioma linguístico que "o povo é que faz a língua". Portanto, como as formas de tratamento também evoluem, o "você" foi substituindo aos poucos a terceira pessoa do plural dos verbos, o "vós". Hoje já ninguém diz "Vós sois todos cinco estrelas", toda a gente diz "Vocês são todos cinco estrelas", e aqui, como em todo o uso corrente normal do vocábulo, não há nada de insultuoso.

O contrário acontece quando se diz a uma pessoa que não se conhece de lado nenhum "Você pode dizer-me onde fica a Rua X?" Aqui, sim, já entra o tal conceito de má educação, quem assim faz é alguém a quem nunca foram ensinadas coisas básicas sobre como nos devemos dirigir às pessoas.
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
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ZAZOR
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sábado nov 21, 2009 5:32 pm

Obrigada LuluB, agora percebi! Nada como uma explicação clara e acessível a todos, gostei mesmo! Eu acho que isso é ter classe de verdade:saber comunicar com todos! :)
"O melhor c&atilde;o do mundo &eacute; o c&atilde;o de cada um"
dinodane
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sábado nov 21, 2009 5:32 pm

Não considero o tratamento por você insultuoso de forma alguma e estou até surpreendida por ser assunto de discussão.
Ainda não tenho 40 anos, nada e criada na cidade, não tive essa "formatação" que algumas de vós tiveram, embora quando posto aqui e me dirijo a alguém raramente interpele o user por você e sim pelo nick.

O que acho falta de educação é o tratamento por tu, que é demasiado familiar e pessoal para pessoas que não se conhecem de parte alguma. Só trato por tu users com quem tenha alguma confiança ou que me pareçam manifestamente mais novos que eu e não é sempre.

"A inveja é a arma do incompetente" Anónimo

Lira93
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sábado nov 21, 2009 5:45 pm

dinodane Escreveu: Só trato por tu users com quem tenha alguma confiança ou que me pareçam manifestamente mais novos que eu e não é sempre.
Espero que não me leve a mal, mas tenho que referir que é das coisas que mais me fazem ferver.. Tenho 24 anos, e trato todos com respeito. Só trato por tu os meus amigos e família, e mesmo aqueles que me são mais próximos, se forem mais velhos, por muito que me peçam para os tratar por tu, custa a habituar. Lá está, fui "formatada" para ter respeito aos mais velhos, e embora seja verdade que o respeito vê-se em muito mais coisas do que na forma de tratamento ou familiariedade, foi assim que aprendi.

Mas tira-me totalmente do sério que me tratem por tu apenas por ser mais nova. É uma desconsideração que não posso admitir quando é feito de forma a diferenciar-me por ser mais nova. Uma coisa é tratar uma criança por tu, de forma natural (da mesma forma que muitas crianças pequenas tratam qualquer pessoa por tu, de forma natural e sem malícia); outra totalmente é tratar um adolescente ou jovem adulto por tu sem que exista confiança para tal. Aceito melhor uma pessoa que trate toda a gente por tu, por forma de ser, ou que me tratem por você, por ignorância, do que tratarem-me a mim por tu e a outros não, só por eu ser mais nova. Sobretudo no meio laboral, é coisa que não suporto. É uma forma de desrespeito. E aí tenho de frisar outra coisa: se é verdade que há muito "jovem" mal educado, também há muito "sénior" a achar que só se deve respeito a quem é da sua idade ou mais velho, e a desrespeitar descaradamente os jovens só por serem jovens (não estou de forma alguma a dizer que é o seu caso, estou a extrapolar).
<p>Turrinhas e lambidelas,</p>
<p>Lira - Eva Mel - Santi</p>
dinodane
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sábado nov 21, 2009 6:05 pm

Quando escrevi "manifestamente mais novos" referia-me a crianças, não a adolescentes ou jovens adultos...

"A inveja é a arma do incompetente" Anónimo

Tassebem
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sábado nov 21, 2009 6:33 pm

Eu tenho 51 anos, nasci e fui criada, quase sempre em Lisboa, por uma avó nascida em Alhandra e com a quarta classe. Ela sempre me ensinou a não tratar as pessoas por você, embora eu a tratasse por tu a ela.
Nestas coisas das formas de tratamento, como disse lá mais para cima, a nossa língua é muito rica. Tudo depende do contexto familiar, da região, etc. No Norte é frequente as pessoas tratarem-se por você sem que isso seja desrespeitoso. Em Trás-os-Montes, que eu conheci bem, os filhos dirigiam-se assim à mãe: "Ó minha mãe, vocemecê (ou você) já foi dar milho às pitas?" E ela respondia: "Não, filhos, ide vós que eu ainda não tive vagar". É muito curioso. Depois, os palavrões são mais que muitos, e os pais utilizam-nos frequentemente, mas na casa que eu conheci os filhos tinham o cuidado de não os utilizar em frente aos pais...
Alguém já referiu atrás a forma de tratar os sogros (peço desculpa de não me lembrar quem). Precisamente, os meus sogros eram trasmontanos. Ao interpelar directamente a minha sogra, o "D. Marta" estava fora de questão; seria estranho para mim e ainda mais para ela. O "você" também estava excluído para mim, bem como o tratamento por "minha mãe". Adoptei, portanto, o "Tia Marta". Ainda hoje não sei se foi a saída mais correcta, mas foi a que na altura encontrei, funcionou e ainda hoje funciona.
Passando para o outro extremo do país, no Algarve, onde mora a minha filha, já verifiquei que o tratamento por você é comum, pelo que ela começa a ficar contaminada, mas eu nunca perco uma oportunidade de a emendar, porque tenho este hábito muito arreigado.
Quero eu com isto dizer que as nuances são mais que muitas.
Se outro forista me disser, "Você não entendeu o que eu quis dizer", para mim, soa logo com uma carga diferente de "A Tássebem não entendeu o que eu quis dizer". (Depois só o futuro da conversa eventualmente dirá se a pessoa me tratou por você com intenção ou sem intenção de ser mal-educada.)
Por outro lado, se eu colocar uma dúvida num tópico e perguntar aos outros foristas, "O que é que vocês acham?", já é completamente diferente.
Já no exemplo que a LuluB indicou, "Você pode dizer-me onde fica a rua X?", eu diria, "A senhora pode dizer-me onde fica a rua X?"
Quanto ao tratamento por tu, é quase a mesma coisa. Também tenho dificuldade em tratar quem não conheço bem por tu. Aqui no fórum, há foristas com quem tenho trocado mais posts ou mensagens e que, a dado passo, começam a tratar-me por tu. Não levo nada a mal, pois entendo isso como uma forma de significar maior proximidade, e até tento retribuir a forma de tratamento, embora às vezes lá me escape outra vez o tratamento mais impessoal. Ao que pude ver, no Felinus os foristas tratam-se geralmente por tu, penso eu que com o mesmo espírito de proximidade que advém de se estar ali por uma causa comum.

Mas concordo plenamente que, com o que se passa neste fórum, o "você" é uma questão de somenos. No entanto, ela surgiu noutro tópico e por isso peguei nesse mote.
Há realmente foristas que colocam uma grande carga de hostilidade e sobranceria nos seus posts, e isso é que seria bom que acabasse...

P.S. Fitinhas, não estou esquecida, OK?
&laquo;Ningu&eacute;m cometeu maior erro do que aquele que nada fez, s&oacute; porque podia fazer muito pouco.&raquo; Edmund Burke
Lira93
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sábado nov 21, 2009 7:05 pm

dinodane Escreveu:Quando escrevi "manifestamente mais novos" referia-me a crianças, não a adolescentes ou jovens adultos...
Por isso disse que não estava especificamente a referir-me a si :wink:
<p>Turrinhas e lambidelas,</p>
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element
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sábado nov 21, 2009 8:05 pm

Tassebem, o vocemessê não é o equivalente a você, pelo menos aqui no Algarve. O vocemessê tornou-se ao longo do tempo uma espécie de abreviatura do vossa mercê, que é o equivalente a meu senhor ou senhorio, vocemesseia no feminino, e é uma forma muito feudal e niilista de tratar alguém, completamente dessajustada, na minha opinião, ao tempo de hoje. Por norma hoje em dia só observa essas expressões em pessoas já com uma certa idade e normalmente oriundas de zonas mais interiores.

Eu ao contrario de algumas opiniões aqui demonstradas, ficava há uns anos atráz, mais "ofendido" se me tratassem por você ou senhor, do que por tu, mas vou-me habituando.
Chamarrita
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sábado nov 21, 2009 8:48 pm

"vossa mercê" já é uma abreviatura de "estou à vossa mercê", utilizada por quem serve quando se dirige a quem é servido. A "ofensa" é uma falsa humildade construida pelo sistema social, que alerta o emissor para não se colocar nessa posição. Como quem diz "ponha-se de pé" ou "à vontade". A embirração não é com o tratamento dado, mas com a bajulação implícita de quem finge a subserviência. Em determinadas regiões do país, geograficamente menos acessíveis às culturas exteriores, prevalece a "hipocrisia social" da forma de tratamento, em que um finge servir, e o outro, se aceita o tratamento, finge ser o servido. E toda a gente aceita.

O Algarve é uma grande mistura de povos, e povos culturalmente muito diferentes, e nesses casos as expressões acabam por perder o seu significado inicial por não ser compreendido por todos. Veja-se o Brasil: todos se tratam por você, que é equivalente ao "usted "(do México ou como tratamento respeitoso) castelhano. No interior rural, usam o "vosmicê" ou "vomicê". Foram centenas de anos de vassalagem, seguida da expansão marítima europeia e escravatura no Brasil. A Igualdade, Fraternidade, Liberdade e o "laissez faire, laissez passer!" e a ascençao da burguesia levaram a que o tratamento se mantivesse, mas a diferença social era medida pelas posses e não pelos títulos. Este modelo é o que se mantém em quase todo o mundo republicano. E entre os latinos já se sabe que tudo se complica. :twisted: :lol:
Acredito na Paci&ecirc;ncia, na Persist&ecirc;ncia, no Pai Natal e no Poder do Fiambre!
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