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colette
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sábado mar 16, 2013 5:31 pm

marianamar Escreveu:Quando existe vontade de ler, dá-se a volta.

Quando não há bibliotecas, compro em segunda mão, seja pelo amazon (onde tenho encontrado livros a 0,99 cents, ficando o preço final 4 euros com portes), pelo olx ou por feiras. As feiras são até o meu local favorito para os comprar. Encontram-se verdadeiras pérolas e algumas têm "história", uma dedicatória, um apontamento lá dentro, uma palavra sublinhada... e aquele cheiro a livro velho que dá gozo, e que os livros novos não têm.

A sua Alzira sabe o que é bom. Por acaso também tinha o hábito de levar um livro para o alpendre à noite e ler um pedaço enquanto esperava que os canitos fizessem os seus assuntos no quintal. Agora não temos quintal, mas pode ser que em breve esse hábito seja reposto ou que se crie um melhor.

Gosto muito de Jane Austen. Só lamento a bibliografia tão curta... mas compensa pelo conteúdo :)

Foi a minha autora favorita, até conhecer Pearl S. Buck, o verdadeiro génio literário feminino. Alguém conhece?
As bibliotecas municipais são, decerto, uma boa alternativa. Bem como os alfarrabistas.

A bibliografia da Jane Austen não é assim tão curta. A senhora morreu com 42 anos.
Mas ainda teve tempo para escrever 6 romances completos, poemas contos, etc.

Quanto à Pearl Buck, penso que toda a gente a conhece (digo eu). Essa teve tempo para escrever dezenas. E ganhou um Nobel algures na década de 30 do século passado. Já tive quase todos os livros dela, mas agora tenho poucos. Foram dos tais que ficaram por S. Paulo de Luanda.
<p>Au d&eacute;but, Dieu cr&eacute;a l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>
marianamar
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sábado mar 16, 2013 5:43 pm

Pois, ao dizer curta é comparando com as minhas duas outras autoras favoritas, a Pearl S. Buck e a Anne McCaffrey que tem uma quantidade de livros abismal :D

Seis romances vão-se depressa. Já não tenho mais nada para ler de Jane Austen a não ser os tais contos, que desconhecia... será que se encontram online? Com a poesia sou esquisita e nem sempre consigo o estado de espírito certo para a ler.

Os meus avós também vieram de Luanda, que lá tinha outro nome, mas não deixaram muitos livros para trás, nunca foram de leituras... Deixaram outros desgostos.
colette
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sábado mar 16, 2013 6:46 pm

Os desgostos trouxe-os todos. Não pesavam como excesso de bagagem.
Tinha outro nome?
Sempre foi Luanda. S. Paulo da Assumpção de Loanda, foi como o Paulo Dias de Novais a baptizou, quando fundou a cidade em mil quinhentos e qualquer coisa (não me apetece ir ao google, essa fonte de perene sapiência, ver o ano exacto). Depois abreviou-se para Luanda.
McCaffrey, não. Não leio ficção científica. Já me basta a ficção que os nossos abastardados políticos desfiam diariamente. Mentiras atrás de mentiras.

Olhe, vou reler as Viagens com o Charley (John Steinbeck). Já leu?
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marianamar
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sábado mar 16, 2013 7:52 pm

O meu avô refere-se muitas vezes a locais, frutos e animais africanos na língua que lá aprendeu, penso que o quimbundo?... Tenho de lhe perguntar, pois já não me lembro e não quero induzir ninguém em erro. Ele, não sei bem como, conserva bem tudo memorizado!...

Esse ainda não, mas gosto muito de Steinbeck, de algum modo, ao mesmo nível de Hemingway e Pearl Buck. Com as suas diferenças, estes três escritores estão sempre na minha mente ao mesmo nível. Não consigo dizer que gosto mais de um que do outro, ou que um deles escreve melhor que os outros dois. São três génios ao mesmo nível.

Também tenho pensado em reler Steinbeck, mas As Vinhas da Ira. Li o livro cedo demais (como tantos outros), era apenas adolescente e não o entendi completamente. Tenho na minha memória imagens muito fortes deste livro, mas sem a informação para delas tirar uma interpretação.

E falando em ler algo cedo demais para entender... já vos aconteceu ler um autor, voltar a ele anos depois e ter uma enorme desilusão?

Aconteceu-me vezes demais... tanta caca que li!
marianamar
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sábado mar 16, 2013 11:23 pm

É verdade sarina :)
Mas cada vez é mais difícil arrancar palavras dessas ao meu avô. As pessoas com quem as partilhou vão-se e torna-se mais difícil evocar memórias e histórias que antes eram contadas com tanto riso...

Dos que referiste só li Mia Couto. Gostei muito de O Outro Pé da Sereia, muito bonito. O outro dele que li penso ter sido Contos do Nascer da Terra?... Lembro-me de ter gostado, mas já foi há algum tempo.

Não é literatura africana, mas não posso deixar de mencionar Vagô, de Henrique Galvão. O primeiro livro que achei "complicado" de entender... Ter aquela sensação de que só se entendeu a superfície... e querer mergulhar mais fundo. Recordo-me de o terminar pela primeira vez, aos doze ou treze anos, chegar à última página e voltar de imediato à primeira. O meu avô torceu o nariz quando me viu com o livro na mão, o que só reforçou a ideia de que aquilo era mais que uma história sobre um tigre :P

Já perdi a conta às vezes que o voltei a ler, a última terá sido há menos de dois ou três anos... Agora digo que entedi, mas quem sabe, se daqui a 10 não volto a ler e acho algo novo nele ;)

Quem consigar achar, aconselho vivamente a leitura deste livro!
Imagem
ambv
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sábado mar 16, 2013 11:34 pm

winkingbooks tb pode ser uma boa maneira de conseguir encontrar alguns livros que de outra maneira não conseguimos obter. Temos é que abdicar de alguns. Apesar de tudo, nem eu consigo abdicar de alguns que adorei e quero ficar com eles.

o link é este: http://www.winkingbooks.com/wb/!go

no site está o regulamento e tb a maneira de funcionamento da partilha. Já consegui arranjar alguns desta maneira.
dinodane
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quarta mar 20, 2013 10:29 pm

Pearl S Buck, "A Boa Terra", grande livro.

"A inveja é a arma do incompetente" Anónimo

pesquebrados
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quarta mar 20, 2013 11:57 pm

colette Escreveu:Quanto à Pearl Buck, penso que toda a gente a conhece (digo eu). Essa teve tempo para escrever dezenas. E ganhou um Nobel algures na década de 30 do século passado. Já tive quase todos os livros dela, mas agora tenho poucos. Foram dos tais que ficaram por S. Paulo de Luanda.
Eu ainda tenho quase todos e é sempre um prazer relê-los :wink:
margoustink
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segunda mar 25, 2013 8:14 am

Eu neste momento ando a ler o José Rodrigues dos Santos. :oops:
colette
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segunda mar 25, 2013 8:43 am

Se todos gostassem do azul, o que seria do amarelo?
Mas o JRS só tem um "comestível", em minha opinião, o "Anjo Branco", e... e...
Os outros não consegui tragá-los.
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Floripes3
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segunda mar 25, 2013 12:20 pm

sarina Escreveu:...E, já agora, autores africanos? Pepetela, Mia Couto, Ondjaki. Não gosto de todos os textos, mas há-os bastante inspiradores.
Esqueceu-se de José Luandino Vieira. :wink: Difícil de ler para quem não esteve em África e desconhece os falares e algumas situações, mas excelentes livros.

Adoro Mia Couto. :D
<p>Ol&aacute;, eu sou a... Floripes3 que j&aacute; foi 2. &nbsp;:mrgreen:</p>
<p>''Tome partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a v&iacute;tima. O sil&ecirc;ncio encoraja o torturador, nunca o torturado'' - Elie Wiesel</p>
<p>&nbsp;"Nas costas dos outros vemos espelhadas as nossas." - Dito popular</p>
cockinhas
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segunda mar 25, 2013 1:55 pm

Floripes3 Escreveu:
sarina Escreveu:...E, já agora, autores africanos? Pepetela, Mia Couto, Ondjaki. Não gosto de todos os textos, mas há-os bastante inspiradores.
Esqueceu-se de José Luandino Vieira. :wink: Difícil de ler para quem não esteve em África e desconhece os falares e algumas situações, mas excelentes livros.

Adoro Mia Couto. :D
Pepetela?

Estou a fazer confusão ou este é (também?) o título de um livro de um autor italiano?

O google não me ajudou (admito que foi uma pesquisa mui rápida) e fiquei na dúvida.

O livro de que falo foi-me recomendado como sendo uma leitura imperdível e, na altura (vai para mais de 20 anos), deixou-me decepcionada.

Talvez a Floripes ou a Colette, possam ajudar-me?

Sobre os temas recentes do tópico, li recentemente "O Retorno" e deixou-me agradavelmente surpreendida.
Livro despretencioso que se lê facilmente de um fôlego. Gostei!

Neste momento estou a ler, finalmente, a conta-gotas, confesso, porque é obra para digerir, Casa Grande e Senzala. Leitura obrigatória para quem gosta de aprender enquanto lê em excelente português.

Se fosse proibido escrever ensaios sem ser assim, talvez houvesse mais pessoas interessadas em aprender :lol: .
Floripes3
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segunda mar 25, 2013 2:35 pm

Pela minha parte, a ajuda será nula, pois não me recordo de nenhum livro de autor italiano com esse título. Mas também estou longe de ser uma "experta".

No entanto a sua reminiscência até pode estar certa, dado que, sendo Pepetela um pseudónimo, o autor pode muito bem tê-lo ido buscar a alguma parte, deve ter algum significado.

Acrescento que o Google também não me foi útil neste tema.
<p>Ol&aacute;, eu sou a... Floripes3 que j&aacute; foi 2. &nbsp;:mrgreen:</p>
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Floripes3
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segunda mar 25, 2013 2:43 pm

Floripes3 Escreveu:...

No entanto a sua reminiscência até pode estar certa, dado que, sendo Pepetela um pseudónimo, o autor pode muito bem tê-lo ido buscar a alguma parte, deve ter algum significado.

...
Corrijo-me a mim própria:
...Artur Carlos Maurício Pestana, seu verdadeiro nome, foi guerrilheiro na Frente Leste, braço da guerrilha do MPLA — Movimento para Libertação de Angola —, onde ganhou o apelido Pepetela, que nada mais é que a tradução de Pestana, um de seus sobrenomes, em umbundo, um dos vários idiomas falados em Angola. ...
Encontrado em http://publicacoes.unigranrio.com.br/in ... le/418/410

Afinal o Google acabou por ser útil. :D
<p>Ol&aacute;, eu sou a... Floripes3 que j&aacute; foi 2. &nbsp;:mrgreen:</p>
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colette
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segunda mar 25, 2013 3:18 pm

Pepetela? Um escritor cheio de humor.
Gosto, especialmente, do Jaime Bunda.
Mas é preciso ter em conta que sou grande fã de livros policiais. De quase todos os livros policiais. Dos que vão da simples (ou complicada) dedução, como os do maravilhoso Simenon, até àqueles cheios de tiros, de detectives violentos, mulheres perversas, sedutoras e de mamas à mostra, mortos e sangue em barda, como Mickey Spillane ou Raymond Chandler.
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