Netherwing discordo da sua opinião pois estamos a falar duma pessoa que não estaria no seu estado normal.Netherwing Escreveu:correndo o risco de ser controversa e até um pouco cruel... após leitura relativamente atenta do acordão só me ocorre dizer:
- qualquer mulher adulta, naquelas circunstancias... a mãe na sala de espera ( e supoe-se mais gente ... funcionários do medico por ex ) teria gritado a plenos pulmões logo nos preliminares do acto.
após o episodio na marquesa a direcção correcta seria em direcção à porta de saída e não para o sofa dum homem que supostamente a estaria a molestar...
a gravidez pode limitar os movimentos, mas pela minha experiencia não limita o discernimento.
há muitas lacunas no relato que possibilitaram esta decisão.
Ele não deixa de ser um verme ( se de facto ela não consentiu ) e a falta de discernimento da mulher não desculpa em nada os actos dele.
Se andava no psiquiatra seria normal que andasse medicada e, até mesmo o choque da situação com que se deparou pode/deve tê-lo bloqueado completamente.
É fácil falarmos quando estamos de fora das situações e, por mim falo.
Há uns anos fui falar com um padre que me conhecia desde miúda e, para meu espanto, ele extravasou largamente as suas "competências". Na altura tinha o meu Pai internado em estado muito grave, pelo que não estava no meu estado normal. Se os factos se tivessem passado noutra altura, certamente ter-lhe-ía dado uma coça valente, teria feito um escarcéu dos diabos e teria participado dele ao Patriarcado ... Nada disso fiz e só ao fim duma semana e picos ganhei coragem para falar no assunto tal o estado de choque em que fiquei.



Uma outra situação que se passou comigo, foi um assalto que sofri em que fui arrastada para um beco (1º vieram por trás e com o braço fizeram uma espécie de garrote no meu pescoço e com a outra mão taparam-me a boca) em que me roubaram tudo, cortaram-me a cara e houve tentativa de violação.
Felizmente apareceu uma senhora à janela e começou aos gritos ... depois deles me ameaçarem de morte e de se terem posto a andar ... a senhora continuava a gritar para eu entrar no prédio e subir. Eu estava em estado de choque (como é fácil calcular) ... não conseguia dar um passo ... as minhas pernas não "desgrudavam" do chão e ... apesar de saber que dentro da casa daquela senhora estaria a salvo ... tiveram de me vir buscar cá abaixo.
No meu estado normal teria reagido (ainda tentei mas não consegui) e sabendo que a minha salvação estava ao alcance dum lanço de escadas, tê-las-ía galgado num àpice.
Por isso é que eu digo ... aquilo que nos parece surreal (a paciente ir deitar-se na marquesa, etc, etc,. ) deve-se ter em consideração que estamos a falar duma mulher extremamente fragilizada o que, a meu ver, torna a situação ainda mais grave, uma vez que os acontecimentos ocorreram com o seu psiquiatra.
Continuo a afirmar ... se estes factos tivessem ocorrido comigo ou com algum familiar meu, eu daria cabo da minha vida mas, este fulano não ficaria impune de certeza absoluta.


