Por causa da crise deixei de...

[mjoaocunha]

Mjoao, e quando fôssemos para o lar para onde iam os nossos animais? Ná, eu prefiro estar na minha casinha com eles, a ajudar-me na lida da casa.

Tassebem, pois eu não me lembrei qdo escrevi o post, eles fazem oparte do meu mundo de tal modo q nem me passou pela cabeça.

Falo, falo em lares, talvez pq não tenho filhos, mas tenho um sonho: ir para uma casinha bem humilde, daquelas com uma porta e duas janela, uma de cada lado da porta e um quintal atrás , imaginem porque tanto sonho com a minha casinha???

[Chamarrita]

oh, mas quando penso no pagamento a 40 anos vejo um futuro tããão distante, tanta coisa pode ainda acontecer, que a vida dá muitas voltas... Quanto ao lar, já estou como a Tassebem, só se eu não puder cuidar dos meus animais. E só se alguém me garantir que chego a velha e em condições.... Prefiro viver um dia de cada vez, há muito que desisti de pensar a longo prazo. As pessoas vivem como se nunca fossem morrer e tudo permanecesse imutável. Eu conto com a impermanência, com as circunstâncias sempre a mudar, e com a boa sorte, que sempre me tem favorecido! 40 anos é uma vida, acham realmente que penso no dia em que, aos 78 anos, vou acabar de pagar a casa? Carpe diem...

[catrules]

Deixei de ir de férias para o estrangeiro, desde há 3 anos que não saio de Portugal, fazia sempre 1 ou 2 viagens por ano, seca pá

[Chamarrita]

bem... às vezes lembro-me que, com o guito da prestação, poderia esterilizar mais animais, dar-lhes uma alimentação melhor e tal... mas tento esquecer-me rapidamente. Além de não adiantar lembrar-me, angustia-me, e isso não vale mesmo a pena.

Mª João, a minha casita é uma dessas... certifique-se, quando sonha, que o Plano Director Municipal não traçou uma linha a régua e esquadro que inclui a sua casa e o seu quintal em Reserva Ecológica Nacional (mas a dos vizinhos ao lado, não!)

[Tassebem]

Deixei de ir de férias para o estrangeiro, desde há 3 anos que não saio de Portugal, fazia sempre 1 ou 2 viagens por ano, seca pá

Catrules, se ainda pode, vá para fora cá dentro. Há «n» recantos lindíssimos para visitar... e sempre se come bastante melhor.

[Chamarrita]

catrules, ainda outra alternativa:

"Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo de todas as maneiras. "

(Álvaro de Campos)

[catrules]

Sim, Portugal tem lugares maravilhosos, e come-se sempre muito bem, tenho de facto ficado por Portugal.
Uns amigos partiram na sexta para Budapeste e fiquei com pena de não poder ir também, enfim melhores dias virão

[Peixazul]

A crise é um bola de neve, e se não há poder de compra nacional...

[Peixazul]

Por causa da crise deixei de...


...viver em Portugal.

[sobaka]

Por causa da crise deixei...

...gostar de viver em Portugal.
Costuma haver duas opções: fazer um esforço para ultrapassar a crise ou fazer um sacrifício para sobrevive-la. Infelizmente, agora em Portugal parece estar disponivel só a segunda opção e eu não gosto de sacrifícios, já sacrifiquei mais que devia.

[chowista]

em relação à aquisição de casa, cada caso é um caso.
vivo em casa própria e pago menos ao banco do que pagava em casa arrendada. o espaço é 4 vezes maior e posso fazer em casa o que bem entender.
posso amortizar sempre que quiser sem que isso agrave qualquer taxa ou me penalize de qualquer outra forma.
não abdico de viver na cidade, mas passei a poupar em certas coisas como nas saídas e nas férias, nas jantaradas intermináveis, na compra daquelas botas ou daquele casaco só porque gostava e não precisava.
também tenho lâmpadas economizadoras, tarifa bi-horária de electricidade, não vou tanto ao cinema porque atrás disso vem sempre a jantarada tardia...
no supermercado compro em maior quantidade certos produtos que regra geral saem mais baratos por unidade, compro fruta e carne portuguesas (as maçãs de alcobaça são perfeitas )
O azeite compro aos 50 litros directamente no produtor e sai-me a metade do preço e a qualidade ainda por cima é francamente superior.
bebo um iced tea manhoso de proveniência duvidosa mas até ver estou bem de saúde

[Chamarrita]

"disse ao meu fornecedor de serviço telefónico que ia mudar para a concorrência e passaram a oferecer-me a mensalidade do mesmo.."

quem não chora não mama! se oferecem, é porque podem oferecer, têm lucros para isso...

um dos problemas deste país é que todos querem muito dinheiro, e depressa. Depois, quando as coisas não funcionam porque se anda a "arrecadar" o mais depressa que se pode, como se de uma pilhagem se tratasse, quem se lixa são os empregados e os consumidores...

Como canta Zeca Medeiros: "já puseram tudo à venda pelos tais trinta dinheiros!"

[catrules]

Num período de crise como este que temos vindo a atravessar não deixa de ser curioso que tenham escolhido novamente o parque das nações em Lisboa desta vez para acolher a Cimeira da Nato e que, por causa disso, as empresas (a minha incluída) tenham dado dispensa aos funcionários nos dias 18 e 19, isto neste mês de Novembro, em que, já houve 1 feriado num dia de semana, em Dezembro já sabemos mais feriados e pontes, realmente e por muito que nos saiba bem o descanso, estes feriados não serão demais para a nossa fraca economia?

[ana-carla]

Deixei de gastar € em roupas e sapatos de forma supérfula, somente adquirindo o necessário.

[Charlie2]

Hoje há outras necessidades. O telemóvel tornou-se imprescindível. Fora de cidades como Lisboa ou Porto o sistema de transportes públicos é tão mau que temos mesmo de ter automóvel. A informatização de tudo, até de pagamento de impostos, obriga a que se tenha computador e internet. A velocidade da vida presente e a quantidade absurda de informação disponível, a pressão para a produção/ consumo leva a uma pressa histérica generalizada. O microondas tornou-se o rei da cozinha, e as refeições prontas abundam por toda a parte, não há tempo para comer, quanto mais para cozinhar... Quem não acompanha, fica para trás e é impiedosamente excluido.

Tudo isso são necessidades artificiais, criadas para fomentar o consumo, que desemboca inexoravelmente em crises financeiras.

Antes de nos fazerem a cabeça com essas "pressas" e essas "faltas de tempo", todos sobrevivíamos muito bem com um posto fixo de telefone, com transportes públicos ao passo da tartaruga e sem microondas nem refeições pré-cozinhadas.

E não estou a ver os velhotes de reforma mínima e sem dinheiro para a farmácia a comprarem computador para entregarem as declarações de IRS. Isso são "vícios" de aculturados modernizados.

Hoje, quem não acompanha fica para trás porque não tem espinha dorsal bastante para dizer "não" ao supérfluo.

muito bem dito! Eu deixei de carregar o telemóvel duas vezes por mês e passei a carregar só uma. Quando fico sem saldo azar, aguento.