Que acham dos cortes no ensino Público/Privado?

Conversas sobre outras temáticas e o que não se enquadrar em nenhuma outra secção.
Acena
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quinta jan 27, 2011 6:50 pm

anioska Escreveu:Respondendo à Acena, desculpem por não saber citar :oops: , de facto estas escolas vivem do contrato, subsidio que têm com o Estado, mas para os alunos de Lecionação não paga.Existem outros alunos que pagam uma mensalidade pela lecionação.Ou seja, são escolas privadas e públicas.
Não sei se me estou a explicar bem.

Por exemplo, eu matriculei o meu filho nesta escola, como numa pública qualquer.Tive que atender às vagas, como nas outras.De resto, todo o processo é igual.

Simplesmente se tivesse que pagar alguma mensalidade, ou seja, fosse privada, jamais me poderia candidatar.Agora, mal inicia o ciclo, aliás, o ano, começaram logo os problemas...O país já estava mal antes...

Mas também já me apercebi que as pessoas não percebem bem como funcionam as escolas com Contrato de Associação.

Eu também nao percebo tudo, só o suficiente :oops:
Obrigada anioska, a mim parece-me estranho que haja escolas privadas que prosperam com os subsídios do estado, mas se o público não dá cobertura a todos os alunos entendo isso como um serviço que esses colégios prestam ao estado, que deveria ser provisório até o público dar resposta a todos.
drilldown1
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quinta jan 27, 2011 6:53 pm

Gallaecia Escreveu:
colette Escreveu:Vou ser muito linear, ou seja, curta e grossa:
Se os pais querem os filhos em escolas particulares, tudo bem. Mas paguem-nas. E os meninos não morrem por terem que andar 10 kms até às escolas públicas, até porque vão de autocarros subsidiados pelas autarquias, ou seja, por mim. E se forem a pé, desenvolve-lhes a musculatura. Os meus, quando iam para a escola longe de casa, quem lhes pagava os transportes éramos nós, os pais. Traziam o passe pendurado ao pescoço, como se fosse um colar de pérolas valioso.
Outra coisa que gostei de ver e ouvir foi um paizinho a dizer: os filhos são meus, faço o que quero com eles. . Por momentos, pensei que estava a falar do micro-ondas ou da máquina de lavar. Mas não, era dos filhos.
Nem o meu pai, nos anos 40 do século passado, disse, alguma vez, uma coisa sequer parecida. E os meus filhos são meus, porque sou a mãe, mas não são propriedade minha. Posso (e devo, e fi-lo, na altura própria, sem exageros) exercer sobre eles a minha autoridade para que se tornem bons cidadãos, mas somente e apenas nessa perspectiva.

e é nestes momentos que eu adoraria que estivessemos num belo anfiteatro, todos e todas de toga imaculadamente branca... qual anuncio de Tide... que eu seria a primeira a levantar-me para aplaudir!

trigo limpo farinha Amparo... nem mais!!! muito bem Colette ;)
A toga, não é preta?
<p>&nbsp;Sou respons&aacute;vel pelo que digo, n&atilde;o pelo que os outros entendem - By Ziggyma</p>
<p>Quer lutar comigo pela Net? For&ccedil;a... ESCREVA TUDO EM MAI&Uacute;SCULAS AT&Eacute; QUE ME CONSIGA MATAR!!!</p>
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drilldown1
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quinta jan 27, 2011 7:04 pm

Há uns anos, o ensino público não respondia às necessidades da vida quer das crianças, quer dos pais, (aulas ou só de manhã ou só de tarde...etc).As faltas dos profs eram mais de que muitas e o Ministério da Educação não garantia nada (segurança, ensino, tempos livres etc), optamos por pôr o nosso filho, a estudar num colégio privado até concluir o 9º Ano, até quase com 15 anos.

A opção foi nossa, e embora na época não houvessem alternativas públicas, nunca fomos subsidiados.
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colette
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quinta jan 27, 2011 9:26 pm

No Forum Romano a toga era branca.
<p>Au d&eacute;but, Dieu cr&eacute;a l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>
drilldown1
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quinta jan 27, 2011 9:28 pm

colette Escreveu:No Forum Romano a toga era branca.
Obrigada!
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SCamundongo
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sexta jan 28, 2011 1:28 am

Ministra Isabel Alçada

“Verificámos que uma área a rever era a dos contratos de associação pois, nos últimos anos, o Ministério da Educação pagou a alguns colégios bastante mais do que seria justo e permitiu a alguns que obtivessem margens de lucro elevadas.Tornou-se, por isso, um imperativo rever o quadro legal de financiamento daqueles contratos”, acrescentou a ministra, sublinhando que “no ensino público ninguém recebe lucros. A única finalidade da escola pública é educar, não havendo vantagens comerciais para ninguém”.

Isabel Alçada também acusou a campanha de utilizar pais e crianças para defender interesses de alguns colégios. "Considero esta campanha absolutamente indigna. Instrumentalizar crianças para obter vantagens ou com qualquer outro objetivo de propaganda é infringir um princípio ético", criticou Isabel Alçada. Neste sentido, a ministra apelou aos pais para que não se deixem “instrumentalizar

"Não vamos continuar a financiar privilégios nem lucros de algumas instituições que constroem piscinas, que oferecem golfe, que têm equitação, porque isso é um nível que o ensino público não pode assegurar e não continuará a financiar", justificou Isabel Alçada.

A ministra também contesta que alguns colégios vão buscar alunos a mais de 30 quilómetros de distância, o que implica o financiamento de "uma rede de transportes que o Ministério não tem de continuar a financiar".
Muitos docentes ligados ao ensino que conheceram profissionalmente o desempenho de Isabel Alçada, enquanto docente, não viram com bons olhos a sua nomeação para ocupar a pasta da Educação.O seu desempenho enquanto docente, incidia sobre a divulgação e inclusão das suas obras juvenis de "Aventuras" nos programas do 2º ciclo do Ensino Básico na disciplina de Língua Portuguesa.Tornando-as num manual escolar obrigatório, para a disciplina de Língua Portuguesa.Utilização do ensino público, para outros fins comerciais.

Sobre o assunto em epígrafe do ensino privado, a ministra Isabel Alçada, infelizmente está com alguma razão, no que diz respeito a alguns aspectos.Se o ensino privado, não fosse uma fonte de receita de carácter privado, não estaria a gerar tanta polémica aos seus gestores responsáveis, como a diminuição de receitas, em que alguns dos subsídios atribuídos pelo Ministério da Educação, são usados na implementação de actividades extra-curriculares consideradas de luxo, com o apoio e subscrição da maioria dos Encarregados de Educação, no sentido de fazerem a diferença para os seus educandos, entre o ensino público e privado.Isabel Alçada, conhece o sistema.Deixá-la trabalhar.

Até sempre !
Marco99
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sexta jan 28, 2011 1:55 am

eu sinceramente não fazia a minima que o estado financiava escolas privadas....financiar um colegio que dá aulas numa localidade onde as escolas mais proximas ainda ficam longe tudo bem, desde que seja só um colegio, não um hotel e campo de ferias de luxo, agora financiar colegios nas grandes cidades como porto e lisboa por exemplo onde existem muitas escolas?
acho isso uma perfeita estupidez....quem quer um filho num colegio quando tem escolas publicas a beira que pague, o estado não devia de ter nada a ver com isso.
ja para não falar que muitos colegios são peças fundamentais para entradas na faculdade de pessoa que não mereçem....depois entram na publica(porque nas faculdades ninguem quer ir para a privada) e os que entram com média de 13 tiram melhores notas que os que têm média de 17.
anioska
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sexta jan 28, 2011 11:13 am

Ora bem,haver muitas escolas até há.A questão é:há escolas suficientes, ou o estado subsidia 93 escolas para ter milhares de cadeiras vazias nas salas de aulas no país?

Será que só me aconteceu a mim o processo do meu filho ter percorrido as 4 escolas obrigatóriamente inscritas por ordem de preferência no boletim de matricula, por não haver vagas na 1ª, 2ª,3ª e não sei como coube na 4ª...

Refiro-me a um grande concelho do distrito de Lisboa, um dos tais que tem muitas (e boas) escolas.

Portanto, a mim parece-me sim, que o estado "aluga" as salas de aulas dos outros.

Se quer o "aluguer" a preço de custo, já não sei.No entanto, os enriquecimentos dos ditos "donos" afinal nao são de todas as escolas, mas sim de algumas.Portanto parecia-me de bom senso fazer os cortes onde pagam mais, e não por igual.
Ou por outro lado, não sei como têm a certeza de que os lucros advêm do que o estado paga (que sabemos ser muito generoso), e não das receitas das lecionações pagas...

Essas são contas complicadas demais para a minha simplicidade.

Para mim, matriculei o meu filho numa escola que o estado me ofereceu e agora me quer tirar.

E se quem quer meter os filhos em escolas de elite porque tem dinheiro para isso, porque me haveria de fazer espécie?Só demontraria inveja, mal de que não padeço.Mas não misturemos.
Não é porque no meu tempo não havia telemoveis, computadores e afins que os meus filhos não terão acesso à evolução...
Mudam-se os tempos...

E frisando o que referiu o VitorN, os alunos continuarão a ser subsidiados pelo estado, seja em que escola for.Mas quem sabe, com menos sucesso escolar, que é um facto.
Gallaecia
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sexta jan 28, 2011 11:36 am

a gente pode estar aqui a malhar em frio frio até sermos velhinhos .... ou podemos perceber que :

Ensino Publico como o nome indica Vitor, é suposto ser financiado pelos dinheiros publicos.

É um sistema aberto a todos, que se supoe funcional ( e o é ), que não discrimina nem segrega ( pequena utopia ) ou pelos menos propoe-se a tal.

Ensino Privado, pode e deve existir... numa sociedade livre e dinamica a iniciativa privada deve ser apaludida.... mas nunca financiada pelo Estado.

Colégios privados são empresas... e deveriam ser encarados como tal.

Excluo desta definição as associações sem fins lucrativos que tanto apoio dão ( porque de facto existe uma lacuna ao nivel do ensino publico ) aos alunos com necessidades especiais.
O ensino especial é e tem de continuar apoiado de forma cabal. São apoiadas pelo estado, através da seg. social e muitissimo bem.

Tirando esta excepção... o Ensino deveria ser algo natural.... e não encarado pelos pais como "arma" ou "trunfo" a ser destrocado num futuro distante e incerto, pelos filhos.


Passo a explicar:

- As competencias e talentos de cada um não dependem do colegio frequentado nem da cor do kilt que usa anos a fio, nem de nada de externo. Por muito que magoa o ego dos progenitores a inteligencia e aptidão intelectual tem uma forte vertente hereditária.

Dois tipos de hereditariedade: a fisica e a intelectual. Somos nós os pais, que temos a obrigação de estimular a ginastica mental da nossa prole.
Somos nós os pais , que não nos podemos demitir do papel de Educador na primeira pessoa e de Orientador Mor.

Somos nós os pais, que não podemos ceder a Educação dos nossos filhos ao sistema.... mas apenas a Instrução!!

Enquanto encararmos que andar até ao 12ºano no Colégio Alemão vai fazer do nosso rebento o maior da rua dele, e que podemos chegar a casa e descalçar a bota.... acreditem, os catraios nunca passarão da cepa torta, independentemente do quão perfeita seja a sua pronúncia... ou a álgebra ou os métodos quantitativos.

Antes das competencias académicas... têm de vir as sociais, serão essas a marcar a diferença entre o sucesso e o insucesso... entre ser um tecnicista oco... um burocrata; ou ser uma mente brilhante que nos enche de orgulho e baba! :)

A minha perspectiva é ampla... o meu pai não acreditava no ensino privado ( outros tempo )... frequentei escola publica ( na epoca escola catolica ao serviço do ensino publico... entretanto extinta ).

Rezavamos antes e depois das aulas, das refeições... havia palmatoria sempre pronta a usar... não deixou saudades.
O secundário foi publico... o superior foi privado na primeira rodada e publico na segunda. Como qalquer ser humano apreciei mais a segunda rodada... foi bom... foi excelente.

O ensino deve ser justo... cientifico, LAICO... equilibrado... se dependesse de mim seria o professor no meio e todos sentados em circulo debaixo duma bela ramada. O ensino deveria ser Natural.... oferecido aos miudos como dadiva e não castigo.

Os meus filhos vibram com a escolinha deles.... publica, pobre com falhas... Humana.

Em casa preencho as falhas na medida do que me é possivel, estudamos enquanto se assam frangos e se fazem panelas de sopa.

A professora de pé... eles alapados num canto qualquer munidos de livros e lapis roidos e borrachas escavacadas!

O Ensino Publico funciona... o privado também, mas que funcione sem os nossos impostos.

Que seja auto suficiente e lucrativo.... excelente! :D É o que é normal que aconteça.

O que pode e deve haver na relação Estado/ Ensino Privado é uma relação protocolar.... de apoio, de cedencia de equipamentos ou infraestruturas ( a cedencia dum pavilhão desportivo, por exemplo )... isso é banal. Mas Cooperação é uma coisa .... financiamento é outra bem distinta.

Trabalho é trabalho, Conhaque é conhaque.

Peço desculpa pelo alongamento da prosa.
Abraço. :)
<p><strong>Remember this - very little is needed to make a happy life...</strong></p>
<p><strong>You have power over your mind - not outside events. Realize this... and you will find strength.</strong>
</p>
<p><strong>Marcus Aurelius</strong></p>
colette
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sexta jan 28, 2011 11:58 am

Pois está tudo dito.
<p>Au d&eacute;but, Dieu cr&eacute;a l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>
nicasxi
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sexta jan 28, 2011 2:58 pm

Até pode ser isso tudo, Gall e mais alguma coisa.
O problema é que em muitos pontos do país a unica alternativa é mesmo só o colégio. Porque entretanto a escola publica que existia lá no largo da terra, foi encerrada porque só havia duas crianças a ensinar.
Não confundamos competências. Claro que EDUCAÇÃO começa na familia. Mas INSTRUÇÃO só se adquire na escola. E não é delegar responsabilidades exigir do estado que apoie e suporte um DIREITO que a todos nos assiste.
Porque carga de água é que as duas crianças lá da terra vão ter que caminhar kms para chegar á escola , ou vão ter que pagar um bem que lhe é conferido por direito?
Antigamente íamos a pé para a escola? Andávamos kms? Sim! E por causa disso os meus filhos têm que passar o mesmo?
A questão aqui fica um pouco subjectiva. A maioria das pessoas identifica ensino privado com luxo. Mas o que o estado se propõe cortar não é o luxo é o unico meio de alguns acederem á instrução básica.
E num áparte, o que se devia combater era sim o estigma de " andou no privado" está mais bem preparado.
Como alguem dizia aí nuns posts atrás, muitas vezes estes colégios privados ( tome-se o colégio alemão por exemplo) são a unica porta de acesso a determinadas faculdades , cursos ou mesmo colocações profissionais. E isso é que é um forte sinal do torto que está este sistema.
Dedico esta assinatura a quem lhe "acentar" a carapuça :
"Quem nasce lagartixa, nunca chega a jacaré, por muito que se inche .... " By , um amigo muito querido ...



"Dogs are better than human beings because they know but do not tell."
— Emily Dickinson

À espera que os frangos que o Terug, o Paulo Santos e o Zefe andam a virar, fiquem prontos.
... e já agora tambem das courgettes da LuMaria!;)
Paraiso
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sexta jan 28, 2011 3:21 pm

Ensino privado não significa melhor ensino! Como em tudo, depende da escola em causa (e por vezes do professor em si), tal como no público.
E se há um facilitismo em colégios que permite a entrada em cursos superiores (nunca serão a única porta de acesso, pois quantos médicos/estudantes de medicina não estudaram em escolas públicas?!), piores serão os profissionais (conheço também alguns que Deus me livre de um dia precisar deles!).
Quanto ao estigma que andar no privado prepara melhor, devo dizer que tirei a licenciatura numa Universidade pública (em que a média é alta sim, e vários valores acima do privado) e é inevitável, ao deparar com um colega "do privado" pensar "não trabalhaste o suficiente para entrar na pública". Não considero um luxo, mas um refugo (desculpem-me quem anda/andou no privado).
E atenção que ser uma Universidade pública não significa que para mim (que não era de Lisboa e tinha a minha irmã igualmente a estudar cá) e para a grande maioria dos meus colegas não fosse necessário um grande exercicio de contenção de custos! Recordo-me de colegas que para pagar as fotocópias deixavam de jantar! E as bolsas entregues eram irreais para os custos básicos.
Outra questão, quanto à ausência de vagas no ensino público (não universitário): foi dito que era uma realidade em muitos pontos do país...pessoalmente não conheço nenhum caso, em que proporção existe na realidade? Serão assim tantos ou apenas a escolha do colégio ao lado e que tem nome? Esses subsidios para alunos que não têm vaga são iguais à mensalidade de um outro aluno do privado? Falamos de Colégios ou de IPSS? São realidades distintas!
Fiz metade da primária num colégio privado e a outra metade no público (por questões logisticas sim, o público era mais perto) e posso dizer que nestes casos em particular, o ensino público era extremamente superior ao privado, incomparável até!
Dito isto, subsidiar ensino privado?! Gasto desnecessário!
LuluB
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sexta jan 28, 2011 3:25 pm

nicasxi Escreveu:...Claro que EDUCAÇÃO começa na familia. Mas INSTRUÇÃO só se adquire na escola. ...
Lamento, mas isto também não é verdade. Instrução também pode ser dada na e pela família, assim esta seja culta e equilibrada o suficiente.

Uma coisa que espantava todas as visitas da casa, quando eu era pequena, era precisamente a cultura que nós, as crianças, demonstravam e que ultrapassava em muito o que a escola lhes estava a ensinar, nas classes em que estavam. Tínhamos pais preocupados em nos estimularem a sede de saber e os conhecimentos, mas não éramos os únicos. Havia muitas crianças no círculo de relações dos meus pais que também sabiam muito mais do que aquilo que aprendiam na escola.

Hoje, isso perdeu-se, como se perderam muitas coisas boas - e ganharam outras.

Mas pelo que leio aqui, o ensino privado financiado pelo Estado não foi uma das coisas boas adquiridas, pois deve-se realmente a uma política educativa totalmente torta, como disse a Nicas.
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
Paraiso
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sexta jan 28, 2011 3:39 pm

Bom apontamento Lulub! Claro que a escola tem um papel essencial, mas há tanta coisa que aprendemos directamente com a familia! Trouxe-me boas recordações!
Foi com a minha avó que aprendi a fazer tricot, crochet e a "ver as horas"! Foi a minha mãe que me transmitiu o gosto pela leitura e aos quinze anos já tinha devorado toda a sua colecção da Agatha Christie. Nos passeios ao campo, com a familia, aprendi o nome de inúmeras espécies de plantas que jamais foram referidas nas aulas... E quantas vezes a matérias dada na escola não era completada com uma visita a um monumento, à serra ou a um museu?
E ainda hoje assim é: amanhã a minha avó vai ensinar-me a fazer "o seu" bacalhau com natas!
anioska
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sexta jan 28, 2011 3:47 pm

Realmente, como disse slguém atrás, podíamos ficar aqui a bater no mesmo até sermos velhinhos...as pessoas que não percebiam o suficiente, continuam a não querer perceber.

O estado subsidia ensino publico em escolas que não são estatais.(Ponto final)

Gostaria de saber de opiniões de pais que têm filhos em escolas geridas pelo estado, como eu já tive, e trocá-las.
As opiniões de pais que já têm os seus filhos formados e como foi já contatámos.Os que ainda não são pais ou que ainda não chegaram a esta fase da vida importante dos nossos filhos também já.

Em resumo, todos procuramos o melhor para os nossos dentro das nossas possibilidades, e lutamos diariamente por isso.

Parabéns a quem teve o privilégio de ter uma educação e cultura acima da média.Sem duvida um privilégio.Há quem, por razões da vida, não tenha herdado tamanho dote, mas que se esforçe na mesma por delegá-lo aos filhos, sabe Deus com que sacrificios.Há pais que têm dois empregos e por conseguinte só conseguem ir dar um beijo aos filhos quando estão a dormir.Mas que gostariam tanto como outros de poderem estar mais presentes na vida quotidiana deles.
A vida é feita de oportunidades, prioridades e escolhas.Cada um terá que ter sabedoria para escolher as suas.

É por isso que continuo a lutar, todos os dias procuro o que for melhor para eles.

As crianças que frequentam estas escolas não são fardo do estado, são responsabilidade do mesmo, como todas as outras.
Isto já começa a roçar a discriminaçao...
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