LuluB Escreveu:Quando disse que as vítimas gostam de ser vítimas, não falei por acaso, nem no ar. Gostam, sim, apesar de esse gosto nunca ser admitido nem confessado.
Claro, mas a LuluB não lê mentes, é a sua opinião. No entanto é desmentida por quem trabalha na área da violência doméstica, se há coisa de que se envergonham as vítimas é precisamente de serem vítimas.
Bem, sugiro que quem pretende ajudar um amigo, familiar ou conhecido se informe com quem lida com estes casos, pois pelo que se vê neste tópico, a falta de informação ainda é muita.
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O que não fazer
Se o/a seu/amigo/a ou familiar está a ser vítima de violência doméstica ajude-o/a a procurar apoio (contacte a APAV: 707 2000 77 ou através da Rede nacional de Gabinetes de Apoio à Vítima
[email protected]), mas
NÃO FAÇA o seguinte:
• dizer à/ao seu/sua amigo/a o que fazer: a decisão é sempre da vítima;
• dizer-lhe que ficará desapontado/a se o seu/sua amigo/a não fizer o que lhe disse para fazer ou se voltar para o/a agressor/a;
• fazer comentários que possam culpabilizar a vítima por ser vítima;
• tentar fazer "mediação" entre a vítima e o/a agressor/a;
• confrontar o/a agressor/a, porque pode ser perigoso para si e também para a vítima.
Ajudar como amigo/a ou familiar uma vítima de violência doméstica não significa ter de resolver pelos próprios meios a situação ou salvar a vítima. Por outro lado, é importante estar consciente que deixar uma relação violenta pode ser difícil, perigoso e demorar tempo.
Por que uma vítima se mantém numa relação violenta
Existem várias razões para uma vítima se manter numa relação violenta, mesmo que estas possam parecer estranhas para quem não é vítima:
• muitas das vítimas gays e lésbicas podem reconhecer o comportamento do/a seu/sua namorado/a ou companheiro/a como violento. Todavia, poderão conceber a violência doméstica apenas como problemática das relações hetero pelo que não se reconhecem como vítima de violência doméstica;
• recear ser discriminado/a se se assumir como vítima de violência doméstica ao procurar ajuda e apoio;
• ter esperança que a situação se vá resolver com o/a seu/sua parceiro/a e que ele/a mudará e deixará de ser violento/a;
• desejar continuar a investir neste relacionamento (dependência emocional, dificuldade em aceitar que a relação não resultou);
• não querer deixar a casa, os seus pertences, os filhos ou animais de estimação;
• temerem a reacção do/a agressor/a se abandonarem a relação;
• estarem dependentes económica ou financeiramente do/a agressor/a;
• não querer perder o estatuto social ou económico;
• sentir vergonha de que as outras pessoas saibam que é vítima de violência doméstica;
• não se sentirem com forças suficientes para enfrentar a situação de ruptura.”
http://www.apav.pt/lgbt/menuami.htm
Resumindo, informem-se com quem sabe e não se deixem ir nestas falsas verdades absolutas e julgamentos ridículos do século passado.
