Ó... ó... ó forista, onde é que estava no 25 de Abril?

[Peixazul]

Se foi bom ou mau? Depende do ponto de vista...

Discordo (parcialmente). Eu acho que depende da experiência.
Se leva com o cravo no ombro disparado desde muito perto, é capaz de... doer.

[Vandocasmm]

?

A pergunta era onde estava...


eu estava nos "tin-tins" dos meu Pai (desculpem a vulgaridade )
nasci em finais 75

Mas que citação minha foi esta? Eu não escrevi nenhuma mensagem com um ponto de interrogação!!

Desculpe
não me dou muito bem, por vezes, com as citações... era o texto da primeira página...

[Ponky]

A Moderação estava na Rua da Trindade!

[Minuxa]

Do que tu te lembras!!!
Na altura a moderação chamava-se Censura???

[Tassebem]

Para desanuviar o ambiente, mas que demonstra a época...

No dia 24 de Abril, andava no 1º ano do liceu, que era unissexo.
No dia 25 de Abril, andava no 1º ano do liceu, que era misto.

A minha primeira conquista.

(...)

O jofelix é muito rápido nas conquistas...

Eu, no dia 24 de Abril, andava no 6º ano (antigo) do liceu, que era unissexo.
No dia 26 de Abril, andava no 6º ano do liceu, que era unissexo.
Quando terminei o 7º ano, mais de um ano depois, o liceu continuava a ser unissexo...

[Tassebem]

Peço desculpa por não ter voltado ao tópico, mas estive praticamente uma semana sem Internet.

Obrigada pelas respostas. Gostei imenso de lê-las, tanto as das pessoas mais ou menos da minha idade, como as dos mais novos, que eram muito pequenos na altura ou nem sequer existiam ainda.

De uma maneira ou de outra, o dia 25 de Abril marcou profundamente as nossas vidas, quer pela sua vivência directa quer pelas consequências que teve (ou não se tivesse tratado de uma revolução), e apraz-me muito verificar que o tom é geralmente positivo, apesar dos tempos que vivemos.

Fiquei com inveja dos foristas que puderam viver mais directamente aquele dia. E daqui vai o meu reconhecimento aos pais da Arguida e da Pequebrado. Infelizmente, o pai da Pequebrado já não se encontra entre nós, e honro a sua memória.

Assim, peço à Arguida que transmita ao seu pai o meu agradecimento e lhe diga que não esteja amargurado. As revoluções nunca se mantêm fiéis ao que os seus autores têm em vista, e o que ele e os companheiros fizeram foi para nos dar, em geral, uma vida melhor, e inegavelmente conseguiram.

[LuluB]

Felizmente, o meu não viveu tempo suficiente para se amargurar com o que fizeram com os seus cerca de cinquenta anos de luta contra o regime e 23 prisões pela Pide. Morreu aos 86 anos, já a Revolução dos Cravos tinha degenerado e transviado para os caminhos que hoje percorremos, mas mesmo assim nunca deixou de acreditar que progredimos sempre para um futuro melhor, sejam quais forem os tropeços e os passos atrás que dermos para depois conseguirmos dar outros mais em frente.

[florazul]

Eu no 25 de Abril estava na barriga da minha mãe, nasci nesse ano no dia 25 de Setembro.
Sempre gostei de ouvir os meus familiares a contarem sobre como tinham vivido esse dia. Ainda hoje gosto de saber mais sobre o que se passou na Revolução do 25 de Abril.

[Tassebem]

Felizmente, o meu não viveu tempo suficiente para se amargurar com o que fizeram com os seus cerca de cinquenta anos de luta contra o regime e 23 prisões pela Pide. Morreu aos 86 anos, já a Revolução dos Cravos tinha degenerado e transviado para os caminhos que hoje percorremos, mas mesmo assim nunca deixou de acreditar que progredimos sempre para um futuro melhor, sejam quais forem os tropeços e os passos atrás que dermos para depois conseguirmos dar outros mais em frente.

Pelo seu percurso de vida e pela esperança que nunca deixou morrer (e da qual partilho), curvo-me perante a memória do seu pai, LuluB.

[ZeFe]

Um amigo meu escreveu este texto á uns dias atrás.

"... Geração à rasca foi a minha. Foi uma geração que viveu num país vazio de gente por causa da emigração e da guerra colonial, onde era proibido ser diferente ou pensar que todos deveriam ter acesso à saúde, ao ensino e à segurança social.



Uma Geração de opiniões censuradas a lápis azul. De mulheres com poucos direitos, mas de homens cheios deles. De grávidas sem assistência e de crianças analfabetas. A mortalidade infantil era de 44,9%. Hoje é de 3,6%.



Que viveu numa terra em que o casamento era para toda a vida, o divórcio proibido, as uniões de facto eram pecado e filhos sem casar uma desonra.

Hoje, o conceito de família mudou. Há casados, recasados, em união de facto, casais homossexuais, monoparentais, sem filhos por opção, mães solteiras porque sim, pais biológicos, etc.



A mulher era, perante a lei, inferior. A sociedade subjugava-a ao marido, o chefe de família, que tinha o direito de não autorizar a sua saída do país e que podia, sem permissão, ler-lhe a correspondência.



Os televisores daquele tempo eram a preto e branco, uns autênticos caixotes, em que se colocava um filtro colorido, no sentido de obter melhores imagens, mas apenas se conseguia transformar os locutores em "Zombies" desfocados.





Hoje, existem plasmas, LCD ou Tv com LEDs, que custam uma pipa de massa.





Na rádio ouviam-se apenas 3 estações, a oficial Emissora Nacional, a católica Rádio Renascença e o inovador Rádio Clube Português. Não tínhamos os Gato Fedorento, só ouvíamos Os Parodiantes de Lisboa, os humoristas da época.





Havia serões para trabalhadores todos os sábados, na Emissora Nacional, agora há o Toni Carreira e o filho que enchem pavilhões quase todos os meses. A Lady Gaga vem cantar a Portugal e o Pavilhão Atlântico fica a abarrotar. Os U2, deram um concerto em Coimbra em 2010, e UM ANO antes os bilhetes esgotaram.



As Docas eram para estivadores, e o Cais do Sodré para marujos. Hoje são para o JET 7, que consome diariamente grandes quantidades de bebidas, e não só...





O Bairro Alto, era para a malta ir às meninas, e para os boémios. Éramos a geração das tascas, do vinho tinto, das casas do fado e das boites de fama duvidosa. Discotecas eram lojas que vendiam discos, como a Valentim de Carvalho, a Vadeca ou a Sasseti.



As Redes Sociais chamavam-se Aerogramas, cartas que na nossa juventude enviávamos lá da guerra aos pais, noivas, namoradas, madrinhas de guerra, ou amigos que estavam por cá.





Agora vivem na Internet, da socialização do Facebook, de SMS e E-Mails cheios de "k" e vazios de conteúdo.



As viagens Low-Cost na nossa Geração eram feitas em Fiat 600, ou então nas viagens para as antigas colónias para combater o "inimigo".



Quem não se lembra dos celebres Niassa, do Timor, do Quanza, do Índia entre outros, tenebrosos navios em que, quando embarcávamos, só tínhamos uma certeza... ...a viagem de ida.



Quer a viagem fosse para Angola, Moçambique ou Guiné, esses eram os nossos cruzeiros.

Ginásios? Só nas coletividades. Os SPAS chamavam-se Termas e só serviam doentes.





Coca-Cola e Pepsi, eram proibidas, o "Botas", como era conhecido o Salazar, não nos deixava beber esses líquidos. Bebíamos, laranjada, gasosa e pirolito.



Recordo que na minha geração o País, tal como as fotografias, era a preto e branco.

A minha geração sim, viveu à rasca. Quantas vezes o meu almoço era uma peça de fruta (quando havia), e a sopa que davam na escola. E, ao jantar, uma lata de conserva com umas batatas cozidas, dava para 5 pessoas.





Na escola, quando terminei o 7ºano do Liceu, recebi um beijo dos meus pais, o que me agradou imenso, pois não tinham mais nada para me dar. Hoje vão comemorar os fins dos cursos, para fora do país, em grupos organizados, para comemorar, tudo pago pelos paizinhos..



Têm brutos carros, Ipad’s, Iphones,PC’s, …. E tudo em quantidade. Pago pela geração que hoje tem a culpa de tudo!!!

Tiram cursos só para ter diploma. Só querem trabalhar começando por cima.

Afinal qual é a geração à rasca?"

[marianamar]

Está muito bem... mas diz isso a quem mesmo tendo um curso superior (pago à custa de muito sacrifício não só da família, mas pessoal), que não tem nem carro nem carta porque não dá, quanto mais viagens ao estrangeiro... Nem toda a gente é como o teu amigo vê. Diz isso a quem já foi hoje a duas fábricas e ao centro de emprego, só para ouvir um "não"

A minha geração perdeu o direito ao trabalho. Não venham dizer que andamos é a "escolher o tacho", nós queremos é trabalho mesmo, e NÃO HÁ!

Isto não é concurso a ver se antes era pior que agora. Certo é que agora ESTAMOS À RASCA!

[LuluB]

E não são só os jovens que estão à rasca. Os mais velhos também o estão.

Há vários textos desse tipo a circular pela Net, e todos eles me deixam incomodada: quem os escreve esquece-se de muita coisa e está sempre a cobrar à juventude erros de educação de que os jovens não têm culpa.

No fundo, não passa de saudosismo, mais ou menos mascarado de crítica social.

[marianamar]

Sim, os mais velhos... os meus queridos avós podiam investir agora em apreciar a sua velhice, em tudo aquilo que merecem, mas em vez disso ajudam a neta porque recém-licenciada (e a educação é um investimento necessário, já há muito deixou de ser um luxo) não tem direito a qualquer ajuda do estado e NÃO HÁ TRABALHO!...

Não é o jovem imberbe D.Sebastião que chega das brumas para salvar Portugal... são os seus egrégios avós! Que estão cansados!...


Longe da minha geração reclamar a "glória" da crise para si. E isso viu-se bem na manif de 12 de Março, onde filhos, pais e avós marchavam lado a lado.

Tudo o que tenho, se não o devo a mim, devo aos meus avós. Desejo um futuro melhor para a minha geração, porque disso depende também o futuro deles. Se os jovens não trabalharem e descontarem, onde se vão buscar os fundos para as reformas?

[Acena]

Esta geração culpada de todos os problemas do planeta e mais alguns foi educada por anteriores gerações. A sociedade está como está por culpa de todos e não porque temos uma geração de jovens inúteis. Nunca percebi a necessidade de se desvalorizar uma geração para se valorizar a própria geração, parece mesmo um concurso de gerações

[marianamar]

A sociedade está como está por culpa de todos e não porque temos uma geração de jovens inúteis.

Temos??? Ou temos uma geração de jovens que querem ser úteis, mas não lhes dão nem conseguem criar oportunidades para isso????

Não há que desvalorizar geração nenhuma. Temos todos culpa, temos todos a responsabilidade. Mas não há aqui gerações inúteis. Sinceramente Acena...