O FMI e a crise nas nossas vidas
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O "Bem" é que é um conceito relativo, e o 'Bem' de hoje em dia para muita gente está longe de ser igual para todos. Se assim nao for, imagino que os milhares que recebem salário mínimo estejam todos mortos á fome á muito tempo. Viver com dignidade é ter casa própria, carro, televisão e outros electrodomésticos da praxe com computador e ligação á net incluídas. Viver com dignidade é poder ter um mês de férias e trabalhar no horário de expediente e nada mais. E para mim isto são tudo expectativas legítimas, não nego que todas as devam ter e mais ainda. Não venham é dizer que um salário liquido de 1000 euros por més é uma miséria, sob pena de verem muita gente revoltada por ganharem metade disso e fazendo das tripas coração conseguem fazer a sua vida.dinodane Escreveu:As suas contas devem ser diferentes das minhas... "manter-se bem" é um eufemismo de todo o tamanho. Quem não paga renda de casa consegue manter-se bem com esses valores, concordo.Terugkeren Escreveu:Vão lá dizer a quem recebe o salário mínimo, que 1000 euros é uma miséria, que eles dizem-vos que 'vida desafogada' faziam se ganhassem 1000 euros.
1000 euros não é nenhuma fortuna, mas fossem eles bem geridos e não quisesse quem os ganha fazer vida folgada (com prestações de tudo e mais alguma coisa para pagar) e conseguiam manter-se bem com isso.
Atenção que eu não digo que isso é bom, apenas me parece que estas afirmações de que 1000 euros não dão para nada e com referência a valores de água, luz e gaz que para muitos são exorbitantes face ao que gastam, pode ser uma ofensa para todos aqueles que vivem com o salários abaixo de 1000 euros.
Uma pessoa sózinha que ganhe o ordenado mínimo tem que viver com familiares ou viver numa casa de renda antiga, de outra forma é impossível, até um quarto alugado custa 200 euros por mês.
Dois a ganharem o mínimo têm um rendimento de 800 euros por mês e não sei como fazem... é muito complicado.
Dois a ganharem o mínimo têm um rendimento de 800 euros por mês e não sei como fazem... é muito complicado.
"A inveja é a arma do incompetente" Anónimo
Cá para mim só deviam receber 10% do que recebem e já são muito bem pagos, já que não fazem nada para o merecerem, uma vez que a grande maioria das empresas que dirigem só dão prejuizo graças às mordomias que eles têm para nada fazerem!nicasxi Escreveu:Não seria mais eficaz acabar com os carros topo de gama para o ministro, a esposa do ministro , a empregada do ministro que vai levar as criancinhas do ministro à escola ( perdão, ao colégio ), a redução em 50% dos salários dos gestores publicos ( que mesmo assim ficavam com um salário muito acima da média ), cortar definitivamente benesses tais como : cartões de crédito ilimitado, pagos pelo estado, contas telefónicas ( uso pessoal, lógico ), familiares de governantes com direito a casa, mesa e roupa lavada a expensas do estado,etc, etc...
Porque diabo é que se começa sempre ao contrário: de baixo para cima?

E já agora acabava com todas as empresas do estado: só dão prejuízo! E os gestores, secretários, directores, subsecretários e quejandos eram os primeiros a irem para a rua! Sem direito a indmenizações milionárias. E já agora iam trabalhar no duro: no campo, na contrução civil, a ganharem o ordenado mínimo! Isso é que era serviço! Acabava-se o défice num instante.

A mentalidade do português ainda é a mesma do tempo da ditadura: deixa andar... para quê chatear? Que remédio! Temos que aguehtarTem que ser! Para quê reclamar... Os outros que façam... por isso é que o país não anda para a frente...
E ainda são capazes de dizer que não vão votar porque são sempre os mesmos que vão para o poder... pudera, como pode este país mudar se a grande maioria do povo não vai votar mesmo estando contra os que lá estão. Como o Paulo Portas dizia e com razão aos jornalistas: Muita gente vota sempre no mesmo mesmo não estando contentes com eles. Ele perguntava: você está contente com quem votou? e respondiam que não. E PP dizia então porque continua a votar neles?
(Digo desde já que não faço tensões de votar em nenhum dos partidos que estão na AR) - mas vou votar
E o mesmo se pode aplicar aos descontentes que se abstêm: estão contentes com a situação do país? Se respondessem que não, bem se podia perguntar o que fazem eles para mudar a situação? É abstendo-se que se muda alguma coisa? Por isso é que Portugal nunca vai sair da cepa torta. Uns a comerem e outros a deixarem ser comidos...
Para quem tem essas despesas de habitação (renda ou prestação), não sobra muito que gerir nos 1000€, mas ainda dá para se fazer uma vida independente e sem recorrer a outras ajudas, isto se não contarmos com filhos…
Eu por mais que poupe em água, por exemplo, só o que pago em tarifas, desde a tarifa de disponibilidade de água, tarifa de drenagem de água resid., tarifa de resíduos, tarifa de disponibilidade de águas res., taxa de recursos hídricos e finalmente taxa de recursos hídricos saneamento... algumas dessas parcelas ainda levam impostos em cima. Alguns destes valores são em função do consumo, outros são mesmo fixos…
Mas admito que poderia pagar bem menos de luz e ainda podia cortar noutros gastos se a isso fosse obrigada.
Eu por mais que poupe em água, por exemplo, só o que pago em tarifas, desde a tarifa de disponibilidade de água, tarifa de drenagem de água resid., tarifa de resíduos, tarifa de disponibilidade de águas res., taxa de recursos hídricos e finalmente taxa de recursos hídricos saneamento... algumas dessas parcelas ainda levam impostos em cima. Alguns destes valores são em função do consumo, outros são mesmo fixos…

Mas admito que poderia pagar bem menos de luz e ainda podia cortar noutros gastos se a isso fosse obrigada.
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A questão é que 1000 euros por mês pode ser uma miséria para muita gente... mas quem dera, a mim e a muitos, essa miséria
Uma jovem como eu não pode pensar em ter casa... casar... filhos!? Fora de questão! Carreira?... Qual carreira... Tiraram-nos os sonhos, até os mais pequeninos... Sinto-me de asas cortadas.
Mas isto ainda vai...
Quanto aos casamentos de princesas e aos jogos na tv... já dizia o ditado. "Com papas e bolos se enganam os tolos". Pão e circo.

Uma jovem como eu não pode pensar em ter casa... casar... filhos!? Fora de questão! Carreira?... Qual carreira... Tiraram-nos os sonhos, até os mais pequeninos... Sinto-me de asas cortadas.
Mas isto ainda vai...

Quanto aos casamentos de princesas e aos jogos na tv... já dizia o ditado. "Com papas e bolos se enganam os tolos". Pão e circo.
Eu não culpo a crise por não ter mais dinheiro do que tenho. Nem à crise, nem ao Sócrates nem ao Durão. Eu culpo-me a mim. E se não tenho neste momento dois ou três Ferraris na garagem, é porque não consegui fazer o necessário para os ter. Logo, preocupo-me mais com o trabalho e com o processo a seguir para poder ter mais dinheiro ao fim do mês do que com o governo, com a crise ou com o FMI. E se todos pensassem assim, trabalhando POR si em vez de PARA os outros (muita gente diz que trabalha para tal pessoa ou tal empresa, e pensar em trabalhar POR si, nada) Portugal seria um maravilhoso país de pessoas realizadas a nível familiar, social e profissional.
A esperança é a última coisa a morrer e há sempre a emigração ou, em alternativa, um negócio ou empresa próprios. Porque como trabalhador por conta de outrem, neste momento, sinceramente, não estou a ver grandes perspectivas.
E à boa maneira portuguesa, lá irão as entidades patronais aproveitar-se da situação. Muitas horas de trabalho árduo e o ordenado mínimo nacional e porque tem que ser, por lei. Senão seria menos.
Portanto, aquela alternativa de ser mulher a dias (ou técnica de limpezas, como se diz agora) nem é descabida. Uma jovem que é minha vizinha trabalha nessa profissão e ganha 6/7 euros à hora x 8 horas por dia, de 2ª. a sábado. Acrescente-se que está à vontade, incluindo em matéria de horários, porque os patrões trabalham fora, portanto não tem que os aturar. Não me parece mau de todo.
E à boa maneira portuguesa, lá irão as entidades patronais aproveitar-se da situação. Muitas horas de trabalho árduo e o ordenado mínimo nacional e porque tem que ser, por lei. Senão seria menos.
Portanto, aquela alternativa de ser mulher a dias (ou técnica de limpezas, como se diz agora) nem é descabida. Uma jovem que é minha vizinha trabalha nessa profissão e ganha 6/7 euros à hora x 8 horas por dia, de 2ª. a sábado. Acrescente-se que está à vontade, incluindo em matéria de horários, porque os patrões trabalham fora, portanto não tem que os aturar. Não me parece mau de todo.
<p>Au début, Dieu créa l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>
Um negócio por conta própria alternativa??? LLLOOOLLLL
Eu dou metade do que ganho ao Estado...
E não tenho décimo terceiro nem décimo quarto mês... e o $ que ganho não chega para fazer face aos encargos de manutenção do negócio.
Quem me dera ser empregada por conta de outrem outra vez...
Eu dou metade do que ganho ao Estado...

Quem me dera ser empregada por conta de outrem outra vez...
"A inveja é a arma do incompetente" Anónimo
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Mafia69, concordo parcialmente com o que disseste 
Culpo a crise sim, culpo o Sócrates, culpo esses senhores todos. Porque a culpa também é deles!... Mas claro que também tenho as minhas culpas. Por escolher (ou ter escolhida) pelas artes e não outra coisa qualquer mais lucrativa. Podia ter-me passado uma ideia incrível pela cabeça e feito milhões com ela.
Quando morava em Évora respondi a muitos anúncios para mulher de limpezas... nem uma resposta.
Pra criar negócio próprio é preciso dinheiro. E é sempre um risco...
Emigração?... Não. Acho que é preciso aguentar o barco.

Culpo a crise sim, culpo o Sócrates, culpo esses senhores todos. Porque a culpa também é deles!... Mas claro que também tenho as minhas culpas. Por escolher (ou ter escolhida) pelas artes e não outra coisa qualquer mais lucrativa. Podia ter-me passado uma ideia incrível pela cabeça e feito milhões com ela.
Quando morava em Évora respondi a muitos anúncios para mulher de limpezas... nem uma resposta.
Pra criar negócio próprio é preciso dinheiro. E é sempre um risco...
Emigração?... Não. Acho que é preciso aguentar o barco.
É devido aos resultados deste individualismo que estamos aqui a queixar-nos.mafia69 Escreveu:Eu não culpo a crise por não ter mais dinheiro do que tenho. Nem à crise, nem ao Sócrates nem ao Durão. Eu culpo-me a mim. E se não tenho neste momento dois ou três Ferraris na garagem, é porque não consegui fazer o necessário para os ter. Logo, preocupo-me mais com o trabalho e com o processo a seguir para poder ter mais dinheiro ao fim do mês do que com o governo, com a crise ou com o FMI. E se todos pensassem assim, trabalhando POR si em vez de PARA os outros (muita gente diz que trabalha para tal pessoa ou tal empresa, e pensar em trabalhar POR si, nada) Portugal seria um maravilhoso país de pessoas realizadas a nível familiar, social e profissional.
Também conheci muita gente com essa opinião, de que os pobres são pobres porque são demasiado estúpidos para saberem fazer dinheiro. Só que a esses não serviu de nada a sua inteligència, antes pelo contrário.
A mim não me fascinam nada os Ferraris, que até são umas lindas máquinas. Uma trotinete a motor já me servia para me deslocar - desde que a gasolina não subisse mais.

<p>Olá, eu sou a Bronkas de outros fóruns e aqui já fui a LucNun.
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<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar.
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<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar.

Tenho uns amigos em França, que me dizem que, todos os dias chegam imensos portugueses à procura de trabalho. O objectivo é conseguirem euros, para pagar as prestações da casa. Não querem perder tudo!colette Escreveu:A esperança é a última coisa a morrer e há sempre a emigração ou, em alternativa, um negócio ou empresa próprios. Porque como trabalhador por conta de outrem, neste momento, sinceramente, não estou a ver grandes perspectivas.
E à boa maneira portuguesa, lá irão as entidades patronais aproveitar-se da situação. Muitas horas de trabalho árduo e o ordenado mínimo nacional e porque tem que ser, por lei. Senão seria menos.
Portanto, aquela alternativa de ser mulher a dias (ou técnica de limpezas, como se diz agora) nem é descabida. Uma jovem que é minha vizinha trabalha nessa profissão e ganha 6/7 euros à hora x 8 horas por dia, de 2ª. a sábado. Acrescente-se que está à vontade, incluindo em matéria de horários, porque os patrões trabalham fora, portanto não tem que os aturar. Não me parece mau de todo.
Quanto às "técnicas" de limpezas, vulgo mulheres a dias, também não lhes auguro bom futuro. Com a crise, passam a ser dispensadas.
O tempo em que se vivia à grande e à francesa, já lá vai e será bom que nos mentalizemos disso.
Muda de contabilista... Sim podem queimar-me já e dizer que a culpa do país estar como está é minha. Existem sempre maneiras de se pagar menos impostos dependendo do ramo. Já não estou habituado a ter patrão pois desde os 21 anos que decidi trabalhar por conta própria. Tive dias bons outros nem tanto mas não me arrependo.dinodane Escreveu:Um negócio por conta própria alternativa??? LLLOOOLLLL
Eu dou metade do que ganho ao Estado...E não tenho décimo terceiro nem décimo quarto mês... e o $ que ganho não chega para fazer face aos encargos de manutenção do negócio.
Quem me dera ser empregada por conta de outrem outra vez...
Quanto a si mariana, realmente os empregos são escassos e os que há são do piorzinho. Para se abrir um negócio, mais do que dinheiro, é preciso uma ideia boa do que se quer fazer e analisar o mercado. O dinheiro arranja-se, nem que seja vendendo o carrito (o meu primeiro negócio foi iniciado com a venda de um carro, o qual rendeu cerca de 2200euros, no primeiro ano tive um lucro bruto de 21 mil euros dos quais 9 mil foram liquidos.) Portanto, e à falta de melhor exemplo olho para mim, quando há vontade e persistência no saber e do fazer, tudo se consegue.
Desculpe, mas se cada um fizer por si não é mais fácil que andar meio mundo a puxar pelo outro meio (vulgo, os parasitas dos súbsidios)?LuluB Escreveu:É devido aos resultados deste individualismo que estamos aqui a queixar-nos.mafia69 Escreveu:Eu não culpo a crise por não ter mais dinheiro do que tenho. Nem à crise, nem ao Sócrates nem ao Durão. Eu culpo-me a mim. E se não tenho neste momento dois ou três Ferraris na garagem, é porque não consegui fazer o necessário para os ter. Logo, preocupo-me mais com o trabalho e com o processo a seguir para poder ter mais dinheiro ao fim do mês do que com o governo, com a crise ou com o FMI. E se todos pensassem assim, trabalhando POR si em vez de PARA os outros (muita gente diz que trabalha para tal pessoa ou tal empresa, e pensar em trabalhar POR si, nada) Portugal seria um maravilhoso país de pessoas realizadas a nível familiar, social e profissional.
Também conheci muita gente com essa opinião, de que os pobres são pobres porque são demasiado estúpidos para saberem fazer dinheiro. Só que a esses não serviu de nada a sua inteligència, antes pelo contrário.
A mim não me fascinam nada os Ferraris, que até são umas lindas máquinas. Uma trotinete a motor já me servia para me deslocar - desde que a gasolina não subisse mais.
Essas pessoas que conheceu devem ter nascido em famílias com posses, o que não é o meu caso. Nasci numa casa onde chovia a potes nas salas, e a casa de banho possível era no quintal. E sim, repito, depende unicamente da vontade de cada um, no país onde vivemos, melhorar a sua vida, para que possamos progredir como sociedade.
Por acaso a mim fascinam me os carros, não pela sua ostentação quando são de luxo, mas pela maquinaria e engenharia que representam. Verdadeiras obras primas.