Terugkeren Escreveu:Pois é Paulo, e nem imaginas a quantidade de foruns onde a noticia é comentada e onde se lê mais do que uma vez espressões como "sendo assim vou deixar de dar sangue", ou "se é para deitar fora mais vale estar no meu corpito"....e coisas do género. E era nisto que as pessoas deviam pensar antes de lançarem estas 'Bombas'. Ok, está certo que continua a ser um caso que deve ser noticiado, infelizmente mais um exemplo da má gestão dos nossos serviços públicos, mas deveria sê-lo de forma clara e sem azo ao lançamento deste tipo de dúvidas na cabeça dos poucos dadores que temos no nosso país.
Mas, como sempre, o que choca é o que melhor vende, e quanto mais impacto causar um título e quando mais burburinho se gerar na opinião pública, melhor para o jornalista. Não é noticiar que interessa, é vender a noticia, não é jornalismo, é Marketing .
O jornalista sabia perfeitamente o que estava a vender, tanto que acaba por dizê-lo na janela por baixo da foto que ilustra o artigo, mas no artigo em si mesmo, e sobretudo no título, não importa dizê-lo. Certamente não causaria tanto impacto dizer simplesmente que "A maior parte do plasma retirado do sangue doado em Portugal vai para o Lixo"....não vendia tanto certamente como "Metade do Sangue vai para o Lixo". E é ardiloso o 'artista', porque até nem está a mentir, está só a dizer a "verdade" da forma que mais lhe convém para vender o seu produto. É o jornalismo a que chegámos, o Jornasencionalismo!
Sim, é um facto que são cada vez mais raros os casos de Jornalismo como gostariamos (alguns gostariam) que ele fosse, é uma questão cultural (acho eu)
Lamento no entanto que, nesta altura do ano, quando as necessidades de sangue são mais evidentes, se lancem estas "bombas" que levam as pessoas a questionar as dávidas que fazem, e em ultimo caso, a desistirem de as fazer.
Quanto ao jornalismo, julgo que, como referi mais atrás, é uma questão cultural.
recordo-me de há uns tempos atrás quando surgiram aquelas aves mortas em diversos Países, inventaram-se logo 1001 razões, com grandes terorias da conspiração à mistura.
No entanto, num País que agora não sei precisar qual, as noticias nos jornais limitavam-se somente a algo tão simples quanto isto:
"As aves encontradas mortas, foram encaminhadas para um laboratórios com o objectivo de descobrir as causas da sua morte"
Como diz o outro... limpinho, sem espinhas e sem sensacionalismo.
Mas pergunto, nós adaptavamo-nos a este tipo de jornalismo ? O sensacionalismo, não é culpa nosso ? Afinal de conta, se vende, é porque o compramos !