E aqui quem cozinha?

Conversas sobre outras temáticas e o que não se enquadrar em nenhuma outra secção.
cockinhas
Membro Veterano
Mensagens: 1286
Registado: quinta jan 12, 2006 4:14 pm

sábado ago 04, 2012 9:04 pm

Acena Escreveu:Como é possível não se gostar de pizza? :twisted:
Não gostando de queijo, claro :P
Bingley
Membro Veterano
Mensagens: 1396
Registado: sexta jan 22, 2010 4:41 pm

sábado ago 04, 2012 10:37 pm

Eu conheço quem coma pizza sem queijo, portanto isso não é desculpa :lol:
Woodchester
Membro Veterano
Mensagens: 619
Registado: domingo mar 11, 2007 12:28 am

sábado ago 04, 2012 10:40 pm

Petruska1 Escreveu:No Osaka, €10 por pessoa e come-se o que quiser.
Só gostei do gelado de gengibre e da bebida "saké"(?). Porque é que se poe sal à volta da boca do copo (de madeira)?
Mas esse é muito mau mesmo... é um chiponês dos piores :roll:

Aconselho o Aya que é optimo mas também é muito caro :(
"Não me interessa nenhuma religião cujos princípios não melhoram nem tomam em consideração as condições dos animais." - Abraham Lincoln
Woodchester
Membro Veterano
Mensagens: 619
Registado: domingo mar 11, 2007 12:28 am

sábado ago 04, 2012 10:42 pm

cockinhas Escreveu:
Acena Escreveu:Como é possível não se gostar de pizza? :twisted:
Não gostando de queijo, claro :P
Eu AMO queijo mas pizza é horrendo, a consistencia daquilo, o sabor do tomate blarghhhhh
"Não me interessa nenhuma religião cujos princípios não melhoram nem tomam em consideração as condições dos animais." - Abraham Lincoln
Acena
Membro Veterano
Mensagens: 1952
Registado: sábado set 27, 2008 10:53 am

domingo ago 05, 2012 12:01 pm

cockinhas Escreveu:
Acena Escreveu:Como é possível não se gostar de pizza? :twisted:
Não gostando de queijo, claro :P
Como é possível não se gostar de queijo? :D
BgReflex
Membro Veterano
Mensagens: 738
Registado: sábado mai 07, 2011 9:45 pm
Localização: Tarantulas;
Ratazanas;
Mandarins;
Porquinhos-da-Índia;

domingo ago 05, 2012 1:24 pm

Como é possível alguém não gostar de pizza :O
Petruska1
Membro Veterano
Mensagens: 754
Registado: terça jul 17, 2012 2:42 pm

domingo ago 05, 2012 2:05 pm

Woodchester Escreveu:
Petruska1 Escreveu:No Osaka, €10 por pessoa e come-se o que quiser.
Só gostei do gelado de gengibre e da bebida "saké"(?). Porque é que se poe sal à volta da boca do copo (de madeira)?
Mas esse é muito mau mesmo... é um chiponês dos piores :roll:

Aconselho o Aya que é optimo mas também é muito caro :(
Não era para ser este...mas era domingo e as duas primeiras opcoes estavam fechadas.
Obrigada pela sugestão mas tão cedo, acho que não.
<p><a title="Dubitando, ad veritatem parvenimus... aliquando! Duvidando, chegamos à verdade... às vezes!" target="_top" href="http://dubitando.no.sapo.pt/index.htm"></a></p>
<p>Dubitando, ad&nbsp;veritatem pervenimus...aliquando!/Duvidando, chegamos &agrave; verdade...&agrave;s vezes! By: Fl&aacute;vio Josefo</p>
<p>A pra&ccedil;a p&uacute;blica est&aacute; cheia de moscas!</p>
<p>"O homem &eacute; uma corda estendida entre o animal e o Super-homem - uma corda sobre o abismo". - by Nietzsche</p>
<p>&ldquo;A f&oacute;rmula da minha felicidade: um sim, um n&atilde;o, uma linha reta, um objetivo.&rdquo; (Friedrich Nietzsche)</p>
Petruska1
Membro Veterano
Mensagens: 754
Registado: terça jul 17, 2012 2:42 pm

domingo ago 05, 2012 4:08 pm

Em Lisboa
Dívidas arrastam restaurante japonês Aya para a insolvência
16.12.2011 - 16:38 Por Raquel Almeida Correia

Ninguém sabe muito bem como, nem porquê. Mas a verdade é que, no espaço de um mês, o Aya, um ícone da cozinha japonesa em Portugal, fechou dois restaurantes, foi alvo de um arresto de bens e pediu a insolvência, junto do Tribunal do Comércio de Lisboa. A morte precoce do seu criador, o chef Takashi Yoshitake, e as dívidas acumuladas com a expansão do negócio parecem ser o denominador comum de mais um caso que reflecte a crise do sector.

No espaço que o Aya ocupava, desde 2003, no centro da capital, restam agora folhas de papel que cobrem, de alto a baixo, o vidro exterior do restaurante. Não deixam perceber o que sobrou do arresto de bens movido na passada sexta-feira, por um dos fornecedores da empresa, que reclama dívidas de praticamente 300 mil euros. Pelo que se conta por ali, levaram praticamente tudo: mesas, cadeiras e até cinzeiros.

Esta terá sido a segunda fase de um processo que se precipitou, apanhando clientes e trabalhadores de surpresa. Já há um mês, o Aya de Carnaxide, um restaurante inaugurado há cerca de três anos, tinha fechado. Terá sido, aliás, este projecto que fez tremer as contas da empresa. O investimento financeiro que implicou demorava a ter retorno, acusando falta de clientes e custos superiores às receitas.

Foi a empresa contratada para remodelar e equipar este espaço, a Engitagus, que moveu o arresto de bens que acabou por ditar o fecho do segundo restaurante, nas galerias comerciais Twin Towers, em Campolide. O PÚBLICO tentou contactar a empresa, mas sem sucesso. No entanto, esta interpôs uma acção de execução contra o Aya, no início de Novembro, por causa de uma dívida de 289 mil euros, que estava a ser negociada entre as partes.

Este não é, porém, a único pagamento em atraso por parte da empresa fundada, em 1992, por Takashi Yoshitake. Há pelo menos quatro credores da banca: Montepio Geral, Banif, Finibanco e ainda BPI. No conjunto, estas instituições financeiras moveram acções de execução num valor superior a 76 mil euros.

Face ao acumular de dívidas, à pressão dos credores e ao fecho de dois restaurantes, o Aya viu-se obrigado a apresentar-se à insolvência. Na segunda-feira, entrou no Tribunal do Comércio um pedido de falência judicial, requerido pela própria empresa. Este processo tanto poderá resultar no encerramento ou na recuperação do negócio, caso se chegue à conclusão de que ainda existe uma margem de viabilização financeira.

Sem dinheiro e sem mestre

Apesar da sucessão de episódios que arrastaram o Aya para a insolvência, as contas da empresa não reflectem a instabilidade actual. Um relatório a que o PÚBLICO teve acesso mostra que, em 2009, as vendas subiram, ainda que marginalmente, alcançando perto de 1,6 milhões de euros. E, nesse ano, houve um lucro de 13.600 euros - mais três mil euros do que em 2008. Até mesmo o passivo diminuiu, assim como os custos com pessoal, que passaram de 400 para perto de 300 mil euros.

Mas, no terreno, a realidade é outra. Ficou apenas aberto um terceiro restaurante mais pequeno, o Bistrôt, também localizado nas Twin Towers. Já terão sido dispensados perto de 25 trabalhadores e alguns dos que ficaram têm os salários em atraso. O PÚBLICO tentou contactar a actual dona do Aya, Megumi Yoshitake (esposa do chef que fundou a cadeia), mas tal não foi possível.

A morte precoce do mestre do Aya é apontada como uma das razões para as dificuldades que o negócio atravessa. Takashi Yoshitake, que abriu o primeiro restaurante em Portugal num primeiro andar de um prédio em Lisboa, morreu repentinamente em 2009, aos 56 anos. Espera-se, agora, que a sua "escola" seja continuada pelos discípulos que deixou.


http://www.publico.pt/Local/dividas-arr ... ia-1525395



http://dochefeaochef.blogspot.pt/2011/1 ... ltima.html

Restaurante Aya (Twin Towers) - Uma Última Homenagem
No momento em que escrevo este post, acabo de ter conhecimento através do jornal Público (ver notícia aqui) do encerramento do restaurante Aya. Admito que tenho a esperança que, ao publicar este post, surja um comentário violento do Restaurante Aya a criticar esta notícia e este artigo. Se assim for, o mesmo será publicado com gosto.


Qual então o sentido de escrever sobre um restaurante que acaba de encerrar? Para um restaurante como o Aya faz todo o sentido, pois este espaço não só foi um marco no panorama da restauração alfacinha, como, pessoalmente, guardo na minha memória excelentes momentos ali vividos. Antes de mais, este post já estava a ser escrito, pelo que a notícia do encerramento do restaurante Aya, faz com que este texto se torne uma homenagem deste blog a tão relevante espaço.


O Aya
O restaurante era (ok, é estranho usar este tempo verbal...) amplo, sóbrio, discreto e com uma decoração que evidentemente nos remetia para temas japoneses. Para quem quisesse, existiam as conhecidas e tradicionais salas fechadas, onde se poderia desfrutar a refeição com maior privacidade. Os empregados do restaurante também vestiam trajes que julgo serem tradicionais, sendo que as senhoras trajavam um quimono. A tradição imperava neste restaurante, cujos mestres confeccionavam os pratos à frente dos clientes e de cada vez que estes se iam embora, soava da parte dos chefs uma estrondosa despedida. Havia ainda o pormenor da loiça, não dos pratos, mas sim dos recipientes onde eram servidas as refeições, com natural destaque para os famosos barcos do Aya. O pessoal não sendo totalmente composto por japoneses, percebia-se que era constituído por pessoas que claramente conheciam a complexa tradição gastronómica japonesa, o que ajudava muito aqueles que pela primeira vez comiam sushi.



(ver foto aqui)


Quase tudo o que escrevi sobre este espaço parecerá banal, algo presente em boa parte dos restaurantes japoneses, porém, o Aya foi mesmo um marco em Lisboa. Foi um dos primeiros restaurantes japoneses da cidade, sendo durante anos o principal espaço deste tipo de cozinha e aquele que se manteve sempre fiel e imune a fusões com outras gastronomias. Não me recordo de ver na sua ementa peças com maionese, queijo Philadelphia, ou compostas apenas por frutas, etc etc. Quando alguém queria comer um sushi realmente tradicional, era ao Aya que ia.


Durante anos, tudo isto foi possível devido aos esforços do seu fundador, o Sr. Takashi Yoshitake, cuja morte prematura abalou profundamente este restaurante. Tendo tido a oportunidade de ir ao Aya antes e depois da sua morte, foi evidente a diferença que se sentiu. As despedidas tímidas aos clientes, muitos aprendizes na bancada em vez de mestres e uma ligeira queda na qualidade de alguns pratos, foram alguns dos pormenores que se sentiram. Diziam as más línguas que os melhores e mais empenhados empregados estavam no Aya de Carnaxide...


A Ementa
O Aya era sinónimo de tradição e qualidade, por isso, até as sempre gulosas gyosas conseguiam destacar-se das da concorrência. Eram certamente as melhores de Lisboa. Seria da massa? Do recheio? Do facto de serem servidas assim que eram confeccionadas e não deixadas a monte como nos restaurantes chineses convertidos em "japoneses de última hora"? O sushi e o sashimi eram sempre fresquíssimos, com este último a ter sempre boas proporções e bom corte. O atum deveria ser escolhido a dedo, pois o sashimi deste peixe era óptimo e nem sempre havia, o que comprova a atenção que existia neste restaurante para a qualidade e segurança dos pratos nele servidos. Nas diferentes peças de sushi, a execução das mesmas era como mandava a tradição e segurança, com o wasabi a ser um ingrediente sempre presente, não só para dar sabor, mas também para eliminar eventuais bactérias no peixe cru. As proporções de peixe nos uramaki, nigirizushi e hosomaki eram consideráveis, sem que contudo a quantidade de arroz pusesse em causa a consistência da peça. No Aya não era costume os uramaki se desfazerem na soja, tal como sucede noutros espaços. É injusto não referir que os uramaki do Aya, na minha opinião, eram, também, os melhores que alguma vez comi em Lisboa. De bom tamanho, com pedaços bem proporcionados de peixe (normalmente salmão) ou camarão, fossem revestidos com ovas, ou sementes de sésamo, eram de longe as minhas peças favoritas. Não sendo um fã de tempura, os camarões panados conseguiam não saber a peixe frito, sendo uma boa opção para quem não gostasse de peixe cru (para quem não sabe, a tempura japonesa tem origens lusitanas...).
Para acompanhar, um chá verde tradicional (e não de saquetas como estão a oferecer num restaurante "conceituado" de Lisboa), sempre acabado de fazer, ou um sake quente/frio acompanhavam perfeitamente as peças de sushi e sashimi.


Aya Bistrôt
Situado no piso inferior do centro comercial onde o Aya estava situado, pelo menos este espaço mantém-se. Deste modo, apesar das peças de sushi talvez não terem a mesma qualidade das do restaurante Aya no tempo de Yoshitake, este espaço serve perfeitamente para no dia-a-dia ter um almoço rápido, fruto de um capricho momentâneo, ou para ir a um sítio "melhorzinho" com alguém do trabalho que apareceu do nada. Também aqui o Aya foi inovador, pois o conceito de pequenos pratos disponíveis numa passadeira (sistema Kaiten) não existia, sendo posteriormente copiado por outros restaurantes - o último no Centro Comercial Colombo. A venda de pequenas refeições completas (os chamados Bentos), com molho de soja, wasabi e gengibre incluídos, também foi inovador. Não há esquina de Lisboa, ou recanto de um qualquer centro comercial, que não tenha um espaço deste género. Como recordação pessoal ficam dois jantares óptimos que servi a alguém especial e que foram feitos a partir de umas quantas refeições que aí comprei.


O Futuro
O encerramento de qualquer empresa, especialmente nos tempos que correm, é um processo doloroso para os que nela trabalharam e sempre lamentável quando esta vendia um produto, ou prestava um serviço, com boa aceitação no mercado. No entanto, também é uma oportunidade para que outros entrem e se dêem a conhecer, especialmente quando trazem algo de novo. O encerramento do Aya evidentemente que se enquadra neste contexto, pois a sua perda irá lamentar-se por muitos anos e boa parte dos seus funcionários enfrentarão o desemprego num ano que se adivinha difícil (em particular para a restauração). Porém, uma escola de discípulos de Takashi Yoshitake está aí pronta para novos projectos, além de que o espaço deixado vago pelo Aya poderá ser ocupado por quem tiver capacidade, uma boa ideia/projecto e espírito empreendedor.


Aya Bistrôt
Galerias Twin Towers, Rua de Campolide, Lisboa
http://www.ayarestaurante.com/

<p><a title="Dubitando, ad veritatem parvenimus... aliquando! Duvidando, chegamos à verdade... às vezes!" target="_top" href="http://dubitando.no.sapo.pt/index.htm"></a></p>
<p>Dubitando, ad&nbsp;veritatem pervenimus...aliquando!/Duvidando, chegamos &agrave; verdade...&agrave;s vezes! By: Fl&aacute;vio Josefo</p>
<p>A pra&ccedil;a p&uacute;blica est&aacute; cheia de moscas!</p>
<p>"O homem &eacute; uma corda estendida entre o animal e o Super-homem - uma corda sobre o abismo". - by Nietzsche</p>
<p>&ldquo;A f&oacute;rmula da minha felicidade: um sim, um n&atilde;o, uma linha reta, um objetivo.&rdquo; (Friedrich Nietzsche)</p>
lsgl
Membro Veterano
Mensagens: 1085
Registado: quinta ago 18, 2011 8:39 am

domingo ago 05, 2012 6:39 pm

Que raios... o Aya faliu?!
Woodchester
Membro Veterano
Mensagens: 619
Registado: domingo mar 11, 2007 12:28 am

segunda ago 06, 2012 8:42 am

Petruska1 Escreveu:Em Lisboa
Dívidas arrastam restaurante japonês Aya para a insolvência
16.12.2011 - 16:38 Por Raquel Almeida Correia

Ninguém sabe muito bem como, nem porquê. Mas a verdade é que, no espaço de um mês, o Aya, um ícone da cozinha japonesa em Portugal, fechou dois restaurantes, foi alvo de um arresto de bens e pediu a insolvência, junto do Tribunal do Comércio de Lisboa. A morte precoce do seu criador, o chef Takashi Yoshitake, e as dívidas acumuladas com a expansão do negócio parecem ser o denominador comum de mais um caso que reflecte a crise do sector.

No espaço que o Aya ocupava, desde 2003, no centro da capital, restam agora folhas de papel que cobrem, de alto a baixo, o vidro exterior do restaurante. Não deixam perceber o que sobrou do arresto de bens movido na passada sexta-feira, por um dos fornecedores da empresa, que reclama dívidas de praticamente 300 mil euros. Pelo que se conta por ali, levaram praticamente tudo: mesas, cadeiras e até cinzeiros.

Esta terá sido a segunda fase de um processo que se precipitou, apanhando clientes e trabalhadores de surpresa. Já há um mês, o Aya de Carnaxide, um restaurante inaugurado há cerca de três anos, tinha fechado. Terá sido, aliás, este projecto que fez tremer as contas da empresa. O investimento financeiro que implicou demorava a ter retorno, acusando falta de clientes e custos superiores às receitas.

Foi a empresa contratada para remodelar e equipar este espaço, a Engitagus, que moveu o arresto de bens que acabou por ditar o fecho do segundo restaurante, nas galerias comerciais Twin Towers, em Campolide. O PÚBLICO tentou contactar a empresa, mas sem sucesso. No entanto, esta interpôs uma acção de execução contra o Aya, no início de Novembro, por causa de uma dívida de 289 mil euros, que estava a ser negociada entre as partes.

Este não é, porém, a único pagamento em atraso por parte da empresa fundada, em 1992, por Takashi Yoshitake. Há pelo menos quatro credores da banca: Montepio Geral, Banif, Finibanco e ainda BPI. No conjunto, estas instituições financeiras moveram acções de execução num valor superior a 76 mil euros.

Face ao acumular de dívidas, à pressão dos credores e ao fecho de dois restaurantes, o Aya viu-se obrigado a apresentar-se à insolvência. Na segunda-feira, entrou no Tribunal do Comércio um pedido de falência judicial, requerido pela própria empresa. Este processo tanto poderá resultar no encerramento ou na recuperação do negócio, caso se chegue à conclusão de que ainda existe uma margem de viabilização financeira.

Sem dinheiro e sem mestre

Apesar da sucessão de episódios que arrastaram o Aya para a insolvência, as contas da empresa não reflectem a instabilidade actual. Um relatório a que o PÚBLICO teve acesso mostra que, em 2009, as vendas subiram, ainda que marginalmente, alcançando perto de 1,6 milhões de euros. E, nesse ano, houve um lucro de 13.600 euros - mais três mil euros do que em 2008. Até mesmo o passivo diminuiu, assim como os custos com pessoal, que passaram de 400 para perto de 300 mil euros.

Mas, no terreno, a realidade é outra. Ficou apenas aberto um terceiro restaurante mais pequeno, o Bistrôt, também localizado nas Twin Towers. Já terão sido dispensados perto de 25 trabalhadores e alguns dos que ficaram têm os salários em atraso. O PÚBLICO tentou contactar a actual dona do Aya, Megumi Yoshitake (esposa do chef que fundou a cadeia), mas tal não foi possível.

A morte precoce do mestre do Aya é apontada como uma das razões para as dificuldades que o negócio atravessa. Takashi Yoshitake, que abriu o primeiro restaurante em Portugal num primeiro andar de um prédio em Lisboa, morreu repentinamente em 2009, aos 56 anos. Espera-se, agora, que a sua "escola" seja continuada pelos discípulos que deixou.


http://www.publico.pt/Local/dividas-arr ... ia-1525395



http://dochefeaochef.blogspot.pt/2011/1 ... ltima.html

Restaurante Aya (Twin Towers) - Uma Última Homenagem
No momento em que escrevo este post, acabo de ter conhecimento através do jornal Público (ver notícia aqui) do encerramento do restaurante Aya. Admito que tenho a esperança que, ao publicar este post, surja um comentário violento do Restaurante Aya a criticar esta notícia e este artigo. Se assim for, o mesmo será publicado com gosto.


Qual então o sentido de escrever sobre um restaurante que acaba de encerrar? Para um restaurante como o Aya faz todo o sentido, pois este espaço não só foi um marco no panorama da restauração alfacinha, como, pessoalmente, guardo na minha memória excelentes momentos ali vividos. Antes de mais, este post já estava a ser escrito, pelo que a notícia do encerramento do restaurante Aya, faz com que este texto se torne uma homenagem deste blog a tão relevante espaço.


O Aya
O restaurante era (ok, é estranho usar este tempo verbal...) amplo, sóbrio, discreto e com uma decoração que evidentemente nos remetia para temas japoneses. Para quem quisesse, existiam as conhecidas e tradicionais salas fechadas, onde se poderia desfrutar a refeição com maior privacidade. Os empregados do restaurante também vestiam trajes que julgo serem tradicionais, sendo que as senhoras trajavam um quimono. A tradição imperava neste restaurante, cujos mestres confeccionavam os pratos à frente dos clientes e de cada vez que estes se iam embora, soava da parte dos chefs uma estrondosa despedida. Havia ainda o pormenor da loiça, não dos pratos, mas sim dos recipientes onde eram servidas as refeições, com natural destaque para os famosos barcos do Aya. O pessoal não sendo totalmente composto por japoneses, percebia-se que era constituído por pessoas que claramente conheciam a complexa tradição gastronómica japonesa, o que ajudava muito aqueles que pela primeira vez comiam sushi.



(ver foto aqui)


Quase tudo o que escrevi sobre este espaço parecerá banal, algo presente em boa parte dos restaurantes japoneses, porém, o Aya foi mesmo um marco em Lisboa. Foi um dos primeiros restaurantes japoneses da cidade, sendo durante anos o principal espaço deste tipo de cozinha e aquele que se manteve sempre fiel e imune a fusões com outras gastronomias. Não me recordo de ver na sua ementa peças com maionese, queijo Philadelphia, ou compostas apenas por frutas, etc etc. Quando alguém queria comer um sushi realmente tradicional, era ao Aya que ia.


Durante anos, tudo isto foi possível devido aos esforços do seu fundador, o Sr. Takashi Yoshitake, cuja morte prematura abalou profundamente este restaurante. Tendo tido a oportunidade de ir ao Aya antes e depois da sua morte, foi evidente a diferença que se sentiu. As despedidas tímidas aos clientes, muitos aprendizes na bancada em vez de mestres e uma ligeira queda na qualidade de alguns pratos, foram alguns dos pormenores que se sentiram. Diziam as más línguas que os melhores e mais empenhados empregados estavam no Aya de Carnaxide...


A Ementa
O Aya era sinónimo de tradição e qualidade, por isso, até as sempre gulosas gyosas conseguiam destacar-se das da concorrência. Eram certamente as melhores de Lisboa. Seria da massa? Do recheio? Do facto de serem servidas assim que eram confeccionadas e não deixadas a monte como nos restaurantes chineses convertidos em "japoneses de última hora"? O sushi e o sashimi eram sempre fresquíssimos, com este último a ter sempre boas proporções e bom corte. O atum deveria ser escolhido a dedo, pois o sashimi deste peixe era óptimo e nem sempre havia, o que comprova a atenção que existia neste restaurante para a qualidade e segurança dos pratos nele servidos. Nas diferentes peças de sushi, a execução das mesmas era como mandava a tradição e segurança, com o wasabi a ser um ingrediente sempre presente, não só para dar sabor, mas também para eliminar eventuais bactérias no peixe cru. As proporções de peixe nos uramaki, nigirizushi e hosomaki eram consideráveis, sem que contudo a quantidade de arroz pusesse em causa a consistência da peça. No Aya não era costume os uramaki se desfazerem na soja, tal como sucede noutros espaços. É injusto não referir que os uramaki do Aya, na minha opinião, eram, também, os melhores que alguma vez comi em Lisboa. De bom tamanho, com pedaços bem proporcionados de peixe (normalmente salmão) ou camarão, fossem revestidos com ovas, ou sementes de sésamo, eram de longe as minhas peças favoritas. Não sendo um fã de tempura, os camarões panados conseguiam não saber a peixe frito, sendo uma boa opção para quem não gostasse de peixe cru (para quem não sabe, a tempura japonesa tem origens lusitanas...).
Para acompanhar, um chá verde tradicional (e não de saquetas como estão a oferecer num restaurante "conceituado" de Lisboa), sempre acabado de fazer, ou um sake quente/frio acompanhavam perfeitamente as peças de sushi e sashimi.


Aya Bistrôt
Situado no piso inferior do centro comercial onde o Aya estava situado, pelo menos este espaço mantém-se. Deste modo, apesar das peças de sushi talvez não terem a mesma qualidade das do restaurante Aya no tempo de Yoshitake, este espaço serve perfeitamente para no dia-a-dia ter um almoço rápido, fruto de um capricho momentâneo, ou para ir a um sítio "melhorzinho" com alguém do trabalho que apareceu do nada. Também aqui o Aya foi inovador, pois o conceito de pequenos pratos disponíveis numa passadeira (sistema Kaiten) não existia, sendo posteriormente copiado por outros restaurantes - o último no Centro Comercial Colombo. A venda de pequenas refeições completas (os chamados Bentos), com molho de soja, wasabi e gengibre incluídos, também foi inovador. Não há esquina de Lisboa, ou recanto de um qualquer centro comercial, que não tenha um espaço deste género. Como recordação pessoal ficam dois jantares óptimos que servi a alguém especial e que foram feitos a partir de umas quantas refeições que aí comprei.


O Futuro
O encerramento de qualquer empresa, especialmente nos tempos que correm, é um processo doloroso para os que nela trabalharam e sempre lamentável quando esta vendia um produto, ou prestava um serviço, com boa aceitação no mercado. No entanto, também é uma oportunidade para que outros entrem e se dêem a conhecer, especialmente quando trazem algo de novo. O encerramento do Aya evidentemente que se enquadra neste contexto, pois a sua perda irá lamentar-se por muitos anos e boa parte dos seus funcionários enfrentarão o desemprego num ano que se adivinha difícil (em particular para a restauração). Porém, uma escola de discípulos de Takashi Yoshitake está aí pronta para novos projectos, além de que o espaço deixado vago pelo Aya poderá ser ocupado por quem tiver capacidade, uma boa ideia/projecto e espírito empreendedor.


Aya Bistrôt
Galerias Twin Towers, Rua de Campolide, Lisboa
http://www.ayarestaurante.com/


Os 2 maiores fecharam mas ainda existe o pequenino no andar de baixo das Twin Towers (espero eu).
"N&atilde;o me interessa nenhuma religi&atilde;o cujos princ&iacute;pios n&atilde;o melhoram nem tomam em considera&ccedil;&atilde;o as condi&ccedil;&otilde;es dos animais." - Abraham Lincoln
BgReflex
Membro Veterano
Mensagens: 738
Registado: sábado mai 07, 2011 9:45 pm
Localização: Tarantulas;
Ratazanas;
Mandarins;
Porquinhos-da-Índia;

segunda ago 06, 2012 8:57 am

Posso-me estar a sentir muito inculto.... Mas eu não conhecia nem o nome desse restaurante que falam...

Era assim tão famoso?
Sporting7
Membro Veterano
Mensagens: 372
Registado: segunda abr 09, 2012 8:12 am

segunda ago 06, 2012 9:07 am

BgReflex Escreveu:Posso-me estar a sentir muito inculto.... Mas eu não conhecia nem o nome desse restaurante que falam...

Era assim tão famoso?
Eu tambem não conheço :oops:
BgReflex
Membro Veterano
Mensagens: 738
Registado: sábado mai 07, 2011 9:45 pm
Localização: Tarantulas;
Ratazanas;
Mandarins;
Porquinhos-da-Índia;

segunda ago 06, 2012 9:19 am

Sporting7 Escreveu:
BgReflex Escreveu:Posso-me estar a sentir muito inculto.... Mas eu não conhecia nem o nome desse restaurante que falam...

Era assim tão famoso?
Eu tambem não conheço :oops:
Já não me sinto tão mal xD
LFGomes
Membro Veterano
Mensagens: 1665
Registado: terça jan 25, 2011 2:46 pm

segunda ago 06, 2012 9:46 am

Obrigada Woodchester!! :D :D

Eu adoro sushi e era capaz de comer todos os dias se pudesse :oops:

falaram em saké, pois eu gosto de acompanhar o sushi com sopa de miso :)

Conheço bons restaurantes em Lisboa mas temos que largar a bela da nota....

Ha um ou outro "xiponês" que entretanto descobri que dá para matar saudades.

Qualquer dia fazemos aqui uma bela excursão e vai tudo ao sushi. :lol:
BgReflex
Membro Veterano
Mensagens: 738
Registado: sábado mai 07, 2011 9:45 pm
Localização: Tarantulas;
Ratazanas;
Mandarins;
Porquinhos-da-Índia;

segunda ago 06, 2012 9:52 am

Eu que moro em Ovar, que se localiza mais coisa menos coisa a meio entre Porto e Aveiro, sendo rápido para ambos, gostava de saber que restaurantes existem onde possa provar sushi.

Mas gostava de ir com pessoal. :P
Responder

Voltar para “Outros Tópicos”