O futuro da "Geração à Rasca"

Conversas sobre outras temáticas e o que não se enquadrar em nenhuma outra secção.
CavaleiraVNF
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quinta out 18, 2012 10:53 pm

"Excelência,
Não me conhece, mas eu conheço-o e, por isso, espero que não se importe que lhe dê alguns dados biográficos. Chamo-me Pedro Miguel, tenho 22 anos, sou um recém-licenciado da Escola Superior de Enfermagem do Porto. Nasci no dia 31 de Julho de 1990 na freguesia de Miragaia. Cresci em Alijó com os meus avós paternos, brinquei na rua e frequentava a creche da Vila. Outras vezes acompanhava a minha avó e o meu avô quando estes iam trabalhar para o Meiral, um terreno de árvores de fruto, vinha (como a maioria daquela zona), entre outros. Aprendi a dizer “bom dia”, “boa tarde”, “boa noite” quando me cruzava na rua com terceiros. Aprendi que a vida se conquista com trabalho e dedicação. Aprendi, ou melhor dizendo, ficou em mim a génesis da ideia de que o valor de um homem reside no poder e força das suas convicções, no trato que dá aos seus iguais, no respeito pelo que o rodeia.
Voltei para a cidade onde continuei o meu percurso: andei numa creche em Aldoar, freguesia do Porto e no Patronato de Santa Teresinha; frequentei a escola João de Deus durante os primeiros 4 anos de escolaridade, o Grande Colégio Universal até ao 10º ano e a Escola Secundária João Gonçalves Zarco nos dois anos de ensino secundário que restam. Em 2008 candidatei-me e fui aceite na Escola Superior de Enfermagem do Porto, como referi, tendo terminado o meu curso em 2012 com a classificação de Bom. Nunca reprovei nenhum ano. No ensino superior conclui todas as unidades curriculares sem “deixar nenhuma cadeira para trás” como se costuma dizer.
Durante estes 20 anos em que vivi no Grande Porto, cresci em tamanho, em sabedoria e em graça. Fui educado por uma freira, a irmã Celeste, da qual ainda me recordo de a ver tirar o véu e ficar surpreendido por ela ter cabelo; tive professores que me ensinaram a ver o mundo (nem todos bons, mas alguns dignos de serem apelidados de Professores, assim mesmo com P maiúsculo); tive catequistas que, mais do que religião, me ensinaram muito sobre amizade, amor, convivência, sobre a vida no geral; tive a minha família que me acompanhou e me fez; tive amigos que partilharam muito, alguns segredos, algumas loucuras próprias dos anos em flor; tive Praxe, aquilo que tanta polémica dá, não tendo uma única queixa da mesma, discutindo Praxe várias vezes com diversos professores e outras pessoas, e posso afirmar ter sido ela que me fez crescer muito, perceber muita coisa diferente, conviver com outras realidades, ter tirado da minha boca para poder oferecer um lanche a um colega que não tinha que comer nesse dia. Tudo isto me engrandeceu o espírito. E cresci, tornei-me um cidadão que, não sendo perfeito, luto pelas coisas em que eu acredito, persigo objetivos e almejo, como todos os demais, a felicidade, a presença de um propósito em existirmos. Sou exigente comigo mesmo, em ser cada vez melhor, em ter um lugar no mundo, poder dizer “eu existo, eu marquei o mundo com os meus atos”.
Pergunta agora o senhor por que razão estarei eu a contar-lhe isto. Eu respondo-lhe: quero despedir-me de si. Em menos de 48 horas estarei a embarcar para o Reino Unido numa viagem só de ida. É curioso, creio eu, porque a minha família (inclusive o meu pai) foi emigrante em França (onde ainda conservo parte da minha família) e agora também eu o sou. Os motivos são outros, claro, mas o objetivo é mesmo: trabalhar, ter dinheiro, ter um futuro. Lamento não poder dar ao meu país o que ele me deu. Junto comigo levo mais 24 pessoas de vários pontos do país, de várias escolas de Enfermagem. Somos dos melhores do mundo, sabia? E não somos reconhecidos, não somos contratados, não somos respeitados. O respeito foi uma das palavras que mais habituado cresci a ouvir. A par dessa também a responsabilidade pelos meus atos, o assumir da consequência, boa ou má (não me considero, volto a dizer, perfeito).
Esse assumir de uma consequência, a pro-atividade para fazer mais, o pensar, ter uma perspetiva sobre as coisas, é algo que falta em Portugal. Considero ridículas estas últimas semanas. Não entendo as manifestações que se fazem que não sejam pacíficas. Não sou a favor das multidões em protesto com caras tapadas (se estão lá, deem a cara pelo que lutam), daqueles que batem em polícias e afins. Mais, a culpa do país estar como está não é sua, nem dos sucessivos governos rosas e laranjas com um azul à mistura: a culpa é de todos. Porquê? Porque vivemos com uma Assembleia que pretende ser representativa, existindo, por isso, eleições. A culpa é nossa que vos pusemos nesse pódio onde não merecem estar. Contudo o povo cansou-se da ausência de alternativas, da austeridade, do desemprego, das taxas, dos impostos. E pedem um novo Abril. Para quê? O Abril somos nós, a liberdade é nossa. E é essa liberdade que nos permite sair à rua, que me permite escrever estas linhas. O que nós precisamos é que se recorde que Abril existiu para ser o povo quem “mais ordena”. E a precisarmos de algo, precisamos que nos seja relembrado as nossas funções, os nossos direitos, mas, sobretudo, principalmente, com muita ênfase, os nossos deveres.
Porém, irei partir. Dia 18 de Outubro levarei um cachecol de Portugal ao pescoço e uma bandeira na bagagem de mão. Levarei a Pátria para outra Pátria, levarei a excelência do que todas as pessoas me deram para outro país. Mostrarei o que sou, conquistarei mais. Mas não me esquecerei nunca do que deixei cá. Nunca. Deixo amigos, deixo a minha família. Como posso explicar à minha sobrinha que tem um ano que eu a amo, mas que não posso estar junto dela? Como posso justificar a minha ausência? Como posso dizer adeus aos meus avós, aos meus tios, ao meu pai? Eles criaram, fizeram-me um Homem. Sou sem dúvida um privilegiado. Ainda consigo ter dinheiro para emigrar, o que não é para todos. Sou educado, tenho objetivos, tenho valores. Sou um privilegiado.
E é por isso que lhe faço um último pedido. Por favor, não crie um imposto sobre as lágrimas e muito menos sobre a saudade. Permita-me chorar, odiar este país por minutos que sejam, por não me permitir viver no meu país, trabalhar no meu país, envelhecer no meu país. Permita-me sentir falta do cheiro a mar, do sol, da comida, dos campos da minha aldeia. Permita-me, sim? E verá que nos meus olhos haverá saudade e a esperança de um dia aqui voltar, voltar à minha terra. Voltarei com mágoa, mas sem ressentimentos, ao país que, lá bem no fundo, me expulsou dele mesmo.

Não pretendo que me responda, sinceramente. Sei que ser político obriga a ser politicamente correto, que me desejará boa sorte, felicidades. Prefiro ouvir isso de quem o diz com uma lágrima no coração, com o desejo ardente de que de facto essa sorte exista no meu caminho.

Cumprimentos,
Pedro Marques"


Boa Sorte!
Que encontrem "lá fora" aquilo que vos foi negado cá.
Porque daqui a pouco tempo, o mesmo pode acontecer à minha geração :?
dinodane
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quinta out 18, 2012 10:59 pm

É um privilegiado. Quantos e quantos não têm condições para terminar o curso sem nunca terem trabalhado para o pagar e não têm condições ou apoio para irem trabalhar e crescer noutro país. Coitadinho.

"A inveja é a arma do incompetente" Anónimo

CavaleiraVNF
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quinta out 18, 2012 11:09 pm

dinodane Escreveu:É um privilegiado. Quantos e quantos não têm condições para terminar o curso sem nunca terem trabalhado para o pagar e não têm condições ou apoio para irem trabalhar e crescer noutro país. Coitadinho.

Verdade. Ele refere isso mesmo no texto, é privilegiado.
Mas também custa investir naquilo que queremos para o nosso futuro e depois vermos os planos saírem ao lado. Por mim falo, que vejo os meus pais investirem para que eu tenha um futuro melhor, uma educação diferente da que eles tiveram possibilidade de receber e "não sei o que me espera".
Petruska1
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sexta out 19, 2012 12:09 am

O que hoje é verdade, amanhã é mentira!
<p><a title="Dubitando, ad veritatem parvenimus... aliquando! Duvidando, chegamos à verdade... às vezes!" target="_top" href="http://dubitando.no.sapo.pt/index.htm"></a></p>
<p>Dubitando, ad&nbsp;veritatem pervenimus...aliquando!/Duvidando, chegamos &agrave; verdade...&agrave;s vezes! By: Fl&aacute;vio Josefo</p>
<p>A pra&ccedil;a p&uacute;blica est&aacute; cheia de moscas!</p>
<p>"O homem &eacute; uma corda estendida entre o animal e o Super-homem - uma corda sobre o abismo". - by Nietzsche</p>
<p>&ldquo;A f&oacute;rmula da minha felicidade: um sim, um n&atilde;o, uma linha reta, um objetivo.&rdquo; (Friedrich Nietzsche)</p>
marianamar
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sexta out 19, 2012 2:24 am

*editado
Expus a minha situação e deixei um pedido de ajuda... "que fazer"?
Ninguém respondeu. Obrigadinha. Fica só a citação.

Respondo com a citação que foi o meu cartaz na última manif.

"Os jovens, por vezes, não se destacam do sistema. Limitam-se a constatar que não há saídas. Essa atitude tem de ser modificada e são eles que a têm de modificar. Se for preciso partir a loiça, escavacar tudo isto, acabar com a burocracia para criar uma sociedade diferente, eles que o façam. Partam mesmo a loiça."

Zeca Afonso
Última edição por marianamar em sábado out 20, 2012 12:40 pm, editado 1 vez no total.
marianamar
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sexta out 19, 2012 2:35 am

...
Última edição por marianamar em sábado out 20, 2012 12:41 pm, editado 1 vez no total.
colette
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sexta out 19, 2012 8:38 am

Não compreendi o drama, a tragédia do rapaz.
Vai para Inglaterra, não para a Patagónia ou quase, à semelhança de um parente meu muito próximo. A Inglaterra é já ali em cima.
Vai com um ordenado razoável.
É quase certo que no Natal virá cá a passar férias, na Páscoa idem e no Verão aspas.
Estamos no século XXI, não na década de 50/60 do século passado. Fala todos os dias com o paizinho e os amigos por telemóvel, computador, I-Pad, I-Phone e outros "ais".
Não tem razão para ter saudades do mar. A Grã-Bretanha é uma ilha, tem mar por todos os lados.
Não entendo essa compulsão de retribuir ao país, que não o quer cá, o investimento que fizeram nele. O Gaspar diz que quer a mesma coisa e veja-se o resultado funesto. Deve ter sido por ter andado numa universidade privada, pelo que o país não investiu nada (décadas, diz ele, levou mais de vinte anos a tirar o curso?)
O Cavaco não vai ter tempo para ler a carta toda, está ocupado a destrinçar o orçamento.
E o facto de o rapaz pensar que a freira que o educou era careca faz-me duvidar da sua competência profissional.
Mas se estivesse no lugar dele, também emigrava. Aliás, emigrei. Noutros tempos noutras eras.
Estoicos são os que ficam. Mas o estoicismo excessivo não leva a lado nenhum.
Portanto, se a oportunidade surgir, aproveitem.
<p>Au d&eacute;but, Dieu cr&eacute;a l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>
lsgl
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sexta out 19, 2012 9:52 am

Para mim o drama não é o do rapaz. É o do país que perde mão de obra qualificada na qual investiu.
Não é normal num país desenvolvido haver tanta "fuga de cérebros", nem é normal um PM aconselhar aos jovens e alguns profissionais (lembro-me, p.e., do caso dos professores) para emigrarem.
O drama, repito, é do país: que futuro terá? Os que ficam, o que lhes restará daqui a uns anos?

Não interessa nada que o rapaz seja ou não priveligiado, tenha ou não emigrado para um país que paga bem (e olhem que não é certo que arranje bom emprego, conheço um vizinho que foi para Inglaterra há quase 1 ano e ainda não conseguiu nada a não ser part-times em restaurantes), que hoje em dia hajam tecnologias que encurtam a "distância" da familia, etc.
Emigrar não é uma decisão fácil, mesmo que se tenha a oportunidade e o dinheiro para o fazer.

Não li a carta toda (só na diagonal), é muito longa e provavelmente dramatiza um pouco a situação (daí talvez os media terem gostado).
Contudo é um exemplo da precariedade e falta de oportunidades que se vive neste país.
Rozza
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Nikita
Yoshi

sexta out 19, 2012 9:57 am

lsgl Escreveu:Para mim o drama não é o do rapaz. É o do país que perde mão de obra qualificada na qual investiu.
Não é normal num país desenvolvido haver tanta "fuga de cérebros", nem é normal um PM aconselhar aos jovens e alguns profissionais (lembro-me, p.e., do caso dos professores) para emigrarem.
O drama, repito, é do país: que futuro terá? Os que ficam, o que lhes restará daqui a uns anos?

Não interessa nada que o rapaz seja ou não priveligiado, tenha ou não emigrado para um país que paga bem (e olhem que não é certo que arranje bom emprego, conheço um vizinho que foi para Inglaterra há quase 1 ano e ainda não conseguiu nada a não ser part-times em restaurantes), que hoje em dia hajam tecnologias que encurtam a "distância" da familia, etc.
Emigrar não é uma decisão fácil, mesmo que se tenha a oportunidade e o dinheiro para o fazer.

Não li a carta toda (só na diagonal), é muito longa e provavelmente dramatiza um pouco a situação (daí talvez os media terem gostado).
Contudo é um exemplo da precariedade e falta de oportunidades que se vive neste país.
x2

E acrescento. Num país altamente envelhecido, deveria ser prioridade fixar os jovens e não convidá-los a sair do país.
<p class="fr0">O homem implora a miseric&oacute;rdia de Deus mas n&atilde;o tem piedade dos animais, para os quais ele &eacute; um deus. Os animais que sacrificais j&aacute; vos deram o doce tributo de seu leite, a maciez de sua l&atilde; e depositaram confian&ccedil;a nas m&atilde;os criminosas que os degolam. Ningu&eacute;m purifica seu esp&iacute;rito com sangue. Na inocente cabe&ccedil;a do animal n&atilde;o &eacute; poss&iacute;vel colocar o peso de um fio de cabelo das maldades e erros pelos quais cada um ter&aacute; de responder. <strong>Buda</strong></p>
AHAHAH
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sexta out 19, 2012 9:58 am

Já parece aquelas enfermeiras que foram em bando, trabalhar em Inglaterra. Coitadinhas delas :roll: A 2h aqui da parvónia... que mal habituada que esta gente está.
Pirem-se mas é de cá que as chances estão lá fora (para os bons, claro).
CavaleiraVNF
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sexta out 19, 2012 12:27 pm

Estou num curso de Saúde tal como este rapaz.
Estudo para (espero eu) daqui a 2 anos ser Técnica de Radiologia. Tenho curso tecnológico de Auxiliar de Educação. Antes de ingressar na faculdade, estive durante 1 ano à procura de emprego na minha área. Depois de dezenas de currículos enviados para lares, centros de dia, infantários, etc., comecei a enviar currículos para tudo e mais alguma coisa, até caixa de supermercado e algumas empresas. Nem que fosse para limpar o chão, apenas queria dinheiro para me ajudar a ingressar no ensino superior. Nada. 1 ano em vão. Os meus pais acabaram por me financiar os estudos, com a promessa de que serei uma aluna exemplar e que o dinheiro seja bem "gasto".
A semana passada, o nosso coordenador de curso aconselhou-nos a deixar o país no fim do curso. Que "lá fora" conseguimos ganhar mais do dobro do que aqui.
A subida da idade da reforma em nada ajuda, visto que esta profissão "existe" à relativamente 15 anos, os técnicos têm à volta de 40 e até aos 65 está tudo preenchido. Principalmente no público. Não vamos esperar 25 anos para termos vaga.
Vou ponderando cada vez mais em abandonar o país quando terminar a licenciatura. Se for de facto a única hipótese, nem irei hesitar.
MariaChica
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sexta out 19, 2012 12:35 pm

AHAHAH Escreveu:Já parece aquelas enfermeiras que foram em bando, trabalhar em Inglaterra. Coitadinhas delas :roll: A 2h aqui da parvónia... que mal habituada que esta gente está.
Pirem-se mas é de cá que as chances estão lá fora (para os bons, claro).
Será que sim? Mas quais chances?

Exemplo: Holanda - contratação de enfermeiros portugueses para fazer trabalho de auxiliares.

O ensino superior deveria ser um investimento para o futuro. Mais selectivo e acessível a quem tem capacidade intelectual, não a quem tem dinheiro e tempo para gastar e terminar os cursos aos 40 anos como alguns dos nossos políticos.
&#1071; &#1085;&#1077;&#1085;&#1072;&#1074;&#1080;&#1078;&#1091; &#1088;&#1099;&#1073;&#1086;&#1081; &#1080; &#1083;&#1086;&#1078;&#1085;&#1099;&#1093; &#1076;&#1088;&#1091;&#1079;&#1077;&#1081; &#1078;&#1080;&#1074;&#1086;&#1090;&#1085;&#1099;&#1093;. &#1053;&#1077;&#1085;&#1072;&#1074;&#1080;&#1078;&#1091; &#1077;&#1097;&#1077; &#1073;&#1086;&#1083;&#1100;&#1096;&#1077; &#1077;&#1074;&#1072;&#1085;&#1075;&#1077;&#1083;&#1080;&#1089;&#1090;&#1086;&#1074; &#1077;&#1088;&#1091;&#1085;&#1076;&#1072;.
ReginaVieira
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sexta out 19, 2012 12:56 pm

MariaChica Escreveu:
AHAHAH Escreveu:Já parece aquelas enfermeiras que foram em bando, trabalhar em Inglaterra. Coitadinhas delas :roll: A 2h aqui da parvónia... que mal habituada que esta gente está.
Pirem-se mas é de cá que as chances estão lá fora (para os bons, claro).
Será que sim? Mas quais chances?

Exemplo: Holanda - contratação de enfermeiros portugueses para fazer trabalho de auxiliares.

O ensino superior deveria ser um investimento para o futuro. Mais selectivo e acessível a quem tem capacidade intelectual, não a quem tem dinheiro e tempo para gastar e terminar os cursos aos 40 anos como alguns dos nossos políticos.
Não deixo eu e outros colegas de concordar com a sua afirmação, a que coloquei a negrito...
E como concordo de certo modo com a dita carta do rapazito que emigrou, mas ele nem é de longe nem de perto os piores casos...
Também eu tenho o desejo de tirar o meu curso, a licenciatura pelo menos, também gostava muito de chegar ao doutoramento, mas com a falta de emprego que há julgo que não terei possibilidades para tal, mas o esforço e poupanças para pelo menos fazer a licenciatura já estão a ser feitos... E cada vez há mais cortes no ensino, já me baixaram o escalão do A para o B(também só o tive 1 ano), quando vejo muitos meninos de papás bem endinheirados com o escalão A, pelos vistos vão deixar de pagar metade do passe escolar, o que é simplesmente revoltante e injusto...
lsgl
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sexta out 19, 2012 1:29 pm

ReginaVieira Escreveu: Não deixo eu e outros colegas de concordar com a sua afirmação, a que coloquei a negrito...
E como concordo de certo modo com a dita carta do rapazito que emigrou, mas ele nem é de longe nem de perto os piores casos...
Também eu tenho o desejo de tirar o meu curso, a licenciatura pelo menos, também gostava muito de chegar ao doutoramento, mas com a falta de emprego que há julgo que não terei possibilidades para tal, mas o esforço e poupanças para pelo menos fazer a licenciatura já estão a ser feitos... E cada vez há mais cortes no ensino, já me baixaram o escalão do A para o B(também só o tive 1 ano), quando vejo muitos meninos de papás bem endinheirados com o escalão A, pelos vistos vão deixar de pagar metade do passe escolar, o que é simplesmente revoltante e injusto...
Porquê? E o que tem a falta de emprego a ver com tirar doutoramento?
Um doutoramento é algo muito especifico e que não é valorizado pelo mercado de trabalho em Portugal, pelo que só vale a pena ponderar fazer um caso seja estritamente necessário ter um para a carreira que se pretende fazer.
ReginaVieira
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sexta out 19, 2012 1:35 pm

lsgl Escreveu:
ReginaVieira Escreveu: Não deixo eu e outros colegas de concordar com a sua afirmação, a que coloquei a negrito...
E como concordo de certo modo com a dita carta do rapazito que emigrou, mas ele nem é de longe nem de perto os piores casos...
Também eu tenho o desejo de tirar o meu curso, a licenciatura pelo menos, também gostava muito de chegar ao doutoramento, mas com a falta de emprego que há julgo que não terei possibilidades para tal, mas o esforço e poupanças para pelo menos fazer a licenciatura já estão a ser feitos... E cada vez há mais cortes no ensino, já me baixaram o escalão do A para o B(também só o tive 1 ano), quando vejo muitos meninos de papás bem endinheirados com o escalão A, pelos vistos vão deixar de pagar metade do passe escolar, o que é simplesmente revoltante e injusto...
Porquê? E o que tem a falta de emprego a ver com tirar doutoramento?
Um doutoramento é algo muito especifico e que não é valorizado pelo mercado de trabalho em Portugal, pelo que só vale a pena ponderar fazer um caso seja estritamente necessário ter um para a carreira que se pretende fazer.
Porque não tenho possibilidades económicas para tal, e sempre poderia trabalhar e estudar como tantos fizeram e fazem, mas provavelmente não teria emprego, por isso disse o que disse.
Gostava de fazer tudo (licenciatura, mestrado, douturamento) também por gosto próprio.
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