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Alemão defende: futuro da Europa está... no Sul

Enviado: sábado out 20, 2012 4:04 pm
por Petruska1
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Alemão defende: futuro da Europa está... no Sul

Portugal, Itália, Grécia e Espanha têm sido «mal tratados» pela restante União. Um erro, para Claus Leggewie

À medida que a «guerra» Norte/Sul se agudiza na Europa, o politólogo alemão Claus Leggewie põe o pé no travão e reclama: o futuro da União está nos países do Sul, tão «desrespeitosamente batizados» como PIGS (porcos, em inglês). Portugal, Itália, Grécia e Espanha (Spain), olhados como «maus alunos, fontes de ameaças e candidatos à saída da União» são, afinal, essenciais para manter os alicerces desta Europa unificada, defende Claus Leggewie num artigo de opinião publicado no «Financial Times Deutschland».

«Para se voltar a dar sentido à designação mare nostrum, mar nosso, seria conveniente voltar a dar ao Sul o seu lugar no centro histórico da Europa», começa por dizer o politólogo, continuando: «Longe de qualquer postura imperialista e de qualquer ambição mercantil regida por uma lógica de curto prazo».

O objetivo, para Claus Leggewie, deve ser «pôr em prática um projeto de paz e de desenvolvimento sustentável» e não os cenários atuais que não vão além da «saída da Grécia ou de outros PIGS da Zona Euro».

«A caricatura que se traça da bacia mediterrânica - mau aluno, fonte de ameaças e candidato à saída da União - enraizou-se», acusa o especialista alemão, concluindo mais à frente que «a estabilidade continua, ainda e sempre, a ter primazia sobre a liberdade».

No entanto, para Leggewie, «o Muro de Berlim não caiu em 1989 para ser reerguido na bacia do Mediterrâneo».

«Com ou sem a cumplicidade da França, a Alemanha não pode continuar a fazer o papel de potência hegemónica no seio da União».

O caminho deve ser, antes, o alternativo: «Uma união flexível de cooperações transfronteiras, que, ao lado dos parlamentos e das estruturas da sociedade civil, sejam capazes de fazer frente ao super-Estado implantado em Bruxelas e de conferir legitimidade democrática às decisões supranacionais».

«O comércio justo, o trabalho decente para todos e uma justiça social que não pare nas fronteiras nacionais deveriam substituir esta espoliação insidiosa do Sul, da qual, no fim de contas, poucos se aproveitaram», conclui o politólogo alemão.