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"NEM TUDO É COMO PARECE!
A CARIDADE EM PORTUGAL PAGA IVA E DÁ LUCROS AOS TUBARÕES DA DISTRIBUIÇÃO!
Em Inglaterra, a cadeia de supermercados Waitrose, oferece uma moeda (uma chapa) a cada cliente que faz compras acima dum determinado valor. O cliente, à saída, tem, normalmente, três caixas, cada uma em nome duma instituição social sediada no município, para receber as referidas moedas, de acordo com a opção do cliente.
Periodicamente, são contadas as moedas de cada caixa e a empresa entrega em dinhei
ro, à respectiva instituição, o valor correspondente, donativo esse que diminui os seus lucros mas, também, tem o devido benefício em termos de fiscalidade.
Em Portugal, as campanhas de solidariedade custam ao doador uma parte para a instituição, outra parte para o Estado e mais uma boa parte para a empresa que está a “operacionalizar” (?!...) a acção. Um país de espertos... até na ajuda aos mais necessitados. Mas nós ficamos quietos e calados, ou então, estupidificamos porque queremos...
Muito triste, muito triste, mas é bom saber...
Programa de luta contra a fome.
Nada é o que parece. Vejamos:
Decorreu num destes fins de semana mais uma acção, louvável, do programa da luta contra a fome mas.... façam o vosso juízo! A recolha em hipermercados, segundo os telejornais, foi cerca de 2644 toneladas, ou seja 2 644 000 Kilos.
Se cada pessoa adquiriu no hipermercado 1 produto para doar e se esse produto custou, digamos, 0.50 € (cinquenta cêntimos), repare que:
2 644 000 kg x 0,50 € dá 1 322 000,00 € (1 milhão, trezentos e vinte e dois mil euros), total pago nas caixas dos hipermercados.
Quanto ganharam???
- o Estado: 304 000,00 € (23 % iva)
- o hipermercado: 396 600,00 € (margem de lucro de cerca de 30 %).
Nunca tinha reparado, tal como eu, quem mais engorda com estas campanhas...
Devo dizer que não deixo de louvar a ação da recolha e o meu respeito pelos milhares de voluntários.
MAIS....
É triste, mas é bom saber...
- Porque é que os madeirenses receberam 2 milhões de euros da solidariedade nacional, quando o que foi doado eram 2 milhões e 880 mil?
Querem saber para onde foi esta "pequena" parcela de 880 000,00 €?
A campanha a favor das vítimas do temporal na Madeira através de chamadas telefónicas é um insulto à boa-fé da gente generosa e um assalto à mão armada.
Pelas televisões, a promoção reza assim: Preço da chamada 0,60 € + IVA. São 0,72 € no total.
O que por má-fé não se diz é que o donativo que deverá chegar (?) ao beneficiário madeirense é de apenas 0,50 €.
Assim oferecemos 0,50 € a quem carece, mas cobram-nos 0,72 €, mais 0,22 € ou seja 30 %.
Quem ficou com esta diferença?
1º - a PT com 0,10 € (17 %), isto é, a diferença dos 50 para os 60.
2º - o Estado com 0,12 € (20 %) referente ao IVA sobre 0,60 €.
Numa campanha de solidariedade, a aplicação de uma margem de lucro pela PT e da incidência do IVA pelo Estado são o retrato da baixa moral a que tudo isto chegou.
A RTP anunciou com imensa satisfação que o montante doado atingiu os 2 000 000,00 €.
Esqueceu-se de dizer que os generosos pagaram mais 44 %, ou seja, mais 880 000,00 € divididos entre a PT (400 000,00 € para a ajuda dos salários dos administradores) e o Estado (480 000,00 € para auxílio do reequilíbrio das contas públicas e aos trafulhas que por lá andam).
A PT cobra comissão de quase 20 % num acto de solidariedade!!!
O Estado faz incidir IVA sobre um produto da mais pura generosidade!!!
ISTO É UMA TOTAL FALTA DE VERGONHA, SOB A CAPA DA SOLIDARIEDADE. É BOM QUE O POVO SAIBA QUE ATÉ NA CONFIANÇA SOMOS ROUBADOS.
ISTO É UM TRISTE ESBULHO À BOLSA E AO ESPÍRITO DE SOLIDARIEDADE DO POVO PORTUGUÊS E UM APROVEITAMENTO ILÍCITO DA DESGRAÇA ALHEIA!
… "
In http://desenvolturasedesacatos.blogspot.pt/
A caridade paga imposto
<p>Olá, eu sou a... Floripes3 que já foi 2. :mrgreen:</p>
<p>''Tome partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado'' - Elie Wiesel</p>
<p> "Nas costas dos outros vemos espelhadas as nossas." - Dito popular</p>
<p>''Tome partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado'' - Elie Wiesel</p>
<p> "Nas costas dos outros vemos espelhadas as nossas." - Dito popular</p>
Por essas e por outras é que, mesmo que pudesse (o que, infelizmente, não é o caso), não contribuo para coisa nenhuma. Gostaria de o fazer e fá-lo-ia, desde que tivesse as garantias de que aquilo que doasse iria direitinho, na totalidade e sem espinhas, para o receptor.
E acho uma vergonha, isso dos bancos alimentares e tenho muitas dúvidas acerca dos ditos.
Dignidade era que todos tivessem trabalho e rendimentos suficientes para não terem que recorrer a caridadezinhas e às sopas do Sidónio.
E de oportunismos está este país cheio e não são só por parte do Estado e das tais empresas (PT e outras).
Sou oriunda uma família pobre, que tinha inúmeras dificuldades, mas a minha mãe nunca me mandou, nem aos meus irmãos, para a escola de barriga vazia; nem que fosse com uma sopa de feijão ou com uma açorda de coentros feita com a água de cozer o peixe e pão da antevéspera. Mas normalmente era mesmo com sopas de café com leite e um pão com marmelada. Ou com papas de farinha de trigo com açúcar e canela. Bem boas.
E dirá quem me ler que os tempos são outros.
E eu direi: pois são. Mas as barrigas são iguais. Não mudaram. Roncam quando estão vazias.
E acho uma vergonha, isso dos bancos alimentares e tenho muitas dúvidas acerca dos ditos.
Dignidade era que todos tivessem trabalho e rendimentos suficientes para não terem que recorrer a caridadezinhas e às sopas do Sidónio.
E de oportunismos está este país cheio e não são só por parte do Estado e das tais empresas (PT e outras).
Sou oriunda uma família pobre, que tinha inúmeras dificuldades, mas a minha mãe nunca me mandou, nem aos meus irmãos, para a escola de barriga vazia; nem que fosse com uma sopa de feijão ou com uma açorda de coentros feita com a água de cozer o peixe e pão da antevéspera. Mas normalmente era mesmo com sopas de café com leite e um pão com marmelada. Ou com papas de farinha de trigo com açúcar e canela. Bem boas.
E dirá quem me ler que os tempos são outros.
E eu direi: pois são. Mas as barrigas são iguais. Não mudaram. Roncam quando estão vazias.
<p>Au début, Dieu créa l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>
A mim, a caridade sempre me fez confusão, e por isso desde cedo que passei a detestá-la. Não concebo que se pense resolver os problemas das pessoas dando-lhes um prato de sopa ou uma gamela de arroz e que isso sirva para ficar de consciência tranquila e mãos lavadas.
Já a solidariedade é outra coisa, é uma preocupação sincera que leva não só a ajudar com o tal prato de sopa ou a tal gamela de arroz, como também a tentar resolver o problema ou problemas que assolam quem recebe as dádivas.
Resumindo e abreviando: considero que enquanto a caridade nada mais faz do que alimentar os males que lhe dão campo de actuação, e assim justificar a sua existência, enquanto que a solidariedade vai mais além do que a ajuda momentânea e efémera. Tenta resolver e dissipar a origem da carência.
Confesso que nos primeiros tempos em que dei pelas acções de recolha de alimentos ainda contribuí com alguns pacotes de arroz, uma ou outra garrafa de azeite, etc. Mas como tenho o péssimo hábito de questionar e analisar este tipo de coisas, depressa cheguei às conclusões descritas no artigo que reproduzi e deixei-me disso.
Actualmente, faço com a Charlie: contribuo por minha conta e risco. Mais depressa envio directamente os cinquenta cêntimos para a entidade que recorre às chamadas de valor acrescentado do que me presto a fazê-las. Quanto aos donativos ao BACF, não preciso de intermediários para ajudar o vizinho da porta ao lado que lhe foi pedir os géneros para o mês. Dou-lhos directamente, e de caminho pergunto-lhe o que mais posso fazer para lhe salvar a dignidade. Talvez ele mo diga, mas se vir que só quer dormir à sombra da bananeira, mando-o passear e não lhe dou nada.
E assim tento não colaborar no enriquecimento dos muito ricos, nem na corrupção das grandes empresas.
Já a solidariedade é outra coisa, é uma preocupação sincera que leva não só a ajudar com o tal prato de sopa ou a tal gamela de arroz, como também a tentar resolver o problema ou problemas que assolam quem recebe as dádivas.
Resumindo e abreviando: considero que enquanto a caridade nada mais faz do que alimentar os males que lhe dão campo de actuação, e assim justificar a sua existência, enquanto que a solidariedade vai mais além do que a ajuda momentânea e efémera. Tenta resolver e dissipar a origem da carência.
Confesso que nos primeiros tempos em que dei pelas acções de recolha de alimentos ainda contribuí com alguns pacotes de arroz, uma ou outra garrafa de azeite, etc. Mas como tenho o péssimo hábito de questionar e analisar este tipo de coisas, depressa cheguei às conclusões descritas no artigo que reproduzi e deixei-me disso.
Actualmente, faço com a Charlie: contribuo por minha conta e risco. Mais depressa envio directamente os cinquenta cêntimos para a entidade que recorre às chamadas de valor acrescentado do que me presto a fazê-las. Quanto aos donativos ao BACF, não preciso de intermediários para ajudar o vizinho da porta ao lado que lhe foi pedir os géneros para o mês. Dou-lhos directamente, e de caminho pergunto-lhe o que mais posso fazer para lhe salvar a dignidade. Talvez ele mo diga, mas se vir que só quer dormir à sombra da bananeira, mando-o passear e não lhe dou nada.
E assim tento não colaborar no enriquecimento dos muito ricos, nem na corrupção das grandes empresas.
Última edição por Floripes3 em segunda nov 12, 2012 3:40 pm, editado 1 vez no total.
<p>Olá, eu sou a... Floripes3 que já foi 2. :mrgreen:</p>
<p>''Tome partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado'' - Elie Wiesel</p>
<p> "Nas costas dos outros vemos espelhadas as nossas." - Dito popular</p>
<p>''Tome partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado'' - Elie Wiesel</p>
<p> "Nas costas dos outros vemos espelhadas as nossas." - Dito popular</p>
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Nikita
Yoshi
A solidariedade em Portugal enche a barriga a muita gente, mas geralmente não é quem mais precisa...
Só como exemplo, há tempos deparei-me com umas rapariguinhas à porta do Hiper aqui no Faial com uma bancada a vender uns peluches, porta-chaves e mais algumas bugigangas. Não me lembro ao certo da campanha, mas era para ajudar crianças.
Não conhecendo as raparigas e tendo já conhecimento de como estas campanhas funcionam meti conversa a perguntar de onde eram, quanto tempo iriam ali estar, se iam para outras ilhas, etc.
Pois bem, eram da zona de Lisboa, estavam alojadas em hotel, iam ficar 1 semana na ilha, não eram as únicas na região, além de salário estavam a receber uma comissão por cada coisa vendida e tinham todas as despesas pagas (viagem de avião, alojamento, deslocações, refeições).
Quando perguntei que percentagem do dinheiro que as pessoas davam pelas tretas que vendiam ia ajudar realmente as crianças, desviaram conversa e "foram trabalhar".
Só como exemplo, há tempos deparei-me com umas rapariguinhas à porta do Hiper aqui no Faial com uma bancada a vender uns peluches, porta-chaves e mais algumas bugigangas. Não me lembro ao certo da campanha, mas era para ajudar crianças.
Não conhecendo as raparigas e tendo já conhecimento de como estas campanhas funcionam meti conversa a perguntar de onde eram, quanto tempo iriam ali estar, se iam para outras ilhas, etc.
Pois bem, eram da zona de Lisboa, estavam alojadas em hotel, iam ficar 1 semana na ilha, não eram as únicas na região, além de salário estavam a receber uma comissão por cada coisa vendida e tinham todas as despesas pagas (viagem de avião, alojamento, deslocações, refeições).
Quando perguntei que percentagem do dinheiro que as pessoas davam pelas tretas que vendiam ia ajudar realmente as crianças, desviaram conversa e "foram trabalhar".
<p class="fr0">O homem implora a misericórdia de Deus mas não tem piedade dos animais, para os quais ele é um deus. Os animais que sacrificais já vos deram o doce tributo de seu leite, a maciez de sua lã e depositaram confiança nas mãos criminosas que os degolam. Ninguém purifica seu espírito com sangue. Na inocente cabeça do animal não é possível colocar o peso de um fio de cabelo das maldades e erros pelos quais cada um terá de responder. <strong>Buda</strong></p>
Os quais comprou nalgum lado, dando lucro a alguém e pagando o correspondente IVA. Exatamente a mesma coisa que acontece durante uma campanha do Banco AlimentarCharlie3 Escreveu:eu contribuo directamente com as pessoas necessitadas e sempre em géneros
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Com a diferença da certeza que chega ao destinatario...e dentro do prazo de validade...em vez de ficar em armazens alguns anos antes de ir para o lixo ou ir enquanto dentro da validade parar a casa de quem não precisaBingley Escreveu:Os quais comprou nalgum lado, dando lucro a alguém e pagando o correspondente IVA. Exatamente a mesma coisa que acontece durante uma campanha do Banco AlimentarCharlie3 Escreveu:eu contribuo directamente com as pessoas necessitadas e sempre em géneros
...ou de ser vendido a baixo custo a hospitais e outras instituições...
<p>Olá, eu sou a... Floripes3 que já foi 2. :mrgreen:</p>
<p>''Tome partido. A neutralidade ajuda o opressor, nunca a vítima. O silêncio encoraja o torturador, nunca o torturado'' - Elie Wiesel</p>
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Como??...essa para mim é nova...realmente é melhor viver na ignoranciaFloripes3 Escreveu:...ou de ser vendido a baixo custo a hospitais e outras instituições...
Mas isso são outros 500 que não a questão levantada pelo post inicialBondage2010 Escreveu:Com a diferença da certeza que chega ao destinatario...e dentro do prazo de validade...em vez de ficar em armazens alguns anos antes de ir para o lixo ou ir enquanto dentro da validade parar a casa de quem não precisaBingley Escreveu:Os quais comprou nalgum lado, dando lucro a alguém e pagando o correspondente IVA. Exatamente a mesma coisa que acontece durante uma campanha do Banco AlimentarCharlie3 Escreveu:eu contribuo directamente com as pessoas necessitadas e sempre em géneros
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Provas disso, meta-as aqui. Ate o fazer isso é difamação.Floripes3 Escreveu:...ou de ser vendido a baixo custo a hospitais e outras instituições...
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colette Escreveu:Por essas e por outras é que, mesmo que pudesse (o que, infelizmente, não é o caso), não contribuo para coisa nenhuma. Gostaria de o fazer e fá-lo-ia, desde que tivesse as garantias de que aquilo que doasse iria direitinho, na totalidade e sem espinhas, para o receptor.
E acho uma vergonha, isso dos bancos alimentares e tenho muitas dúvidas acerca dos ditos.
Dignidade era que todos tivessem trabalho e rendimentos suficientes para não terem que recorrer a caridadezinhas e às sopas do Sidónio.
E de oportunismos está este país cheio e não são só por parte do Estado e das tais empresas (PT e outras).
Sou oriunda uma família pobre, que tinha inúmeras dificuldades, mas a minha mãe nunca me mandou, nem aos meus irmãos, para a escola de barriga vazia; nem que fosse com uma sopa de feijão ou com uma açorda de coentros feita com a água de cozer o peixe e pão da antevéspera. Mas normalmente era mesmo com sopas de café com leite e um pão com marmelada. Ou com papas de farinha de trigo com açúcar e canela. Bem boas.
E dirá quem me ler que os tempos são outros.
E eu direi: pois são. Mas as barrigas são iguais. Não mudaram. Roncam quando estão vazias.
Ajude A Ajudar!
http://ospeludosdamelinha.blogspot.com/
só sei que nada sei
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só sei que nada sei
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Lembro-me em miúda dum sr que uma vez por semana batia à nossa porta, perto da hora do jantar.
E eu via a minha mãe acender a luz da escada e dizer-lhe para esperar um pouco e ele sentava-se no degrau.
Depois mandava-me levar-lhe um prato de sopa e um pão, depois o de conduto e um copinho de vinho tinto, fruta e no fim ia ela à porta com 2 sandes embrulhadas, o sr. agradecia e ela respondia sempre - até para a semana.
Não tínhamos muito mas a mãe, que gostava muito de ditos populares e de provérbios, dizia sempre: quem dá aos pobres empresta a Deus.
Uma semana o sr. não apareceu, mais...
E ela não o fazia por caridade, simplesmente dividia o que tinha com quem tinha menos, mas na altura a palavra solidariedade ainda não existia, pelo menos por cá...
E eu via a minha mãe acender a luz da escada e dizer-lhe para esperar um pouco e ele sentava-se no degrau.
Depois mandava-me levar-lhe um prato de sopa e um pão, depois o de conduto e um copinho de vinho tinto, fruta e no fim ia ela à porta com 2 sandes embrulhadas, o sr. agradecia e ela respondia sempre - até para a semana.
Não tínhamos muito mas a mãe, que gostava muito de ditos populares e de provérbios, dizia sempre: quem dá aos pobres empresta a Deus.
Uma semana o sr. não apareceu, mais...
E ela não o fazia por caridade, simplesmente dividia o que tinha com quem tinha menos, mas na altura a palavra solidariedade ainda não existia, pelo menos por cá...
Ajude A Ajudar!
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A caridade/solidariedade pode ser um pau de dois bicos. Não tenho dúvidas que muitos dirigentes de associações de solidariedade andam a encher-se com as doações de pessoas bem intencionadas. Mas muitas vezes mesmo essas pessoas bem intencionadas acabam por contribuir para perpetuar o problema.
Todos os dias muitos voluntários cheios de boa intenção (não há qualquer ironia nas minhas palavras) andam pelas ruas de Lisboa a distribuir comida e cobertores pelos sem-abrigo. Não duvido que o façam por amor ao próximo e sem ganharem um tostão (emboram estejam certamente a engordar alguns dos membros dirigentes e assalariados das respectivas entidades de solidariedade). Ainda assim, o acto de distribuir alimentos e cobertores pelos sem-abrigo permite que o Estado continue a não ter que intervir nesta situação. A sopinha e cobertor da entidade de solidariedade jamais vão resolver o problema. Apenas permite que o sem-abrigo tenha condições para sobreviver e, no dia seguinte, a situação continua igual.
O Estado nunca deveria deixar-se substituir por uma entidade de solidariedade que, ainda por cima, não resolve o problema. Além disso, em minha opinião a solidariedade acarreta condições para quem a recebe. Um sem-abrigo deveria ter garantido da parte do Estado, uma cama quente, refeições gratuitas e condições de higiena. E principalmente, o objectivo seria voltar a integrar estas pessoas na sociedade com empregos e em condição de cuidarem de si próprios.
Em contrapartida, o sem-abrigo sujeita-se aos horários e regras da instituição que o recebe. Se o sem-abrigo falha em cumprir as regras perderia o direito à solidariedade. Muitas destas pessoas vivem há tantos anos na rua que perderam o juízo e já não são capazes de cumprir as regras de uma instituição. Nestes casos há que ter a coragem de admitir, que esses indivíduos são um perigo para si próprios e potencialmente para outros. Quer quisessem quer não seriam internados em condições dignas de saúde e higiene.
O que simplesmente não serve é dar a sopinha e o cobertor mas deixar estas pessoas a dormir na rua. Isto apenas serve para perpetuar a actual situação, de forma a que as instituições de solidariedade e respectivos dirigentes assalariados continuem a ser necessários.
Todos os dias muitos voluntários cheios de boa intenção (não há qualquer ironia nas minhas palavras) andam pelas ruas de Lisboa a distribuir comida e cobertores pelos sem-abrigo. Não duvido que o façam por amor ao próximo e sem ganharem um tostão (emboram estejam certamente a engordar alguns dos membros dirigentes e assalariados das respectivas entidades de solidariedade). Ainda assim, o acto de distribuir alimentos e cobertores pelos sem-abrigo permite que o Estado continue a não ter que intervir nesta situação. A sopinha e cobertor da entidade de solidariedade jamais vão resolver o problema. Apenas permite que o sem-abrigo tenha condições para sobreviver e, no dia seguinte, a situação continua igual.
O Estado nunca deveria deixar-se substituir por uma entidade de solidariedade que, ainda por cima, não resolve o problema. Além disso, em minha opinião a solidariedade acarreta condições para quem a recebe. Um sem-abrigo deveria ter garantido da parte do Estado, uma cama quente, refeições gratuitas e condições de higiena. E principalmente, o objectivo seria voltar a integrar estas pessoas na sociedade com empregos e em condição de cuidarem de si próprios.
Em contrapartida, o sem-abrigo sujeita-se aos horários e regras da instituição que o recebe. Se o sem-abrigo falha em cumprir as regras perderia o direito à solidariedade. Muitas destas pessoas vivem há tantos anos na rua que perderam o juízo e já não são capazes de cumprir as regras de uma instituição. Nestes casos há que ter a coragem de admitir, que esses indivíduos são um perigo para si próprios e potencialmente para outros. Quer quisessem quer não seriam internados em condições dignas de saúde e higiene.
O que simplesmente não serve é dar a sopinha e o cobertor mas deixar estas pessoas a dormir na rua. Isto apenas serve para perpetuar a actual situação, de forma a que as instituições de solidariedade e respectivos dirigentes assalariados continuem a ser necessários.
<p>O meu blog:</p>
<p><a href="http://www.youtube.com/watch?v=mkB6Vnp- ... > </p>
<p><a href="http://www.youtube.com/watch?v=mkB6Vnp- ... > </p>
Pesquebrados, a minha mãe também tinha um pobre fixo que ia lá comer.
Também se sentava nas escadas a comer o prato de sopa de pôr a colher em pé mais um papo seco com chouriço. Ou umas fationas de pão alentejano já com vários dias de existência, mas sempre bom. Do copinho de vinho não me lembro mas, provavelmente, não falhava.
Também se sentava nas escadas a comer o prato de sopa de pôr a colher em pé mais um papo seco com chouriço. Ou umas fationas de pão alentejano já com vários dias de existência, mas sempre bom. Do copinho de vinho não me lembro mas, provavelmente, não falhava.
<p>Au début, Dieu créa l'homme. Mais en le voyant si faible, il lui fit don du chien. (Toussenel)</p>