Medicina na voz do povo
Enviado: quarta nov 28, 2007 9:59 am
Carlos Barreira da Costa, médico Otorrinolaringologista da mui nobre e Invicta cidade do Porto, decidiu compilar no seu livro A Medicina na Voz do Povo, trinta anos de histórias, crenças e dizeres ouvidos durante o exercício desta prática da medicina.
O diálogo com um paciente com patologia da boca, olhos, ouvidos, nariz e garganta é sempre um desafio para o clínico:
• A minha expectoração é limpa, assim branquinha, parece com sua licença espermatozóides.
• Quando me assoo dou um traque pelo ouvido, e enquanto não puxar pelo corpo, suar, ou o ***, o nariz não se destapa.
• Não sei se isto que tenho no ouvido é cera ou caruncho.
• Isto deu-me de ter metido a cabeça no frigorífico. Um mês depois fui ao Hospital e disseram-me que tinha bolhas de ar no ouvido.
• Ouço mal, vejo mal, tenho a mente descaída.
• Fui ao Ftalmologista, meteu-me uns parafusinhos nos olhos a ver se as lágrimas saiam.
• Tenho a língua cheia de Áfricas.
• Gostava que as papilas gustativas se manifestassem a meu favor.
• O dente arrecolhia pus e na altura em que arrecolhia às imidulas infeccionava-as.
• A garganta traqueia-me, dá-me aqueles estalinhos e depois fica melhor.
As perturbações da fala impacientam o doente:
• Na voz sinto aquilo tudo embuzinado.
• Não tenho dores, a voz é que está muito fosforenta.
• Tenho humidade gordurosa nas cordas vocais.
• O meu pai morreu de tísica na laringe.
Os problemas da cabeça são muito frequentes:
• Há dias fiz um exame ao capacete no Hospital de S. João.
• Andei num Neurologista que disse que parti o penedo, o rochedo ou lá o que é....
• Fui a um desses médicos que não consultam a gente, só falam pra nós.
• Vem-me muitos palpites ruins, assim de baixo para cima....
• A minha cabecinha começa assim a ferver e fico com ela húmida, assim aos tombos, a trabalhar.
• Ou caiu da burra ou foi um ataque cardeal.
Os aparelhos genitais e urinários são objecto de queixas sui generis:
• Venho aqui mostrar a parreca.
• A minha pardalona está a mudar de cor.
• Às vezes prega-se-me umas comichões nas barbatanas.
• Tenho esta comichão na perseguida porque o meu marido tem uma infecção na ponta da natureza.
• Fazem aqui o Papa Micau (Papanicolau )?
• Quantos filhos teve? - Pergunta o médico. - Para a retrete foram quatro, senhor doutor, e à pia baptismal levei três.
• Apareceu-me uma ferida, não sei se de infecção se de uma *** mal dada.
• Tenho de ser operado ao stick. Já fui operado aos estículos.
• Quando estou de pau feito... a *** verga.
• O Médico mandou-me lavar a montadeira logo de manhã.
As dores da coluna e do aparelho muscular e esquelético são difíceis de suportar:
• Metade das minhas doenças é desfalsificação dos ossos e intendência para a tensão alta.
• O pouco cálcio que tenho acumula-se na fractura.
• Já tenho os ossos desclassificados.
• Alem das itroses tenho classificação ossal.
• O meu reumatismo é climático.
• É uma dor insepulcrável.
• Tenho artroses remodeladas e de densidade forte.
• Estou desconfiado que tenho uma hérnia de escala.
O português bebe e fuma muito e desculpa-se com frequência:
• Tomo um vinho que não me assobe à cabeça.
• Eu abuso um pouco da água do Luso.
• Não era ébrio nato mas abusava um pouco do álcool
• Fujo dos antibióticos por causa do estômago. Prefiro remédios caseiros, a aguardente queimada faz-me muito bem.
• Eu sou um fumador invertebrado.
O aparelho digestivo origina sempre muitas queixas:
• Fui operado ao panquecas.
• Tive três úlceras: uma macho, uma fêmea e uma de gastrina.
• Ando com o fígado elevado. Já o tive a 40, mas agora está mais baixo.
• Eu era muito encharcado a essa coisa da azia.
• Senhor Doutor a minha mulher tem umas almorródias que com a sua licença nem dá um ***.
• Tenho pedra na basílica.
• O meu marido está internado porque sangra pela via da frente e pinga pela via de trás.
• Fizeram-me um exame que era uma televisão a trabalhar e eu a comer papa.
• Fiz uma mamografia ao intestino.
• O meu filho foi operado ao pence (apêndice) mas não lhe puseram os trenos (drenos), encheu o pipo e teve que pôr o soma (sonda).
Os medicamentos e os seus efeitos prestam-se às maiores confusões:
• Ando a tomar o Esperma Canulado- Espasmo Canulase
• Tenho cataratas na vista e ando a tomar o Simião - Sermion
• Andei a tomar umas injecções de Esferovite - Parenterovit
• Era um antibiótico perlim pim pim mas não me fez nada - Piprilim
• Agora estou melhor, tomo o Bate Certo - Betaserc
• Tomo o Sigerom e o Chico Bem - Stugeron e Gincoben
• Ando a tomar o Castro Leão - Castilium
• Tomei Sexovir - Isovir
• Tomo uma cábulas à noite.
• Tomei uns comprimidos jaunes, assim amarelados.
• Tomo uns comprimidos a modos de umas aboborinhas.
• Receitou-me uns comprimidos que me põem um pouco tonha.
• Estava a ficar com os abéticos no sangue.
• Diz lá no papel que o medicamento podia dar muitas complicações e alienações.
• Quando acordo mais descaída tomo comprimidos de alta potência e fico logo melhor.
• Ó Sra. Enfermeira, ele tem o cu como um véu. O líquido entra e nem actua.
• Na minha opinião sinto-me com melhores sintomas.
O que os doentes pensam do médico:
• Também desculpe, aquela médica não tinha modinhos nenhuns.
• Especialista, médico, mas entendido!.
• Não sou muito afluente de vir aos médicos.
• Quando eu estou mal, os senhores são Deus, mas se me vejo de saúde acho-vos uns estapores.
• Gosto do Senhor Doutor! Diz logo o que tem a dizer, não anda a engasular ninguém.
• Não há melhor doente que eu! Faço tudo o que me mandam, com aquela coisa de não morrer.
Em relação ao doente o humor deve sempre prevalecer sobre a sisudez e o distanciamento. Senão atentem neste clássico:
- Ó Senhor Doutor, e eu posso tomar estes comprimidos com a menstruação?
Ao que o médico retorque:
- Claro que pode. Mas se os tomar com água é capaz de não ser pior ideia. Pelo menos sabe melhor.
O diálogo com um paciente com patologia da boca, olhos, ouvidos, nariz e garganta é sempre um desafio para o clínico:
• A minha expectoração é limpa, assim branquinha, parece com sua licença espermatozóides.
• Quando me assoo dou um traque pelo ouvido, e enquanto não puxar pelo corpo, suar, ou o ***, o nariz não se destapa.
• Não sei se isto que tenho no ouvido é cera ou caruncho.
• Isto deu-me de ter metido a cabeça no frigorífico. Um mês depois fui ao Hospital e disseram-me que tinha bolhas de ar no ouvido.
• Ouço mal, vejo mal, tenho a mente descaída.
• Fui ao Ftalmologista, meteu-me uns parafusinhos nos olhos a ver se as lágrimas saiam.
• Tenho a língua cheia de Áfricas.
• Gostava que as papilas gustativas se manifestassem a meu favor.
• O dente arrecolhia pus e na altura em que arrecolhia às imidulas infeccionava-as.
• A garganta traqueia-me, dá-me aqueles estalinhos e depois fica melhor.
As perturbações da fala impacientam o doente:
• Na voz sinto aquilo tudo embuzinado.
• Não tenho dores, a voz é que está muito fosforenta.
• Tenho humidade gordurosa nas cordas vocais.
• O meu pai morreu de tísica na laringe.
Os problemas da cabeça são muito frequentes:
• Há dias fiz um exame ao capacete no Hospital de S. João.
• Andei num Neurologista que disse que parti o penedo, o rochedo ou lá o que é....
• Fui a um desses médicos que não consultam a gente, só falam pra nós.
• Vem-me muitos palpites ruins, assim de baixo para cima....
• A minha cabecinha começa assim a ferver e fico com ela húmida, assim aos tombos, a trabalhar.
• Ou caiu da burra ou foi um ataque cardeal.
Os aparelhos genitais e urinários são objecto de queixas sui generis:
• Venho aqui mostrar a parreca.
• A minha pardalona está a mudar de cor.
• Às vezes prega-se-me umas comichões nas barbatanas.
• Tenho esta comichão na perseguida porque o meu marido tem uma infecção na ponta da natureza.
• Fazem aqui o Papa Micau (Papanicolau )?
• Quantos filhos teve? - Pergunta o médico. - Para a retrete foram quatro, senhor doutor, e à pia baptismal levei três.
• Apareceu-me uma ferida, não sei se de infecção se de uma *** mal dada.
• Tenho de ser operado ao stick. Já fui operado aos estículos.
• Quando estou de pau feito... a *** verga.
• O Médico mandou-me lavar a montadeira logo de manhã.
As dores da coluna e do aparelho muscular e esquelético são difíceis de suportar:
• Metade das minhas doenças é desfalsificação dos ossos e intendência para a tensão alta.
• O pouco cálcio que tenho acumula-se na fractura.
• Já tenho os ossos desclassificados.
• Alem das itroses tenho classificação ossal.
• O meu reumatismo é climático.
• É uma dor insepulcrável.
• Tenho artroses remodeladas e de densidade forte.
• Estou desconfiado que tenho uma hérnia de escala.
O português bebe e fuma muito e desculpa-se com frequência:
• Tomo um vinho que não me assobe à cabeça.
• Eu abuso um pouco da água do Luso.
• Não era ébrio nato mas abusava um pouco do álcool
• Fujo dos antibióticos por causa do estômago. Prefiro remédios caseiros, a aguardente queimada faz-me muito bem.
• Eu sou um fumador invertebrado.
O aparelho digestivo origina sempre muitas queixas:
• Fui operado ao panquecas.
• Tive três úlceras: uma macho, uma fêmea e uma de gastrina.
• Ando com o fígado elevado. Já o tive a 40, mas agora está mais baixo.
• Eu era muito encharcado a essa coisa da azia.
• Senhor Doutor a minha mulher tem umas almorródias que com a sua licença nem dá um ***.
• Tenho pedra na basílica.
• O meu marido está internado porque sangra pela via da frente e pinga pela via de trás.
• Fizeram-me um exame que era uma televisão a trabalhar e eu a comer papa.
• Fiz uma mamografia ao intestino.
• O meu filho foi operado ao pence (apêndice) mas não lhe puseram os trenos (drenos), encheu o pipo e teve que pôr o soma (sonda).
Os medicamentos e os seus efeitos prestam-se às maiores confusões:
• Ando a tomar o Esperma Canulado- Espasmo Canulase
• Tenho cataratas na vista e ando a tomar o Simião - Sermion
• Andei a tomar umas injecções de Esferovite - Parenterovit
• Era um antibiótico perlim pim pim mas não me fez nada - Piprilim
• Agora estou melhor, tomo o Bate Certo - Betaserc
• Tomo o Sigerom e o Chico Bem - Stugeron e Gincoben
• Ando a tomar o Castro Leão - Castilium
• Tomei Sexovir - Isovir
• Tomo uma cábulas à noite.
• Tomei uns comprimidos jaunes, assim amarelados.
• Tomo uns comprimidos a modos de umas aboborinhas.
• Receitou-me uns comprimidos que me põem um pouco tonha.
• Estava a ficar com os abéticos no sangue.
• Diz lá no papel que o medicamento podia dar muitas complicações e alienações.
• Quando acordo mais descaída tomo comprimidos de alta potência e fico logo melhor.
• Ó Sra. Enfermeira, ele tem o cu como um véu. O líquido entra e nem actua.
• Na minha opinião sinto-me com melhores sintomas.
O que os doentes pensam do médico:
• Também desculpe, aquela médica não tinha modinhos nenhuns.
• Especialista, médico, mas entendido!.
• Não sou muito afluente de vir aos médicos.
• Quando eu estou mal, os senhores são Deus, mas se me vejo de saúde acho-vos uns estapores.
• Gosto do Senhor Doutor! Diz logo o que tem a dizer, não anda a engasular ninguém.
• Não há melhor doente que eu! Faço tudo o que me mandam, com aquela coisa de não morrer.
Em relação ao doente o humor deve sempre prevalecer sobre a sisudez e o distanciamento. Senão atentem neste clássico:
- Ó Senhor Doutor, e eu posso tomar estes comprimidos com a menstruação?
Ao que o médico retorque:
- Claro que pode. Mas se os tomar com água é capaz de não ser pior ideia. Pelo menos sabe melhor.