Um rapaz novo e simpatico que vendia coisas ao meu dono. Cada vez que ia a minha casa, eu corria para ele para a habitual festa na cabeça e um olá. Gostava dele.
Um dia apos uma venda, o meu dono comentou que queria dar-me, senão tinha de ir para o canil, pois não haveria espaço, ou então adormecer-me.
Ele dirigiu-se a mim e sorriu. Vim embora...
Cheguei a aldeia. Que mundo!! E aguardei dentro do carro alguns minutos.
O rapaz simpatico foi falar com os pais. Nesse momento nao tinham nenhum outro cao:
- Este é o Noddy- ouvi o meu nome- e vai ficar por cá.
Nao gostei da cara deles, mas aceitaram-me.
De repente saiu-se uma caxopa de nao sei onde, pegou me ao colo e apresentou me o terreno. Imediatamente achei piada aos bichos de pelo estranho. chamavam-lhe ovelhas. que nome tao estranho! mas nao me aproximei, por medo e por ter ouvido a palavra que me dizia que não deveria faze-lo.
-como é que se chama?
-Noddy-respondeu.
-Nepias, vai ser Dino. Tem ar de cavalão como o bacano da morangada…
-olha pronto!
Andei a brincar durante toda a tarde com o rapaz simpatico, o meu novo dono e a irmã. ao inicio da noite fui para dentro. Dormi na minha cama improvisada, ja que ninguem estava a espera de mim! mas mesmo assim tudo foi perfeito durante longos meses.
Crescia todos os dias... Estava a ficar tao grande! E cada vez que ia passear corria para toda a gente para brincar mas tinham medo de mim... Eu nao ligava. achava que eram todos malucos.
Quando eu vi o meu corpo a transformar-se tao depressa, sentia me uma criança grande.
Por fim o dia
Por fim o encontro. Aproveitei a distração e... corri para os campos…
Vi um daqueles bichos e surpreendentemente nao tive medo. Avancei, curioso... ela correu, ouvi gritos do dono, que tinha ido atrás de mim… nao liguei. Queria ver aquilo... ela corria cada vez mais, eu queria apanha-la! Ouvi gritos da dona… não quis saber, não liguei. Queria apanha-la! e apanhei, por fim...Ela deitou-se, o dono aproximou-se, deu-me uma xapada, mas senti que algo estava errado. nao gostei da cara dele.
O bicho que eu tinha apanhado nao se levantou.
Passados dias, o meu dono andava preocupado.Sempre a falar com os vizinhos... Algo nao batia bem.
Vi mudanças.
Um largo...Um abrigo... Uma casota... Uma corrente. Recipientes… Ouvi ralhar, ouvi tudo de tanta gente..
Gente zangada, gente chorosa…
A dona pedia para nao fazerem aquilo, que ela responsabilizava-se. Mas fui preso por medo e frustração dos vizinhos.
A dona chorava, os vizinhos estavam felizes e o dono so olhava para mim e pedia desculpa.
Uivei, chorei, a espera da noite, da vinda de todos para o passeio, para a brincadeira. Todos os dias corria, e depois voltava para casa… mas durante o dia estava sempre com aquela coisa no pescoço.
Cada vez que me soltam, estou sempre a ver se consigo ir ter com elas. Para as ver correr… Correr até não se levantarem…
Mas não posso.
Assim, tenho de estar sempre pela trela.
E assim o tempo foi passando.
Por fim vejo o meu dono a caminhar para mim, dizer o olá habitual e dizer-me até logo.
Mas passa-se sempre tanto tempo.. Ele já não vem porque?
Agora é sempre a minha dona a passear, a brincar. Tenho saudades dele, do sorriso e da festa habitual.
Mas ele tem uma família, um apartamento.
E eu aqui ando… Aos pulos a assustar quem passa sem compreender o motivo que instantaneamente agarram os filhos.
Afinal sou so uma criança grande, que quer correr muito mas sempre com o olhar atento dos vizinhos.
Já me tentaram envenenar
Já me quiseram bater
Só por ser grande
Mas consigo sempre levar a melhor.
Tenho quem me defenda
Tenho quem me alimente
Tenho com quem brincar
Tenho uma cama quente
Tenho quem me passeie
Tenho quem corra ao meu lado
Tenho olás e miminhos
Tenho carinho!
E defendo quem mo dá, coisa que ninguem parece compreender!
Apesar da trela e corrente durante o dia, sei k é por alguma razão
Eles dizem que é para o meu bem
E até agora não me tem faltado nada essencial!

Adoro-te Dino. Vou lutar sempre por ti e pela tua vida em condiçoes independentemente de tudo! Desculpa-me.