O que é detecção precoce ou screening de um tipo de cancro?
Detecção precoce ou screening para um tipo de cancro é o processo de procurar um determinado tipo de cancro na sua fase inicial, antes mesmo que ele cause algum tipo de sintoma. Em alguns tipos de cancro, o médico pode avaliar qual grupo de pessoas corre mais risco de desenvolver um tipo específico de cancro por causa de sua história familiar, por causa das doenças que já teve ou por causa dos hábitos que tem, como fumar, beber bebidas de álcool ou comer dieta rica em gorduras.
A isso se chama factores de risco e as pessoas que têm esses factores pertencem a um grupo de risco. Para essas pessoas, o médico pode indicar um determinado teste ou exame para detecção precoce daquele cancro e com que frequência esse teste ou exame deve ser feito. Para a maioria dos cancros, quanto mais cedo (mais precoce) se diagnostica o cancro, mais chance essa doença tem de ser combatida.
Qual é o teste que diagnostica precocemente o cancro de testículo?
Os testículos são as glândulas sexuais masculinas que correspondem aos ovários das mulheres e que estão envolvidos na "fabricação" do espermatozóide e na produção de hormonas masculinas, a testosterona.
Eles estão localizados atrás do pénis dentro de uma bolsa de pele, a bolsa escrotal.
A maioria dos cancros de testículo são diagnosticados pelo próprio paciente, que acidentalmente ou por um auto-exame intencional, palpa um nódulo ou um aumento em um dos testículos. Às vezes essas alterações são detectadas em um exame físico feito pelo seu médico.
Esse tipo de tumor é raro e é curável, em grande parte das vezes, mesmo naqueles que têm doença mais avançada.
Como se faz esse exame?
O médico ou a pessoa mesmo, quando orientada, examina os testículos através da:
Inspecção:
Ou seja, olhando a bolsa escrotal para ver se tem algum abaulamento na pele ou retracção.
Palpação:
A melhor altura para fazer este auto-exame é após o duche. A água quente relaxa as paredes musculares e promove a descida dos testículos na bolsa escrotal, o que facilita a sua palpação. Este auto-exame deve ser feito uma vez por mês.

O que procurar:
Em pé olhar-se no espelho, para observar se há alguma alteração de tamanho nos testículos – é normal um testículo ser ligeiramente maior e mais descido que o outro. Habituando-se a observar o seu corpo vai conhecê-lo bem e saberá quando há alguma alteração.
Colocar a mão em concha sob o escroto e avaliar se há alguma alteração;
Usando o polegar e segundo dedo pince cada um dos testículos, fazendo-os deslizar sob os dedos, de forma a detectar uma tumefacção ou alteração na forma de cada um dos testículos. Faça-o num testículo de cada vez.

Há um ligeiro nódulo que poderá sentir durante esta palpação, por trás do testículo. Este nódulo é o Epidídimo, um canal que é nódulado na zona testicular e que serve de passagem aos espermatozóides. Detectar se há uma dor ou desconforto ao palpar esta região.
Percorrer o epididímo ao longo do escroto para avaliar a presença de uma tumefacção ou outra alteração ao longo deste canal.

Não há estudos comprovando que fazer esses exames rotineiramente diminui a mortalidade por esse tipo de tumor, principalmente, porque esses tumores são na sua maioria diagnosticados na sua fase inicial. Porém, como o tratamento é mais longo, quanto mais avançada está a doença (ou seja, é mais difícil de eliminá-la) e maior é a mortalidade dos pacientes diagnosticados com estágios mais avançados desse tipo de tumor, é razoável se imaginar que uma investigação precoce e rotineira diminuiria as doenças associadas ao tratamento e as mortes decorrentes dessas doenças e do próprio cancro diminuiriam.
Quais os sintomas que constituem sinais de alarme:
A maior parte dos doentes apresentam-se com inchaço, dor ou rigidez testicular. Algumas massas são assintomáticas. Se, após um período de observação de duas semanas, a massa persiste, é necessária uma ultrasonografia. Se o exame é anormal, deve-se efectuar uma biópsia cirúrgica através de uma orquiectomia (ressecção do testículo) inguinal. Apresentações clínicas menos comuns incluem ginecomastia (alargamento das glândulas mamárias), dor nas costas, obstrução da veia cava superior e hemoptises (expectoração sanguinolenta).
Outros sintomas são:
Emissão de pus através do pénis.
Sensação de peso ou desconforto no escroto ou virilhas.
Quais são os factores de risco mais comuns para o cancro de testículo?
Idade:
Diferente da maioria dos tumores, o cancro de testículo é mais comum em jovens do que em velhos, sendo os tumores mais comuns os que acometem homens entre 20 e 40 anos
História familiar:
Homens com história familiar de cancro de testículo podem ter o seu risco aumentado para esse tipo de doença
Condições hereditárias (alterações genéticas):
Homens que nasceram com disgenesia gonadal (condição em que há um defeito no desenvolvimento do testículo ainda na vida intra-uterina) ou Síndrome de Klinefelter (alteração na determinação genética do sexo) podem ter risco aumentado para o cancro de testículo
História pessoal:
Homens em que o testículo não desceu para a bolsa escrotal ou que já tiveram cancro em um dos testículos, também têm risco aumentado
Raça:
Esse tumor é mais comum em homens da raça branca.
Fontes:
http://medicosdeportugal.saude.sapo.pt/ ... nt_id/333/
http://enfermagem-virtual.blogspot.com/ ... -agir.html
http://www.medicinaealimentacao.com/?id ... los-Brasil