A Internet torna-nos mais inteligentes?
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Achei muito interessante este artigo, pelo que reslvi partilhá-lo aqui:
«Entrevista Don Tapscott
A Internet deixa-nos mais inteligentes
07.07.2010 - 09:10 Por João Pedro Pereira
Don Tapscott conduziu um projecto de investigação com um orçamento de quatro milhões de dólares e que envolveu 11 mil jovens em vários países. Os resultados contrariam muitas das críticas comuns ao impacto das novas tecnologias.
Investigador, professor universitário, consultor e autor de vários livros, Don Tapscott, um canadiano nascido em 1947, lançou, em 1997, o livro “Growing Up Digital - The Rise of the Net Generation”.
Mais de uma década depois, e tendo por base um projecto de investigação milionário, voltou ao tema e publicou, em 2008, “Grown Up Digital: How the Net Generation is Changing Your World” (pelo meio, escreveu outros quatro livros sobre o impacto das tecnologias, incluindo, em co-autoria, o best-seller Wikinomics).
Tapscott - que há um ano sugeriu a Barack Obama que pusesse os olhos na iniciativa portuguesa de distribuir computadores aos alunos - esteve em Portugal para a conferência A Escola do Futuro na Era da Economia Digital (organização Diário Económico). Depois da extensa investigação, Tapscott chegou à conclusão de que a maioria das críticas às novas tecnologias é infundada. Mas defende serem precisas muitas mudanças para se aproveitar o potencial da geração que já cresceu online.
Há muita gente a defender que as novas tecnologias estão a criar cérebros preguiçosos, a diminuir a capacidade de atenção e de sociabilização. Há até quem tenha escrito que o Google nos está a tornar estúpidos. A sua posição é que todas estas afirmações são erradas?
Acredito que boa parte do impacto da revolução digital na forma como pensamos, colaboramos e trabalhamos ainda é desconhecido. Mas não concordo, em geral, com quem diz isso. Os dados simplesmente não sustentam essas afirmações. Os jovens são mais espertos do que nunca, o QI está ao nível mais alto de sempre, há mais estudantes a licenciarem-se. Sou contra os argumentos de que os jovens só pensam em 140 caracteres [o limite de caracteres para as mensagens no Twitter] ou têm o nível de atenção de uma mosca.
Mas há um problema. Um terço desta geração é espectacular. Outro terço está a safar-se bastante bem. Mas os que estão em baixo, mesmo em países como os EUA, Canadá ou Portugal, nem sequer estão a acabar o liceu. Sempre foi assim, mas não devia ser. Devíamos ter melhorias nesse último terço, mas isso não está a acontecer. Algumas pessoas culpam a Internet. Mas isso é como culpar a biblioteca pela ignorância dos alunos.
Na sua pesquisa não encontrou nenhuma consequência negativa do uso das tecnologias?
Há todo o tipo de problemas. Os jovens precisam de equilíbrio e às vezes perdem-no. A minha mulher é portuguesa e está a visitar família aqui. Um dos miúdos joga videojogos 40 horas por semana. É demasiado. A privacidade também é outro problema. Os jovens expõem demasiada informação.
E isso é um problema ou é simplesmente uma questão de divisão geracional sobre o que é a privacidade?
Há muitas pessoas que não vão conseguir o emprego dos seus sonhos porque alguém os pesquisou e os viu bêbados [numa foto] no Facebook, ou a dizer algo que não deviam.
Cada um de nós está a criar uma versão virtual de si próprio. E este eu virtual sabe mais sobre nós do que nós próprios, porque nós não nos lembramos do que dissemos há anos. Isto cria uma situação em que a informação pode ser usada contra a pessoa, nomeadamente pelo Estado. Nós não temos problemas, porque temos governos democráticos. Mas ainda sou do tempo em que não havia um governo democrático em Portugal.
Os jovens não estão cientes desses riscos ou simplesmente não querem saber?
A minha pesquisa diz-me que os jovens estão a disponibilizar mais informações do que os mais velhos. Mas um estudo recente do PEW [um centro de investigação e think tank americano] disse que os jovens tinham mais conhecimento sobre os problemas da privacidade do que os mais velhos. Simplesmente porque cresceram a fazer isto. A geração da minha filha (ela está na casa dos 20) tem regras claras sobre que fotos podem ser postas no Facebook. Se numa festa alguém tira uma foto, essa pessoa não a pode pôr no Facebook sem autorização.
Defende que já não há um grande fosso entre gerações. Porquê?
Nos anos 1960 havia um fosso geracional. Havia grandes diferenças entre os estilos de vida, valores, música e ideias dos filhos e dos pais. Mas nós entrevistámos 11 mil jovens em dez países e hoje em dia os pais e os filhos dão-se bem. Quando se pergunta a um adolescente quem é o seu herói, mais de metade escolhe um dos pais. Nos anos 60 seria o John Lennon ou o Che Guevara. O meu iPod e o iPod dos meus filhos têm muitas canções em comum. Já os meus pais nem sequer gostavam dos Beatles.
Mas há potencial para um conflito de gerações. Há potencial para que uma geração expluda de uma forma que fará com que os anos 60 pareçam um piquenique. Já é possível ver isso em alguns países, como o Irão [um dos países mais jovens do mundo, onde mais de dois terços da população tem menos de 30 anos].
Mas o Irão não é um país democrático. Que razões terá esta geração para explodir nos países democráticos?
Que tal 40 por cento de desemprego em Espanha? [O desemprego] é um grande problema. É a geração mais esperta de sempre, é globalizada, tem ferramentas fabulosas. Se não tiver como ganhar a vida, vai começar a questionar o funcionamento da sociedade. E isso é um conflito de gerações.
Um dos seus elogios aos jovens tem a ver com a existência de valores fortes, nomeadamente políticos. Mas os jovens parecem alheados da política, nem sequer estão a votar muito.
O voluntariado de jovens, tanto do liceu como de universitários, está, em muitos países, num nível recorde. Desde angariar dinheiro para a luta contra o cancro, até voluntariado em partidos políticos, passando por manifestações em favor dos direitos humanos na China. Mas esse é um bom ponto: os dados mostram que os jovens estão a votar menos. Excepto nos EUA. A diferença é que os EUA tiveram um candidato que se dirigiu aos jovens [Barack Obama].
Isso foi por causa das ideias ou pelo facto de Obama ter usado todo o tipo de ferramentas on-line, desde o Twitter ao Facebook?
Ambos. Uma das razões pelas quais os jovens não estão envolvidos nas instituições democráticas é o facto de os modelos estarem errados. Temos um modelo de democracia com 100 anos: "Eu sou um político. Ouçam-me. Votem em mim. E depois vou dirigir-me durante quatro anos a receptores passivos." O cidadão vota, o político governa. Isso está bem para a minha geração. Eu cresci a ser um receptor passivo. Cresci a ver televisão 24 horas por semana, como todos os baby boomers. As escolas transmitiam-me informações e eu era um receptor passivo. Ia à igreja, onde era a mesma coisa. Cresci num modelo de família onde a comunicação funcionava só num sentido [dos pais para os filhos]. Mas estes jovens estão a crescer de forma interactiva, habituados a colaborar e a serem activos.
Muitas das instituições, como a escola e a igreja, ainda têm um modelo de comunicação unidireccional.
Isso está a mudar. Lentamente. Estamos aqui por causa desta iniciativa do e-escola. Isto não é uma questão tecnológica. Algumas pessoas pensam que sim, mas estão enganadas. É uma questão de mudar o modelo de pedagogia, afastá-lo do modelo de transmissão unidireccional. Todas as instituições precisam de mudar: a democracia, a aprendizagem nas escolas, os modelos de trabalho.
Acha que esta mudança vai acontecer quando esta geração for mais velha e estiver em posição de poder ou acontecerá antes disso?
Já há tensão. Há uma barreira geracional em muitas instituições. Por exemplo, nos locais de trabalho. Quando os jovens chegam ao mercado de trabalho, têm na mão ferramentas melhores do que as que existem nos governos e nas empresas. Têm toda uma cultura de colaboração. E nós o que fazemos? Fechamo-los em cubículos e tratamo-los como o Dilbert [o personagem criado pelo cartoonista Scott Adams]. Banimos as ferramentas que têm. Há empresas que proíbem o Facebook.
Não há o risco de desperdiçarem tempo com essas ferramentas?
O tempo que os jovens passam online não é roubado ao tempo que passam com os amigos, ou em que estão a fazer os trabalhos de casa ou a trabalhar no emprego. É roubado, sobretudo, à televisão. É isso que os dados mostram. Há quem diga que os jovens ainda vêem demasiada televisão. Mas estão a ver menos e estão a ver de forma diferente. Têm o computador ligado e a televisão é música ambiente, ao fundo. Há quem confunda o monitor da televisão com o monitor do computador. Mas têm efeitos opostos em termos de desenvolvimento do cérebro.
Se os jovens estão no local de trabalho a desperdiçar tempo no Facebook, isso não é um problema de tecnologia. É um problema de fluxos de trabalho, motivação, supervisão. A minha geração não entende a cultura de colaboração, não entende as novas ferramentas e não entende a nova geração. Os blogues, redes sociais, wikis são o novo sistema operativo das empresas.
Apesar de tudo isso, quem cria e determina o funcionamento de muitas das novas ferramentas são pessoas que estão na casa dos 50 anos e não na casa dos 20.
Isso é irrelevante. Não quero saber quem faz as ferramentas. Estamos a falar da primeira geração de nativos digitais. O Steve Jobs [da Apple] e o Michael Dell [fundador da empresa de computadores Dell] já usavam tecnologia quando eram adolescentes, por isso, de certo modo, estavam à frente. Eu comecei a usar computadores quando tinha 25 anos. O período crítico é dos 8 aos 18. E a forma como se passa o tempo nessa idade é, a seguir aos genes, a variável mais importante a determinar o funcionamento do cérebro. Quem passa 24 horas por semana a ser um receptor passivo de televisão tem um determinado tipo de cérebro. Quem passa esse tempo a ser um utilizador activo de informação, tem outro tipo de cérebro, que é um cérebro melhor, mais apropriado ao século XXI.»
in http://www.publico.pt/Tecnologia/a-inte ... es_1445569
«Entrevista Don Tapscott
A Internet deixa-nos mais inteligentes
07.07.2010 - 09:10 Por João Pedro Pereira
Don Tapscott conduziu um projecto de investigação com um orçamento de quatro milhões de dólares e que envolveu 11 mil jovens em vários países. Os resultados contrariam muitas das críticas comuns ao impacto das novas tecnologias.
Investigador, professor universitário, consultor e autor de vários livros, Don Tapscott, um canadiano nascido em 1947, lançou, em 1997, o livro “Growing Up Digital - The Rise of the Net Generation”.
Mais de uma década depois, e tendo por base um projecto de investigação milionário, voltou ao tema e publicou, em 2008, “Grown Up Digital: How the Net Generation is Changing Your World” (pelo meio, escreveu outros quatro livros sobre o impacto das tecnologias, incluindo, em co-autoria, o best-seller Wikinomics).
Tapscott - que há um ano sugeriu a Barack Obama que pusesse os olhos na iniciativa portuguesa de distribuir computadores aos alunos - esteve em Portugal para a conferência A Escola do Futuro na Era da Economia Digital (organização Diário Económico). Depois da extensa investigação, Tapscott chegou à conclusão de que a maioria das críticas às novas tecnologias é infundada. Mas defende serem precisas muitas mudanças para se aproveitar o potencial da geração que já cresceu online.
Há muita gente a defender que as novas tecnologias estão a criar cérebros preguiçosos, a diminuir a capacidade de atenção e de sociabilização. Há até quem tenha escrito que o Google nos está a tornar estúpidos. A sua posição é que todas estas afirmações são erradas?
Acredito que boa parte do impacto da revolução digital na forma como pensamos, colaboramos e trabalhamos ainda é desconhecido. Mas não concordo, em geral, com quem diz isso. Os dados simplesmente não sustentam essas afirmações. Os jovens são mais espertos do que nunca, o QI está ao nível mais alto de sempre, há mais estudantes a licenciarem-se. Sou contra os argumentos de que os jovens só pensam em 140 caracteres [o limite de caracteres para as mensagens no Twitter] ou têm o nível de atenção de uma mosca.
Mas há um problema. Um terço desta geração é espectacular. Outro terço está a safar-se bastante bem. Mas os que estão em baixo, mesmo em países como os EUA, Canadá ou Portugal, nem sequer estão a acabar o liceu. Sempre foi assim, mas não devia ser. Devíamos ter melhorias nesse último terço, mas isso não está a acontecer. Algumas pessoas culpam a Internet. Mas isso é como culpar a biblioteca pela ignorância dos alunos.
Na sua pesquisa não encontrou nenhuma consequência negativa do uso das tecnologias?
Há todo o tipo de problemas. Os jovens precisam de equilíbrio e às vezes perdem-no. A minha mulher é portuguesa e está a visitar família aqui. Um dos miúdos joga videojogos 40 horas por semana. É demasiado. A privacidade também é outro problema. Os jovens expõem demasiada informação.
E isso é um problema ou é simplesmente uma questão de divisão geracional sobre o que é a privacidade?
Há muitas pessoas que não vão conseguir o emprego dos seus sonhos porque alguém os pesquisou e os viu bêbados [numa foto] no Facebook, ou a dizer algo que não deviam.
Cada um de nós está a criar uma versão virtual de si próprio. E este eu virtual sabe mais sobre nós do que nós próprios, porque nós não nos lembramos do que dissemos há anos. Isto cria uma situação em que a informação pode ser usada contra a pessoa, nomeadamente pelo Estado. Nós não temos problemas, porque temos governos democráticos. Mas ainda sou do tempo em que não havia um governo democrático em Portugal.
Os jovens não estão cientes desses riscos ou simplesmente não querem saber?
A minha pesquisa diz-me que os jovens estão a disponibilizar mais informações do que os mais velhos. Mas um estudo recente do PEW [um centro de investigação e think tank americano] disse que os jovens tinham mais conhecimento sobre os problemas da privacidade do que os mais velhos. Simplesmente porque cresceram a fazer isto. A geração da minha filha (ela está na casa dos 20) tem regras claras sobre que fotos podem ser postas no Facebook. Se numa festa alguém tira uma foto, essa pessoa não a pode pôr no Facebook sem autorização.
Defende que já não há um grande fosso entre gerações. Porquê?
Nos anos 1960 havia um fosso geracional. Havia grandes diferenças entre os estilos de vida, valores, música e ideias dos filhos e dos pais. Mas nós entrevistámos 11 mil jovens em dez países e hoje em dia os pais e os filhos dão-se bem. Quando se pergunta a um adolescente quem é o seu herói, mais de metade escolhe um dos pais. Nos anos 60 seria o John Lennon ou o Che Guevara. O meu iPod e o iPod dos meus filhos têm muitas canções em comum. Já os meus pais nem sequer gostavam dos Beatles.
Mas há potencial para um conflito de gerações. Há potencial para que uma geração expluda de uma forma que fará com que os anos 60 pareçam um piquenique. Já é possível ver isso em alguns países, como o Irão [um dos países mais jovens do mundo, onde mais de dois terços da população tem menos de 30 anos].
Mas o Irão não é um país democrático. Que razões terá esta geração para explodir nos países democráticos?
Que tal 40 por cento de desemprego em Espanha? [O desemprego] é um grande problema. É a geração mais esperta de sempre, é globalizada, tem ferramentas fabulosas. Se não tiver como ganhar a vida, vai começar a questionar o funcionamento da sociedade. E isso é um conflito de gerações.
Um dos seus elogios aos jovens tem a ver com a existência de valores fortes, nomeadamente políticos. Mas os jovens parecem alheados da política, nem sequer estão a votar muito.
O voluntariado de jovens, tanto do liceu como de universitários, está, em muitos países, num nível recorde. Desde angariar dinheiro para a luta contra o cancro, até voluntariado em partidos políticos, passando por manifestações em favor dos direitos humanos na China. Mas esse é um bom ponto: os dados mostram que os jovens estão a votar menos. Excepto nos EUA. A diferença é que os EUA tiveram um candidato que se dirigiu aos jovens [Barack Obama].
Isso foi por causa das ideias ou pelo facto de Obama ter usado todo o tipo de ferramentas on-line, desde o Twitter ao Facebook?
Ambos. Uma das razões pelas quais os jovens não estão envolvidos nas instituições democráticas é o facto de os modelos estarem errados. Temos um modelo de democracia com 100 anos: "Eu sou um político. Ouçam-me. Votem em mim. E depois vou dirigir-me durante quatro anos a receptores passivos." O cidadão vota, o político governa. Isso está bem para a minha geração. Eu cresci a ser um receptor passivo. Cresci a ver televisão 24 horas por semana, como todos os baby boomers. As escolas transmitiam-me informações e eu era um receptor passivo. Ia à igreja, onde era a mesma coisa. Cresci num modelo de família onde a comunicação funcionava só num sentido [dos pais para os filhos]. Mas estes jovens estão a crescer de forma interactiva, habituados a colaborar e a serem activos.
Muitas das instituições, como a escola e a igreja, ainda têm um modelo de comunicação unidireccional.
Isso está a mudar. Lentamente. Estamos aqui por causa desta iniciativa do e-escola. Isto não é uma questão tecnológica. Algumas pessoas pensam que sim, mas estão enganadas. É uma questão de mudar o modelo de pedagogia, afastá-lo do modelo de transmissão unidireccional. Todas as instituições precisam de mudar: a democracia, a aprendizagem nas escolas, os modelos de trabalho.
Acha que esta mudança vai acontecer quando esta geração for mais velha e estiver em posição de poder ou acontecerá antes disso?
Já há tensão. Há uma barreira geracional em muitas instituições. Por exemplo, nos locais de trabalho. Quando os jovens chegam ao mercado de trabalho, têm na mão ferramentas melhores do que as que existem nos governos e nas empresas. Têm toda uma cultura de colaboração. E nós o que fazemos? Fechamo-los em cubículos e tratamo-los como o Dilbert [o personagem criado pelo cartoonista Scott Adams]. Banimos as ferramentas que têm. Há empresas que proíbem o Facebook.
Não há o risco de desperdiçarem tempo com essas ferramentas?
O tempo que os jovens passam online não é roubado ao tempo que passam com os amigos, ou em que estão a fazer os trabalhos de casa ou a trabalhar no emprego. É roubado, sobretudo, à televisão. É isso que os dados mostram. Há quem diga que os jovens ainda vêem demasiada televisão. Mas estão a ver menos e estão a ver de forma diferente. Têm o computador ligado e a televisão é música ambiente, ao fundo. Há quem confunda o monitor da televisão com o monitor do computador. Mas têm efeitos opostos em termos de desenvolvimento do cérebro.
Se os jovens estão no local de trabalho a desperdiçar tempo no Facebook, isso não é um problema de tecnologia. É um problema de fluxos de trabalho, motivação, supervisão. A minha geração não entende a cultura de colaboração, não entende as novas ferramentas e não entende a nova geração. Os blogues, redes sociais, wikis são o novo sistema operativo das empresas.
Apesar de tudo isso, quem cria e determina o funcionamento de muitas das novas ferramentas são pessoas que estão na casa dos 50 anos e não na casa dos 20.
Isso é irrelevante. Não quero saber quem faz as ferramentas. Estamos a falar da primeira geração de nativos digitais. O Steve Jobs [da Apple] e o Michael Dell [fundador da empresa de computadores Dell] já usavam tecnologia quando eram adolescentes, por isso, de certo modo, estavam à frente. Eu comecei a usar computadores quando tinha 25 anos. O período crítico é dos 8 aos 18. E a forma como se passa o tempo nessa idade é, a seguir aos genes, a variável mais importante a determinar o funcionamento do cérebro. Quem passa 24 horas por semana a ser um receptor passivo de televisão tem um determinado tipo de cérebro. Quem passa esse tempo a ser um utilizador activo de informação, tem outro tipo de cérebro, que é um cérebro melhor, mais apropriado ao século XXI.»
in http://www.publico.pt/Tecnologia/a-inte ... es_1445569
«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke
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O que esse senhor defende, seria verdade e correcto se, os jovens dessa nova geração digital, utilizassem a internet como ferramente de pesquisa e cultura, o que na realidade não acontece ou acontece em pequena percentagem.
Essa dita geração digital, pouco mais conhece que hi5, msn, facebook... não sabem escrever (minimamente) correctamente e não sabem pensar por eles próprios.
Essa dita geração digital, pouco mais conhece que hi5, msn, facebook... não sabem escrever (minimamente) correctamente e não sabem pensar por eles próprios.
Tassebem, obrigado por partilhares isto! element, não concordo e explico-te o porquê: a internet não ensina a escrever. Isso dos jovens não saberem escrever vem da escola e do nosso ensino que está muito facilitado. Mas há que ver as coisas em perspectiva: Mesmo que os jovens tenham preguiça e não usem a internet para pesquisar muito, ainda usam qualquer coisa (nem que seja para vir perguntar em foruns coisas que podiam ser descobertas com 1 simples pesquisa
), mas isso continua a ser mais fácil que ir a uma biblioteca, rezar pra que esta tenha um livro com o conteúdo que queremos, e conseguir encontrá-lo! Isso já existia, mas estava restrito a um número muito pequeno de pessoas!
E em relação ao perguntarem em foruns em vez de procurarem por iniciativa própria tem muito a ver com a sociedade de hoje em dia, mas isso é tema pra outro tópico

E em relação ao perguntarem em foruns em vez de procurarem por iniciativa própria tem muito a ver com a sociedade de hoje em dia, mas isso é tema pra outro tópico
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Concordo. Isso faz-me lembrar uma anedota muito gira, mas que não posso contar aqui.cfrag Escreveu:Tassebem, obrigado por partilhares isto! element, não concordo e explico-te o porquê: a internet não ensina a escrever. Isso dos jovens não saberem escrever vem da escola e do nosso ensino que está muito facilitado. Mas há que ver as coisas em perspectiva: Mesmo que os jovens tenham preguiça e não usem a internet para pesquisar muito, ainda usam qualquer coisa (nem que seja para vir perguntar em foruns coisas que podiam ser descobertas com 1 simples pesquisa), mas isso continua a ser mais fácil que ir a uma biblioteca, rezar pra que esta tenha um livro com o conteúdo que queremos, e conseguir encontrá-lo! Isso já existia, mas estava restrito a um número muito pequeno de pessoas!
E em relação ao perguntarem em foruns em vez de procurarem por iniciativa própria tem muito a ver com a sociedade de hoje em dia, mas isso é tema pra outro tópico
É que, perguntando nos fóruns, "sempre se cumbibe"!


«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke
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É, uns cumbibe outros cumbabete, e outros ainda cunlindor, mas ke ke kerem, pesquisasse e aprendesse até morrerTassebem Escreveu:Concordo. Isso faz-me lembrar uma anedota muito gira, mas que não posso contar aqui.cfrag Escreveu:Tassebem, obrigado por partilhares isto! element, não concordo e explico-te o porquê: a internet não ensina a escrever. Isso dos jovens não saberem escrever vem da escola e do nosso ensino que está muito facilitado. Mas há que ver as coisas em perspectiva: Mesmo que os jovens tenham preguiça e não usem a internet para pesquisar muito, ainda usam qualquer coisa (nem que seja para vir perguntar em foruns coisas que podiam ser descobertas com 1 simples pesquisa), mas isso continua a ser mais fácil que ir a uma biblioteca, rezar pra que esta tenha um livro com o conteúdo que queremos, e conseguir encontrá-lo! Isso já existia, mas estava restrito a um número muito pequeno de pessoas!
E em relação ao perguntarem em foruns em vez de procurarem por iniciativa própria tem muito a ver com a sociedade de hoje em dia, mas isso é tema pra outro tópico
É que, perguntando nos fóruns, "sempre se cumbibe"!![]()

« Se ouvir, esqueço, mas se vir, nunca mais esqueço » (Confúcio) http://www.youtube.com/watch?v=8n2WKBoA9gY&aia=true
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Bondage2010 Escreveu:http://www.youtube.com/watch?v=o_Q36q2hmao




Última edição por jofelix em sábado jul 10, 2010 9:56 pm, editado 1 vez no total.
« Se ouvir, esqueço, mas se vir, nunca mais esqueço » (Confúcio) http://www.youtube.com/watch?v=8n2WKBoA9gY&aia=true
«None are more hopelessly enslaved than those who falsely believe they are free»
bom topico.
então da minha parte cá fica:
a internet é a forma mais genuina de democratização do acesso ao saber.
é uma ferramente poderosa mas sub-aproveitada por uma grande percentagem dos seus utilizadores... nos quais obviamente me incluo também... depende dos dias.
as redes sociais e toda a complexidade e controversia que envolvem, prende-se não com a web per se, mas com a propria forma, tantas vezes sordida, com que o ser humano consegue perverter toda e qualquer forma de relacionamento.
ou seja... algo que seria uma fonte de contacto saudavel... torna-se tantas vezes abrigo de pedofilos, criminosos e dementes, etc.
mas todos estes desvios já existiam na mente humana antes da alvorada dos tempos.
cabe-nos somente a nós , a cada um de nós, saber separar o trigo do joio.
admito que o joio seja maioritario, mas de quando em vez lá aparece trigo de boa colheita... é como tudo na vida.
em relação à forma de escrever online... é um fenomeno que se está a verificar em todos os idiomas... não é exclusividade nossa nem por sombras. Pelo que nada tem que ver com o nosso sistema de ensino... sendo isso sim um fenomeno global que poderá , deverá e será com toda a certeza analisado pela propria linguistica.
muito haveria ainda para dissertar mas em suma quero partilhar esta frase que não é minha... pertence a um filme que vi recentemente e que diz algo como:
"A internet é a única coisa que foi criada pela Humanidade e com a qual a mesma não sabe lidar."
verdade ou não...pouco importa... ela faz parte das nossas vidas e veio para ficar. compete-nos a nós fazer a filtragem correcta dos conteudos
.
O valor que tem como fonte de informação é inestimável.
então da minha parte cá fica:
a internet é a forma mais genuina de democratização do acesso ao saber.
é uma ferramente poderosa mas sub-aproveitada por uma grande percentagem dos seus utilizadores... nos quais obviamente me incluo também... depende dos dias.

as redes sociais e toda a complexidade e controversia que envolvem, prende-se não com a web per se, mas com a propria forma, tantas vezes sordida, com que o ser humano consegue perverter toda e qualquer forma de relacionamento.
ou seja... algo que seria uma fonte de contacto saudavel... torna-se tantas vezes abrigo de pedofilos, criminosos e dementes, etc.
mas todos estes desvios já existiam na mente humana antes da alvorada dos tempos.
cabe-nos somente a nós , a cada um de nós, saber separar o trigo do joio.
admito que o joio seja maioritario, mas de quando em vez lá aparece trigo de boa colheita... é como tudo na vida.
em relação à forma de escrever online... é um fenomeno que se está a verificar em todos os idiomas... não é exclusividade nossa nem por sombras. Pelo que nada tem que ver com o nosso sistema de ensino... sendo isso sim um fenomeno global que poderá , deverá e será com toda a certeza analisado pela propria linguistica.
muito haveria ainda para dissertar mas em suma quero partilhar esta frase que não é minha... pertence a um filme que vi recentemente e que diz algo como:
"A internet é a única coisa que foi criada pela Humanidade e com a qual a mesma não sabe lidar."
verdade ou não...pouco importa... ela faz parte das nossas vidas e veio para ficar. compete-nos a nós fazer a filtragem correcta dos conteudos
.
O valor que tem como fonte de informação é inestimável.
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A internet torna-nos mais quê ? Pirados !?
Lucatedetreiler (até ao fim) .
http://www.youtube.com/watch?v=lqq6S6LUxHc
Lucatedetreiler (até ao fim) .
http://www.youtube.com/watch?v=lqq6S6LUxHc
« Se ouvir, esqueço, mas se vir, nunca mais esqueço » (Confúcio) http://www.youtube.com/watch?v=8n2WKBoA9gY&aia=true
oh jofelix coitado do garoto....jofelix Escreveu:A internet torna-nos mais quê ? Pirados !?
Lucatedetreiler (até ao fim) .
http://www.youtube.com/watch?v=lqq6S6LUxHc


este já está avariado até ao tutano. looooool
sabes que estas caricaturas são só mesmo isso.... quero acreditar!!!
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Será ? Os meus filhos, principalmente o mais novo, quando joga não vê nem ouve mais nada, tal a concentração no jogo.enolamai Escreveu:oh jofelix coitado do garoto....jofelix Escreveu:A internet torna-nos mais quê ? Pirados !?
Lucatedetreiler (até ao fim) .
http://www.youtube.com/watch?v=lqq6S6LUxHc![]()
![]()
este já está avariado até ao tutano. looooool
sabes que estas caricaturas são só mesmo isso.... quero acreditar!!!
Teclados, já foram praí uns 6, ratos, outros tantos.
Estou a escrever num teclado sem metade das letras visíveis, enfim ...
O próximo teclado/rato, já está avisado, vai ser pago por ele


« Se ouvir, esqueço, mas se vir, nunca mais esqueço » (Confúcio) http://www.youtube.com/watch?v=8n2WKBoA9gY&aia=true
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Edita isto, que o meu filho pode ler e depois diz que sai ao paiMDogster Escreveu:...e a tomarem banhoenolamai Escreveu: telemoveis nem comento.... é vê-los a voar e inevitavelmente... a aterrar![]()

« Se ouvir, esqueço, mas se vir, nunca mais esqueço » (Confúcio) http://www.youtube.com/watch?v=8n2WKBoA9gY&aia=true