A minha mãe lia-me Nobre e Camões ao pequeno almoço, quando eu era bem pequenita.
Já lhe perguntei como é que ela esperava que eu acabasse normalzinha
Poemas e poetas
<p>Olá, eu sou a Bronkas de outros fóruns e aqui já fui a LucNun. </p>
<p> </p>
<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar. </p>
<p> </p>
<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar. </p>
Para as nossas mães e todas as mães actuais:
Para Sempre
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento.
É veludo escondido na
pele enrugada, água pura,
ar puro, puro pensamento...
Mãe, na sua graça, é eternidade...
Carlos Drummond de Andrade
Para Sempre
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento.
É veludo escondido na
pele enrugada, água pura,
ar puro, puro pensamento...
Mãe, na sua graça, é eternidade...
Carlos Drummond de Andrade
<p>Olá, eu sou a Bronkas de outros fóruns e aqui já fui a LucNun. </p>
<p> </p>
<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar. </p>
<p> </p>
<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar. </p>
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Obrigada Lulu é lindoLuluB Escreveu:Para as nossas mães e todas as mães actuais:
Para Sempre
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento.
É veludo escondido na
pele enrugada, água pura,
ar puro, puro pensamento...
Mãe, na sua graça, é eternidade...
Carlos Drummond de Andrade
An ye harm none, do what ye will
-
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Os Vampiros
No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vêm em bandos
Com pés de veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas
São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
in José Afonso: textos e canções, Assírio e Alvim, 1983
http://www.youtube.com/watch?v=8ur7ne3SWwc
No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vêm em bandos
Com pés de veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas
São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
in José Afonso: textos e canções, Assírio e Alvim, 1983
http://www.youtube.com/watch?v=8ur7ne3SWwc
«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke
Obrigada, Tassebem.Tassebem Escreveu:Os Vampiros
No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vêm em bandos
Com pés de veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas
São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
in José Afonso: textos e canções, Assírio e Alvim, 1983
http://www.youtube.com/watch?v=8ur7ne3SWwc
Um grande poema e uma grande canção. Intemporal.
<p>Olá, eu sou a Bronkas de outros fóruns e aqui já fui a LucNun. </p>
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<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar. </p>
<p> </p>
<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar. </p>
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É verdade, Lulu. Intemporal e, por vezes, de uma enorme e dolorosa actualidade.
«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke
Também este poema é intemporal, mesmo que o seu autor esteja esquecido e que quem dele fez uma canção de combate o esteja igualmente.
Livre
Solo
Não há machado que corte
a raiz ao pensamento
Coro
Não há morte para o vento
não há morte.
Solo
Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida,
Coro
Sem razão seria a vida,
sem razão.
Solo
Nada apaga a luz que vive
num amor, num pensamento,
Coro
Porque é livre como o vento,
porque é livre.
Poema de Carlos de Oliveira para As Canções Heróicas, de Fernando Lopes-Graça
Livre
Solo
Não há machado que corte
a raiz ao pensamento
Coro
Não há morte para o vento
não há morte.
Solo
Se ao morrer o coração
morresse a luz que lhe é querida,
Coro
Sem razão seria a vida,
sem razão.
Solo
Nada apaga a luz que vive
num amor, num pensamento,
Coro
Porque é livre como o vento,
porque é livre.
Poema de Carlos de Oliveira para As Canções Heróicas, de Fernando Lopes-Graça
<p>Olá, eu sou a Bronkas de outros fóruns e aqui já fui a LucNun. </p>
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<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar. </p>
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<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar. </p>
E ainda outro poeta:
Jornada
Solo
Não fiques para trás, ó companheiro!
É de aço esta fúria que nos leva!
Para não te perderes no nevoeiro
Segue os nossos corações na treva.
Coro
Vozes ao alto, vozes ao alto!
Unidos como os dedos da mão
Havemos de chegar ao fim da estrada
Ao sol desta canção.
Solo
Aqueles que se percam no caminho,
Que importa? Chegarão no nosso brado
Porque nenhum de nós anda sozinho
E até mortos vão a nosso lado.
Coro
Vozes ao alto, vozes ao alto!
Unidos como os dedos da mão
Havemos de chegar ao fim da estrada
Ao sol desta canção.
José Gomes Ferreira, As Canções Heróicas, música de Fernando Lopes Graça
Jornada
Solo
Não fiques para trás, ó companheiro!
É de aço esta fúria que nos leva!
Para não te perderes no nevoeiro
Segue os nossos corações na treva.
Coro
Vozes ao alto, vozes ao alto!
Unidos como os dedos da mão
Havemos de chegar ao fim da estrada
Ao sol desta canção.
Solo
Aqueles que se percam no caminho,
Que importa? Chegarão no nosso brado
Porque nenhum de nós anda sozinho
E até mortos vão a nosso lado.
Coro
Vozes ao alto, vozes ao alto!
Unidos como os dedos da mão
Havemos de chegar ao fim da estrada
Ao sol desta canção.
José Gomes Ferreira, As Canções Heróicas, música de Fernando Lopes Graça
<p>Olá, eu sou a Bronkas de outros fóruns e aqui já fui a LucNun. </p>
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<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar. </p>
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<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar. </p>
Solidão
Que venham todos os pobres da Terra
os ofendidos e humilhados
os torturados
os loucos:
meu abraço é cada vez mais largo
envolve-os a todos!
Ó minha vontade, ó meu desejo
— os pobres e os humilhados
todos
se quedaram de espanto!...
(A luz do Sol beija e fecunda
mas os místicos andaram pelos séculos
construindo noites
geladas, solidões.)
Manuel da Fonseca
Que venham todos os pobres da Terra
os ofendidos e humilhados
os torturados
os loucos:
meu abraço é cada vez mais largo
envolve-os a todos!
Ó minha vontade, ó meu desejo
— os pobres e os humilhados
todos
se quedaram de espanto!...
(A luz do Sol beija e fecunda
mas os místicos andaram pelos séculos
construindo noites
geladas, solidões.)
Manuel da Fonseca
<p>Olá, eu sou a Bronkas de outros fóruns e aqui já fui a LucNun. </p>
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<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar. </p>
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<p><strong>Cada vez me convenço mais que há pessoas que têm o intestino ligado à testa.</strong> - "By" alguém que tem ambas as coisas no seu devido lugar. </p>
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- Membro Veterano
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- Registado: quinta fev 04, 2010 3:47 pm
- Localização: caes e tartarugas terrestres
HISTÓRIA DE UNS BEIJOS
Ouvia gabar os beijos,
Dizer deles tanto bem,
Que me nasceram desejos
De provar alguns também.
Esta fruta não é rara,
Mas nem toda tem valor,
A melhor é muito cara
E a barata é sem sabor.
Colhi-os dos mais mimosos,
Provei três ; mas, por meu mal,
Ao princípio saborosos,
Amargaram-me afinal.
Um colhi eu de uma bela
Que era Rosa, sem ser flor,
Se tinha espinhos como ela,
Dela também tinha a cor.
Vi-a a dormir e furtei-lhe
Um beijo, que a acordou,
Eu gostei, porém causei-lhe
Tal susto que desmaiou.
Logo que a vi sem sentidos
Fugi sem outro lhe dar,
Pois beijos sem ser pedidos
Não são coisas pra brincar.
Porém deste beijo ainda
Pouco tive que dizer,
Pois a tal rosa... era linda
E tornou a reviver.
Outra vez, duma morena,
Olhos azuis, cor do céu,
Corpo 'sbelto, mão pequena,
Um beijo me apeteceu.
Pedi-lho, e então por bom modos,
Pedi-lho do coração.
Zombou dos meus rogos todos
E respondeu-me: que nao.
Zombei, como ela zombava
E um beijo, à força lhe dei;
Mas... bem dado ainda não estava
E c'um bofetão o paguei.
Custou-me caro o desejo,
Que mui caro ela o vendeu.
Pagar por tal preço um beijo!
Assim não os quero eu.
Este mais do que o primeiro,
Me deixou fraca impressão;
Quis provar inda um terceiro,
Para não jurar em vão.
Mas não quis fruta roubada,
Que mal com ela me dei ;
Uma dama delicada
Ofereceu-ma... eu aceitei.
Ai que boa fruta era !
Estava mesmo a cobiçar.
Passar a vida quisera,
Tal fruta a saborear.
Mas no meio da colheita...
Da fruta o dono apareceu;
Zelosos olhos me deita:
Se zelava o que era seu!
Vendo o caso mal seguro
Eu logo ali lhe jurei
Restituir até com juro
A fruta que lhe tirei.
E acaso não discordasse,
Não me parecia mal
Que a ele os juros pagasse,
E à senhora... o capital,
Esta sensata proposta
Em fúrias o arrebatou
E, por única resposta,
Pra luta se preparou...
Oiço ainda gabar os beijos,
Dizer deles muito bem,
Mas findaram-me os desejos,
Já sei o sabor que têm.
Júlio Dinis (1859)
Ouvia gabar os beijos,
Dizer deles tanto bem,
Que me nasceram desejos
De provar alguns também.
Esta fruta não é rara,
Mas nem toda tem valor,
A melhor é muito cara
E a barata é sem sabor.
Colhi-os dos mais mimosos,
Provei três ; mas, por meu mal,
Ao princípio saborosos,
Amargaram-me afinal.
Um colhi eu de uma bela
Que era Rosa, sem ser flor,
Se tinha espinhos como ela,
Dela também tinha a cor.
Vi-a a dormir e furtei-lhe
Um beijo, que a acordou,
Eu gostei, porém causei-lhe
Tal susto que desmaiou.
Logo que a vi sem sentidos
Fugi sem outro lhe dar,
Pois beijos sem ser pedidos
Não são coisas pra brincar.
Porém deste beijo ainda
Pouco tive que dizer,
Pois a tal rosa... era linda
E tornou a reviver.
Outra vez, duma morena,
Olhos azuis, cor do céu,
Corpo 'sbelto, mão pequena,
Um beijo me apeteceu.
Pedi-lho, e então por bom modos,
Pedi-lho do coração.
Zombou dos meus rogos todos
E respondeu-me: que nao.
Zombei, como ela zombava
E um beijo, à força lhe dei;
Mas... bem dado ainda não estava
E c'um bofetão o paguei.
Custou-me caro o desejo,
Que mui caro ela o vendeu.
Pagar por tal preço um beijo!
Assim não os quero eu.
Este mais do que o primeiro,
Me deixou fraca impressão;
Quis provar inda um terceiro,
Para não jurar em vão.
Mas não quis fruta roubada,
Que mal com ela me dei ;
Uma dama delicada
Ofereceu-ma... eu aceitei.
Ai que boa fruta era !
Estava mesmo a cobiçar.
Passar a vida quisera,
Tal fruta a saborear.
Mas no meio da colheita...
Da fruta o dono apareceu;
Zelosos olhos me deita:
Se zelava o que era seu!
Vendo o caso mal seguro
Eu logo ali lhe jurei
Restituir até com juro
A fruta que lhe tirei.
E acaso não discordasse,
Não me parecia mal
Que a ele os juros pagasse,
E à senhora... o capital,
Esta sensata proposta
Em fúrias o arrebatou
E, por única resposta,
Pra luta se preparou...
Oiço ainda gabar os beijos,
Dizer deles muito bem,
Mas findaram-me os desejos,
Já sei o sabor que têm.
Júlio Dinis (1859)
E porque hoje é o 123º aniversário de Pessoa:
http://www.youtube.com/watch?v=6iHHvNI6 ... re=related
http://www.youtube.com/watch?v=6iHHvNI6 ... re=related
Dedico esta assinatura a quem lhe "acentar" a carapuça :
"Quem nasce lagartixa, nunca chega a jacaré, por muito que se inche .... " By , um amigo muito querido ...
"Dogs are better than human beings because they know but do not tell."
— Emily Dickinson
À espera que os frangos que o Terug, o Paulo Santos e o Zefe andam a virar, fiquem prontos.
... e já agora tambem das courgettes da LuMaria!;)
"Quem nasce lagartixa, nunca chega a jacaré, por muito que se inche .... " By , um amigo muito querido ...
"Dogs are better than human beings because they know but do not tell."
— Emily Dickinson
À espera que os frangos que o Terug, o Paulo Santos e o Zefe andam a virar, fiquem prontos.
... e já agora tambem das courgettes da LuMaria!;)
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- Membro Veterano
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- Registado: segunda abr 13, 2009 2:14 am
LuluB, não acredito como não conhecia estas Canções Heróicas. Obrigada pela partilha
Encontrei uma sobre uma heroína pessoal... Catarina de Baleizão.
http://www.youtube.com/user/tiagofiguei ... DfwdMzyrY4
Catarina
Versos de Papiniano Carlos
"Na fome verde das searas roxas
Passeava sorrindo Catarina
Passeava sorrindo Catarina
Ah!
Na fome verde das searas roxas
Ai a papoila,
Ai a papoila cresce na campina!
Ai a papoila cresce na campina!
Ah!
Na fome roxa das searas negras
Que levas, Catarina, em tua fonte?
Que levas, Catarina, em tua fonte?
Na fome roxa das searas negras
Ai devoraram,
Ai devoraram corvos o horizonte!
Ai devoraram corvos o horizonte!
Ah!
Na fome negra das searas rubras
Ai da papoila, ai de Catarina!
Ai da papoila, ai de Catarina!
Ah!
Na fome negra das searas rubras trinta balas,
Trinta balas gritaram na campina
Trinta balas
Trinta balas
Te mataram a fome"
E já agora mais uma sobre Catarina.
http://www.youtube.com/watch?v=QiHf-4fodos
Cantar Alentejano
Música e letra de José Afonso.
"Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem p´ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p´ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar"
E não resisto a acompanhar os versos com a gravura do também esquecido José Dias Coelho.
E já agora... porque uma coisa puxa a outra! xD
Sobre o próprio José Dias Coelho.
http://www.youtube.com/watch?v=2yZkC3YCU20
A Morte Saiu à Rua
Música e letra de José Afonso.
"A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada hà covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação"
Encontrei uma sobre uma heroína pessoal... Catarina de Baleizão.
http://www.youtube.com/user/tiagofiguei ... DfwdMzyrY4
Catarina
Versos de Papiniano Carlos
"Na fome verde das searas roxas
Passeava sorrindo Catarina
Passeava sorrindo Catarina
Ah!
Na fome verde das searas roxas
Ai a papoila,
Ai a papoila cresce na campina!
Ai a papoila cresce na campina!
Ah!
Na fome roxa das searas negras
Que levas, Catarina, em tua fonte?
Que levas, Catarina, em tua fonte?
Na fome roxa das searas negras
Ai devoraram,
Ai devoraram corvos o horizonte!
Ai devoraram corvos o horizonte!
Ah!
Na fome negra das searas rubras
Ai da papoila, ai de Catarina!
Ai da papoila, ai de Catarina!
Ah!
Na fome negra das searas rubras trinta balas,
Trinta balas gritaram na campina
Trinta balas
Trinta balas
Te mataram a fome"
E já agora mais uma sobre Catarina.
http://www.youtube.com/watch?v=QiHf-4fodos
Cantar Alentejano
Música e letra de José Afonso.
"Chamava-se Catarina
O Alentejo a viu nascer
Serranas viram-na em vida
Baleizão a viu morrer
Ceifeiras na manhã fria
Flores na campa lhe vão pôr
Ficou vermelha a campina
Do sangue que então brotou
Acalma o furor campina
Que o teu pranto não findou
Quem viu morrer Catarina
Não perdoa a quem matou
Aquela pomba tão branca
Todos a querem p´ra si
Ó Alentejo queimado
Ninguém se lembra de ti
Aquela andorinha negra
Bate as asas p´ra voar
Ó Alentejo esquecido
Inda um dia hás-de cantar"
E não resisto a acompanhar os versos com a gravura do também esquecido José Dias Coelho.
E já agora... porque uma coisa puxa a outra! xD
Sobre o próprio José Dias Coelho.
http://www.youtube.com/watch?v=2yZkC3YCU20
A Morte Saiu à Rua
Música e letra de José Afonso.
"A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome para qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue de um peito aberto sai
O vento que dá nas canas do canavial
E a foice duma ceifeira de Portugal
E o som da bigorna como um clarim do céu
Vão dizendo em toda a parte o Pintor morreu
Teu sangue, Pintor, reclama outra morte igual
Só olho por olho e dente por dente vale
À lei assassina, à morte que te matou
Teu corpo pertence à terra que te abraçou
Aqui te afirmamos dente por dente assim
Que um dia rirá melhor quem rirá por fim
Na curva da estrada hà covas feitas no chão
E em todas florirão rosas de uma nação"
-
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- Registado: terça jul 01, 2008 4:01 pm
- Localização: Tassebem, Mantorras, Flea, Mimas, Naná, Sprite, Andrea, Butterfly, Cristas, Tugui, Juca
Esta tem de ter música:LuluB Escreveu:E ainda outro poeta:
Jornada
Solo
Não fiques para trás, ó companheiro!
É de aço esta fúria que nos leva!
Para não te perderes no nevoeiro
Segue os nossos corações na treva.
Coro
Vozes ao alto, vozes ao alto!
Unidos como os dedos da mão
Havemos de chegar ao fim da estrada
Ao sol desta canção.
Solo
Aqueles que se percam no caminho,
Que importa? Chegarão no nosso brado
Porque nenhum de nós anda sozinho
E até mortos vão a nosso lado.
Coro
Vozes ao alto, vozes ao alto!
Unidos como os dedos da mão
Havemos de chegar ao fim da estrada
Ao sol desta canção.
José Gomes Ferreira, As Canções Heróicas, música de Fernando Lopes Graça
http://www.youtube.com/watch?v=x6LGUGZe ... re=related
«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke
-
- Membro Veterano
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- Registado: terça jul 01, 2008 4:01 pm
- Localização: Tassebem, Mantorras, Flea, Mimas, Naná, Sprite, Andrea, Butterfly, Cristas, Tugui, Juca
Não conhecia. Achei delicioso(s).BrownEye Escreveu:HISTÓRIA DE UNS BEIJOS
Ouvia gabar os beijos,
Dizer deles tanto bem,
Que me nasceram desejos
De provar alguns também.
Esta fruta não é rara,
Mas nem toda tem valor,
A melhor é muito cara
E a barata é sem sabor.
Colhi-os dos mais mimosos,
Provei três ; mas, por meu mal,
Ao princípio saborosos,
Amargaram-me afinal.
Um colhi eu de uma bela
Que era Rosa, sem ser flor,
Se tinha espinhos como ela,
Dela também tinha a cor.
Vi-a a dormir e furtei-lhe
Um beijo, que a acordou,
Eu gostei, porém causei-lhe
Tal susto que desmaiou.
Logo que a vi sem sentidos
Fugi sem outro lhe dar,
Pois beijos sem ser pedidos
Não são coisas pra brincar.
Porém deste beijo ainda
Pouco tive que dizer,
Pois a tal rosa... era linda
E tornou a reviver.
Outra vez, duma morena,
Olhos azuis, cor do céu,
Corpo 'sbelto, mão pequena,
Um beijo me apeteceu.
Pedi-lho, e então por bom modos,
Pedi-lho do coração.
Zombou dos meus rogos todos
E respondeu-me: que nao.
Zombei, como ela zombava
E um beijo, à força lhe dei;
Mas... bem dado ainda não estava
E c'um bofetão o paguei.
Custou-me caro o desejo,
Que mui caro ela o vendeu.
Pagar por tal preço um beijo!
Assim não os quero eu.
Este mais do que o primeiro,
Me deixou fraca impressão;
Quis provar inda um terceiro,
Para não jurar em vão.
Mas não quis fruta roubada,
Que mal com ela me dei ;
Uma dama delicada
Ofereceu-ma... eu aceitei.
Ai que boa fruta era !
Estava mesmo a cobiçar.
Passar a vida quisera,
Tal fruta a saborear.
Mas no meio da colheita...
Da fruta o dono apareceu;
Zelosos olhos me deita:
Se zelava o que era seu!
Vendo o caso mal seguro
Eu logo ali lhe jurei
Restituir até com juro
A fruta que lhe tirei.
E acaso não discordasse,
Não me parecia mal
Que a ele os juros pagasse,
E à senhora... o capital,
Esta sensata proposta
Em fúrias o arrebatou
E, por única resposta,
Pra luta se preparou...
Oiço ainda gabar os beijos,
Dizer deles muito bem,
Mas findaram-me os desejos,
Já sei o sabor que têm.
Júlio Dinis (1859)
«Ninguém cometeu maior erro do que aquele que nada fez, só porque podia fazer muito pouco.» Edmund Burke