Poemas e poetas

Conversas sobre outras temáticas e o que não se enquadrar em nenhuma outra secção.
Nouke
Mensagens: 9
Registado: terça set 08, 2009 9:34 pm
Localização: Chinchilas
Cães
Um monte de peixes
Rouxinol do Japão

sábado mar 12, 2011 1:06 am

lol, lá vai continuando quando há tempo e inspiração :wink:
Meu blog de poemas, noticias e mais umas quantas coisas --> http://nouke-cold-flames.blogspot.com/
Depp
Membro Veterano
Mensagens: 228
Registado: quarta mar 09, 2011 9:37 am
Localização: Depp

sábado mar 12, 2011 10:48 pm

Feitos por mim.. tenho apenas 15 anos e so faço isto para passar o tempo xD

Na aula..

O tempo escasseia.
Vejo os sonhos afastarem-se.
A felicidade foge. Abstem-se.
A luta pelo sorriso, fraqueia.

Apenas nos olhares alheios,
Ganho, dos demais, contentamento.
Sinto o que nao sentia ( e sentirei ).
Sinto-me sozinho, sem rodeios.
Falta-me aquele sustento,
Aquele amor que busco ( e buscarei ).

Continuava á procura, mas parei...
Nao encontro amor nem num momento
Todos os amores nao passaram de paleios.


( o ultimo verso foi uma amiga minha que fez, eu tinha outro verso para lá por, mas ela quis fazer..)

Assim se passam as aulas

Sei que está mal feito, e versos longos demais, mas para quem foi, ela gostou.. Fiz numa noite:

À luz fraca da candeia,
Ponho no papel os (grandes) sentimentos.
Penso na felicidade por (pequenos) momentos
E aí penso que te tenho, e finalmente encontreia.

Angústia, raiva e ira ao Fado.
É o que sinto por nao te puder ter.
De que serve ter alguem para amar e querer,
Se nao me sinto um Homem concretizado?

Quando ouvia, aqui e ali, que amar é ilusão,
Sem nunca ter amado, dizia que sim.
Agora, que te apresentei ao meu coração,
Ele goza com sarcasmo e ri sempre de mim!

Com este poema, quero ainda dizer
Que como me apaixonei, jamais irei esquecer:
Estava a pensar em ti, num momento consolador,
Quando então chegou um homem com um arco e setas (Cúpido)
E disse-me assim, baixinho, ao ouvido:
"Irás dar a quem eu disser o teu puro e verdadeiro amor".
Disse o teu nome, meu amor, e cada vez se afastava mais.
Reparei na cara angélica dele, com este amor estava comovido.
Será por isto que te amo demais?
Será que o nosso amor vai ser correspondido?
Espero que sim, para acabar com este enorme tormento!
É isto que sinto agora: amor por ti e sofrimento.
Depp - o melhor rafeiro do mundo :)

http://deppdog4ever.blogspot.com/
Depp
Membro Veterano
Mensagens: 228
Registado: quarta mar 09, 2011 9:37 am
Localização: Depp

sábado mar 12, 2011 10:49 pm

Feitos por mim.. tenho apenas 15 anos e so faço isto para passar o tempo xD

Na aula..

O tempo escasseia.
Vejo os sonhos afastarem-se.
A felicidade foge. Abstem-se.
A luta pelo sorriso, fraqueia.

Apenas nos olhares alheios,
Ganho, dos demais, contentamento.
Sinto o que nao sentia ( e sentirei ).
Sinto-me sozinho, sem rodeios.
Falta-me aquele sustento,
Aquele amor que busco ( e buscarei ).

Continuava á procura, mas parei...
Nao encontro amor nem num momento
Todos os amores nao passaram de paleios.


( o ultimo verso foi uma amiga minha que fez, eu tinha outro verso para lá por, mas ela quis fazer..)

Assim se passam as aulas

Sei que está mal feito, e versos longos demais, mas para quem foi, ela gostou.. Fiz numa noite:

À luz fraca da candeia,
Ponho no papel os (grandes) sentimentos.
Penso na felicidade por (pequenos) momentos
E aí penso que te tenho, e finalmente encontreia.

Angústia, raiva e ira ao Fado.
É o que sinto por nao te puder ter.
De que serve ter alguem para amar e querer,
Se nao me sinto um Homem concretizado?

Quando ouvia, aqui e ali, que amar é ilusão,
Sem nunca ter amado, dizia que sim.
Agora, que te apresentei ao meu coração,
Ele goza com sarcasmo e ri sempre de mim!

Com este poema, quero ainda dizer
Que como me apaixonei, jamais irei esquecer:
Estava a pensar em ti, num momento consolador,
Quando então chegou um homem com um arco e setas (Cúpido)
E disse-me assim, baixinho, ao ouvido:
"Irás dar a quem eu disser o teu puro e verdadeiro amor".
Disse o teu nome, meu amor, e cada vez se afastava mais.
Reparei na cara angélica dele, com este amor estava comovido.
Será por isto que te amo demais?
Será que o nosso amor vai ser correspondido?
Espero que sim, para acabar com este enorme tormento!
É isto que sinto agora: amor por ti e sofrimento.


Poemas bonitos que ja ai vi.. parabens :)
Depp - o melhor rafeiro do mundo :)

http://deppdog4ever.blogspot.com/
Netherwing
Membro Veterano
Mensagens: 1695
Registado: terça fev 22, 2011 8:08 pm

sábado abr 02, 2011 10:30 pm

O que me dói não é
O que há no coração
Mas essas coisas lindas
Que nunca existirão…

São as formas sem forma
Que passam sem que a dor
As possa conhecer
Ou as sonhar o amor.

São como se a tristeza
Fosse árvore e, uma a uma,
Caíssem suas folhas
Entre o vestígio e a bruma.


Fernando Pessoa - Cancioneiro- 05/09/1933
PiolhoVip
Mensagens: 4
Registado: domingo abr 03, 2011 12:29 am

domingo abr 03, 2011 3:18 am

VERDADE

A porta da verdade estava aberta,
mas só deixava passar
meia pessoa de cada vez.

Assim não era possível atingir toda a verdade,
porque a meia pessoa que entrava
só trazia o perfil de meia verdade.
E sua segunda metade
voltava igualmente com meio perfil.
E os meios perfis não coincidiam.

Arrebentaram a porta.Derrubaram a porta.
Chegaram ao lugar luminoso
onde a verdade esplendia seus fogos.
Era dividida em metades
diferentes uma da outra.

Chegou-se a discutir qual a metade mais bela.
Nenhuma das duas era totalmente bela.
E carecia optar.Cada um optou conforme
seu capricho, sua ilusão, sua miopia.

(Carlos Drummond de Andrade)
drilldown1
Membro Veterano
Mensagens: 1524
Registado: quarta jun 16, 2010 5:30 pm
Localização: Yuri (cão srd) e Petra (schnauzer miniatura)

domingo abr 03, 2011 11:10 am

Metade

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio

Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca
Porque metade de mim é o que eu grito
Mas a outra metade é silêncio.

Que a música que ouço ao longe
Seja linda ainda que tristeza
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade.

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece e nem repetidas com fervor
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta a um homem inundado de sentimentos
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo.

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço
Que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada
Porque metade de mim é o que eu penso mas a outra metade é um vulcão.

Que o medo da solidão se afaste, e que o convívio comigo mesmo se torne ao menos suportável.

Que o espelho reflita em meu rosto um doce sorriso
Que eu me lembro ter dado na infância
Por que metade de mim é a lembrança do que fui
A outra metade eu não sei.

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
Pra me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço.

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade pra fazê-la florescer
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção.

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade também.

(Oswaldo Montenegro)
http://letras.terra.com.br/oswaldo-montenegro/72954/
<p>&nbsp;Sou respons&aacute;vel pelo que digo, n&atilde;o pelo que os outros entendem - By Ziggyma</p>
<p>Quer lutar comigo pela Net? For&ccedil;a... ESCREVA TUDO EM MAI&Uacute;SCULAS AT&Eacute; QUE ME CONSIGA MATAR!!!</p>
<p>&nbsp;</p>
<p>&nbsp;</p>
<p>&nbsp;</p>
Netherwing
Membro Veterano
Mensagens: 1695
Registado: terça fev 22, 2011 8:08 pm

segunda abr 04, 2011 3:00 pm

LIBERDADE :D


Ai que prazer
não cumprir um dever.
Ter um livro para ler
e não o fazer!
Ler é maçada,
estudar é nada.
O sol doira sem literatura.
O rio corre bem ou mal,
sem edição original.
E a brisa, essa, de tão naturalmente matinal
como tem tempo, não tem pressa...

Livros são papéis pintados com tinta.
Estudar é uma coisa em que está indistinta
A distinção entre nada e coisa nenhuma.

Quanto melhor é quando há bruma.
Esperar por D. Sebastião,
Quer venha ou não!

Grande é a poesia, a bondade e as danças...
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca...

Fernando Pessoa
An&nbsp;ye harm none, do what ye will
LuluB
Membro Veterano
Mensagens: 5500
Registado: segunda set 28, 2009 2:53 pm

sexta abr 15, 2011 7:06 pm

Este homem tinha sempre as palavras certas...

Homem

Inútil definir este animal aflito.
Nem palavras,
nem cinzéis,
nem acordes,
nem pincéis
são gargantas deste grito.
Universo em expansão.
Pincelada de zarcão
desde mais infinito a menos infinito.

António Gedeão
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
LuluB
Membro Veterano
Mensagens: 5500
Registado: segunda set 28, 2009 2:53 pm

sexta abr 15, 2011 7:11 pm

E mais este poema, tão conhecido...

FALA DO HOMEM NASCIDO

Venho da terra assombrada
do ventre de minha mãe
não pretendo roubar nada
nem fazer mal a ninguém

Só quero o que me é devido
por me trazerem aqui
que eu nem sequer fui ouvido
no acto de que nasci

Trago boca pra comer
e olhos pra desejar
tenho pressa de viver
que a vida é água a correr

Venho do fundo do tempo
não tenho tempo a perder
minha barca aparelhada
solta rumo ao norte
meu desejo é passaporte
para a fronteira fechada

Não há ventos que não prestem
nem marés que não convenham
nem forças que me molestem
correntes que me detenham

Quero eu e a natureza
que a natureza sou eu
e as forças da natureza
nunca ninguém as venceu

Com licença com licença
que a barca se fez ao mar
não há poder que me vença
mesmo morto hei-de passar
com licença com licença
com rumo à estrela polar


António Gedeão, em Teatro do Mundo, 1958
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
jofelix
Membro Veterano
Mensagens: 2300
Registado: domingo set 16, 2007 10:54 am
Localização: YODA, HOPI e KASHA

sexta abr 22, 2011 3:15 am

Do meu livro de cabeceira, tinha eu 13 / 14 anos.

Ah Deixem-me Dormir!

O Poeta

Olá, bom velho! é aqui o Hotel da Cova,
Tens algum quarto ainda para alugar?
Simples que seja, basta-me uma alcova...
(Como eu estou molhado! é de chorar...)

O povo

O luar averte as orvalhadas sobre a rua!
Jezus! que lindo...

Vamos! depressa! Vem, faze-me a cama,
Que eu tenho somno, quero-me deitar!
Ó velha Morte, minha outra ama!
Para eu dormir, vem dar-me de mamar...


A Sra Julia

São as Janeiras da Lua!


O Coveiro

Os quartos, meu senhor, estão tomados
Mas se quizer na valla (que é de graça...)
Dormem, alli, somente os desgraçados:
Têm bom dormir... bom sitio... ninguem passa...


O Zé dos Lodos

A lua é a nossa vacca, ó Maria!
Mugindo...

Ainda lá, hontem, hospedei um moço
E não se queixa... E ha-de poupal-o a traça,
Porque esses hospedes só trazem osso,
E a carne em si, valha a verdade, é escassa.


O Dr. Delegado

A noite parece dia!


O Poeta

Escassa, sim! mas tenho ossada ainda,
Emquanto que a alma, ai de mim! nada tem...
Guia-me ao quarto... (a lua vae tão linda!)
Dize-me: quantos annos me dás? Cem?


O Sr. Abbade

E esta? Em vez de trazer a opa que é de logar
Trouxe a d'anjinho!


A Mulher do Moleiro

É o luar, Sr. Abbade, é o luar...

Oh cem! E os que eu não mostro e o peito guarda...
Os teus mortinhos, sim! dormem tão bem:
«Dormi, dormi! que vossa mãe não tarda,
Foi lavar á Fontinha de Belem...»


O Astronomo

Isto lunar assim! Isto é o verao
De S. Martinho!


O Coveiro

Aqui. Fica melhor do que em 1^a:
Colxão assim não acha em parte alguma!
Os outros são de chumbo, de madeira,
Mas este, veja bem, é sumauma...


O Cego do Cazal

Faz solzinho, que horas são?


Cantando:

«Colxão de raizes e de folhas, lizo,
Lençoes de terra brandos como espuma,
Dal-os-ei ao rol, no Dia de Juizo...»
Prompto. Quer mais alguma coiza? Fuma?


Carlota

Ó luar, anda mais devagarinho!
Deixa dormir o meu menino...
Coitadinho!


O Poeta

Mais nada. Boas-noites. Fecha a porta.
(Que linda noite! Os cravos vão a abrir...
Faz tanto frio)! Apaga a luz! (Que importa?
A roupa chega para me cobrir...)


A Mãe do Poeta

Aqui, espero-te, ha que tempo enorme!
Tens o logar quentinho...

Toma lá para ti, guarda. E ouve: na hora
Final, quando a Trombeta além se ouvir,
Tu não me venhas acordar, embora
Chamem... Ah! deixa-me dormir, dormir!


Deus

Dorme, dorme.


António Nobre, in 'Só'
&laquo; Se ouvir, esque&ccedil;o, mas se vir, nunca mais esque&ccedil;o &raquo; (Conf&uacute;cio) http://www.youtube.com/watch?v=8n2WKBoA9gY&aia=true
jofelix
Membro Veterano
Mensagens: 2300
Registado: domingo set 16, 2007 10:54 am
Localização: YODA, HOPI e KASHA

sexta abr 22, 2011 3:20 am

Ballada do Caixão

O meu vizinho é carpinteiro,
Algibebe de Dona Morte:
Ponteia e coze, o dia inteiro,
Fatos de pau de toda a sorte:
Mogno, debruados de velludo
Flandres gentil, pinho do Norte...
Ora eu que trago um sobretudo
Que já me vae a aborrecer,
Fui-me lá, hontem: (era Entrudo,
Havia immenso que fazer!...)
- Olá, bom homem! quero um fato,
Tem que me sirva? - Vamos ver...
Olhou, mexeu na caza toda...
- Eis aqui um e bem barato.

- Está na moda? - Está na moda.
(Gostei e nem quiz apreçal-o:
Muito justinho, pouca roda...)
- Quando posso mandar buscal-o?
- Ao por-do-sol. Vou dal-o a ferro:
(Poz-se o bom homem a aplainal-o...)

Ó meus amigos! salvo-erro,
Juro-o pela alma, pelo céu!
Nenhum de vós, ao meu enterro,
Irá mais dandy, olhae! do que eu!

António Nobre, in 'Só'
Última edição por jofelix em sexta abr 22, 2011 3:24 am, editado 1 vez no total.
&laquo; Se ouvir, esque&ccedil;o, mas se vir, nunca mais esque&ccedil;o &raquo; (Conf&uacute;cio) http://www.youtube.com/watch?v=8n2WKBoA9gY&aia=true
jofelix
Membro Veterano
Mensagens: 2300
Registado: domingo set 16, 2007 10:54 am
Localização: YODA, HOPI e KASHA

sexta abr 22, 2011 3:21 am

Vaidade, Tudo Vaidade!

Vaidade, meu amor, tudo vaidade!
Ouve: quando eu, um dia, for alguem,
Tuas amigas ter-te-ão amizade,
(Se isso é amizade) mais do que, hoje, têm.

Vaidade é o luxo, a gloria, a caridade,
Tudo vaidade! E, se pensares bem,
Verás, perdoa-me esta crueldade,
Que é uma vaidade o amor de tua mãe...

Vaidade! Um dia, foi-se-me a Fortuna
E eu vi-me só no mar com minha escuna,
E ninguem me valeu na tempestade!

Hoje, já voltam com seu ar composto,
Mas eu, ve lá! eu volto-lhes o rosto...
E isto em mim não será uma vaidade?

António Nobre, in 'Só'
Última edição por jofelix em sexta abr 22, 2011 3:23 am, editado 1 vez no total.
&laquo; Se ouvir, esque&ccedil;o, mas se vir, nunca mais esque&ccedil;o &raquo; (Conf&uacute;cio) http://www.youtube.com/watch?v=8n2WKBoA9gY&aia=true
jofelix
Membro Veterano
Mensagens: 2300
Registado: domingo set 16, 2007 10:54 am
Localização: YODA, HOPI e KASHA

sexta abr 22, 2011 3:23 am

Para terminar em paz...

Paz!


E a Vida foi, e é assim, e não melhora.
Esforço inutil, crê! Tudo é illuzão...
Quantos não scismam n'isso mesmo a esta hora
Com uma taça, ou um punhal na mão!

Mas a Arte, o Lar, um filho, Antonio? Embora!
Chymeras, sonhos, bolas de sabão.
E a tortura do além e quem lá mora!
Isso é, talvez, minha unica afflicção...

Toda a dor pode suspportar-se, toda!
Mesmo a da noiva morta em plena boda,
Que por mortalha leva... essa que traz...

Mas uma não: é a dor do pensamento!
Ai quem me dera entrar n'esse convento
Que ha além da Morte e que se chama A Paz!

António Nobre, in 'Só'


Partilhar5
&laquo; Se ouvir, esque&ccedil;o, mas se vir, nunca mais esque&ccedil;o &raquo; (Conf&uacute;cio) http://www.youtube.com/watch?v=8n2WKBoA9gY&aia=true
Netherwing
Membro Veterano
Mensagens: 1695
Registado: terça fev 22, 2011 8:08 pm

sexta abr 22, 2011 11:52 am

jofelix Escreveu:Do meu livro de cabeceira, tinha eu 13 / 14 anos.

Ah Deixem-me Dormir!

Oh cem! E os que eu não mostro e o peito guarda...
Os teus mortinhos, sim! dormem tão bem:
«Dormi, dormi! que vossa mãe não tarda,
Foi lavar á Fontinha de Belem...»


António Nobre, in 'Só'

alguem ouvia isto como canção de embalar??? :) eu sim... até me arrepiei agora... não me lembro do tom mas lembro as palavras.

Obrigada Jofelix! :)
An&nbsp;ye harm none, do what ye will
LuluB
Membro Veterano
Mensagens: 5500
Registado: segunda set 28, 2009 2:53 pm

sexta abr 22, 2011 1:25 pm

Não cheguei a ouvir esse poema em canção de embalar, que a minha mãe não era dada a cantigas de embalar. :twisted:

Mas ouvi-o muitas vezes recitado, ela gostava muito de poesia (gosto que me passou) e o era um dos seus livros de cabeceira. E como a minha irmã adorava recitar e era uma exagerada em tudo o que fazia, aturei António Nobre recitado em tons que iam do telúrico ao simplesmente dramático-choroso. :lol:
<p>Ol&aacute;, eu sou a Bronkas de outros f&oacute;runs e aqui j&aacute; fui a LucNun. :mrgreen:</p>
<p>&nbsp;</p>
<p><strong>Cada vez me conven&ccedil;o mais que h&aacute; pessoas que t&ecirc;m o intestino ligado &agrave; testa.</strong> - "By" algu&eacute;m que tem ambas as coisas no seu devido lugar. :mrgreen:</p>
Responder

Voltar para “Outros Tópicos”