O legado mais recente do sismo no Haiti
Enviado: quarta jan 12, 2011 12:42 pm
Um ano depois do terramoto devastador no Haiti, as mulheres que vivem nos movimentados campos de pessoas deslocadas pelo sismo deparam-se com outra ameaça: a violência sexual. Com pouca protecção da comunidade ou das autoridades, muitas foram violadas, tendo ficado grávidas dos seus atacantes.
O foto-jornalista Nadav Neuhaus viajou pelos campos de deslocados do Haiti no Verão passado, fotografando e entrevistando dezenas de entre os mais de 1 milhão de residentes. Durante uma visita ao Camp La Piste, onde vivem 50 mil pessoas, Neuhaus reparou num número invulgarmente alto de mulheres grávidas. Um coordenador da comunidade e uma parteira local confirmaram o seu receio: muitas das mulheres estavam grávidas como consequência de violação.
Elas vieram para o Camp La Piste depois de perderem pais, irmãos e maridos no terramoto, defendendo-se sozinhas no meio da miséria caótica do campo, onde gangs itinerantes de homens armados aterrorizam os residentes.

Nos dias seguintes ao sismo no Haiti, a 12 de Janeiro de 2010, Claimine Josile improvisou um abrigo de paus e restos de tecido no Camp La Piste, um campo de deslocados que alberga cerca de 50 mil pessoas. Estava na tenda improvisada com os filhos e a prima, Nadine, quando um gang de homens armados irrompeu pelo abrigo, cobriu a cabeça das mulheres e violou-as. “Não sei quantas pessoas entraram, o que sei foi que violaram”, diz. Uma amiga aconselhou Claimine a consultar um médico, mas ela estava demasiado envergonhada para admitir ter sido violada. Algumas semanas depois, apercebeu-se de que estava grávida como resultado do ataque. O bebé nasceu no Outono passado, sendo mais uma boca para alimentar no Camp La Piste.
Num documento recente, a Amnistia Internacional relata o aumento da violência sexual, incluindo pelo menos 250 violações nos primeiros meses a seguir ao terramoto.
A taxa de nascimentos no Haiti triplicou desde o sismo, em parte por causa destes ataques sexuais, aumentando de 4% para 12%, de acordo com especialistas de demografia.
A maior parte das mulheres disse a Neuhaus não fazer queixa das violações, por vergonha ou por medo de retaliação. Mesmo que quisessem reportar os crimes, existe pouca ajuda, num país em que os sistemas policial e judicial estão destruídos ou desviados por interesses e onde os recursos para os cidadãos comuns são praticamente inexistentes.
As histórias de algumas destas vítimas são aqui relatadas.
O foto-jornalista Nadav Neuhaus viajou pelos campos de deslocados do Haiti no Verão passado, fotografando e entrevistando dezenas de entre os mais de 1 milhão de residentes. Durante uma visita ao Camp La Piste, onde vivem 50 mil pessoas, Neuhaus reparou num número invulgarmente alto de mulheres grávidas. Um coordenador da comunidade e uma parteira local confirmaram o seu receio: muitas das mulheres estavam grávidas como consequência de violação.
Elas vieram para o Camp La Piste depois de perderem pais, irmãos e maridos no terramoto, defendendo-se sozinhas no meio da miséria caótica do campo, onde gangs itinerantes de homens armados aterrorizam os residentes.

Nos dias seguintes ao sismo no Haiti, a 12 de Janeiro de 2010, Claimine Josile improvisou um abrigo de paus e restos de tecido no Camp La Piste, um campo de deslocados que alberga cerca de 50 mil pessoas. Estava na tenda improvisada com os filhos e a prima, Nadine, quando um gang de homens armados irrompeu pelo abrigo, cobriu a cabeça das mulheres e violou-as. “Não sei quantas pessoas entraram, o que sei foi que violaram”, diz. Uma amiga aconselhou Claimine a consultar um médico, mas ela estava demasiado envergonhada para admitir ter sido violada. Algumas semanas depois, apercebeu-se de que estava grávida como resultado do ataque. O bebé nasceu no Outono passado, sendo mais uma boca para alimentar no Camp La Piste.
Num documento recente, a Amnistia Internacional relata o aumento da violência sexual, incluindo pelo menos 250 violações nos primeiros meses a seguir ao terramoto.
A taxa de nascimentos no Haiti triplicou desde o sismo, em parte por causa destes ataques sexuais, aumentando de 4% para 12%, de acordo com especialistas de demografia.
A maior parte das mulheres disse a Neuhaus não fazer queixa das violações, por vergonha ou por medo de retaliação. Mesmo que quisessem reportar os crimes, existe pouca ajuda, num país em que os sistemas policial e judicial estão destruídos ou desviados por interesses e onde os recursos para os cidadãos comuns são praticamente inexistentes.
As histórias de algumas destas vítimas são aqui relatadas.