Festival académico acaba com cargas policiais
Enviado: terça mai 17, 2011 12:33 pm
"A última noite do Festival Académico de Lisboa acabou envolta em violência. À saída do Estádio do Restelo, na Avenida da Ilha da Madeira, as acções das forças policiais chamadas ao local foram pautadas pela violência que culminou na ida de 10 jovens ao hospital.
Com o fim dos concertos e o encerramento das tradicionais barracas das diversas faculdades, os milhares de jovens presentes no festival começaram a abandonar o Estádio do Restelo e a encaminharem-se para as imediações do complexo desportivo.
À entrada do estádio estavam já vários elementos da PSP com o intuito de assegurar o desenrolar ordeiro dos acontecimentos. Contudo, o que se veio a verificar posteriormente foram actos de desordem e violência que, afirmam testemunhas contactadas pelo SOL, «foram claramente exagerados».
Por volta voltas 5 horas da madrugada de domingo começou uma série de actos de violência espoletados por confrontos entre «uma pequena minoria de estudantes» e «pelo lançamento de uma garrafa de vidro sobre o cordão policial», retratam Tiago Mendonça e Simão Castro, ambos estudantes que testemunharam os acontecimentos.
Os distúrbios «desencadearam uma primeira carga policial sobre a multidão», contam, na qual «algumas pessoas, não envolvidas no lançamento da garrafa, foram agredidas» pelos bastões e cassetetes da polícia.
Após a primeira carga «muitas pessoas reuniram-se uns metros à frente do cordão policial e insurgiram-se perante a violência gratuita, protestando e insultando verbalmente a polícia».
Multidão cercada por polícias 'à paisana'
Ao ouvirem os insultos e protestos proferidos pelos jovens, os elementos do corpo policial promoveram nova investida sobre a multidão, que, simultaneamente, terá sido «emboscada por polícias à paisana».
«O mais surpreendente é o facto de a polícia estar a mandar evacuar o local do festival e ao mesmo tempo carregar sobre a multidão que dispersava, enquanto polícias à paisana bloqueavam as saídas possíveis, batendo aleatoriamente nas pessoas que se deslocavam para longe do local do festival», queixou-se Simão Castro, ele próprio alvo de duas bastonadas, «uma na perna e outra nas costas», acrescenta.
«Foi um abuso de autoridade», considera Tiago Mendonça, pois «a quantidade de estudantes agredidos sem qualquer razão não se justifica». O mestrando de 22 anos conseguiu fugir «instintivamente» da carga policial e não sofreu qualquer agressão.
O jovem veio mais tarde a saber que «um polícia teria sido esfaqueado» anteriormente, o que terá contribuído para «a ira e o massacre dirigidos a pessoas inocentes».
Um dos casos demonstrativos da intervenção policial foi a de um jovem que teve que se deslocar ao hospital São Francisco de Xavier para ser suturado com sete pontos na cabeça após ser atingido com um bastão por parte de um agente da polícia.
O jovem, que solicitou anonimato, revelou ter ouvido um aviso: «Daqui a 1 minuto varremos isto tudo», terá gritado um agente da força de intervenção.
«Os estudantes responderam com palavras, apenas palavras de revolta pela cobardia que a polícia tinha demonstrado», revelou, queixoso, ao admitir «que não encontra justificação para um elemento da polícia bater num cidadão com o bastão virado ao contrário».
Diogo Botelho, outro jovem envolvido na multidão, admite que «os protestos de alguns estudantes» após a primeira carga policial podem ter contribuído para «uma grande bola de neve» de violência.
Os jovens contactados pelo SOL apontam para o possível avanço de queixas formais contra a PSP. Todos eles referem que no hospital contactaram com outros presentes que garantiram irem formalizar queixas.
O SOL contactou com um responsável do comando da PSP de Lisboa que não adiantou quaisquer informações sobre o sucedido."
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Int ... t_id=19328
Com o fim dos concertos e o encerramento das tradicionais barracas das diversas faculdades, os milhares de jovens presentes no festival começaram a abandonar o Estádio do Restelo e a encaminharem-se para as imediações do complexo desportivo.
À entrada do estádio estavam já vários elementos da PSP com o intuito de assegurar o desenrolar ordeiro dos acontecimentos. Contudo, o que se veio a verificar posteriormente foram actos de desordem e violência que, afirmam testemunhas contactadas pelo SOL, «foram claramente exagerados».
Por volta voltas 5 horas da madrugada de domingo começou uma série de actos de violência espoletados por confrontos entre «uma pequena minoria de estudantes» e «pelo lançamento de uma garrafa de vidro sobre o cordão policial», retratam Tiago Mendonça e Simão Castro, ambos estudantes que testemunharam os acontecimentos.
Os distúrbios «desencadearam uma primeira carga policial sobre a multidão», contam, na qual «algumas pessoas, não envolvidas no lançamento da garrafa, foram agredidas» pelos bastões e cassetetes da polícia.
Após a primeira carga «muitas pessoas reuniram-se uns metros à frente do cordão policial e insurgiram-se perante a violência gratuita, protestando e insultando verbalmente a polícia».
Multidão cercada por polícias 'à paisana'
Ao ouvirem os insultos e protestos proferidos pelos jovens, os elementos do corpo policial promoveram nova investida sobre a multidão, que, simultaneamente, terá sido «emboscada por polícias à paisana».
«O mais surpreendente é o facto de a polícia estar a mandar evacuar o local do festival e ao mesmo tempo carregar sobre a multidão que dispersava, enquanto polícias à paisana bloqueavam as saídas possíveis, batendo aleatoriamente nas pessoas que se deslocavam para longe do local do festival», queixou-se Simão Castro, ele próprio alvo de duas bastonadas, «uma na perna e outra nas costas», acrescenta.
«Foi um abuso de autoridade», considera Tiago Mendonça, pois «a quantidade de estudantes agredidos sem qualquer razão não se justifica». O mestrando de 22 anos conseguiu fugir «instintivamente» da carga policial e não sofreu qualquer agressão.
O jovem veio mais tarde a saber que «um polícia teria sido esfaqueado» anteriormente, o que terá contribuído para «a ira e o massacre dirigidos a pessoas inocentes».
Um dos casos demonstrativos da intervenção policial foi a de um jovem que teve que se deslocar ao hospital São Francisco de Xavier para ser suturado com sete pontos na cabeça após ser atingido com um bastão por parte de um agente da polícia.
O jovem, que solicitou anonimato, revelou ter ouvido um aviso: «Daqui a 1 minuto varremos isto tudo», terá gritado um agente da força de intervenção.
«Os estudantes responderam com palavras, apenas palavras de revolta pela cobardia que a polícia tinha demonstrado», revelou, queixoso, ao admitir «que não encontra justificação para um elemento da polícia bater num cidadão com o bastão virado ao contrário».
Diogo Botelho, outro jovem envolvido na multidão, admite que «os protestos de alguns estudantes» após a primeira carga policial podem ter contribuído para «uma grande bola de neve» de violência.
Os jovens contactados pelo SOL apontam para o possível avanço de queixas formais contra a PSP. Todos eles referem que no hospital contactaram com outros presentes que garantiram irem formalizar queixas.
O SOL contactou com um responsável do comando da PSP de Lisboa que não adiantou quaisquer informações sobre o sucedido."
http://sol.sapo.pt/inicio/Sociedade/Int ... t_id=19328