nicosa Escreveu:Charlie3 Escreveu:eu passei por isso durante 3 anos. A consulta pós-transplante foi na ala pediátrica. Sinceramente, o maior apoio que vi ás crianças foi por parte dos pais e voluntários. Os profissionais de saúde fazem o seu trabalho, mas compreendo perfeitamente que optem por reservar ligações maiores, sobretudo porque lidam com crianças que muitas vezes estão ás portas da morte.
São uns verdadeiros campeões os pequeninos, ás vezes eu estava a lamuriar-me por ter má-disposição ou dores e a «Gisel»a com os seus 5 anos e 3 trasnplantes em cima andava a correr pela sala fora toda contente, bem como muitas crianças, era uma diferença abismal entre eles e os adultos.
As crianças precisam sim de mais apoio, e o que a user disse acerca da indústria farmacêutica é assustadoramente factual. Diminuem-se as doses, basicamente.
Mas não são só as crianças que precisam de apoio. nunca se perguntaram porque se chama
INDÚSTRIA farmacêutica?

As crianças têm uma capacidade de adaptação diferente do adulto. E às vezes os médicos contam com essa capacidade para ajudar no tratamento. A capacidade de regeneração numa criança é completamente diferente da de um adulto.
Mas nem é bem isso que está em causa. Choca-me que digam assim tão levemente como quem diz " a água está fria! " que os laboratórios e o pessoal médico NÃO LIGA ÀS CRIANÇAS. Cruzes! Daqui a pouco vamos exigir o quê das pessoas?
Sim, a indústria farmacêutica está-se a "borrifar" como se costuma dizer. O que eles mais querem é o lucro. (isto, na maioria dos casos, admito, claro, que haja excepções à regra).
Gostaria também que não julgasse as minhas mensagens pela minha idade. Não sou a única indignada. Eu faço parte de várias instituições internacionais e de várias comunidades de pais, famílias, amigos e até ajudantes desta luta e acredite que a minha indignação é partilhada por milhares de pessoas.
Quando dizemos que não "ligam" às nossas crianças, não estamos a referir-mo-nos aos médicos. Claro que não! Os médicos e voluntários nos IPOs e centros hospitalares, são, outra vez na sua maioria, excelentes profissionais que guiam as famílias e as crianças por esta rua tão difícil, e dão todo o apoio necessário para que haja esperança. Sim, os médicos são realmente heróis para mim. Eu vejo como eles amam estas crianças como se fossem família, como as tratam carinhosamente e no fundo de si, querem é que elas vão para casa e aproveitem a vida. Sem dúvida que os médicos e voluntários merecem uma salva de palmas.
Quem não "liga" às nossas crianças são as instituições encarregues de decidir quanto do dinheiro dos contribuintes e dadores vai directamente para a pesquisa da cura do cancro pediátrico, porque, muitas vezes, o cancro pediátrico é "infiltrado" nos cancros adultos, ou seja, misturam-se as duas vertentes e isso é inadmissível. Qualquer profissional de saúde SABE que o cancro infantil precisa de outras medidas, outros tratamentos, outras abordagens. São crianças!
Mas, até agora, todas elas estão a ser tratadas com tratamentos de adultos que já não vêm progresso há décadas! Há que inovar! O homem é capaz de muita coisa! E se houvesse uma partilha justa de todo o dinheiro que vai para a LIGA (no caso nacional), talvez houvesse mais progressos.