segunda abr 06, 2015 8:22 am
Para responder à pergunta de quem iniciou o tópico, acho que de momento as novas raças "da moda" são provavelmente os Jack Russel e os Bulldog Francês. Tenho visto um aumento na popularidade da "minha" raça, os Cavalier King Charles Spaniel, para grande desagrado meu.
A realidade é que uma raça que ganha popularidade leva a cruzamentos indiscriminados por pessoas que até podem ter as melhores das intenções mas que acabam por inserir na raça patologias que se sabem que existem mas que até aqui eram muito raras - um exemplo são as displasias que até à poucos anos em Portugal não eram vistas nos Cavaliers (embora se mantivesse como um dos exames de despiste a efectuar antes de cruzar cruzar) e actualmente começa a aparecer com maior frequência.
Não tenho nada contra quem vende mais barato desde que façam o trabalho de casa - e a verdade é que desconheço que haja um único caso em que os cães aparecem a preços mais acessíveis e os pais são de linhas boas (quer morfologicamente quer em termos de saúde e temperamento) e foram sujeitos aos exames de despiste de doenças recomendados para a raça. Já nem falo de provas de aptidão física e morfológica como são as provas de trabalho ou as exposições.
Além disso, uma ninhada bem criada é uma despesa imensa quer no que diz respeito ao dinheiro que se gasta directamente, quer às horas que se passa a cuidar da mãe e bebés (nos Cavaliers é comum que os cachorros precisem de suplementação de 2 em 2h, de dia e de noite), a socializar os cachorros, a conhecer potenciais donos e a escolher a melhor casa para eles.
A verdade é que se quer comprar um Audi pagará um Audi... Mas se quiser ir ao OLX e comprar um Renault Clio de 1994, pegar num bocado de argamassa e colar-lhe o logótipo da Audi, também pode - mas isso não faz do seu carro um Audi.
Há tanto cão de raça e arraçado nos canis que sinceramente a menos que a pessoa queira um animal de qualidade (com as garantias que disso advêm) não consigo justificar que se compre. E um cão de qualidade vem com um preço que o reflecte, como é óbvio.