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Doenças Equinas

Enviado: terça jun 07, 2011 8:54 pm
por CavaleiraVNF
Problemas Dorsais

Manchas sem pêlo, uma certa predisposição para inchaços e inflamações, assim como o aparecimento de nódulos duros no dorso podem ser indícios da pressão causada pela sela. É necessário apurar as causas (sela, manta, picada de insecto).

Sobre as feridas deve-se aplicar uma pomada suave e uma ligadura almofadada. Sobre os inchaços aplica-se uma esponja molhada que é fixa por uma corrente elástica, para exercer uma ligeira pressão. É preciso deixar que o tempo sare todas as feridas antes de voltar a montar o cavalo.

A má posição do cavalo quando o cavaleiro sobe para o seu dorso, longas fases de aquecimento, falta de vontade de trabalhar (sobretudo em exercícios em circulo e na prograssão para a concentração), falta de vontade em descer terrenos inclinados, frequentes tropeções, batidas com a cabeça, claudicações reincidentes e de causa indeterminada podem derver-se à recusa do animal em usar sela. Assim que o cavalo apresente estes sintomas, é preciso mandar examinar o seu dorso. O veterinário ou o ferrador podem efectuar alguns testes que ajudam a identificar o mal.

Nota:
Deve-se colocar a sela 15 minutos antes de montar, sem apertar demasiado e deixar o cavalo de pé durante 10 minutos. Depois é que a cilha é bem apertada e, sem montar ainda, o cavaleiro conduz o cavalo durante uns 5 minutos. Relaxa depois a cilha um furo e pode montar. Mas se o cavalo mostrar nervosismo, o cavaleiro deve aliviar o seu peso na sela nos primeiros 100 metros e só depois é que pode sentar-se à vontade.

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Enfisema Pulmonar

Esta complicação respiratória afecta os pulmões ou o coração, é crónica e incurável.

Manifesta-se por uma respiração irregular e rápida, mesmo após pequenos esforços, que só lentamente volta ao normal, e que é frequentemente acompanhada de tosse e de esforço respiratório abdominal. Esta doença desenvolve-se muitas vezes a partir de doenças brônquicas acompanhadas de tosse que não foram controladas no devido tempo.

A tosse, inicialmente sempre forte e húmida, transforma-se numa tosse seca e átona. Nos primeiros tempos não diminui a capacidade de trabalho do animal, tal acontece principalmente porque o cavalo compensa, com a ajuda dos músculos abdominais, a capacidade respiratória reduzida com o aumento da frequência respiratória e expiração forçada. É assim que surge o esforço respiratório abdominal.

Hoje, em casos pontuais, é possivel aplacar o enfisema pulmonar crónico administrando preparados de efeito prolongado, afastando o animal dos factores exógenos passíveis de irritar as vias respiratórias e utilizando o cavalo em actividades ajustadas à sua capacidade reduzida.

Todavia, de acordo com os actuais conhecimentos de medicina veterinária, a cura completa é ainda impossível.

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Gurma

A gurma é uma doença infecciosa rara e altamente contagiosa, de origem bacteriana, que ataca as vias respiratórias superiores e os gânglios linfáticos da região da garganta.

O período de incubação dura dois a cinco dias, e em alguns casos, até oito dias. A duração normal é de cerca de duas a três semanas, durante as quais o tratamento mais intensivo dura dois ou três dias. É mais frequente ser contraída por cavalos até aos 6 anos e os poldros são especialmente sensíveis. Maneio insuficiente e situações de stress afectam a capacidade de resistência destes jovens animais. É precisamente nos cavalos jovens que a gurma pode manifestar-se no mais curto espaço de tempo.

Assim que a doença eclode, surge febre alta (até 41 graus). O cavalo manifesta fraqueza e falta de apetite; os gânglios linfáticos na faringe, nas glândulas parótidas e na laringe incham ao ponto de se tornarem dolorosos; surgem dificuldades em engolir e corrimento nasal. No estado avançado, acresce a inflamação dos gânglios linfáticos da bolsa gutural; a tosse é seca e convulsiva; nos gânglios linfáticos inchados formam-se abcessos purulentos com matéria amarelo-esbranquiçada. Se não forem removidos a tempo, estes abcessos podem alastrar-se por todo o corpo.

Assim que se suspeitar de um caso de gurma, é preciso chamar o veterinário.

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Nota:

A vacina contra a gurma só é administrada aos cavalos propensos a um ataque desta doença. Recomenda-se, por conseguinte, que vacine o cavalo regularmente (de 6 em 6 meses) contra a influenza, uma vez que a gurma é considerada uma infecção secundária. Isto aplica-se a todos os cavalos, mas os poldros e os cavalos jovens constituem um "grupo de risco" que exige atenção redobrada.


in Cavalos: Raças, Criação e Cuidados
Editora Literal Azul

Enviado: terça jun 07, 2011 9:39 pm
por Stuaventura
Um colega meu já teve a égua com gurma, e digo, não é nada bonito de ser ver, de todo!
Chamou logo o veterinário, contudo demorou quase 2 semanas a recuperar, sem medicamentos não imagino com a situação poderia evoluir!
Aproveito este tópico para avisar para estarem atentos aos vossos animais, a qualquer sinal, eles não são pessoas, não falam, a única forma é mesmo a sua forma de expressão! Merecem ser tratados tal como nós. :)

Enviado: terça jun 07, 2011 9:45 pm
por CavaleiraVNF
E principalmente os cavalos, em que os sintomas de algumas doenças são bastante parecidos.

Vou continuar a manter o tópico actualizado com novas doenças :wink:

Enviado: terça jun 07, 2011 9:50 pm
por Stuaventura
Sim acho um tópico interessante, e onde podemos partlhar algumas doenças que os nosso amiguinhos tiveram!
Vou pesquisando também doenças e colocar aqui. é como um preparação para a faculdade já em Setembro :P

Enviado: terça jun 07, 2011 9:57 pm
por CavaleiraVNF
Tétano

As Clostridium tetani são bactérias que provocam o tétano. Existem no solo e ficam à espera de uma oportunidade para se “aninharem” nas feridas de um cavalo. Mais do que qualquer outro animal doméstico, o cavalo é sensível a estes microrganismos e todos os proprietários sabem que um equino se pode ferir facilmente.

O período de incubação pode durar várias semanas, mas os casos conhecidos revelam, em geral, uma duração de 10 a 15 dias. Normalmente o diagnóstico é fácil e seguro: os cavalos infectados mostram-se assustados e reagem exageradamente a estimulos externos; permanecem em máximo estado de alerta e apresentam um olhar interrogativo, orelhas espetadas e expressões faciais fixas. Tremores e espasmos da musculatura maxilar que afectam o pescoço e os membros, movimentos rígidos e a elevação da raiz da cauda, são outros sintomas inequívocos.

Se um cavalo com tétano se deitar logo de início, praticamente não tem hipótese de cura, advindo rapidamente a morte devido a paragem respiratória e exaustão. Se houver um ferimento visivel e se a causa foro tétano, é preciso desinfectá-lo depressa para impedir que a bactéria liberte mais toxinas.

O tratamento inclui a administração de uma antitoxina, um antidoto feito com soro de cavalo e que contém os anticorpos certos. Os medicamentos anti-epiléticos, os relaxantes musculares e todas as outras formas de manutenção das funções vitais também ajudam.

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Raiva

A raiva é uma doença viral do Sistema Nervoso Central desencadeada pelo rabdovírus. É transmitida pela saliva contendo virus que, devido a uma mordidela ou a uma esfoladela, penetra na pele ferida e infecta o corpo do animal ou do Ser Humano mordido.

Os cavalos não reagem a este virus de forma tão sensivel como os outros animais domésticos e, por isso, não são tão susceptiveis de contrairem a doença, mas devem ser vacinados regularmente. No inicio da doença, os sintomas são muito vagos e, durante o período de incubação, desenvolve-se a raiva fulminante (forma cerebral) ou a raiva silenciosa (forma espinal).

Na raiva fulminante, os animais tornam-se agressivos, furiosos, são acometidos de diversos ataques e têm salivação abundante. A raiva silenciosa manifesta-se através de apatia, crescente tendência de o animal se atirar violentamente contra a parede e paralisia dos membros posteriores. Em ambos os casos, observa-se corrimento salivar pela cavidade bucal e pelas narinas contendo restos de ração. Alguns cavalos começam também a magoar-se a si mesmos ou a lamberem feridas antigas.

A doença é implacável e quase sempre letal. No estadio final, os cavalos sofrem de dores fortes e insuportáveis, ficam deitados e acabam por entrar em coma. A raiva é uma doença de declaração obrigatória e, quanto ao destino a dar ao cavalo com suspeita de raiva, o veterinário oficial tem a palavra final, podendo ordenar a quarentena prolongada ou a liquidação imediata. As experiências clínicas e o abate de animais com suspeita de doença são proibidos por lei. A partir do nono mês de vida, o cavalo deve ser vacinado contra a raiva uma vez por ano.

Enviado: quarta jun 08, 2011 1:02 am
por Acaldeira
Excelente tópico! Obrigado pela partilha.

A minha "housemate" tem a mania que percebe de equinos, assim já lhe vou dar um baile hehe. 8)

Enviado: quarta jun 08, 2011 8:55 am
por omegaaa
ó cromo, a cavaleiravnf é minha discipula!! ahahaha.

Bom tópico Telma :) eu tinha um trabalho super bem elaborado sobre a Gurma. só que o meu professor de sanidade animal ficou me com ele! :roll:

Enviado: quarta jun 08, 2011 9:28 am
por CavaleiraVNF
omegaaa Escreveu:ó cromo, a cavaleiravnf é minha discipula!! ahahaha.

Bom tópico Telma :) eu tinha um trabalho super bem elaborado sobre a Gurma. só que o meu professor de sanidade animal ficou me com ele! :roll:
ehehehe ah pois sou :P

Mega, eu tenho um mais elaborado também, mas penso que este é mais fácil de perceber pela maioria das pessoas :D

Enviado: quarta jun 08, 2011 3:30 pm
por Acaldeira
omegaaa Escreveu:ó cromo, a cavaleiravnf é minha discipula!! ahahaha.

Bom tópico Telma :) eu tinha um trabalho super bem elaborado sobre a Gurma. só que o meu professor de sanidade animal ficou me com ele! :roll:
Não me tinhas dito que tinhas uma discípula tão interessante 8)

Enviado: quarta jun 08, 2011 6:16 pm
por CavaleiraVNF
Acaldeira Escreveu:
omegaaa Escreveu:ó cromo, a cavaleiravnf é minha discipula!! ahahaha.

Bom tópico Telma :) eu tinha um trabalho super bem elaborado sobre a Gurma. só que o meu professor de sanidade animal ficou me com ele! :roll:
Não me tinhas dito que tinhas uma discípula tão interessante 8)
Tinha que sair à minha mestre , é mútuo 8) :twisted:

Enviado: terça jun 14, 2011 8:05 pm
por Suzana12
Este tópico está excelente :wink:

Obrigada CavaleiraVNF :D

Enviado: terça jun 14, 2011 8:17 pm
por Lids
Infelizmente tive de adquirir um grande conhecimento àcerca de uma doença/problema que é relativamente comum surgir.

Trata-se da Síndrome Navicular (e passo a citar):

"A Síndrome do Navicular é uma das causas mais comuns de claudicação de membros anteriores em cavalos atletas, estima-se que a síndrome seja responsável por um terço de todas as claudicações crónicas de
membros anteriores em equinos. É definida como uma síndrome (pois sua etiologia exata não é conhecida), envolve pelo menos uma de várias estruturas nos aspecto palmar do casco, incluindo o osso sesamóide distal
(navicular), aspecto palmar da falange distal, aspecto palmar da articulação interfalangeana distal, cartilagem ungular, bursa do navicular, porção distal do tendão do músculo flexor profundo e ligamentos colaterais do navicular e ligamento impar do osso sesamóide distal assim como vasos e nervos associados a essas estruturas."

Resumindo, é uma doença crónica (logo não tem cura), pode surgir de forma hereditária, má ferração, remodelamento ósseo. Surge entre os 7 e os 9 anos. Os sintomas são a claudicação, passadas curtas.

TRATAMENTO: não existe tratamento efectivo! Pode ser feito um tratamento paleativo através de analgésicos que evita que os cavalos sintam a dor. Ou tratamento cirurgico que consiste em retirar o nervo logo o cavalo deixa de sentir a dor causada pelo desgaste do osso navicular.

Infelizmente tive, à cerca de dois meses, de sujeitar a minha égua a esta operação que, apesar de ter corrido bem, a égua acabou por morrer depois da operação com um ataque cardíaco devido, provavelmente, a um exagero na quantidade de tranquilizantes que lhe foram aplicados.
Uma operação tão simples e que é realizada às centenas acabou desta forma. Ela não merecia.