DISPLASIA DA ANCA

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Moderador: AnaPonei

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AnaPonei
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domingo jun 01, 2008 3:06 am

Olá!
Mais uma vez recorri aos conhecimentos da nossa veterana Dinodane e vou colar aqui um texto, por ela elaborado, sobre esta "maleita" tão comum nos nossos meninos.
Aqui vai:


O que é a Displasia da Anca?

Para compreender a doença há que ter um conhecimento básico sobre a articulação que é afectada. A articulação da anca une a perna traseira ao corpo e é formada por uma “bola”, a cabeça do femur, que se insere / encaixa no acetábulo, que faz parte do osso pélvico. Numa articulação normal, a cabeça do femur encaixa perfeitamente na pélvis e para facilitar o movimento os ossos ajustam-se perfeitamente, com o cabeça do fémur rodeada e encaixada no acetábulo. A articulação é sustentada e fortalecida por ligamentos . Os ligamentos ligam a cabeça do femur ao acetábulo. A cápsula articular circunda ambos os ossos. A zona onde os ossos se tocam é chamada de superfície articular, é perfeitamente lisa e almofadada com uma camada de cartilagem esponjosa, funcionando como amortecedor. Num cão normal, todos estes factores trabalham em conjunto fazendo com que a articulação funcione perfeitamente.

A displasia da anca resulta de um desenvolvimento anormal da articulação da anca no cachorro. Pode ser ou não bilateral, afectando ambas as articulações. É provocada por lassidão dos músculos, ligamentos e tecido circundante. A maioria dos cães displásicos nascem com ancas normais mas, devido a factores genéticos e possivelmente a outros factores, os tecidos moles que circundam a anca começam a desenvolver anormalidades enquanto o cachorro cresce. A alteração mais importante que ocorre é quando os ossos deixam de estar ligados. A cápsula da articulação e o ligamento entre os dois ossos alonga-se, tornando a articulação instável. Quando isto acontece, a superfície dos dois ossos perde contacto. Esta separação chama-se sub-luxação e provoca todos os problemas que associamos à doença.

Quais são os sintomas da displasia da anca?

Cães de todas as idades poderão sofrer os sintomas da displasia da anca e da osteoartrite resultante. Nos casos mais graves, cachorros com idades tão precoces como os 5 meses poderão mostrar dor e desconforto durante e após exercício vigoroso, tal como correr. Os sintomas vão agravar-se tornando actividades normais e diárias dolorosas. Sem intervenção, estes cães poderão estar incapacitados de andar dentro de dois anos. Contudo e na maioria dos casos, os sintomas só aparecem na meia idade ou nos últimos anos de vida do animal. Os sintomas são típicos da osteoartrite. Os cães podem andar ou correr com um andamento alterado, muitas vezes evitando os movimentos que exigem a extensão ou flexão total das pernas traseiras. Muitas vezes, correm de forma “saltitante”. Poderão ter dores e rigidez nas pernas de manhã ou após exercício. Muitos coxearão e muitos diminuirão o seu nível de actividade. Há medida que a doença progride o cão perderá massa muscular e poderá até precisar de assistência para se levantar. Muitos donos atribuem estas mudanças ao envelhecimento natural mas após começarem o tratamento ficam surpreendidos ao ver que o animal recupera alguma agilidade e mobilidade.

Que animais sofrem de displasia da anca?

A displasia da anca pode aparecer em cães, gatos e humanos. Nos cães, é uma doença muito comum às raças grandes e gigantes. Pode ocorrer em raças de tamanho médio e é rara em raças pequenas. É uma doença associada às raças puras apesar de poder surgir em cruzamentos de raças que tenham propensão a desenvolver a doença. As raças de Pastor Alemão, Retriever do Labrador, Dogue Alemão, Rottweiler, Golden Retriever e São Bernardo parecem ter uma incidência superior comparativamente a outras, contudo, estas são raças extremamamente populares e com um grande número de individuos. Por outro lado, os Borzóis e Galgos Ingleses mostram uma incidência muito baixa da doença.

Quais são os factores de risco?

Já vimos que a displasia da anca é provocada pela lassidão da articulação da anca. Esta lassidão vai provocar o desgaste e erosão anormal da articulação que resulta em dor e em artrite. A controvérsia começa quando tentamos determinar o que predispõe os animais a contrair a doença. Quase todos os investigadores concordam em que existe uma causa genética. Se um progenitor tem displasia da anca então a sua prole terá um risco maior de vir a contrair a doença. Alguns investigadores acreditam que a genética é o único factor envolvido, outros acreditam que a parte genética contribuirá apenas em 25% para o aparecimento da doença. A verdade estará talvez no meio de ambas as teorias. Se não existem portadores numa determinada linhagem canina, então ela não mostrará a doença. Se existirem portadores nessa linhagem, os seus descendentes terão a doença. Podemos reduzir significativamente a incidência da displasia da anca através da criação selectiva. Mas não podemos, contudo, reproduzir a doença através da criação selectiva. Por outras palavras, se se cruzarem dois cães displásicos, a sua descendência terá maiores probabilidades de desenvolver a doença mas nem todos terão o mesmo nível de sintomas ou até mostrar quaisquer sintomas. Contudo, a descendência destes animais será portadora e a doença poderá aparecer em gerações posteriores. É por isto que é tão difícil erradicar a doença de uma raça ou linhagem específica.

Nutrição: A obesidade exacerba a degeneração da articulação em cães displásicos, portanto os cães obesos correm maiores riscos. Outro factor que pode aumentar a incidência da doença é o crescimento demasiado rápido em cachorros dos 3 aos 10 meses. A investigação provou que cães geneticamente propensos à doença alimentados com dietas de alto teor proteico e calórico mostram maior incidência. Realizaram-se também estudos para avaliar os níveis de proteína e cálcio relativamente ao desenvolvimento da displasia da anca. Provou-se que altos níveis de calcio e proteína aumentam o nível de displasia.

Exercício: O exercício pode representar outro factor de risco. Parece que cães geneticamente propensos à doença poderão desenvolvê-la se forem sujeitos a muito exercício físico enquanto cachorros. Mas ao mesmo tempo, sabemos que cães com boa massa muscular nas ancas e pernas são menos propensos a desenvolver a doença quando comparados com cães com menor massa muscular. Portanto, o exercício e a manutenção da massa muscular pode mesmo diminuir a incidência da doença. O exercício moderado que desenvolva os glúteos, tais como nadar ou correr, é provavelmente uma boa prática. Contudo, actividades que apliquem muita força ou tensão à articulação tais como jogar frisbie ou saltar são contra indicadas.

Como se faz o diagnóstico da displasia da anca?

O diagnóstico da doença em cães que mostrem sinais clínicos de artrite e dor é feito através de uma combinação de exame físico e radiografias. Na displasia existem alterações na articulação facilmente identificáveis nas radiografias. Paralelamente, o vet deverá ser capaz de sentir lassidão na articulação bem como observar dor ao flexionar e distender a pata. Cerca de metade dos animais rastreados para verificar a saúde das suas ancas não mostram sintomas mas são animais cujos proprietários pretendem usá-los para reprodução. O criador quer certificar-se de que o seu animal não representa o risco de transmitir a doença à sua descendência.

Existem alguns métodos de teste, sendo uma delas o método PennHip.Este método de diagnóstico (que já é feito em Portugal) usa radiografias de compressão para identificar e quantificar a lassidão da articulação da anca. O cão é profundamente sedado e a articulação é radiografada em várias posições, usando pesos e outros dispositivos para ajudar a empurrar a cabeça do fémur para o acetábulo ou para afastá-los. A lassidão da articulação é então quantificada usando uma escala de 0 a 1 e é calculada medindo a distância de movimento lateral do centro da cabeça femural a partir do centro do acetábulo e dividindo-a pelo raio da cabeça do fémur. Um indíce 0 indica uma articulação normal e ajustada. Um indice 1 indica luxação completa com pequeno ou inexistente encaixe da cabeça do fémur. Um indíce de 0.6 apresenta uma luxação de 60% e apresenta duas vezes mais lassidão que uma anca com um indíce 0.3. Ancas com indices baixos são menos propensas a desenvolver osteoartrites. As ancas com um indíce inferior a 0.3 raramente desenvolvem osteoartrite visível ao raio x, mas nem todas as ancas com indíce superior a 0.3 a desenvolvem, embora sejam classificadas como “susceptíveis a doença degenerativa da articulação”. Os testes realizados em cachorros entre os 6 e os 12 meses de idade são fiáveis e um bom meio de elaborar um prognóstico e / ou recomendações de tratamento. Os veterinários têm de fazer uma formação específica para obterem a certificação que lhes permita conduzir esta técnica de diagnóstico.

Como se trata cirurgicamente a displasia da anca?

Existem algumas técnicas cirúrgicas disponíveis, dependendo do estado da degeneração da articulação e da idade do animal.

Osteotomia Pélvica Tripla: é um procedimento usado em cachorros muito jovens que mostrem com menos de 10 meses de idade uma grave lassidão da anca, mas que ainda não desenvolveram danos graves na articulação. O procedimento envolve a quebra dos ossos pélvicos e o realinhamento da cabeça do femur com o acetábulo, restaurando a superfície da articulação coxo-femural e corrigindo a sub-luxação. É uma grande cirurgia bastante dispendiosa, mas tem tido sucesso no tratamento dos animais dentro dos requisitos.

Substituição total da anca: Pode representar a melhor opção cirúrgica para cães que apresentem degeneração da articulação como resultado de displasia crónica. Esta técnica é um procedimento que pode produzir uma articulação normal e funcional, eliminando alterações degenerativas e aliviando a dor. Envolve remover toda a articulação existente, substituindo-a por uma prótese. Para ser candidato a esta técnica, o cão deve ter o esqueleto maduro e pesar pelo menos 9 kgs. Não existe limite máximo de peso. Se ambas as ancas precisarem de ser substituidas recomenda-se um período de repouso de 3 meses entre cirurgias. Tal como o procedimento acima descrito, esta operação é muito dispendiosa mas apresenta bons resultados.

Excisão da cabeça do fémur: Este procedimento envolve a remoção cirurgica da cabeça do femur, formando-se naturalmente após a mesma uma pseudo-articulação fibrosa. É um procedimento feito em última instância usado em casos em que toda a articulação está degenerada e a substituição total da anca não é possível. A pseudo-articulação resultante não causará dor e permitirá ao animal aumentar a sua actividade física, contudo não permitirá a mobilidade e estabilidade total.

Symphysiodesis Púbica Juvenil: é uma nova técnica, menos invasiva, que está correntemente em estudo. Esta cirurgia faz a fusão prematura de ambos os ossos pélvicos, permitindo que os outros ossos se desenvolvam normalmente. Isto modifica o ângulo das ancas, diminuindo a probabilidade de ocorrência de artrite. O diagnóstico precoce é essencial, já que este procedimento só é feito a cachorros com menos de 5 meses de idade.

Miectomia pectineal. É um tratamento controverso e experimental para pacientes com displasia crónica. O pectíneo é um dos músculos que ligam o fémur á pélvis. Cortanto e removendo este músculo, consegue-se reduzir a tensão na articulação. Este procedimento oferece algum alívio da dor mas não desacelera a progressão da doença. Existem complicações associadas ao procedimento portanto esta cirurgia não é usada frequentemente.

Como se trata a displasia da anca com medicação?

O tratamento médico da displasia da anca teve grandes avanços nos últimos anos graças à introdução de novos suplementos e drogas. Porque a displasia da anca é uma condição primáriamente HERDADA (bem como outros tipos de displasias), não existem drogas ou suplementos que impeçam ou previnam o seu desenvolvimento. Poderá impedir a progressão da doença degenerativa da articulação através de uma dieta adequada, de exercício, suplementos, anti-inflamatórios e alívio da dor, mas a lassidão da articulação e as alterações a nível ósseo não irão sofrer alterações significativas. O tratamento médico está indicado tanto a cães jovens como a cães maduros com osteoartrite crónica. Devido ao alto custo das intervenções cirúrgicas, muitas vezes o tratamento com medicamentos é a única opção viável para muitos donos. Para se obterem os melhores resultados, podem combinar-se vários tratamentos em simultâneo.
Para a maioria dos animais, os vets começam pelas primeiras abordagens da lista que se segue seguindo esta ordem para controlar a dor e a inflamação associada à doença degenerativa da articulação.

Controlo do peso: Todos os tratamentos médicos e / ou cirúrgicos serão mais benéficos se o animal não sofrer de excesso de peso, logo esta é a primeira questão que precisa de ser abordada. Ajudar o animal a emagrecer e manter o peso ideal pode muito bem ser a coisa mais importante que um dono pode fazer pelo seu animal. Nós, como donos, temos controlo sobre aquilo que o animal come. Se fornecermos uma alimentação apropriada e mantermos as guloseimas no mínimo, o cão perderá peso.
Exercício: O exercício é o passo essencial seguinte. O melhor exercício é aquele que promove o tónus muscular e o que limita o stress e impacto nas articulações. Caminhar à trela, nadar, caminhar em passadeira rolante e subir ou descer escadas são boas escolhas. A dose e tipo de exercício devem ser individualizados com base na gravidade dos sintomas, no peso do animal bem como na sua condição física. De uma forma geral, podemos afirmar que a falta de exercício é mais prejudicial que o excesso, contudo tipos errados de exercício podem ser funestos. Para nós pode ser muito agradável ver um cão a jogar frisbie mas é um tipo de actividade muito dura para as articulações. É importante exercitar diáriamente, só fazer exercício nos fins-de-semana, por exemplo, pode provocar mais mal que bem, especialmente se o animal fica dorido e relutante a mover-se durante o resto da semana. Fale com o seu vet para saber que tipo e frequência de exercício é mais adequado ao caso do seu cão.
Aquecimento e cama: A maior parte das pessoas com artrite nota que os sintomas e desconforto se agravam quando o tempo está húmido ou frio. Manter o seu cão aquecido ajuda a minorar o desconforto. Facultar uma cama firme e ortopédica (por exemplo, vetbed) ajuda muitos cães com artrite. Essas camas distribuem o peso e reduzem a pressão nas articulações. Coloque a cama num sítio quente, longe de correntes de ar.
Massagem e fisioterapia : O seu vet pode mostrar-lhe como fazer massagens e fisioterapia ao seu cão para ajudar a relaxar os músculos rígidos e promover a mobilidade das articulaçãoes . Lembre-se que o seu cão tem dores por isso comece devagar de modo a que ele se sinta confiante. Comece por afagar a area e depois trabalhe a zona com a ponta dos dedos fazendo um movimento circular. A aplicação de uma toalha húmida e quente também é benéfica.
Tornar as actividades diárias menos dolorosas: Para os animais artriticos, subir e descer escadas é muitas vezes difícil e no caso dos cães, pode tornar os passeios “higiénicos” para urinar e defecar problemáticos. Há donos que colocam rampas, especialmente em escadas para acesso ao exterior para facilitar as idas à rua. Os cães de raças grandes podem beneficiar especialmente de se elevar a comida e bebida, especialmente se sofrerem de rigidez da coluna ou pescoço.

Suplementos orais:

Glucosamina e Condroitina: São dois ingredientes amplamente usados no tratamento da osteoartrite, tanto em animais como em humanos. Graças à sua eficácia, estes produtos estão na vanguarda e transformaram-se nos produtos mais populares no tratamento da artrite hoje em dia. A Glucosamina é um açúcar responsável pela síntese e manutenção da cartilagem das articulações. A condroitina inibe danos causados por enzimas na articulação. Quando um cão sofre de displasia da anca e outras osteoartrites, a articulação sofre um desgaste anormal e a cartilagem protectora na superfície da articulação gasta-se e contacto osso-osso resultante cria dor. A Glucosamina e a Condroitina fornecem a fundação necessária para que as células sintetizem nova cartilagem e para reparar a cartilagem existente. Estes produtos não são analgésicos; funcionam reparando os danos já produzidos na articulação. O tratamento com estes agentes geralmente leva pelo menos 6 semanas a começar a reparar a cartilagem e a maioria dos animais deve manter-se em tratamento para o resto das suas vidas. São produtos seguros com poucos efeitos secundários. Há diversos produtos no Mercado, observando-se que os melhores resultados vêm de produtos com ingredientes de qualidade, aptos para consumo humano. Ambos os produtos são ingredientes comuns em rações super.premium para raças gigantes.

S-Adenosi-L-metionina (SAMe, Denosil SD4): é um produto recente, usado no tratamento da osteoartrite em humanos. A eficácia em animais ainda não foi completamente provada, contudo é usado para o tratamento de doençãs hepáticas em cães e gatos. Tem propriedades analgésicas e anti-inflamatórias. .

Medicamentos – ATENÇÃO, CONSULTE SEMPRE O SEU VET ANTES DE ADMINISTRAR QUALQUER MEDICAMENTO!!!!!!!

Injectáveis:

Polisulfato de glicosaminoglicano (Adequan): é um produto administrado por injecção. Dá-se uma série de injecções durante algumas semanas. Funciona ao prevenir o desgaste da articulação, podendo também ajudar na síntese da nova cartilagem. O seu mecanismo de acção ainda não é completamente compreendido, embora apresente bons resultados.

Ácido hialurónico: é um componente importante do líquido sinovial (lubrificante natural das articulações). É utilizado no tratamento da osteoartrite protegendo a articulação ao aumentar a viscosidade do líquido sinovial. A maior parte da pesquisa sobre este produto foi feita em pacientes humanos e em cavalos. É injectado directamente na articulação.

Outros suplementos orais:

Methil-sulfonil-metano (MSM): é um composto natural com enxofre na sua composição produzido naturalmente no oceano pelas algas chamadas Kelp. Pensa-se que aumenta a integridade estrutural do tecido conectivo e tem sido promovido como tendo poderosas propriedades analgésicas e anti-inflamatórias.

Creatina: É um derivado de aminoácido produzido nos rins, fígado e pancreas a partir dos aminioácidos arginina, glicina, and metionina. Encontra-se no peixe e carnes vermelhas. A creatina não é um componente muscular mas ajuda na produção de trifosfato de adenosina, que é uma espécie de “combustível” que o corpo usa quando tem que dispender um esforço intenso e súbito. Nos humanos, ajuda os músculos a trabalhar durante mais tempo, permitindo o exercício durante mais tempo, levanter mais pesos, etc. O que “cria” músculo não é a creatina e sim a repetição do exercício. Pode ajudar os cães com atrofia muscular associada à osteoartrite.

Vitamina C: age como antioxidante e é um nutriente essencial na síntese do colagénio e cartilagem. A eficiência deste suplemento é discutível, já que os cães podem “fabricar” a sua própria vitamina C ao contrário dos humanos que têm de a incluir na sua dieta.

Omega-3 ácidos gordos: Há quem advogue o seu uso em cães artríticos devido às suas propriedades anti-inflamatórias.

Duralactina: é um composto patenteado recente obtido através do leite de vacas alimentadas exclusivamente a erva, estudado e comercializado para o tratamento de desordens musculo-esqueléticas em cães. Tem propriedades anti-inflamatórias e não exige receita médica. Pode ser usado como suporte nutricional ou em conjunto com anti-inflamatórios não esteróides (AINE) ou corticosteróides.

Drogas Anti-inflamatórias: CONSULTE SEMPRE O VET ANTES DE ADMINISTRAR ESTES MEDICAMENTOS!!

Aspirina tamponada: A aspirina tamponada é um anti-inflamatorio e analgésico utilizado em cães. (NUNCA ADMINISTRE ASPIRINA AO SEU GATO, PERIGO DE VIDA). Pode ser administrada em conjunto com a glucosamina / condroitina. Como com todos os produtos derivados do ácido acetilsalicílico existe risco de perturbações gastro-intestinais e em casos raros úlceras gástricas. DEVE SER DOSEADA E CONTROLADA PELO VET!!

Anti-Inflamatórios não esteróides. São analgésicos fortes e eficazes bem como agentes anti-inflamatórios. SÃO MEDICAMENTOS DE PRESCRIÇÃO OBRIGATÓRIA E DEVIDO A POTENCIAIS EFEITOS SECUNDÁRIOS SOMENTE O VET PODE PRESCREVER E AJUSTAR A DOSE. Os fabricantes aconselham analIes periódicas para monitorizar as funções hepáticas e outras durante o tratamento com estes medicamentos. SÓ PODEM SER ADMINISTRADOS COM CONTROLO DO VET E NÃO PODEM SER UTILIZADOS EM CONJUNTO COM OUTROS MEDICAMENTOS, TAIS COMO ASPIRINA, OUTROS AINE, CORTICOSTEROIDES, TYLENOL E IBUPROFENO!!

Corticosteroides: a cortisona e similares têm sido usados para o alívio da dor associada à artrite, contudo o seu uso é controverso. São potentes anti-inflamatorios, mas infelizmente acarretam muitos efeitos indesejáveis a curto e a longo prazo. Devido a estes efeitos e ao advento de novas drogas específicas, só são usados em animais mais velhos quando todos os outros medicamentos para o controlo da dor falharam. SÃO MEDICAMENTOS DE PRESCRIÇÃO OBRIGATÓRIA E DEVIDO A POTENCIAIS EFEITOS SECUNDÁRIOS SOMENTE O VET PODE PRESCREVER E AJUSTAR A DOSE.


Como prevenir a displasia da anca?

Existem muitas teorias diferentes sobre este tema. Conforme mencionado anteriormente, a nutrição, o exercício e o peso podem todos contribuir para a severidade da degeneração das articulações após o desenvolvimento da displasia da anca. Só existe consenso numa única teoria. No futuro certamente existirão outros consensos e outras informações que permitirão apontar outros factores, mas neste momento a única teoria em que todos os investigadores concordam é que a criação selectiva é crucial. Sabemos que através da reprodução de animais com boas ancas podemos significativamente reduzir a incidência da doença. Também sabemos que podemos aumentar a incidência da doença se escolhermos animais displásicos para reprodução. Cruzar dois animais com ancas excelentes não garante que toda a descendência esteja livre da doença, mas é certo que haverá uma incidência muito menor da mesma do que se cruzássemos dois animais com ancas aceitáveis ou más. Se só se reproduzissem animais com ancas excelentes não levaria muito tempo a tornar a displasia da anca numa ocorrência rara. Se os donos insistissem em comprar apenas animais com pais e avós certificados ou se os criadores só cruzassem estes animais, a maioria destes problemas seria eliminada.

Sumário

A displasia da anca é uma condição generalizada que afecta primariamente cães de raças grandes e gigantes. Existe uma grande relação causa/efeito entre progenitores que têm displasia da anca e a incidência da mesma na sua descendência. Existem provavelmente outros factores que contribuem para a gravidade ou agravamento da doença.

A Osteoartrite é o resultado da degeneração da articulação devida à displasia da anca. Existem procedimentos medicos e cirúrgicos para minorar, prevenir ou tartar a osteoratrite resultante. A melhor maneira de prevenir a displasia da anca é através da criação selectiva, permitindo apenas as cruzas de cães certificados como tendo uma excelente conformação das ancas.
Ana Paula
Exquisite Edition Bulldogs
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